Na campanha eleitoral, cidades reduzem em até 90% testes de covid feitos
A pandemia não acabou na Bahia, mas cidades já têm reduzido a quantidade de testes de covid-19 realizados em seus habitantes. Entre 1º e 16 de outubro, período que engloba as três primeiras semanas de campanha eleitoral, teve cidade que diminuiu em 90% a quantidade de testes RT-PCR realizados em comparação aos feitos nos dias 14 e 30 de setembro. Em pelo menos oito municípios, a queda foi superior a 50%.
Esse é o caso de Itaparica, cidade de 22 mil habitantes da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Lá, os três candidatos a prefeito promoveram aglomerações nesse final de semana, inclusive compartilhando fotos e vídeos nas suas próprias redes sociais. Pessoas sem máscara, sem distanciamento e consumindo bebidas alcoólicas são vistas nos atos políticos da atual prefeita Professora Marlylda (PSB), que tenta a reeleição, e dos seus opositores Raimundo da Hora (PSD) e Zezinho (PTB).
O auxiliar administrativo Jounes Santos, 25 anos, morador de Itaparica, até está preocupado com essa realidade, mas admite que participou de um desses eventos. “Vou sempre de máscara, buscando o distanciamento e evitando contatos corporais. Quando preciso tirar a máscara para ingerir algum líquido, me afasto das pessoas”, disse.
Mesmo com tanta aglomeração, a cidade reduziu em 76% o número de testes feitos no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), segundo os números obtidos com exclusividade pelo CORREIO com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Na segunda quinzena de setembro, 104 testes foram feitos em Itaparica, número que caiu para 25 na primeira quinzena de outubro, período da campanha eleitoral.
Em entrevista ao CORREIO, o secretário estadual Fábio Vilas-Boas já tinha dito que algumas cidades estão se recusando a aplicar testes, com receio do efeito eleitoral negativo que isso poderia causar. “As cidades não estão manifestando interesse. Por isso, a gente reduziu o volume de testes realizados no Lacen”, citou o titular da Sesab. Essa redução foi de 40%: antes eram feitos 5 mil testes por dia, que é a capacidade máxima. Hoje o número está por volta de 3 mil testes por dia.
A Secretaria de Saúde de Itaparica foi procurada, mas não se posicionou sobre o assunto até o fechamento da reportagem. Desde o início da pandemia, a cidade tem 381 casos de covid-19 confirmados. A Sesab ponderou que não tem como fazer uma conexão direta da redução de testagem com as motivações políticas, já que os números não apresentam a razão dessa redução. “Podem ser diversos fatores, como a própria redução de casos suspeitos", explicaram.
Campeã
Essa é, inclusive, a justificativa apresentada por Kayse Teixeira, secretária de Saúde de Lagoa Real, cidade baiana campeã na redução de testes (90%). “A quantidade de testes não está sendo alta, pois a demanda de casos suspeitos é pequena. Em setembro, tivemos um caso positivo de covid-19 e fizemos muitos testes para identificar a situação dos contactantes”, disse. Nessa cidade, a queda no número de testes realizados foi de 41 para apenas 4, nos 16 primeiros dias de outubro.
Lagoa Real possui cerca de 16 mil habitantes e está localizada no centro-sul baiano. Nas eleições de 2020, Bida (DEM) e Pedro Cardoso (MDB) são os dois candidatos que disputam a cadeira de prefeito. Eles não têm publicado imagens de aglomerações em suas redes sociais, mas moradores confirmam que existem esses eventos, em quantidade menor. “Teve adesivação e reuniões mais para o lado da roça. Aqui na rua o movimento está tranquilo. Se fosse sem pandemia, seria bem diferente”, relata a comerciante Carina Pereira.
A secretária Kayse Teixeira confirmou a realização dessas ações e descreveu a dificuldade em lidar com esse problema. “A gente não consegue conter a população. Como é um período bem aflorado, eles não conseguem ficar em casa. Enquanto gestão, nós queremos tomar medidas mais drásticas em relação a isso. A gente pensa em publicar um novo edital e fazer uma reunião com o comitê para pensar em estratégias de barrar esses eventos”, disse.
Até o último boletim divulgado pelo município, Lagoa Real tinha cinco casos de covid-19, dois destes ainda ativos, e nenhum óbito.
Outras cidades
A terceira cidade que mais reduziu a quantidade de testes feitos foi Andaraí, de 13 mil habitantes, localizada na Chapada Diamantina. Lá a queda foi de 75% (63 exames realizados entre 14 e 30 de setembro para 16 entre 1º e 16 de outubro). No entanto, Elisangela Pacheco, coordenadora da vigilância epidemiológica do município, sustenta que os números reais são diferentes do divulgado pela Sesab.
