Terça, 05 Novembro 2024 | Login

As aulas da rede municipal de Salvador serão retomadas no dia 18 de fevereiro, afirmou o secretário de educação da capital, Marcelo Oliveira. Para compensar os dias perdidos em 2020, os alunos terão atividades de segunda à sábado. Inicialmente, a modalidade de ensino será a remota, pela televisão. A fim de atender todos os 163 mil estudantes da rede, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) ampliará para quatro ou cinco canais de TV. Atualmente, somente os alunos do 6º ao 9º ano têm acesso às aulas pela TV aberta, no canal 4.2. Ainda não há previsão para o retorno presencial das aulas. Quando houver a reabertura das escolas, inicialmente o ensino será híbrido.

Antes do dia 18, os professores e colaboradores da comunidade estudantil se reunirão no dia 15 de fevereiro para uma jornada pedagógica, que funciona como espécie de boas-vindas. Durante esses três dias, também será apresentado a todos o planejamento pedagógico para 2021. O plano de retorno das atividades, no entanto, já foi estabelecido e foi obtido com exclusividade pelo CORREIO. Serão 17 horas de ensino remoto e 25 horas de ensino presencial por semana, quando for possível, totalizando 42 horas semanais de ensino. Ao todo, serão 1492 horas cursadas em 2021. As tarefas de casa serão contabilizadas como carga horária e também servirão para controlar a presença dos estudantes.

As classes ainda cumprirão o calendário letivo de 2020, pois só foram cursadas 108 das 800 horas obrigatórias pelo Ministério da Educação. Uma vez que o calendário escolar depende do retorno das aulas presenciais para ser finalizado, não se sabe exatamente quando será o término das aulas de 2020. “Vamos recuperar as aulas que não foram dadas em 2020, porque os alunos precisam ter esses conteúdos, e, na sequência, a gente vai aplicar os conteúdos de 2021, de modo que a gente possa fazer dois anos em um só. A grande preocupação é não invadir o ano de 2022 com o conteúdo de 2021, se não, vira uma bola de neve”, explica o secretário Marcelo Oliveira.

Por ainda estar cumprindo a carga horária do ano passado, não será necessária a matrícula e novos alunos não serão admitidos, somente quando for iniciado o ano letivo de 2021. “Para que abra vaga na creche, é preciso que o aluno da creche passe para a educação infantil, e, para abrir vaga na educação infantil, é preciso que o aluno da educação infantil passe para o ensino fundamental. Por isso que só vamos abrir matrícula quando concluir o ano letivo de 2020”, ressalta Oliveira.

A previsão do secretário é de que o ano letivo de 2021 comece em maio ou pelo menos 90 dias após o início das aulas presenciais. Um acordo foi feito com o governo do estado para que as aulas tanto da rede municipal quanto estadual finalizem no mesmo período, para que não haja problema na transferência de alunos: “Nossa intenção é que devemos concluir o ano de 2020 simultaneamente, se não nosso aluno fica sem aula ou então atrasado. Então tem que estar sincronizado”.

Procurado através da secretaria estadual de educação, o governo estadual não respondeu à reportagem sobre o início das aulas. Segundo a Smed, aproximadamente 58% dos estudantes concluintes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (5º ano) ou da EJA I (TAP III) procuram outra rede de ensino para cursar os Anos Finais do Ensino Fundamental. Isso representa cerca de 20 mil estudantes que migram da Rede Municipal de Ensino para outras redes, como a estadual.

A escolha das aulas pela TV foi feita por ela ser o meio de comunicação “mais democrático”. “Vamos começar dia 18 de fevereiro remotamente com auxílio da televisão, que é o meio de comunicação mais democrático de acesso para crianças em casa, uma vez que ela não precisa de auxílio dos pais e de nenhum outro dispositivo móvel”, argumenta o secretário. As aulas serão gravadas e dadas pelos próprios professores da rede, que somam 8 mil pessoas. Elas também ficarão disponíveis no Youtube. Os profissionais que são grupo de risco para a covid-19 e apresentam comorbidades, que são cerca de 10% do quadro, ou seja, 800 educadores, não darão aulas nas unidades de ensino quando for liberado, somente virtuais.

Aula presencial só depois da vacina?
As condições e critérios para que voltem as aulas presenciais serão definidas pelo governo do estado em comum acordo com o prefeito Bruno Reis, segundo o secretário de educação do município. O governador Rui Costa deve divulgá-las nesta sexta-feira (5), além dos protocolos sanitários. O secretário ainda vetou a possibilidade de as aulas voltarem somente após a vacinação dos professores, previstos para a quarta fase da vacinação de Salvador.

“Não há possibilidade de a gente esperar que se dissipe a pandemia com a vacinação. Seria de todo o desejável que a gente consiga vacinar os profissionais de educação, não só os professores, porque não adianta só vacinar professor e não vacinar a moça da limpeza, o porteiro, a merendeira. E estamos falando de 14 mil pessoas, ou seja, seria necessárias 28 mil doses da vacina. Nossa intenção é que haja o retorno das aulas seguindo os protocolos e estabelecendo uma condição de segurança”, descartou Marcelo Oliveira. Todas as escolas da rede municipal já estão adaptadas com os protocolos sanitários. A secretaria não informou o investimento feito para a adaptação.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB) contou ao CORREIO que os professores não voltarão para a sala de aula antes de serem vacinados. A APLB representa 100 mil profissionais de educação da Bahia, da rede municipal e estadual de ensino. “Existe uma pressão do setor privado que quer abrir de qualquer jeito para justificar matrícula, mas nós vamos aceitar nessas condições. Nossa luta é em defesa da vida, não vamos abrir, só com vacina”, afirma o presidente da APLB, Rui Oliveira.

