Na Bahia, Bolsonaro aglomera com apoiadores e anda a cavalo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (21) que, se depender de sua atuação e da bancada de deputados federais da Bahia, não permitirá venda de terras e imóveis a estrangeiros. “Esse país é nosso e de cada um de nós”, completou o presidente. O presidente também disse esperar entregar mais títulos rurais e afirmou que, com a entrega das propriedades, “as pessoas se libertam de um jugo que outros governos impuseram”. “Em dois anos do meu governo nós entregamos mais títulos do que 20 anos de governos anteriores”, disse. De acordo com o presidente, “aqui no Brasil, a propriedade privada é sagrada”.
Bolsonaro cumpriu agenda em Coribe, oeste baiano, para inauguração de trecho recapeado de 67 km da rodovia BR-135, que atende o escoamento de grãos do interior dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Acompanharam o presidente os ministros do Turismo, Gilson Machado, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, bem como o deputado federal José Rocha (PL-BA).
Durante a cerimônia, Bolsonaro elogiou a atuação de Freitas – segundo o presidente, “hoje, a figura mais importante” – e a do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Apesar das disputas entre pastas sobre a destinação de recursos para investimento em obras de infraestrutura ou atenção ao teto de gastos, Bolsonaro afirmou que, em seu governo, “todos os ministros se entendem e remam na mesma direção”.
Freitas anunciou também que o governo federal deve entregar 170 km em obras de rodovias recapeadas ou duplicadas na Bahia até o fim de fevereiro. “Vamos entregar mais 25 km de duplicação da BR-101, mais 15 km de duplicação da BR-116. As obras não param. Mais quase 80 km de pavimentação da BR-235, que começa no litoral de Sergipe e termina na Ferrovia Norte-Sul, ou seja, nós estamos integrando o Brasil”.
O presidente foi cercado por apoiadores antes e depois do evento, muitos sem máscara. Depois da cerimônia, ele ainda saiu em cavalgada pela cidade.
Funcionários da Ford fazem novo protesto em Camaçari contra demissão em massa
Os trabalhadores da Ford voltaram a protestar na manhã desta quinta-feira (21) contra a saída da empresa do Brasil e as consequentes demissões em massa de 12 mil funcionários diretos, segundo o sindicato. O ato aconteceu na fábrica da montadora em Camaçari, que permanece fechada desde o anúncio de sua saída do país, em 11 de janeiro. Desde então, apenas duas reuniões entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari foram realizadas.
“A primeira foi para agendar o calendário de reuniões e na segunda eles nos apresentaram uma proposta desrespeitosa e tão vergonhosa que a gente nem levou para assembleia. Não existia possibilidade de aceitarmos. Eles colocaram valores que não vale a pena falar. Coisa de maluco, que acha que vamos aceitar migalhas. Tem outra reunião na próxima segunda-feira e queremos que o Ministério Público esteja junto”, disse Júlio Bonfim, presidente do sindicato.
Durante a manifestação, os cerca de 2 mil trabalhadores presentes penduraram os próprios uniformes em uma cerca que contorna a sede da montadora. Na farda, foram escritas frases de ordem e nomes de familiares que também serão afetados com a perda dos empregos. A ideia do sindicato é ainda lutar para que empresa continue produzindo em Camaçari, respeitando o acordo de estabilidade até 2024 que foi assinado com a categoria.
Ainda nessa semana, Júlio Bonfim e representantes do governo estadual tiveram reuniões com o Ministério Público, que está dimensionando o impacto da saída da montadora do país, e com as embaixadas da Coreia do Sul, Índia e Japão, manifestando interesse que empresas desse país ocupem o lugar da Ford. “Ontem também teve reunião com a embaixada chinesa que eu não pude participar. Nós esperamos que venha uma nova montadora, mas sabemos que isso não é de uma hora para outra”, explicou Júlio.