“Só entre 20 e 30 de setembro foram 133 testes RT-PCR feitos em um inquérito epidemiológico aberto. Já em outubro foram apenas 14, até agora. Essa redução aconteceu, pois diminuiu a quantidade de pessoas com síndrome gripal na cidade. Esses dados estão no Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial, onde é cadastrado as amostras enviadas ao estado. Não são coisas que saíram da nossa própria cabeça”, disse Pacheco.
Em Andaraí, o prefeito Wilson Cardoso, que tenta a reeleição, também tem publicado em suas redes sociais imagens de eventos realizados com aglomeração, mas Elisangela diz que o combate à covid-19 continua forte na cidade. “A gente segue o protocolo. Se aparecer caso suspeito, tem que isolar. Alguns até queixam disso, acham que estamos procurando doença por causa da política”, disse.
Das outras cidades que aparecem na lista das que mais reduziram a quantidade de testes realizados, Ângela Maria de Amorim, coordenadora da vigilância epidemiológica de Ibitiara, disse que em outubro houve menos contactantes a ser testados do que no mês passado.
“Em setembro, um profissional de saúde se contaminou e precisamos rastrear todos os seus contatos. Agora em outubro, outra pessoa testou positivo, mas os contactantes foram menos. A gente não está tendo muitos casos de sintomáticos gripais, isso reduziu bastante”, completou.
Até o último boletim epidemiológico divulgado, Ibitiara tinha 11 casos confirmados da doença. Desses, apenas um ainda é ativo e um outro evoluiu para óbito. O CORREIO não conseguiu retorno ou contato com as cidades de Muquém de São Francisco, Santa Rita de Cássia, João Dourado, Presidente Dutra, Itaguaçu da Bahia e Barra do Choça.
“Testar, testar e testar”
Para Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida, uma das diretrizes para enfrentar a pandemia era e continua sendo “testar, testar e testar”. “Desde o início da pandemia a Organização Munidal da Saúde diz sobre a importância da testagem para conhecer os que estão infectados e isolá-los. No Brasil, nós nunca chegamos a testar muito e isso impactou na forma como lidamos com a pandemia. Até hoje a gente não sabe a dimensão do problema que enfrentamos, a não ser os casos de municípios onde houve testagem em massa”, disse.
O médico também se mostrou assustado com o fato de que o Lacen está testando menos do que a sua capacidade devido à baixa demanda dos municípios. Para ele, esse é o momento das cidades aproveitarem a oferta para darem prioridade ao RT-PCR, feito pelo Lacen, em detrimento do teste rápido, que é menos confiável.
“O teste rápido não orienta sobre o isolamento, pois quando ele positiva, já tem 10 dias de contaminação, ou seja, a pessoa já pode ter contaminado outras. Alguns sequer positivam nesse teste. Para controle populacional, é um tipo de teste ruim. Com certeza, as cidades precisam aproveitar. 5 mil por dia é um volume ainda pequeno, mas fazer menos que isso é pior ainda”, disse.
No combate à pandemia e na possibilidade de surgir uma segunda onda de contaminados no país, a forma de lidarmos melhor com isso é através da testagem. “Se eu testo o máximo que puder, consigo identificar os casos e isolá-los, evito que o vírus se espalhe. A alternativa de não testar é isolar todo mundo, o que não aconteceu no país. Ou testa, testa e testa, como a OMS diz, ou faz um isolamento severo. No Brasil, nós não fizemos nem um, nem outro”, explicou Todt.
Quantos as aglomerações políticas que se multiplicaram no interior baiano, Matheus deu um puxão de orelha nos governantes e nos participantes. “Como é que eu coloco um monte de gente que não convive diariamente para caminhar junto, sem máscara? Isso é o pior que poderia acontecer. Até os EUA, que está lidando mal com a pandemia, tem feito campanhas mais comedidas. Não tem como a gente pensar numa situação pior do que isso para a covid-19 se espalhar”, concluiu.
Salvador bate recorde e tem maior árvore de Natal de garrafas pet do país
Foram 22 mil garrafas pet, 21 metros de altura e um recorde batido. A árvore de natal que, em 2019 enfeitou a Praça Municipal no Centro Histórico, superou recordes nacionais e é, agora, a maior árvore de Natal feita com o material reciclado no país. O troféu que simboliza a marca, registrada pelo RankBrasil, foi entregue nesta segunda-feira (19) ao prefeito ACM Neto e ao então presidente da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Marcos Passos, responsável pelo projeto.