Segundo ele, o sindicato fez uma pesquisa com 13 mil professores e 97% deles respondeu que só voltaria às aulas presenciais com vacina. “Será que vale a pena fazer tanto esforço pra morrer gente? O que custa esperar mais um pouco para começar com a cabeça tranquila? Estamos vivendo um caos. Por que vai abrir agora? Estamos pedindo que olhe com muito bons olhos. Podemos esperar a compra da vacina russa, começando de forma virtual e qualificando os professores. É o tempo que chega a vacina”, argumenta Rui Oliveira.

O presidente do sindicato ressalta ainda a elaboração de um protocolo de biossegurança, que foi entregue aos prefeitos baianos e ao governador Rui Costa. Nele, a APLB pedia que houvesse redução dos alunos por sala, verificação da temperatura na entrada e saída das escolas, garantia do distanciamento social e testagem de toda a comunidade escolar – alunos, pais, professores e funcionários - a cada 14 dias.

Oliveira também divulgou uma campanha de arrecadação que o sindicato está conduzindo, na qual arrecadam materiais eletrônicos para os estudantes da rede pública. A arrecadação será feita nas 20 maiores cidades da Bahia, onde concentram 80% dos alunos. A APLB pedirá auxílio, além de pessoas físicas, mas de empresas de telefonia para a doação de computadores e smartphones, a fim de que os alunos consigam acompanhar as aulas virtuais.

Movimento pede retorno das aulas presenciais
A advogada Diana Barros, 47 anos, é integrante do movimento Volta às Aulas Salvador, criado em agosto de 2020, e pede o retorno das aulas, no modelo híbrido. O movimento reúne cerca de 500 pais de alunos em defesa da reabertura das escolas públicas e privadas com retorno facultativo e seguindo protocolos de segurança. “A gente vê o drama das famílias, os prejuízos incalculáveis que estão sendo causados para o desenvolvimento das crianças. Muitos estão sem falar, no caso das crianças autistas e especiais, estão com problemas de relacionamento. Os psicoterapeutas infantis estão lotados, temos crianças com ansiolíticos e antidepressivos. É muito traumático. Não dá para esperar a vacinação dos professores”, desabafa a advogada.

Diana conta ainda que não matriculou seu filho de cinco anos na escola em 2021. Ao invés disso, contratou um professor particular para que desse aulas presenciais em casa, 1 hora por dia, todos os dias da semana. “Para educação infantil, o ensino remoto não funciona. Criança precisa da convivência, da interação com outras crianças para se desenvolver. Não é saudável para uma criança deixar ela direto na tela do computador. O ensino remoto é adequado, mas por pouco tempo”, defende Barros. Ela diz que assim que for liberado o ensino presencial, matriculará o filho de volta na escola.

Secretaria Estadual de Educação já tem plano pedagógico
A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio de nota, que as aulas presenciais "permanecem suspensas conforme decreto estadual n° 19.586, até o dia 7 de fevereiro, com possibilidade de nova prorrogação". Elas "só devem ser retomadas mediante novo decreto governamental, considerando as condições de segurança e indicação das autoridades de Saúde", comunica.

A pasta ainda afirma já construiu o planejamento pedagógico e "está dialogando com diferentes instituições como a UNCME, a UNDIME, a UPB, as universidades, o Conselho Estadual de Educação e a APLB Sindicato o possível alinhamento dos cronogramas e procedimentos administrativos para 2021, o que inclui questões como a oferta das diferentes modalidades e o novo calendário escolar". A secretaria disse que o planejamento será divulgado, mas não divulgou data.

Município e Estado tem 72 horas para apresentar plano de retorno
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) emitiu uma recomendação ao estado da Bahia e município de Salvador para que as respectivas secretarias de educação divulguem os planos de retorno das aulas na rede pública em 2021. A recomendação foi assinada nesta segunda-feira (1) e estipula o prazo de 72h para que os gestores publiquem o plano de ação sanitário e pedagógico, assim como os critérios técnicos que fundamentam a suspensão da oferta de aulas presenciais. Ou seja, o governo e prefeitura têm até hoje (4) para publicizar o documento.

A promotora do MP-BA Cintia Guanaes, da área de execução de Educação, explica que desde o ano passado o Ministério atua no acompanhamento e fiscalização das políticas públicas estaduais e municipais em relação a pandemia. “Desde o meio do ano passado, a gente vem pedindo que as secretarias colocassem públicos os planos de retorno, como ele seria feito, como iriam integralizar a carga horária. Passou-se um ano inteiro e as secretarias só completaram 100 horas do calendário letivo e o plano nunca foi entregue”, critica a promotora.

Cintia esclarece que o objetivo do pedido de recomendação é para que os protocolos sejam de conhecimento de toda a sociedade. “Essa recomendação é para que fosse dado conhecimento não só do que está sendo projetado peças secretarias, mas também para toda a sociedade sobre o que está acontecendo, para que os pais, alunos, escolas e coordenadores pedagógicos entendam o que elas estão pensando, como o ano letivo de 2020 vai ser realocado, como vão ser dadas as aulas, se vai híbrido, todo remoto, como os alunos vão absorver os conteúdos. Tudo isso”, firma Guanaes.

A partir dessa publicação, Cintia acredita que será possível fazer uma preparação de qual cenário a comunidade escolar deve esperar. “A partir dessa publicização a gente vai poder começar a trabalhar. Não ter aula é muito ruim, mas não saber nada, não trazer a perspectiva ou a certeza de que eu vou correr atrás do prejuízo é muito pior. E para diminuir o prejuízo eu preciso me preparar enquanto rede pública, rede privada, mãe e aluno. É preciso ter uma perspectiva do que vai acontecer”, argumenta.