Caso a montadora permaneça com a ideia de deixar o Brasil, a ideia do sindicato é conseguir um acordo justo de demissão. Para isso, uma reunião por semana deve ser realizada entre empresa e categoria. Enquanto não há definição, a fábrica de Camaçari permanece fechada. “Os salários continuam sendo pagos, pelo menos dentro do complexo. Mas nossa preocupação é com as empresas fora da Ford, que já estão querendo desligar os funcionários. Nossa orientação é que nenhuma demissão seja assinada”, diz.
Fabricante de dióxido de titânio planeja se instalar em Camaçari
A Titânio América (Tiasa) oficializou o projeto de implantação de uma unidade no Polo Industrial de Camaçari. Serão investidos R$ 250 milhões na primeira fase de implantação, que vai gerar 1,1 mil empregos no total. Os dados são do protocolo de intenções do grupo assinado junto a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.
Dois terços do consumo brasileiro de dióxido de titânio são abastecidos por importações dos Estados Unidos e da China. De acordo com Eduardo Tavares de Melo, presidente do Conselho de Administração da Tiasa, já foram investidos R$ 100 milhões no desenvolvimento tecnológico. O início da operação está marcado para o final de 2022.
“O Brasil poderá se tornar menos dependente do produto importado, favorecendo inclusive a balança comercial, além de gerar emprego e atender a indústria local. A tecnologia, desenvolvida por técnicos nacionais, é ambientalmente limpa e sustentável”, disse.
Produtos
Titular da SDE e vice-governador, João Leão lembrou que Bahia já era o único local do país que produzida o pigmento de dióxido de titânio, por meio da Tronox. “Agora teremos uma segunda unidade fabril produzindo uma matéria-prima tão importante para a indústria”. O pigmento é usado em tintas imobiliárias, produção de vidros e plásticos e protetor solar
Na primeira fase, a Tiasa terá uma capacidade produtiva combinada de pigmento de titânio e de óxido de ferro de 38 mil toneladas/ano, com expectativa de atingir 170 mil toneladas/ano quando todas as etapas do projeto estiverem implementadas. Outro subproduto dessa indústria será a hematita sintética,destinada à indústria siderúrgica.
MP apura conduta de prefeito vacinado antes de grupo prioritário em Candiba, na Bahia
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou que vai apurar um caso de um prefeito na Bahia, que fez postagem no perfil da prefeitura, na terça-feira (19), mostrando ele sendo vacinado contra a Covid-19. O problema é que o prefeito não está incluído nos grupos prioritários da vacinação, determinados no plano do governo estadual.
São prioridade neste primeiro lote da vacina: trabalhadores da saúde, pessoas de 60 anos ou mais que vivem em abrigos, pessoas com deficiência institucionalizadas, população indígena vivendo em terras indígenas.
O caso ocorreu na cidade de Candiba, no sudoeste do estado. Reginaldo Martins Prado (PSD) tem 60 anos, e foi um dos primeiros a ser vacinados no município. Após a postagem, ele foi alvo de críticas nas redes sociais.
Em nota, o Ministério Público estadual disse que tomou conhecimento do fato e informou que "tomará as medidas cabíveis para apuração do mesmo, que, a princípio, pode se configurar como crime de prevaricação e ato de improbidade administrativa".
Ao G1, o prefeito contou que tomou a iniciativa para incentivar a vacinação da população, que não compareceu ao posto de saúde, porque estaria com receio de receber o imunizante. Segundo ele, a cidade recebeu 100 doses da CoronaVac.
“Muitos enfermeiros disseram que não iam tomar [a vacina]. Eu fui conversar e perguntei porque não ia tomar, e uns disseram que estavam preocupados. Com isso, eu tomei a vacina em primeiro lugar, para incentivar. Não tomei pensando em mim, mas em incentivar e encorajar as pessoas a tomarem a vacina”, explicou o gestor municipal.
"Várias pessoas no município estão resistindo a tomar a vacina, precisam de uma pessoa para incentivar. Em um município pequeno, de 15 mil habitantes, tem aqueles que precisam incentivar e convencer. Pessoas que não têm conhecimento, que a gente precisa passar essa mensagem. O meu objetivo foi incentivar as pessoas a tomar a vacina. Fiz com boa intenção, tanto que fiz questão de postar nas redes sociais. Eu poderia tomar [a vacina] escondido, mas meu intuito foi divulgar para incentivar as pessoas", acrescentou.
