13º salário: entenda quem tem direito e como será o pagamento
Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o décimo terceiro salário tem a primeira parcela paga até hoje (30). A partir de amanhã (1º), o empregado com carteira assinada começará a receber a segunda parcela, que deve ser paga até 18 de dezembro.
Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Por causa da pandemia de covid-19, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio. A segunda foi depositada de 25 de maio a 5 de junho.
Quem tem direito
Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Trabalhadores em licença maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício.
No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.
Cálculo proporcional
O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. O cálculo é feito da seguinte forma: a cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a 1/12 (um doze avos) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.
A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontada a gratificação se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.
Tributação
O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o salário, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.
A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.
Pandemia
A situação dos trabalhadores com contrato suspenso ou com jornada reduzida com diminuição proporcional dos salários só foi definida no início de novembro. Para os contratos com jornada reduzida, o décimo terceiro e as férias devem ser pagos de forma integral.
No caso de suspensão de contratos, o período não trabalhado será descontado do décimo terceiro. No entanto, para manter a harmonia com a legislação, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro e será pago.
Os critérios para da gratificação nessas situações foram definidos por nota técnica editada pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia no início de novembro. Embora a nota técnica não tenha força de lei, equivale à interpretação da norma pelo governo e será levada em conta pelos auditores fiscais do trabalho nas fiscalizações das empresas.
Confiança da indústria atinge maior valor em dez anos, diz FGV
O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 1,9 ponto de outubro para novembro deste ano. Com o resultado, a confiança do empresário da indústria brasileira chegou a 113,1 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o maior valor desde outubro de 2010 (113,6 pontos).
Doze dos 19 segmentos industriais pesquisados pela FGV tiveram registraram aumento da confiança. Quinze setores estão em nível acima de fevereiro desse ano, ou seja, do período pré-pandemia. O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, aumentou 4,5 pontos e atingiu 118,2 pontos, o maior valor desde dezembro de 2007 (118,9 pontos).
Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 0,7 ponto, passando para 107,9 pontos.
Um dos indicadores que se destacam na pesquisa é o nível dos estoques das empresas que subiu 12 pontos, para 126,2 pontos, o maior valor da série histórica. A parcela de empresas que avaliam os estoques como insuficientes saltou de 10,6% para 15,7%, enquanto as que avaliam os estoques como excessivos caiu de 9,6% para 8,0%.
“De maneira geral, a demanda foi considerada como forte e o indicador de estoques bateu novo recorde. Pelo lado das expectativas, houve ajuste, mas a maioria dos segmentos ainda apresenta otimismo. Apesar da queda dos indicadores de produção prevista e emprego previsto, ambos permanecem em nível elevado, sugerindo que tanto a produção como o pessoal ocupado continuariam aumentando nos próximos três meses. A boa notícia é o avanço do indicador de tendência dos negócios que, embora não tenha recuperado totalmente as perdas observadas em março e abril - mostrando que ainda há cautela por parte dos empresários -, sinaliza que o setor esteja mais otimista para o início de 2021 do que estava para 2020”, disse a economista da FGV Renata de Mello Franco.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada ficou relativamente estável ao passar de 79,8% para 79,7%.
Yamana Gold planeja ampliar produção de ouro em até 31% na Bahia
A Jacobina Mineração e Comércio (JMC), unidade baiana da mineradora Yamana Gold, anunciou, nesta quarta-feira, 25, que planeja ampliar a produção de ouro em até 31% no estado a partir de 2023. O anúncio foi feito em reunião com o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE).
O aumento na produção de ouro na Bahia virá do aporte de cerca de US$ 57 milhões que a empresa planeja fazer na mina e na planta de processamento do metal, entre 2021 e 2022.
Com a expansão, a expectativa é de que a produção de ouro anual em Jacobina salte para 230 mil KOz (onças). Em 2019, a companhia obteve recorde na produção de ouro de 159,4 mil KOz.
“O setor mineral na Bahia vem crescendo assustadoramente. Com a ampliação, a Yamana, que já tem em seu quadro mais de 2 mil funcionários diretos e indiretos, vai criar 400 novas vagas na fase de ampliação e 250 empregos diretos na operação. A Bahia realmente tem aplicado recursos no setor mineral, um exemplo disso são as prospecções que estão sendo feitas na linha da Fiol, 100 km para um lado e 100 Km para o outro, no intuito de cada vez mais nós termos mais minérios prospectados, atrair empreendedores e gerar emprego e renda”, declarou João Leão.