A fiscalização da aplicação dos protocolos sanitários será feito por equipes do Ministerio atraves de visitas espontâneas às unidades de ensino ou por denúncias do conselho tutelar. As medidas sanitárias terão de passar por aprovação da equipe de saúde do MP-BA, que avaliará se os critérios estão de acordo com o proposto pela Organização Mundial de Saúde e outros órgãos de saúde nacionais e internacionais. Se o governo e a prefeitura não publicarem o protocolo no prazo estabelecido, a promotora informou que pode haver uma judicialização, mas que não espera chegar a esse ponto: “Vamos aguardar a resposta”.

Guanaes ainda pontua que o MP-BA esteve em constante diálogo com representantes da sociedade civil, através da criação do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Coronavírus (GT Coronavírus). O objetivo do GT Coronavírus é discutir a educação, saúde, direito da infância, moralidade administrativa e direito do consumidor de forma intersetorial.

Sinepe-BA apoia recomendação do MP
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino da Bahia (Sinepe-BA), que representa 1.500 escolas particulares em Salvador e 2.800 na Bahia, vê a medida do MP como positiva. “Vemos essa medida com muito bons olhos. É uma ação em favor da educação, de cobrar dos entes públicos quais as condições e indicadores para o retorno, porque, dessa forma, a sociedade pode acompanhar. O governador e o prefeito têm que se pronunciar sobre quais as condições que eles estão julgando adequadas para que as aulas retornem. Precisa dessa baliza”, avalia o presidente do Sinepe-BA, Jorge Tadeu Coelho.

Coelho ressaltou que os colégios particulares, em maioria, estão prontos para o retorno das aulas presenciais desde julho a agosto do ano passado. O Sinepe-BA também participou de reuniões com o Ministério Público para a discussão sobre as medidas sanitárias e retorno das classes. O sindicato orientou ainda que um treinamento com os professores fosse feito nessa semana de retorno, para testar o ensino remoto e híbrido.

Procurados, o Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (SINPRO/BA) e o Grupo de Valorização pela Educação (GVE), que reúne cerca de 60 escolas particulares em Salvador e Lauro de Freitas, não responderam à matéria até o fechamento.

Confira o plano de retomada da rede municipal na íntegra

Protocolos para o retorno das aulas presenciais
Dentre os protocolos sanitários estabelecidos pela Smed, estão a alternância dos alunos em sala de aula, merenda escolar servida na sala e intervalo de recreio reduzido, também intercalado entre as turmas. Além disso, deve ser feito o distanciamento de no mínimo 1,5 metro entre os alunos e carteiras, aferição da temperatura na entrada e as turmas de tempo integral deverão funcionar em tempo parcial até que as condições de distanciamento social permitam o retorno completo. A exceção dos alunos da educação infantil (1 a 5 anos) e os que têm autismo, é obrigatório utilizar máscaras.

Está proibido o uso de bebedouros com esguichos, portanto, os alunos e funcionários devem levar uma garrafa pessoal ou copo descartável. Os elevadores só podem ser usados com 30% da capacidade para o deslocamento de materiais e produtos, e nos casos de alunos e funcionários com dificuldades de locomoção e da Educação Infantil. Ou seja, alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais (2º ao 5º ano), Ensino Fundamental Anos Finais e EJA, colaboradores, professores, pais e responsáveis, visitantes e prestadores de serviços não podem usá-los.

Confira as regras para as escolas municipais:

Entrada e saída da escola

- Todos os alunos devem usar máscara para entrar na escola, exceto os alunos da Educação Infantil (0 a 5 anos) e os que têm autismo, que não serão obrigados a utilizar máscaras durante as aulas ou para acessar a escola

- A temperatura dos colaboradores, prestadores de serviço e estudantes deve ser aferida, e aqueles com resultado igual ou superior a 37,5°C devem ser direcionados para acompanhamento de saúde adequado/posto de saúde.

- No acesso às escolas, todos os colaboradores, prestadores de serviço e estudantes devem higienizar as mãos com água potável e sabão ou devem realizar o uso de álcool 70%

- Não autorizar a entrada dos pais ou responsáveis nas escolas

- Os estudantes, professores e outros funcionários que forem identificados com suspeita de COVID-19 devem ser encaminhados para um posto de saúde;

- Os estudantes, professores e outros funcionários que estiverem com suspeita de doença não devem ir à escola

- Recomendado dispor de tapetes higienizantes para limpeza dos calçados de alunos e funcionários

Salas de aula

- As mesas, cadeiras, pisos e portas devem ser constantemente higienizadas a cada turno

- Carteiras em sala de aula espaçadas em 1,5 m

- As janelas das salas de aula devem, preferencialmente, permanecer abertas

- Em caso de utilização de ar condicionado, ele não deve ser mantido no modo recirculação do ar

- Deve-se higienizar as mãos antes de entrar na sala de aula

- Os brinquedos e materiais de uso comum, em salas de aula, deverão ser higienizados a cada uso

- Evitar levar brinquedos pessoais, dando ênfase nas atividades recreativas ao ar livre

Banheiros

- Higienizar diariamente, duas vezes por turno

- O número máximo de pessoas ao mesmo tempo no banheiro deve garantir o distanciamento mínimo de 1,5 metro

- As portas não devem ter travas, para facilitar a abertura com os cotovelos

- Deve-se deixar os basculantes e janelas abertos

Áreas comuns

- Áreas comuns (corredores, elevadores, corrimões, portas, pisos, maçanetas, etc) devem ser higienizados diariamente, a cada três (3) ou quatro (4) horas, se possível