Reginaldo foi vacinado junto com a biomédica Mirele Costa Cruz do Hospital e Maternidade de Candiba, profissional da linha de frente no combate à Covid-19.
O prefeito contou também que divulgará um vídeo ainda nesta quarta-feira, esclarecendo a situação.
Reginaldo foi eleito prefeito de Candiba para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Reginaldo teve 52,12% dos votos. Foram 4.249 votos no total.
STF determina que Anvisa apresente dados sobre análise da vacina Sputnik V
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta quarta-feira (20) que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) forneça informações sobre a análise do pedido de uso emergencial da vacina Sputnik V, feito pelo Governo do Estado da Bahia.
A Bahia fez o requerimento ao STF para que tenha a permissão para importar e distribuir vacinas que já tenham o aval de autoridades sanitárias estrangeiras e a certificação da Organização Panamericana de Saúde (Opas), mesmo sem a liberação da Anvisa.
“Considerada a afirmação do autor [governo da Bahia], feita na petição inicial, de que já foi requerida a autorização temporária para uso emergencial da vacina Sputnik V, informe, preliminarmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no prazo de até 72h, se confirma tal afirmação e, em caso positivo, esclareça qual o estágio em que se encontra a aprovação do referido imunizante, bem assim eventuais pendências a serem cumpridas pelo interessado”, determinou Lewandowski.
A Sputnik V é desenvolvida na Rússia e já foi aprovada para uso emergencial em países como Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai. Em agosto do ano passado, o governo da Bahia assinou um acordo com o Fundo Soberano Russo, que administra o desenvolvimento da vacina, para o fornecimento de 50 milhões de doses.
Prefeito de Salvador prorroga decretos e anuncia reabertura de mais 10 leitos
Com a taxa de ocupação dos leitos variando entre 69% e 71%, o prefeito de Salvador Bruno Reis (DEM) decidiu prorrogar decretos que mantêm suspensas algumas atividades na cidade. Ele também anunciou a reabertura de mais dez leitos no Hospital Santa Clara.
Aulas presenciais seguirão suspensas e cinemas e teatros continuarão fechados até o dia 26 de janeiro. “Estamos prorrogando esses decretos por cinco dias. Antes eram prorrogados por 14 dias, mas decidimos unificar e todos passam a vencer dia 26. Em especial aquele que estabelece a suspensão das aulas”, reforçou o prefeito.
A unificação das datas, segundo ele, é para auxiliar o inquérito epidemiológico que a Prefeitura está fazendo em parceria com a Fiocruz desde novembro do ano passado, levantando dados relacionados à pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19.
Enquanto prorroga decretos, Bruno também anuncia a reabertura de dez novos leitos no Hospital Santa Clara. Ele projeta reativar pelo menos 20 unidades até o fim de janeiro.
“Em tese, a situação está sob controle, Mas ninguém pode dizer que estamos livres de ter algum risco de colapso. Estamos vendo o que está acontecendo no mundo com o número de mortos cada vez mais aumentando em diversos países; o que está ocorrendo em Manaus – ontem [terça, 19 de janeiro] foi a vez do Pará; ouvindo as opiniões de técnicos e cientistas que estão nos ajudando a tomar as decisões”, disse.
Por falta de insumos, Sputnik V vira opção
As dificuldades de encontrar vacinas disponíveis para uso imediato e os entraves impostos pela China e Índia em liberar para o Brasil os insumos usados na fabricação dos imunizantes, levaram o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), a defender o uso da vacina russa Sputnik V, posição também tomada pelo governo do estado. Usada tambén na Argentina, a Sputnik aguarda a liberação de uso emergencial no Brasil por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada no último domingo, em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.
O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.
Daí a necessidade de contar com outros imunizantes, como é o caso da Sputnik V. "A aquisição de vacinas é hoje um problema mundial. Por isso, a prefeitura se associa ao Estado nessa luta e também está disposta a utilizar recursos próprios para a aquisição da Sputnik. Somente com a imunização das pessoas vamos conseguir retomar a normalidade. Graças à pandemia, Salvador, que estaria vivendo agora o seu melhor verão, teve que se reinventar", declarou Bruno Reis, ontem pela manhã, durante a solenidade que marcou o início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus na capital baiana.