Segundo Sandro Magalhães, vice-presidente de Operações Brasil-Argentina da Yamana Gold, o investimento de US$ 57 milhões será dividido em três áreas. US$ 35 milhões na planta, UU$ 14 milhões na área da mina e UU$ 8 milhões na área de infraestrutura.
“Esperamos sair de 6,5 mil toneladas/dia de minério processado para 8,5 mil toneladas/dia. Com isso, a Bahia, que hoje é 3º produtor mineral de ouro do país, vai passar a ser uma mina de classe mundial”, ressaltou
A Yamana Gold é a 3ª maior mineradora de ouro em atuação no Brasil e a 1ª maior do estado. De acordo com o Informe Executivo de Mineração, produzido pela SDE, o município onde o empreendimento está instalado é o maior arrecadador da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).
No ano passado, a Bahia foi a 4ª maior arrecadadora da taxa no Brasil. Somente o município de Jacobina foi responsável por 21% (R$ 12,2 milhões), dos R$ 57,9 milhões arrecadados no total. Com o novo projeto, que está com estudos adiantados, a cidade será ainda mais impactada com o desenvolvimento econômico e social da companhia.
Setor de delivery enfrenta falta de plástico no mercado baiano
Depois que o delivery se tornou uma saída viável para a sobrevivência de bares, restaurantes e pizzarias na pandemia, um elemento básico desse tipo de serviço tem se tornado motivo de preocupação para os empresários. Isso porque a demanda é tanta que os fornecedores de embalagem descartáveis não têm conseguido suprir as necessidades, gerando mudanças importantes de preço e prazo de entrega.
O aumento nos preços ultrapassou 60% e a entrega ficou pelo menos 20 dias mais longa. “É uma resposta natural a esse incremento do delivery que ocorreu por conta do isolamento. De imediato, esse impacto é sentido porque as embalagens são fundamentais para esse tipo de serviço”, comenta Luiz Henrique do Amaral, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia. Segundo a Associação, o número de empresas que recorrem ao delivery quase dobrou: antes da pandemia, eram 25% dos associados; hoje, 43%.
A dificuldade tem sido verificada até por quem não incrementou a modalidade de entrega. É o caso da empresária Karla Baqueiro, responsável pelo boteco Bagacinho, na Barra: “Para o tamanho do meu negócio, eu tenho até um volume considerável de delivery, mas não é tão volumoso quanto outros estabelecimentos. E, mesmo assim, os fornecedores, realmente, não estão conseguindo acompanhar a demanda. Já estou precisando pesquisar fornecedores fora do estado para conseguir atender”.
Karla, que opera o delivery somente nos fins de semana, explica que conta com apenas um fornecedor e que, na impossibilidade de ser atendida por ele, recorre a lojas de embalagem próximas ao bar. Para os pedidos da última semana, ela chegou a procurar as embalagens em duas lojas, sem conseguir tudo que queria. “A preocupação é que chegue uma segunda onda e a demanda aumente de novo”, destaca a empresária.
Mesmo quem trabalha com pedidos agendados tem sentido dificuldade. É o caso do restaurante Caminho de Casa, com unidades no Rio Vermelho e no Itaigara. “Estamos tendo muito aumento de preços por parte dos fornecedores, que diminuíram o prazo de pagamento. Como estamos com poucos clientes, a gente não consegue repassar o preço para não impactar ainda mais no movimento do restaurante”, explica Marcelo Góes Lerner, sócio do estabelecimento.
“É lógico que a demanda cresceu, com muitos restaurantes e bares precisando atender por delivery, e isso aconteceu numa escala global”, diz Diógenes Antunes, da DOA Soluções e Embalagens, um dos principais fornecedores de embalagens para alimentos prontos - as conhecidas marmitas de papel - do estado. Na DOA, pedidos enviados a partir do último dia 10 só têm previsão de entrega para a segunda semana de janeiro. Antunes explica que a mudança nos hábitos de consumo e aumento dos pedidos de entrega começou a ser sentido pelo setor em maio e que desde setembro passou a refletir em mudança nos preços. “O aumento na demanda gera falta de matéria prima de vários tipos”, diz ele, que também precisou alterar seu prazo de produção de 15, para 35 dias úteis.