- as portas devem permanecer abertas ou encostadas para reduzir o contato com as maçanetas

- proibido o uso de bebedouros com esguichos. Alunos e funcionários devem levar copo individual e/ou descartável para pegar água do bebedouro

- elevadores usados com 30% da capacidade, com dispenser de álcool em gel em cada um

- Evitar a utilização dos elevadores, a não ser no deslocamento de materiais/produtos, e nos casos de alunos e funcionários com dificuldades de locomoção e da Educação Infantil

- Não será permitido aos alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais (2º ao 5º ano), Ensino Fundamental Anos Finais e EJA, colaboradores, professores, pais e responsáveis, visitantes e prestadores de serviços a utilização de elevadores

- deve-se isolar os botões externos e internos dos elevadores com capa plástica ou filme de PVC e higienizar regularmente

Refeitório

- Flexibilizar horários das refeições com estudantes separadas por turmas

- Flexibilizar horários das refeições com estudantes separadas por turmas

- Oferecer os talheres diretamente aos estudantes, evitando deixá-los disponíveis para pegarem por conta própria;

- As merendeiras devem usar sistematicamente máscaras, e devem ser trocadas a cada 2/3 horas ou quando se tornarem fonte de exposição, a saber: caírem no chão, rasgarem, perfurarem, estiverem úmidas/molhadas ou com sujeira aparente;

- A higienização das lanchonetes deve ocorrer a cada 3h ou 4h

- Guardanapos, saquinhos de pão ou similares devem ser descartáveis

- Deve-se avaliar a possibilidade de as lanchonetes oferecerem kit´s lanche prontos e individuais, a serem entregues em cada sala de aula apoiando na redução da circulação de alunos nos intervalos

Quadras

- Deverão ser utilizadas por turnos e em horários diferenciados por cada turma

- As atividades podem ser mantidas desde que garantido o espaçamento de 1,5 m entre os usuários

- As escolas deverão suspender atividades coletivas que exija maior proximidade

Outras orientações

- O acesso de alunos, colaboradores, professores e funcionários de escola, que tenham contato com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 só será permitido após 10 dias de isolamento e somente após 24h sem sintomas tais como febre sem uso de antitérmicos e sintomas respiratórios (coriza, tosse e outros) ou mediante a apresentação de teste negativo (RT-PCR) para a detecção viral

- As escolas que possuem área para recreação devem realizar o recreio monitorados, organizando as turmas em horários intercalados, de modo a evitar aglomeração

- Proibido o compartilhamento de comida, utensílios e brinquedos entre os grupos

- Os eventos escolares que necessitem de viagens, atuação em campo externo ou teatros deverão ser suspensos

- A ocorrência de mais de um caso suspeito ou confirmado na mesma escola em um período de 15 dias, a direção deve informar ao Distrito Sanitário de abrangência da unidade escolar

Quantidade de alunos da rede municipal de ensino (fonte: Smed)
Educação infantil - 44.000
Acelera - 2.704
Se Liga - 1.030
1º ano - 13.278
2º ano - 13.547
3º ano - 15.742
4º ano - 14.826
5º ano - 14.923
6º ano - 8.328
7º ano - 6.794
8º ano - 4.370
9º ano - 3.097
EJA TAP I - 296
EJA TAP II - 1.031
EJA TAP III - 3.492
EJAMULT - 2.877
EJA TAP IV - 4.830
EJA TAP V - 5.006

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O governador Rui Costa afirmou nesta quarta-feira (3) que vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir prioridade na vacinação de professores. "Estamos ajustando tudo para dar segurança e condições sanitárias e pedagógicas de retorno aos estudantes, professores e demais profissionais da educação", escreveu, no Twitter.

Rui disse ainda que as escolas já estão sendo preparadas para a retomada das aulas presenciais. "Estamos preparando as escolas com mais pias, álcool em gel e equipamentos de proteção. Já fizemos um plano de alternância de turnos de aulas para evitar a lotação das salas", detalhou.

Ele disse ainda que as aulas devem ser retomadas antes que toda a população seja vacinada, e explicou que a data está vinculada ao controle do número de casos de covid-19. "Vamos voltar às aulas, sim. A retomada das atividades escolares acontecerá antes da maioria da população ser vacinada, mas não podemos ser irresponsáveis em estabelecer uma data enquanto a ocupação de leitos e o número de mortes se mantiver nos níveis atuais".

Vamos voltar às aulas, sim. A retomada das atividades escolares acontecerá antes da maioria da população ser vacinada, mas não podemos ser irresponsáveis em estabelecer uma data enquanto a ocupação de leitos e o número de mortes se mantiver nos níveis atuais.

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A Bahia registrou 35 mortes e 3.645 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,6%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quinta-feira (28). Esse é maior número de mortes registrado pela Sesab em um boletim diário em 2021.

Apesar da alta, vale lembrar que os óbitos ocorreram em diversas datas. No caso das 35 mortes do boletim desta quinta, apenas duas aconteceram na quarta (27), número que ainda pode aumentar futuramente. Enquanto setes dos óbitos computados no boletim de hoje, ocorreram em dezembro de 2020. De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios ou acúmulo de casos se deve ao aprofundamento das investigações epidemiológicas.

Também nas últimas 24 horas, 3.343 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%).Dos 577.707 casos confirmados desde o início da pandemia, 556.354 já são considerados recuperados e 11.366 encontram-se ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (21,97%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (11.579,15), Itororó (9.807,67), Itabuna (9.041,24), Muniz Ferreira (9.013,74) e Conceição do Coite (8.858,76).