A indústria farmacêutica União Química solicitou à Anvisa a autorização do uso emergencial da vacina russa Sputnik V. Mas a agência não atendeu ao pedido. “A Anvisa restituiu os documentos para a empresa. Não chegamos a analisar o pedido de uso emergencial por entender que os critérios essenciais não estavam atendidos”, respondeu a Anvisa ao CORREIO.
No comunicado divulgado no último sábado (16), a Anvisa citou a falta de estudos clínicos da fase três da vacina. Na semana passada, a agência determinou como um dos critérios para pedido e uso emergencial que o laboratório realize a fase três dos estudos no Brasil. Até o momento, o imunizante da Sputnik não iniciou esta etapa do processo em território brasileiro.
No dia 31 de dezembro, a União Química solicitou à Anvisa a autorização para a condução dos ensaios clínicos da fase três no Brasil. O processo foi analisado pela Anvisa, mas foi identificada a falta de documentos. A agência pediu, no dia 4 de janeiro, que o laboratório apresentasse as informações faltantes e complementares e afirmou ao CORREIO que ainda não recebeu os documentos. Em nota divulgada no domingo a empresa afirmou que as informações adicionais “serão fornecidas em breve”.
A União Química afirmou que, se o uso for autorizado, ela terá condições de fornecer 10 milhões de doses ainda no primeiro trimestre de 2021. A empresa tem acordo de exclusividade com o Fundo Russo de Investimento Direto para a produção e distribuição da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya para o Brasil e países da América Latina. Contudo, sem a aprovação do uso emergencial do imunizante, o estoque pode ser exportado do Brasil para países vizinhos como a Argentina e a Bolívia.
Segundo o governo do estado, a Bahia tem um acordo de acesso prioritário a 50 milhões de doses do imunizante russo, mas esbarra na falta de liberação da Anvisa para utilizá-las. Para tentar resolver este impasse, o executivo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski, para garantir a liberação do imunizante.
A ação, ajuizada no último sábado, solicita que seja permitido aos estados comprar e distribuir vacinas contra covid que não tenham registro da Anvisa, mas que tenham autorização de alguma agência reguladora de referência de outro país certificada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Com isso, caso alguma vacina contra covid tenha sido registrada por agência sanitária certificada pela Opas, como é o caso da Sputnik V, utilizada na Rússia e na Argentina, torna-se dispensável o registro da Anvisa, que deverá autorizar a importação e distribuição. "Temos pressa, isso é urgente. A burocracia, as ideologias e o ódio precisam ser colocados de lado para salvar vidas humanas”, declarou o governador Rui Costa.
De acordo com ele, a quantidade de doses da vacina Coronavac recebidas até agora pelos estados é pequena. No caso da Bahia, vai possibilitar a vacinação de apenas cerca de 180 mil pessoas. “Sou contra qualquer tipo de politicagem envolvendo a vacinação, portanto nossa ação no STF para liberação da compra da Sputnik V não tem como objetivo gerar qualquer tipo de ganho político para quem quer que seja. Nosso objetivo é que a compra seja liberada para que mais brasileiros e brasileiras possam ser vacinados”, aponta Rui Costa.
Rui Costa ainda acrescenta: “O governo federal não se mostrou célere como precisava diante da crise gravíssima que vivemos, então não podíamos continuar assistindo tantas mortes pela covid-19 no Brasil de braços cruzados”.
Cenário
O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, resume o cenário atual: “Estamos 100% dependentes da Coronavac, cuja produção integral é na China. A outra vacina aprovada, a de Oxford, não há sinais de que o governo federal vá conseguir adquirir no curto prazo", afirmou o secretário. No Brasil, além da Bahia, o governo do Paraná assinou um memorando de cooperação para ter acesso à Sputnik V.