Pizzarias
Um dos setores que mais tem sofrido com a falta das embalagens, as pizzarias não estão encontrando os produtos tão necessários para fazer as entregas. A Pizza 15, na Boca do Rio, é uma das que enfrenta as dificuldades. O restaurante trabalha com as caixas mais baratas do mercado (aquelas sem marca da empresa) e mesmo assim já percebe mudança no valor do insumo.
“Desde o início da pandemia, estamos enfrentando dificuldades com insumos. Antes era o queijo, agora são as embalagens que subiram absurdamente de preço ”, diz o empresário Luã Reis, que usa 210 caixas de pizza, em média, num final de semana. Cada pacote com 25 caixas, que antes saia por R$ 16, agora sai por R$ 26, um aumento de 62,5%. “A gente não consegue passar esse aumento para o cliente”, explica Reis.
Outra preocupação dos donos de pizzaria é no que diz respeito ao prazo de entrega. Quem trabalha com as caixas personalizadas viu o tempo de espera aumentar muito, gerando a necessidade de uma estocagem maior. “As pizzarias são muito pequenas e comprar caixa com tanta antecedência acaba gerando uma questão de estoque também”, garante Gustavo Candotta, da Pizza Santa Fé, em Lauro de Freitas, que a cada pedido estoca 2 mil caixas. Entre o último e o penúltimo pedido, ele diz que identificou um aumento de mais de R$ 1 mil: “Vai chegar o momento de ter que repassar o valor para o cliente”.
Novo app
Com tanto aumento da demanda, Salvador ganhou mais um aplicativo de entrega de comida. Na última quarta, o 99Food começou a operar com mais de mil entregadores e restaurantes. Para o diretor executivo da 99Food, Danilo Mansano, o início das operações em Salvador é uma conquista dupla por ser um marco profissional e pessoal: “Como plataforma, nós temos a estratégia de refletir a cozinha local. Além dos mais, sou filho de baiana e passei muitas férias no Rio Vermelho”.
Salvador é a 10ª cidade a receber o serviço no Brasil. Em cada local, busca entender o consumo dos usuários. A empresa ainda não possui dados dos soteropolitanos, mas sabe que um dos desafios na capital da Bahia é o transporte de pratos mais líquidos, como moqueca e caruru. Nesses primeiros dias de operação, o cliente terá taxa de entrega grátis e promoções. Resta saber se terá embalagem.
Trabalhadores com corte de salário e jornada têm direito ao 13º integral, diz governo
Os trabalhadores que tiveram corte do salário ou redução da jornada neste ano terão direito ao 13º com base na remuneração integral. A decisão foi divulgada pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (17).
A medida também é válida para quem ainda estiver com redução em dezembro. "Os trabalhadores com jornadas de trabalho reduzidas no âmbito do benefício emergencial devem ter as referidas parcelas pagas com base na remuneração integral. Esta regra deve ser observada, especialmente, nos casos em que os trabalhadores estiverem praticando jornada reduzida no mês de dezembro", afirma a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Ainda segundo a nota, os períodos de suspensão de contrato não devem ser computados no cálculo do 13º. O entendimento é o mesmo na contagem do direito a férias. A exceção, segundo o ministério, é para casos em que o empregado trabalhou mais de 15 dias em um determinado mês. Nessas situações, diz a Economia, a regra favorece o empregado.
Se um funcionário trabalhou por 16 dias no mês de abril, por exemplo, e desde então ficou com o contrato suspenso, a empresa deverá calcular o 13º sobre os três meses inteiros em que ele trabalhou e mais os dias em abril.
"A diferenciação ocorre porque na redução de jornada o empregado permanece recebendo salário, sem afetar seu tempo de serviço na empresa, o que permite computar o período de trabalho para todos os efeitos legais. Com a suspensão dos contratos de trabalho, no entanto, a empresa não efetua pagamento de salários e o período de afastamento não é considerado para contagem de tempo de serviço, afetando assim o cálculo das férias e do 13º", diz o Ministério da Economia.
Mais de 60% dos bares e restaurantes da Bahia ainda operam no prejuízo, diz pesquisa da Abrasel
A pandemia do novo coronavírus causou uma inflação no mundo dos alimentos - o pão francês ficou mais caro, assim como a carne, o arroz, o leite e derivados. Um dos segmentos que mais sofreu com esse aumento foi o de bares e restaurantes. Mesmo reabertos, 61% dos empreendimentos baianos fecharamo mês de setembro no prejuízo, de acordo com a pesquisa mais recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O índice baiano é 15% maior que a média nacional, de 53%.