Na Bahia, 39.706 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

 

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O governador Rui Costa (PT) se posicionou contra o retorno das aulas na Bahia neste momento em que a curva de contaminação da Covid-19 voltou a crescer. Em entrevista nesta quinta-feira (28), o petista disse querer o retorno das atividades educacionais, mas só em um momento em que haja redução da contaminação e das mortes.

"Ninguém mais do que eu quer ver o retorno das aulas, porque como faço minha pregação em todo lugar: é a educação que transforma a vida das pessoas. Só que a gente só transforma a vida de quem está vivo. Nós nos programamos para final de outubro, início de novembro, para reiniciar as aulas. Infelizmente, foi alertado naquele momento pelos técnicos que a curva de contaminação ia subir aceleradamente. Lamentavelmente foi o que ocorreu", disse.

Rui citou a situação de colapso enfrentada por outros estados, como o Amazonas, e afirmou que as estimativas apontam ao menos mil mortes na Bahia em janeiro. "O que é muito ruim. Nós não podemos justamente num momento em que a pandemia está crescendo no número de contaminados e óbitos retornar (as aulas), colocando em risco todo mundo, alunos, professores", afirmou.

"Estamos fazendo o apelo à população para diminuir a contaminação e daqui a 15, 20 30 dias poder anunciar o retorno das aulas numa condição mais segura e que não provoque aumento de mortes e contaminados", complementou Rui.

Publicado em Bahia

O prefeito Colbert Martins afirmou que a micareta de Feira de Santana não vai acontecer em abril, como é tradicional, por conta da pandemia. A festa segue sem data definida, devendo ocorrer só quando a vacinação estiver produzindo resultados e o número de mortes por covid-19 diminuir na cidade. As afirmações foram feitas em coletiva na quarta-feira (27).

“Sobre a questão da micareta, em abril não vai haver de forma nenhuma. Vamos analisar a vacinação a fim de que se reduzam as mortes. Vamos começar a ter possibilidade de pensar sobre esse assunto assim que tivermos, no mínimo, essa situação delimitada e delineada. Essa cidade precisa ter, pelo menos, 50% das pessoas vacinadas. Vamos aguardar atingir esse limite para pensarmos no assunto da micareta”, disse Colbert.

A micareta de Feira não ocorreu no ano passado, quando estava prevista para os dias 23 a 26 de abril.

Colbert também disse que o planejamento da prefeitura é para o retorno das aulas em fevereiro, mas ainda on-line. O prefeito defendeu aulas híbridas, misturando presencial com on-line, para mais à frente.

"Nós estamos prontos para iniciar o primeiro semestre de 2020 agora em 2021 online. Temos todas as condições para fazer isso agora em fevereiro. Depois estaremos defendendo a necessidade do retorno híbrido, semipresencial quando for possível e quando for necessário", disse.

 

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Um homem morreu soterrado no desabamento de uma pedreira nesta quinta-feira (28) no bairro de Areia Branca, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. A vítima estava operando uma retroescavadeira quando uma pedra de grande porte caiu, atingido-a.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para o resgate e enviou uma equipe ao local. Como o ponto em que a vítima ficou é de acesso difícil, os bombeiros tiveram muito trabalho para conseguir resgatar o corpo - foram cerca de cinco horas de operação. O corpo foi resgatado por volta das 17h30.

A Defesa Civil de Lauro de Freitas também foi ao local para acompanhar a situação. Não houve outros feridos. A identidade da vítima não foi divulgada.

Publicado em Bahia

A Bahia registrou 32 mortes e 3.970 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quarta-feira (27). No mesmo período, 3.307 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%). Dos 574.062 casos confirmados desde o início da pandemia, 553.011 já são considerados recuperados e 11.099 encontram-se ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (21,97%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (11.513,85), Itororó (9.773,33), Itabuna (8.998,09), Muniz Ferreira (8.973,32), Conceição do Coité (8.857,26). Na Bahia, 39.586 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 32 óbitos que ocorreram em diversas datas. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.952, representando uma letalidade de 1,73%.

Publicado em Saúde

Com poucas doses de vacina disponíveis, a estratégia de imunização vai sendo desenhada aos poucos. Em Salvador, os próximos a serem vacinados serão idosos acima de 74 anos e os profissionais da saúde que não estão na linha de frente do combate ao coronavírus.

Segundo o prefeito Bruno Reis, todos os profissionais da linha de frente já foram vacinados e a prefeitura está organizando como vai ser feita a imunização do restante dos trabalhadores da área. A expectativa é de que eles sejam atendidos no esquema drive-thru, que já estava previsto no plano de vacinação da prefeitura, mas que ainda não foi implantado.

"Era para termos 168 mil doses, mas só recebemos 90 mil. Estamos fazendo uma estratégia para garantir que não haja fura-filas e vamos anunciar o drive-thru com quem será o público contemplado - provavelmente profisionais da saúde - e a estratégia de vacinação domiciliar aos idosos acima de 74 anos, e que tenham comborbidades. Com isso vamos garantir a aplicaçaõ das vacinas", explicou.

A expectativa é de que a nova etapa de vacinação seja divulgada até essa quinta-feira (28).

"Nesse momento, nossa equipe da saúde está elaborando uma nova estratégia. Nós tivemos que definir prioridades dentro do grupo prioritário, a partir de decisões do governo federal. Ontem o governo federal autorizou que os trabalhadores dos laboratórios públicos e privados que fazem testagem para covid sejam imunizados. Nós estamos seguindo as normas para evitar que pessoas furem as filas", disse.