Enquanto o Brasil espera, já chegou à Argentina, sábado passado, o segundo lote da vacina russa. O desembarque de cerca de 300 mil doses do imunizante aconteceu no Aeroporto Internacional de Buenos Aires. O país foi o terceiro a aprovar o uso da medicação, depois de Rússia e Belarus. Segundo a União Química, a Sputnik V já está registrada na Sérvia, Belarus, Argentina, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela e Paraguai e o registro em mais dois países é aguardado para a próxima semana.
Financiada pelo Fundo para Investimentos Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês), a Sputnik V é a primeira vacina registrada do mundo. Sua eficácia confirmada, segundo o governo russo, é de 91,4% com base na análise de dados do ponto de controle final dos ensaios clínicos. Já a eficácia contra casos graves de coronavírus é de 100%, segundo a farmecêutica. A vacina leva o nome do primeiro satélite espacial soviético.
Outras vacinas
No domingo (17) a Anvisa aprovou o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da Universidade de Oxford. O pedido sobre a CoronaVac foi apresentado em 8 de janeiro pelo Instituto Butantan e é referente a 6 milhões de doses importadas da China. O Butantan também desenvolve a vacina no Brasil. Essas doses foram distribuídas por todo o Brasil nesta segunda-feira (18) e a vacinação já começou em todos os estados do país.
O pedido sobre a vacina de Oxford foi apresentado em 8 de janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e é referente a 2 milhões de doses importadas do laboratório Serum, da Índia, que produz a vacina desenvolvida pela universidade do Reino Unido e pelo laboratório AstraZeneca. A Fiocruz também desenvolve a vacina no Brasil.
Mas a vacina de Oxford, mesmo já tendo a aprovação, não pode já ser aplicada porque não há doses disponíveis em solo brasileiro, elas devem chegar da Índia. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou em entrevista coletiva ontem (18) no Palácio do Planalto que a conclusão da viagem para trazer o carregamento de vacinas importadas deve ter uma resolução ainda nesta semana.
Além disso, o Instituto Butantan pediu nesta segunda-feira (18) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nova autorização para uso emergencial de mais de 4 milhões de doses da CoronaVac. Este segundo lote foi envasado em São Paulo, a partir do princípio ativo enviado da China e já está pronto para utilização. Procurada pelo CORREIO, a Anvisa informou que a análise deve ser concluída até 10 dias após o pedido.
Fundador da Caoa diz ter interesse em fábrica da Ford em Camaçari
O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do Grupo Caoa, admitiu ter interesse na fábrica que era operada pela montadora Ford em Camaçari. Segundo ele, é preciso saber o que a Ford estaria interessada em vender e quais serão os incentivos concedidos pelo poder público para quem se instalar no local: “o governo também precisa dar condições de trabalho”. Apesar das declarações de Carlos Alberto, que trouxeram a expectativa de uma solução rápida para a situação, a assessoria de imprensa da Caoa informou que “não existe conversa entre a Caoa e a Ford com relação a fábrica de Camacari”.
“Sempre tenho interesse em novos negócios, mas é preciso analisar todo o processo porque não queremos desgastar a nossa imagem. E só iremos para frente se eu sentir muita segurança”, afirmou o empresário em entrevista para o Uol Carros. O chefe do grupo falou que tudo pode acontecer, pois considera bastante os incentivos fiscais do regime automotivo do Nordeste, prorrogado até 2025. Questionada, a montadora Ford não se pronunciou até o fechamento desta edição. O governo da Bahia respondeu através da sua assessoria que não tem conhecimento a respeito do assunto.
A história de Carlos Alberto no ramo automotivo começou com a compra de um Ford Landau numa concessionária em Campina Grande (PB). A revenda falou e ele aceitou recebe-la como compensação pelo automóvel. Em pouco tempo, tornou-se o maior revender da marca Ford no Brasil. Ele chegou a discutir sociedade com a Ásia Motors, que foi comprada pela Kia e que chegou a anunciar o projeto de uma fábrica na Bahia no final da década de 90. Em 2017, a Caoa se consorciou com a chinesa Chery para formar uma nova montadora 100% nacional, a Caoa Chery.
Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), as demissões da Ford no país podem significar uma perda potencial de mais de 118.864 mil postos de trabalho no país, somando-se os empregos diretos, indiretos e os induzidos pela operação.
A perda de massa salarial no país é estimada pelo Dieese em R$ 2,5 bilhões ao ano, considerando os empregos diretos e indiretos perdidos, além de uma queda de arrecadação de impostos de R$ 3 bilhões anuais.
Segundo estudo da entidade, a Ford chegou a empregar 21.800 pessoas em 1980. Em 1990, tinha 17.578 trabalhadores. Nove anos depois, 9.153. Atualmente, segundo a entidade, são 6.171 empregados, sendo 4.604 mil na unidade de Camaçari, 830 em Taubaté (SP) e 470 em Horizonte (CE). Destes, 5.000 devem ser demitidos.
Em 2020, a empresa licenciou 139.897 veículos, o que representou 6,8% do total no Brasil. Destes, 84% foram produzidos no país, segundo dados da consultoria Bright. Em 1998, a empresa detinha 7,9% da produção nacional.
Nova montadora
Ontem, o governador Rui Costa esteve à frente de uma comitiva com membros do governo, representantes do setor empresarial e trabalhadores em Brasília, para apresentar a estrutura disponível às Embaixadas da Índia, Coreia do Sul e do Japão. Além do parque automotivo disponível, ele destacou a força de trabalho com expertise no setor e a garantia de que o estado vai contribuir para a implantação de uma nova indústria na Bahia.
Com o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, ele iniciou a corrida por novas negociações, que abarquem tanto o setor automotivo quanto outros setores potenciais. A Índia possui uma indústria automobilística de crescimento exponencial, com destaque para a empresa Tata Motors, dona da Jaguar e Land Rover, e a Mahindra, que já possui atividade no Brasil, em Porto Alegre.
“Queremos convidar as fabricantes indianas para conhecer a área antes ocupada pela Ford para avaliar a possibilidade de instalação num dos maiores parques existentes no Brasil, inclusive com porto exclusivo”, disse o governador a Reddy, que respondeu ter interesse de que companhias indianas estejam no Brasil e na Bahia, além de querer iniciar parcerias no campo tecnológico, área que a Índia tem ampliado investimentos, assim como a Bahia.
A conversa com o embaixador do governo do Japão, Akira Yamada, seguiu o mesmo viés. A indústria automotiva do país é composta por grandes empresas, a exemplo da Nissan, Toyota e Honda.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Alban, destacou a possibilidade de parcerias para desenvolvimento tecnológicos, além dos incentivos fiscais, como atrativos. Ele citou a capacidade de formação de mão de obra, o centro de tecnologia instalado no estado, que está entre os maiores do Brasil. “Queremos propiciar junto à manufatura a tecnologia embarcada”, pontuou Alban.
O embaixador da Coreia do Sul, Kim Chan-Woo, disse ter ficado impressionado com a estrutura do Senai Cimatec. O representante sul coreano assegurou difundir as informações com o setor industrial de seu país. Ele citou o exemplo da Hyndai no Brasil e a necessidade de uma menor burocratização para mais negócios com este país.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim destacou a formação dos profissionais baianos que buscam novas oportunidades após os desligamentos da Ford. “As visitas às embaixadas permitiram passar um pouco da qualificação técnica dos profissionais, formados pelo Senai e escola técnica, e ainda apresentamos a amplitude do complexo deixado pela Ford, o maior da América do Sul”.
Convocação de trabalhadores
Na última segunda, a Ford iniciou uma convocação oficial para que empregados das fábricas retornem ao trabalho para produzir peças de reposição, segundo os sindicatos que representam os metalúrgicos das unidades, segundo informação publicada pelo jornal O Globo. Mas os funcionários resistem. As entidades são contra a volta dos funcionários até que a multinacional negocie indenizações e um plano de saída do país.
“A Ford está mandando comunicados, mas a adesão está zero, está tudo parado, ninguém está indo (dar expediente). A fábrica precisou alugar um galpão porque na região de Simões Filho porque não tinha gente para descarregar mercadorias de 90 caminhoneiros aqui em Camaçari”, afirma Julio Bonfim.