Para driblar as dívidas, os empresários tiveram que fazer reajustes no cardápio, deixar de ofertar determinados pratos e repassar um pouco desse aumento para o cliente. Alguns também reduziram o quadro de funcionários ou não recontrataram aqueles que foram afastados com a MP 936 - medida que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e possibilitou a redução de carga horária e demissões.
O levantamento da Abrasel mostra ainda que 42% dos bares e restaurantes aumentaram os preços para o consumidor final, que agora paga 6 a 10% mais caro pelo mesmo produto. Essa alta corrobora com dois outros números: o faturamento, que veio 63% abaixo do esperado no mês passado. Com isso, os empreendimentos tiveram queda de 67% nas receitas.
No restaurante Mariposa, no Boulevard 161, o cardápio deixou de oferecer cerca de 20% dos itens. “Foi necessária essa redução de cardápio para deixar a operação mais simples. Aqueles pratos que demandava um item em específico acabaram saindo”, comentou o dono do estabelecimento, Rodrigo Estivallet. As flautas mexicanas, por exemplo, não se encontram mais no menu. Também houve redução no número de funcionários - de 23, somente 13 integram agora o quadro.
Aumento no preço dos insumos
Estivallet ressalta, contudo, que a maioria dos reajustes nos preços de alimentos não estão sendo repassados em sua integralidade, por isso que o quadro de endividamento demora de se reverter. Os principais vilões, segundo ele, são o filé mignon, que "toda semana fica mais caro", e o queijo. O quilo da carne, que custava R$ 34,50, passou para R$ 50. Já o queijo quase dobrou de valor - de R$ 19/kg passou para R$ 32/kg. “Apesar de fazer um reajuste, ele não foi integral, porque existe a preocupação de não tornar o cardápio inviável para o consumidor ou ele não querer pagar”, pontuou o empresário. O Mariposa que existia no Mundo Plaza foi fechado por conta da pandemia.
Na Pizza da Chapada, franquia que existe nos bairros Itaigara e Graça, o que pesou foi o queijo, insumo que o restaurante usa quase uma tonelada por mês. “Tive um aumento de quase 50% nesse insumo de fevereiro para hoje, então não teve como não ter reajuste. Segurei até onde deu, mas em setembro tive que aumentar. Assumi uma parte dos custos e repassei uma parte menor para o consumidor final, para o produto não ficar tão caro”, explica o proprietário Nei Laudano. O faturamento na empresa ainda está em 65 e 70% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A chef Tereza Paim, apesar de não mudado os pratos do cardápio - é o mesmo há 18 anos - manteve os preços de janeiro de 2019 durante o primeiro mês da reabertura do restaurante deste ano. Ela diz não ter sentido o impacto do aumento dos insumos, pois compra em quantidade, e que dá para compensar com outros pratos. “Os produtos estão variando, tem uns que estão mais baratos e outros mais caros. O que está puxado mesmo é a carne. Mas você compensa ganhando mais em outros pratos”, contou. Paim ainda afirma que o faturamento de outubro no restaurante foi de 80% em relação ao mesmo mês do ano passado e que acredita que vai haver crescimento.
A maior parte dos bares e restaurantes, contudo, não repassou o aumento dos insumos para o cliente, como destacou o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa. “A maioria ainda não repassou ao consumidor final. A gente espera que nesse período entre safra e que não precise aumentá-los. É a nossa esperança, porque o consumo está diminuído e a população está sem dinheiro. Infelizmente, vamos ter que segurar um pouco”, disse Pessoa.
Transporte fica mais caro
Um dos custos operacionais que aumentou nesses últimos meses e que foi ressaltado como principal vilão foi o de transporte dos funcionários. Com a redução da frota e o horário de funcionamento dos ônibus, os colaboradores utilizam aplicativos de transporte para voltar para casa na maioria das vezes. “Alguns tem veículo próprio, mas a maioria depende de transporte público. Às vezes, libero mais cedo para o funcionário poder ter o transporte de 22h, mas estou gastando R$ 1.000 a R$ 1.500 reais por mês de Uber. Além de estarmos com horário reduzido, já ficamos cinco a seis meses sem funcionar e ainda temos que arcar com esse custo que não é barato”, ponderou Laudano.