Publicado em Bahia

A assistente social Iandra Lira, 46, aluga casas em Imbassaí, no Litoral Norte da Bahia, há quatro anos consecutivos, sempre durante o verão. Este ano, no entanto, o veraneio ficou mais caro, em torno de 25%. “Geralmente todo ano aumenta, mas esse ano acredito que aumentou um pouco mais por conta da pandemia. É a velha procura e demanda. A procura está sendo muito maior e, por isso, eles aumentaram mais do que o normal”, estima Iandra. Geralmente, Iandra encontrava casas com quatro suítes em Imbassai por R$ 650 a diária. Hoje, o mínimo é R$ 800. O aumento no valor da diária, no entanto, chegou até 70% em Guarajuba, praia a cerca de 70 quilômetros de Salvador.

A tese da assistente social está correta. De acordo com corretores ouvidos pela reportagem, o número de interessados cresceu, o que fez os preços subirem. “Os preços subiram bastante e realmente a procura foi muito grande. Tem muita gente fugindo da pandemia. Então o movimento foi bem acelerado, ficou bem acima do ano passado”, revela o corretor Júlio César, 55, que mora em Guarajuba.

Segundo o diretor Noel Silva, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis Bahia (Creci-BA), a demanda para o aluguel de casas de temporada teve alta de 50%. “A demanda aumentou exponencialmente. Principalmente nesse período de alta temporada, as pessoas estão cansadas de ficar em casa, apesar de necessário. Quem tem condição de alugar um imóvel desse não está pensando duas vezes”, explica o diretor.

Silva também pontua que dois novos tipos de veranistas surgiram esse ano: o que quis ter a praia no quintal de casa estando de home office e aquele que deixou de viajar para o exterior. “As pessoas estão alugando não só para efeito de lazer, mas também a trabalho. Tem gente vindo trabalhar, já que home-office virou uma coisa normal, principalmente entre empresários. Exatamente para essa finalidade de ficar perto do mar e ter mais conforto. Já que não pode aglomerar nem ter festa ou carnaval, as pessoas estão partindo para isso”, afirma o diretor.

Com as restrições sanitárias em meio a pandemia do novo coronavírus, o jeito foi trocar a viagem para o exterior pela Bahia. “A classe média alta e a classe alta, que todo ano viaja para a Europa e Estados Unidos, não está podendo por conta das restrições. Então praia é uma forma de eles buscarem lazer, e, no Brasil, praia é na Bahia”, conclui o diretor do Creci-BA. Particularmente, Noel esteve à procura de imóveis para passar o réveillon em Guarajuba, e ficou “assustado” com o aumento de preços: “Casa que alugava há um ano, um ano e meio, de alto padrão, por R$ 1 mil a diária, está hoje R$ 3 mil. Até eu que sou do mercado, fiquei assustado”.

Além disso, muitos dos proprietários que colocavam as casas para alugar não o fizeram este ano, para poder usufruir do imóvel. Com menos casas para ofertar, Juarez Rabelo, 43, basicamente dobrou o preço das diárias. Ano passado, encontrava-se a mesma propriedade por esse mesmo valor, porém, para o dobro da estadia, ou seja, 10 dias. Em novembro, uma diária chegou a custar R$ 10 mil, em uma casa na frente do mar de alto padrão e sete suítes. A mais barata, no período do Réveillon, por exemplo, foi R$ 14 mil por cinco dias. O crescimento no valor da estada foi de R$ 15 mil para R$ 18 mil, e de R$ 20 mil para R$ 25 mil.

“Esse ano houve uma diminuição nas casas que estavam para alugar, porque muitos proprietários desistiram de alugar e ficaram nas casas. A diária aumentou e não sobrou casa. Alugou tudo”, relata o corretor, proprietário da Guarajuba Imóveis, e que trabalha com imobiliária há 20 anos. Em todo o Litoral Norte, são 200 casas que ele tem disponível para alugar. Porém, em torno de 55 ficaram impossibilitadas para aluguel porque os donos as ocuparam.

A corretora Priscila Sastre, 41, dona da imobiliária Guarajuba Negócios há 10 anos, foi quem pontuou que seus imóveis tiveram aumento de 70%. Todos os anos, há um reajuste, e, por conta da procura, ele foi mais expressivo neste verão. “Esse ano teve mais por conta da procura, em torno de 70% em relação ao ano passado. Ainda está tendo muita procura, porque as aulas das crianças ainda não começaram. Porém, tivemos alguns cancelamentos”, afirma Priscila, que faz locação de 15 casas em Guarajuba.

Ela ressalta que o consumidor mudou um pouco de gosto: a busca pelos apartamentos, ao invés de casas, cresceu. Isso porque o público também se alterou. Se antes iam mais casais e amigos, hoje são mais famílias que alugam. “A procura maior é por apartamento, à beira mar ou à beira lago, e são famílias que vão com os filhos. A procura por casas deu uma reduzida. Antigamente, as pessoas preferiam mais casas, por irem em casais ou com amigos. Mas agora o apartamento virou um local de lazer para a família, porque o condomínio é quase um resort, com piscina, academia e restaurante”, esclarece a corretora.

As maiores diárias, segundo ela, são entre dezembro e fevereiro. Na alta estação, os preços variam de R$ 800, para um quarto e sala, a R$ 3 mil, em um apartamento de luxo, com cobertura. Já na baixa estação, os valores para os mesmos imóveis ficam entre R$ 450 e R$ 2 mil.

Há quem não sentiu o aumento, como a empresária Sandra Borges, 52. Ela achou o custo-benefício em Guarajuba este ano melhor do que em 2020, quando alugou uma casa em Barra do Jacuípe. “Sempre alugava em Barra do Jacuípe, mas, esse ano, consegui uma casa muito boa em Guarajuba e por um preço que consegui pagar, porque nos anos anteriores eram muito fora do meu orçamento”, conta a empresária. Ano passado, a casa em Jacuípe, com dois quartos e sem piscina custou R$ 5 mil por 10 dias. Já em Guarajuba, este ano, saiu por R$ 12 mil, 15 dias, uma casa com quatro suítes, ar condicionado em todos os quartos e piscina. “Achei bem mais em conta”, avalia.