Segundo ele, a multinacional não negociou ainda como será o processo de demissão nem sentou formalmente com os sindicatos para discutir as rescisões e indenizações. “Ninguém voltou porque o que a Ford fez foi um tapa na cara, não negociou nada com a gente e pede para a gente retornar ao trabalho? Não dá”, afirma.
Procurada pela reportagem, a Ford não se manifestou sobre a convocação aos trabalhadores e sobre eventual negociação com sindicatos.
Em Brasília, governador busca atrair nova indústria automobilística para a Bahia
O governador da Bahia, Rui Costa, está cumprindo agenda em Brasília visando os impactos causados pelo fechamento da montadora Ford no estado. Nesta terça-feira (19), ele esteve nas embaixadas da Índia, Coreia do Sul e do Japão para destacar a presença do parque automobilístico disponível, a força de trabalho com expertise no setor e a garantia de o Estado contribuir para que uma nova indústria se instale na Bahia.
Com o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, ele iniciou a corrida por novas negociações, que abarquem tanto o setor automotivo quanto outros setores potenciais. A Índia possui uma indústria automobilística de crescimento exponencial, com destaque para a empresa Tata Motors, hoje dona da Jaguar e Land Rover, e para a Mahindra, que já possui atividade no Brasil, em Porto Alegre. Rui abriu o encontro com um convite direto.
“Queremos convidar as fabricantes indianas para conhecer a área antes ocupada pela Ford para avaliar a possibilidade de instalação num dos maiores parques existentes no Brasil, inclusive com porto exclusivo”, disse o governador a Reddy, que respondeu ter interesse de que companhias indianas estejam no Brasil e na Bahia, além de querer iniciar parcerias no campo tecnológico, área que a Índia tem ampliado investimentos, assim como a Bahia.
A conversa com o embaixador do governo do Japão, Akira Yamada, seguiu o mesmo viés. A indústria automotiva do país é composta por grandes empresas, a exemplo da Nissan, Toyota e Honda.
Um dos integrantes da comitiva de Rui Costa, o presidente da Fieb, Antônio Alban, destacou o algo a mais que a Bahia pode propiciar para além de incentivo fiscal. A capacidade de formação de mão de obra, o centro de tecnologia, que está entre os maiores do Brasil. “Queremos propiciar junto à manufatura a tecnologia embarcada”, pontuou Alban.
A relação comercial também esteve sob a mesa de negociação com o embaixador da Coreia do Sul, Kim Chan-Woo, que ficou impressionado com a estrutura do Senai/Cimatec. O representante sul coreano assegurou difundir as informações com o setor industrial de seu país. Ele citou o exemplo da Hyndai no Brasil e a necessidade de uma menor burocratização para mais negócios com este país.
Ao lado do governador, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, destacou a formação dos profissionais baianos que buscam oportunidade, frente aos desligamentos da Ford.
“As visitas às embaixadas permitiram passar um pouco da qualificação técnica dos profissionais, formados pelo Senai e escola técnica, e ainda apresentamos a amplitude do complexo deixado pela Ford, o maior da América do Sul”, disse.
Estiveram presentes em todas as agendas, acompanhando o governador Rui Costa, o vice-governador, João Leão; o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães; o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Alban; o diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec, Leone Peter Andrade; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim; e o superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Paulo Guimarães.
Bahia registra 30 mortes e 4.004 novos casos de covid-19
A Bahia registrou 30 mortes e 4.004 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta terça-feira (19).
No mesmo período, 4.534 pacientes foram considerados curados da doença (+0,9%). Dos 544.324 casos confirmados desde o início da pandemia, 524.194 já são considerados recuperados e 10.433 encontram-se ativos.
Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,31%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (10.756,27), Muniz Ferreira (8.879,01), Itororó (8.796,98), Conceição do Coité (8.641,09) e Itabuna (8.503,30). Na Bahia, 38.723 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 30 óbitos que ocorreram em diversas datas. O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.697, representando uma letalidade de 1,78%.