No Mariposa, o proprietário deixou de contratar quem não tinha como voltar para a casa depois das 22h, porque não tinha como assumir a despesa dos aplicativos de transporte. “A gente deixou de recontratar dois profissionais porque não tinha como ter o transporte para eles depois de 22h. E muitos moram em regiões distantes, que o Uber dá caro, ou que o Uber não entra, ainda tem esse agravante. Isso tem elevado bastante os custos e a gente precisa fazer um malabarismo muito grande para chegar em um equilíbro”, confessa Estivallet.
Aumento dos custos operacionais
A pesquisa da Abrasel ainda apontou que, na Bahia, 56% dos empresários notaram aumento dos custos, causado principalmente pela subida de valor dos alimentos. Os donos de bares e restaurantes relataram ao estudo que as mercadorias subiram 15% em relação ao valor de antes da crise.
“Temos custos operacionais mais altos, uma oferta reduzida e uma demanda reduzida. E ainda com novos componentes que estão se apresentando a partir da retomada que incrementam essa equação na parte negativa, principalmente pelo custo dos alimentos, como a compra de proteínas e derivados do leite. Há uma inflação que continua impactando muito nosso segmento e nosso setor. A equação não fecha”, argumentou o presidente-executivo da Seccional Bahia da Abrasel, Luiz Henrique Amaral.
Esse aumento dos custos operacionais se soma com as dívidas que muitos empreendimentos acumularam ao longo dos seis meses em que estiveram fechados. Amaral reforçou a estimativa da associação de que pelo menos um terço das empresas do setor não retornará à atividade.
Pix registra falhas, mas BC descarta 'instabilidade'
No primeiro dia de funcionamento efetivo do Pix, a nova plataforma de pagamentos instantâneos, houve relatos de dificuldades para a transferência de valores - a Caixa, por exemplo, chegou a falar em "uma intermitência pontual no serviço" - e de operações não completadas, mas o Banco Central descartou qualquer instabilidade do sistema. Além disso, potenciais usuários admitem ainda ter receio de operar o Pix.
"É importante diferenciar o que é instabilidade do sistema e o que são operações que não foram completadas. Não houve nenhuma instabilidade no sistema. Houve um volume de operações que não foram completadas em um banco ou outro, e monitoramos isso. Pode ter havido um erro na formatação da chave pelo banco. Quando há um volume grande de operações rejeitadas, entramos em contato com os bancos", afirmou o presidente do BC, Roberto Campos Neto
Após 12 dias de operação restrita, na qual apenas alguns clientes selecionados pelas próprias instituições financeiras puderam testar o sistema, o Pix já está disponível para todos os correntistas. O Pix é um meio de pagamento, assim como os boletos, a TED, o DOC, as transferências entre contas e os cartões de pagamento (de débito ou de crédito). A diferença é que o novo sistema permite que a operação seja feita em qualquer horário e em poucos segundos.
Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel de Pinho de Mello, parte dos erros em operações não completadas ocorreu em tentativas de Pix para conta salário. "Não é possível cadastrar uma chave para conta salário", explicou ele.
Para Campos Neto, as mais de 73 milhões de chaves já cadastradas em algumas semanas no Pix significam uma adesão maior do que qualquer aplicativo digital já teve no País. "Achamos que a adesão está bastante ampla, tanto de pessoas físicas como de jurídicas. Obviamente, quando o Pix começa a funcionar, a necessidade de fazer parte do sistema aumenta", afirmou.
No casa da Caixa, o banco reconheceu que enfrentou problemas no início do dia. "A Caixa informa que, no início desta manhã (segunda, 16), houve uma intermitência pontual no serviço do Pix e que as operações impactadas serão automaticamente estornadas, sem prejuízo aos clientes", afirmou. "O serviço foi normalizado ainda pela manhã e, até o início desta tarde, já haviam sido cadastradas 170 mil novas chaves e realizadas mais de 200 mil operações."
No final do dia, o BC informou ter registrado ontem mais de 1 milhão de transações, que somaram R$ 777,324 milhões. O valor médio das transações liquidadas foi de R$ 773,43. Para o BC, apesar de o novo sistema ter apresentado problemas no primeiro dia de funcionamento, foram incidentes "pontuais e esperados".