O segredo foi alugar por mais tempo, pois o valor é diferenciado para quinzenas e para o mês. A escolha por Guarajuba foi por conta das praias. “Gosto das praias e por ser mais perto que a ilha. Aluguei um tempo em Itapatica, mas, como ficou perigosa e abandonada mudei para o Litoral Norte. A diferença esse ano foi que praticamente não fui à praia, ficamos mais na piscina e caminhadas pelo condomínio”, narra Sandra.

Já Iandra optou por Imbassai por conta da segurança e distância. “Sempre alugamos casa em Imbassai pela segurança, porque é condomínio fechado. E, por ser no Litoral Norte, fica perto de Salvador, então mesmo que a gente precise retornar pelo trabalho, a distância é pequena”, explica a assistente social. Este ano, assim como Sandra, o veraneio vai ser mais recluso. “O intuito é aproveitar mais a casa mesmo. Não tem muita badalação por conta da pandemia e só fica na casa pessoas da família, sem convidados”, narra Lira, que ficará com o esposo, a filha, os sobrinhos e a mãe deles. A estadia começou ontem e durará três semanas.

Cuidados com o contrato na hora de alugar casas
Para quem alugar uma casa de temporada, é preciso que as regras de uso do imóvel fiquem claras no contrato, como aconselha a advogada Lizandra Colossi, Colossi Oliveira Advogados Associados, especialista em contratos, direito imobiliário e de família. “O contrato é uma folha em branco, então depende muito do que o locatário quer. É preciso dizer de maneira muita clara que tipo de locação é essa, quantos dias vão ser, qual o objeto, ou seja, o que vamos colocar para locação”, instrui Colossi.

A advogada também explica que o proprietário deve descrever em detalhes os itens da casa, para facilitar que sejam conferidos depois. “É bom colocar um rol de itens da casa, como panela, talher, a miúde, em um anexo, para não ficar bagunçado. Porque no dia em que ele entrega a casa, ele verifica tudo. Infelizmente a gente não pode contar com a idoneidade da pessoa”, alerta Lizandra.

Para as locações durante a pandemia, a advogada especialista em contratos e mediação ainda orienta inserir uma cláusula que permita a rescisão do contrato. “Se o contrato ficou previsto para janeiro, mas na cidade onde a pessoa que alugou não está podendo entrar ou sair, é bom colocar no contrato uma cláusula prevendo que, em função das questões sanitárias da covid-19, o contrato possa ser rescindido sem ônus para as partes”, conclui Lizandra.

Pandemia aumenta procura por casas em locais de praia
Segundo a Airbnb, serviço de reservas de casas e apartamentos online, a pandemia fez aumentar a procura por locais de praia, e também de campo. “Locais com menor fluxo de pessoas, como casas de campo e em cidades menores de praia, ganharam a preferência dos hóspedes, longe de multidões ou alta rotatividade. No Brasil, desde maio, observamos no Airbnb um aumento da procura por casas inteiras no campo e em cidades menores de praia, a até 300 km dos centros urbanos, para ir de carro com a família, sem abrir mão do isolamento”, informa a empresa.

A Airbnb também disse que a higiene e limpeza ganharam relevância na decisão dos viajantes para a estadia. A plataforma reduziu ainda o número de hóspedes máximo permitido para 16, “para evitar aglomerações e contribuir para estadias responsáveis”. Além disso, a empresa dá orientações de boas práticas para quem for alugar, como o uso de máscara e prática do distanciamento social entre anfitriões e hóspedes. O perfil dos locatários são, em maioria, segundo a Airbnb, “famílias em busca de um refúgio fora da cidade grande, mais perto da natureza, e, ao mesmo tempo, com boa infraestrutura (como conexão à internet, etc), para conciliar férias com a família e trabalho em home-office", completa.

Vale do Capão e Praia do Forte são os destinos mais acolhedores da Bahia
Praia do Forte, no Litoral Norte, e Vale do Capão, na Chapada Diamantina, centro da Bahia, foram os destinos mais acolhedores do estado em 2020. As outras cidades baianas que compõem o ranking são Caraíva, distrito da cidade de Porto Seguro, no Centro-Sul baiano, Imbassaí e Morro de São Paulo. Os dados são do prêmio anual Traveller Review Awards, da empresa Booking.com, site de reservas de acomodações, enviados com exclusividade ao CORREIO. A premiação reconhece as propriedades parceiras que oferecem os melhores serviços e foram avaliadas com as melhores notas pelos viajantes.

Com relação ao tipo de acomodação favorito dos viajantes brasileiros, apartamentos lideram o ranking, sendo também a categoria mais premiada globalmente. A lista nacional segue com as pousadas, casas de temporada, hotéis e hospedagem domiciliar. Inclusive, uma pesquisa da Booking.com, realizada em julho de 2020 em 28 mercados e que envolveu mais de 20 mil entrevistados, revelou que 43% dos viajantes brasileiros os quais buscam destinos locais preferem ficar em casas de temporada ou apartamentos, em vez de hotéis. Em 2019, 60% dos respondentes optaram por hotéis. A empresa disse que não pode divulgar números e/ou variações de reservas por pertencer à Booking Holdings, que é listada na bolsa de valores.

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Um surto de Candida auris, superfungo que foi identificado no Brasil em dezembro do ano passado, atingiu o Hospital da Bahia, onde 11 pacientes foram diagnosticados com a infecção por esse microorganismo, que é resistente à maioria dos tratamentos existentes. Ainda não existe relato de doentes contaminados em outros locais do país, segundo informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A confirmação dos casos no Hospital da Bahia foi feita pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que liderou a investigação na unidade de saúde, onde foi identificada a primeira infecção, tornada pública em 7 de dezembro de 2020. Na época, o nome da instituição não tinha sido divulgado, mas o CORREIO apurou que o primeiro caso aconteceu no Hospital da Bahia, em um paciente de 59 anos em tratamento de diálise. A vítima estava internada por covid-19.

Dessa vez, foi a própria Anvisa que confirmou a presença do superfungo no hospital. “Se trata de um surto sim, pois são os primeiros casos identificados de Candida auris no Hospital da Bahia e no país. Para fins de esclarecimento, os casos estão localizados na cidade de Salvador”, diz a Anvisa, em nota.

Durante a investigação no hospital, outros 10 pacientes foram identificados com o superfungo, o que aumentou o número de contaminados para 11. Todos sobreviveram à infecção. Mesmo assim, a presença do C. auris preocupa autoridades de saúde. Afinal, o organismo é resistente a quase todas as medicações existentes e em alguns locais do mundo tem taxa de mortalidade que chega a 60%.

O superfungo é capaz de causar infecção na corrente sanguínea, pode provocar feridas e é especialmente fatal em pacientes com comorbidades. Ele preocupa também porque fica impregnado no ambiente por longos períodos — de semanas a meses — e resiste até aos mais potentes desinfetantes. Pela dificuldade de eliminação e por ser confundido com outras duas espécies, o que demora na identificação, o C. auris tem propensão a gerar surtos.

Visita hospitalar

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), da Secretaria de Saúde de Salvador (SMS) também participou da investigação do surto de Candida auris. Técnicos da entidade visitaram a unidade hospitalar atingida.

“Foram formados três grupos de trabalho. O primeiro, analisando a pesquisa em prontuário. O segundo, avaliando a assistência farmacêutica e informações sobre o produto para saúde (cateter) e o terceiro, avaliando todos os processos da unidade hospitalar relacionados a controle de infecção”, explicou a Sesab, em nota.

Foram realizadas ainda coletas de material para análise laboratorial de todos os contatos do primeiro caso e dos ambientes em que esse paciente circulou pelas alas hospitalares. “A investigação permitiu o isolamento dos pacientes e uma série de recomendações da Anvisa para a desinfecção hospitalar, para impedir a proliferação do fungo. No momento, estamos em acompanhamento e monitoramento, para garantir o cumprimento das recomendações de desinfecção realizadas pelo hospital para evitar a ocorrência de novos casos”, acrescenta a nota da Sesab.

O órgão estadual ainda destacou que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital da Bahia adota as medidas preventivas, dispõe de protocolos e oferece treinamentos de implementação. “Além disso, observou-se que as medidas recomendadas de precaução e isolamento estão sendo aplicadas neste momento. Deve-se manter a vigilância ativa, realizando as culturas de vigilância de forma periódica para análise da contenção do fungo a nível hospitalar”, conclui o texto da Sesab.

O CORREIO entrou em contato com o Hospital da Bahia, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem, às 23h desta terça-feira, 26.

Infectologista diz que chegada do fungo do Brasil era esperada

O médico infectologista Matheus Todt, da S.O.S Vida, diz que o aumento de casos de infecção pelo superfungo Candida auris em menos de dois meses já era algo esperado. “Esse dado evidencia um surto desse fungo dentro de um hospital brasileiro. Não é um surto na cidade de Salvador. Mas era fato que a Candida iria chegar ao Brasil. Agora é preciso ter cuidado para que ele não seja levado a outro hospital, gerando mais surtos”, explicou.

Não se sabe a origem do superfungo, mas ele foi descrito originalmente em 2009, em países do continente asiático, como Coreia do Sul e Japão. Desde então, já houve casos na Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha. Seus principais alvos são os pacientes já debilitados nos hospitais.

“É um problema de hospital e associado a problemas hospitalares complexos, que precisam de procedimentos invasivos. Sua principal forma de transmissão são as mãos contaminadas. Mas eles são fungos oportunistas, que não atacam pessoas saudáveis. Por isso é mais comum em hospitais, com pessoas já doentes. É uma infecção hospitalar”, destaca Todt.

Segundo o médico, não existe registro desse fungo debilitando e matando pessoas em casa. No próprio Hospital da Bahia, nenhuma das 11 pessoas contaminadas morreu, segundo a Sesab, mesmo com a alta taxa de letalidade do fungo. “Isso indica que as pessoas contaminadas estavam mais saudáveis. Os que falecem normalmente já estão em estado grave, com muita comorbidade, e ao pegar esse fungo, que é difícil de tratar, não resiste”, acrescenta o médico.

Ainda segundo o infectologista, o superfungo age alcançando a corrente sanguínea e gerando uma infecção generalizada. “Há queda da pressão, comprometimento respiratório e renal. Isso tudo pensando num paciente já grave, que pode evoluir a óbito. Não causa lesão externa e por isso é também difícil de ser identificado”, diz.

Uma vez identificado, não há um tratamento padrão para esse superfungo. A Anvisa recomenda que o tratamento seja definido pelo corpo clínico e, para essa definição, seja importante conhecer o perfil de sensibilidade e resistência da cepa identificada nas amostras de cada paciente.

A Anvisa classifica o Candida auris como um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Entenda:

*Ele apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas);

*Pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes com comorbidades;

*A identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae;

*Pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quartenário de amônio;

*Tem propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.


Fonte: Correio24horas

 

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