'É novo. Fico com receio'
No primeiro dia de funcionamento do Pix, consumidores até demonstraram boa expectativa com a novidade. Mas o tom ainda era de cautela. "No futuro, se esse tipo de transação se concretizar, sim, eu pretendo usar. Mas hoje, que é uma coisa nova, fico com um pouco de receio", resume a gerente de projetos Carolina Picciareli, de 24 anos.
Segundo o Banco Central, ontem eram mais de 73 milhões de chaves cadastradas no Pix. Também segundo a instituição, são mais de 30 milhões de pessoas físicas, mas apenas pouco mais de 1,7 milhão de empresas - lembrando que cada CPF/CNPJ pode ter mais de um cadastro.
Um dos estabelecimentos em São Paulo que passou a aceitar o sistema logo no seu primeiro dia foi uma padaria tradicional no bairro de Higienópolis. Um dos sócios, Vicente Safon, de 39 anos, afirma que colocou o Pix em operação por acreditar que o modelo pode ser um grande facilitador nos negócios. Ele explica que, com o pagamento instantâneo, dois grandes gargalos podem ser resolvidos.
O primeiro é em relação às taxas e à rapidez do pagamento. "É uma opção muito boa para o lojista, porque você está trocando o dinheiro e o débito, tendo essa opção com menor custo", disse. O segundo pode parecer mais simples, mas é uma grande dor de cabeça no comércio: troco. Com mais transações digitais, diminui-se a necessidade pelo "troquinho". "Cheguei a contratar uma empresa para ter moedas. Claro que este serviço deixava as moedas mais caras."
Mas, no primeiro dia, a utilização do sistema foi bem pequena. Segundo Safon, até houve pagamentos por meio de transferência do Pix para o estabelecimento, mas foi por encomendas, por pessoas que estavam longe do local. "Dentro da loja, ninguém usou ainda. Não teve procura", afirmou o empresário.
"Eu pretendo usar, confio nas instituições, mas ainda não sei, por exemplo, usar em estabelecimentos. Mas, se alguém me ensinar, eu uso", disse a radialista Isabella Pulfer, de 34 anos, que estava consumindo na padaria.
Gabriel Nunes, de 25 anos, que possui um salão de cabeleireiro na Rua Augusta, aposta no médio prazo no uso do Pix, já que boa parte de seus clientes não anda com dinheiro ou até mesmo carteira. Geralmente, os pagamentos são via modo digital.
"Decidi colocar o Pix por ser algo novo. Acredito que a gente está em constante evolução. Além disso, pagamento em dinheiro aqui é muito raro. Essa forma nova é mais fácil, ainda mais na pandemia. As pessoas não gostam de colocar cartão na maquininha, acaba sendo exposição ao vírus. É também mais segurança e rapidez, sem taxa, instantâneo", disse Nunes.
PIB volta a crescer na Bahia após três anos, aponta IBGE
A Bahia voltou a apresentar crescimento no seu Produto Interno Bruto (PIB) após três anos. O levantamento é realizado pelo IBGE, que divulgou os dados nesta sexta-feira (13).
Segundo o instituto, o PIB baiano para o ano de 2018 foi estimado em R$ 286,24 bilhões - deste total, R$ 250,53 bilhões equivalem ao valor adicionado bruto (renda líquida gerada pelas atividades econômicas) e R$ 35,7 bilhões são de impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.
Os números apontam um avanço de 2,3% para a economia baiana, entre 2017 e 2018, voltando a crescer após três anos sem apresentar um resultado positivo. Foram dois anos consecutivos de recuo: de 2014 para 2015, o recuo foi de -3,4%, e de 2015 para 2016, de -6,2%. Depois, houve um ano de estabilidade, de 2016 para 2017.
A Bahia é o 10º estado brasileiro com melhor desempenho em relação a crescimento do PIB. Entre 2017 e 2018, o Brasil apresentou seu segundo avanço consecutivo (1,8%), com crescimentos em 26 estados. O único negativado foi Sergipe (-1,8%), que também registrou retração da economia. Por outro lado, o PIB teve grande crescimento no Amazonas (5,1%), Roraima (4,8%) e Mato Grosso (4,3%).
Com o crescimento verificado em 2018, a Bahia manteve sua participação de 4,1% no valor do PIB nacional, ostentando a 7ª maior economia do país e a maior do Norte/Nordeste.
Ainda segundo o IBGE, o Rio de Janeiro foi o estado que mais ganhou participação no PIB nacional entre 2017 e 2018, passando de 10,2% para 10,8%. Há também um bom registro no Espírito Santo, que passou de 1,7% para 2,0% do PIB do Brasil, no período. Santa Catarina (de 4,2% para 4,3%), Rio Grande do Sul (de 6,4 para 6,5%) e Mato Grosso (de 1,9% para 2,0%) também ganharam participação.
No outro extremo, São Paulo, que historicamente possui o maior PIB do país, caiu de 32,2% para 31,6%. Também registraram retração Rondônia (de 0,7% para 0,6%), Pará (de 2,4% para 2,3%), Pernambuco (de 2,8% para 2,7%), Paraná (de 6,4% para 6,3%), Goiás (de 2,9% para 2,8%) e o Distrito Federal (de 3,7% para 3,6%), que perderam participação no PIB nacional entre 2017 e 2018.
Vendas do comércio crescem 0,6% em setembro, diz IBGE
O volume de vendas do comércio varejista brasileiro cresceu 0,6% na passagem de agosto para setembro deste ano. Essa é a quinta alta consecutiva do setor, que vem apresentando avanços desde maio.
Com isso, o patamar do comércio varejista, que já havia atingido seu nível recorde no mês de agosto, continua em crescimento. Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio foram divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As vendas do comércio também tiveram alta de 2,8% na média móvel trimestral, de 7,3% na comparação com setembro de 2019 e de 0,9% no acumulado de 12 meses. No acumulado do ano, apresenta estabilidade.
Na comparação com agosto deste ano, houve alta em cinco das oito atividades pesquisadas: livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (8,9%); combustíveis e lubrificantes (3,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,1%) e móveis e eletrodomésticos (1%).
Três atividades tiveram queda no período: tecidos, vestuário e calçados (-2,4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%); e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%).
No varejo ampliado, que também analisa os segmentos de veículos e de material de construção, o volume de vendas cresceu 1,2% em relação a agosto deste ano, também a quinta variação positiva consecutiva. Os veículos, motos, partes e peças tiveram crescimento de 5,2% e os materiais de construção, de 2,6%.
O varejo ampliado também teve altas de 4% na média móvel e de 7,4% na comparação com setembro de 2019. Mas teve quedas de 3,6% no acumulado do ano e de 1,4% em 12 meses.
Na receita nominal, o comércio varejista teve altas de 2,1% na comparação com agosto, de 13,4% em relação a setembro de 2019, de 3,6% no acumulado do ano e de 4,2% no acumulado de 12 meses.
Beneficiários nascidos em junho recebem auxílio emergencial nesta quarta
Beneficiários do auxílio emergencial nascidos em julho recebem nesta quarta-feira (11) R$ 1,4 bilhão referente ao ciclo 4. São 3,6 milhões de brasileiros com crédito liberado.
Do total, 705,1 mil recebem R$ 459,9 milhões referentes às parcelas do auxílio emergencial. Os demais, 2,9 milhões, são contemplados com a segunda parcela do auxílio emergencial residual, em um montante de R$ 943 milhões.
A partir desta data, os valores podem ser movimentados pelo aplicativo Caixa Tem para pagamento de boletos, compras na internet e pelas maquininhas de estabelecimentos comerciais.
O benefício criado em abril pelo Governo Federal foi estendido até 31 de dezembro por meio da Medida Provisória (MP) nº 1000. O Auxílio Emergencial Extensão será pago em até quatro parcelas de R$ 300 cada e, no caso das mães chefes de família monoparental, o valor é de R$ 600.
A Caixa ressalta que não há necessidade de novo requerimento para receber a extensão do auxílio. Somente aqueles que já foram beneficiados e, a partir de agora, se enquadram nos novos requisitos estabelecidos na MP, terão direito a continuar recebendo o benefício.
Saques e transferências para quem recebe o crédito nesta quarta-feira serão liberados a partir do dia 24 de novembro.
Hoje, os pagamentos do auxílio emergencial chegaram 401,1 milhões, atendendo a 67,8 milhões de brasileiros. O volume de recursos até agora atingiu R$ 248,3 bilhões.
Os ciclos de crédito em conta seguem até dezembro para o pagamento das parcelas definidas pelo Governo Federal. O auxílio emergencial foi criado para amenizar os impactos da pandemia do novo coronavírus na renda da população brasileira.