Desde a sua concepção até a montagem e instalação, foram necessários quatro meses, com a participação de cerca de 30 pessoas. Profissionais da Limpurb realizaram os trabalhos de produção da obra, que teve assinatura do artista plástico Gilson Cardoso. “Foi muito trabalho e esforço. Nunca tinha feito uma árvore deste tamanho. Fico feliz com essa conquista, saber que a gente conseguiu passar a mensagem, que as pessoas vejam que é possível reutilizar aquilo que se joga fora”, lembra o artista que se diz honrado com o prêmio. Nos anos anteriores, o recorde pertencia à cidade de Barra Velha, em Santa Catarina, que havia feito árvores do material com 15,2 e 16,4 metros de altura, respectivamente, em 2017 e 2018.
Para o atual secretário municipal de ordem pública - que comandava a Limpurb em 2019 - Marcos Passos, o reconhecimento é um marco. “É um marco para a prefeitura que desde o início dessa gestão vem desempenhando ações de conscientização da população quanto a preservação do meio ambiente e a educação ambiental. Fazer essa árvore foi justamente para reafirmar o nosso compromisso com a educação ambiental. Uma forma de conscientizar a população de que esses materiais servem sim para fazer arte, como foi a árvore, ao invés de estar indo para aterros sanitários”, acredita.
Para o Natal desse ano, ainda está sendo analisada a possibilidade de, talvez, repetir o feito e fazer uma árvore ainda maior. “Ano passado fizemos, além de uma campanha interna para arrecadar as garrafas, parcerias com dois grandes eventos que aconteceram na cidade e que foi possível entrar no final para recolher. Esse ano, estamos planejando fazer uma árvore em um conceito parecido, estamos tentando inclusive aumentar, mas a própria pandemia acabou impedindo esse grandes eventos, o consumo desses materiais diminuiu um pouco, então estamos com dificuldade no recolhimento do material e por isso ainda não batemos martelo para a árvore”, explica Passos.
Além de garrafas pet, a árvore gigante foi construída com arame, lacre, tela de proteção e tinta esmalte sintético vermelho, dourado e verde para colorir os enfeites. Após a desmontagem, todas as garrafas foram doadas para cooperativas de reciclagem.
Outros adereços
Mesmo sem a certeza sobre a árvore gigante, a ornamentação com materiais reciclados já está sendo pensada para o Natal deste ano, Entre as novidades, uma decoração será montada na Praça Ana Lúcia Magalhães, no bairro da Pituba, com vários outros adereços além da já simbólica árvore (essa em tamanho menor).
“Na praça teremos ornamentação com renas, trenó, árvore, anjos, tudo a partir de materiais recicláveis e de aproveitamento. Vai ser mais uma oportunidade de mostrar diversas maneiras de fazer um trabalho de reaproveitamento e passar a mesma mensagem”, conta o Gilson, novamente a frente do projeto.
Para a decoração da Ana Lúcia, além de garrafas pet, serão utilizados materiais como restos de isopor, de madeira, papel e tonéis. “Unir a arte ao meio ambiente é o meu grande sonho que tá sendo realizado de novo, mostrar as pessoas que é possível fazer muito com material reciclado, reaproveitado”, completa o artista.
Linha do tempo do recorde
2017 - Barra Velha/SC - 15,2m - 19 mil garrafas
2018 - Barra Velha/SC - 16,4m - 30 mil garrafas
2019 - Salvador/BA - 21m - 22 mil garrafas
Mais de 19 mil serão testados para covid-19 em escolas na região da Liberdade
Mais de 19 mil alunos, professores e funcionários de 18 escolas estaduais de Salvador vão passar por testes para detecção de covid-19 de 21 a 28 de outubro. A testagem acontecerá das 8h às 17h, nas escolas-polo, seguindo cronograma da Secretaria da Educação do Estado (SEC). As comunidades escolares testadas agora são de colégios que ficam nos bairros da Liberdade, Caixa D´Água, Queimadinho, IAPI, Pero Vaz, Pau Miúdo, Cidade Nova, Curuzu, Soledade, Barbalho e Nazaré.
Os testes serão do tipo RT-PCR e já foram aplicados nas comunidades escolares de 28 escolas do Subúrbio Ferroviário de Salvador e de 21 escolas em Cajazeiras e região. No interior, foram aplicados testes rápidos em estudantes, professores e funcionários da rede estadual nas cidades de Itajuípe, Itabuna, Ilhéus, Ipiaú, Uruçuca e Jequié.
Para o secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, os testes são essenciais para o combate à covid-19 e, claro, para os planos da retomada de aulas. “Começamos esta testagem pelo interior do Estado, nas cidades com alto índice de contaminação, para saber como estava o comportamento da doença junto à nossa comunidade escolar. Este levantamento nos auxilia na tomada de decisão sobre um possível retorno às atividades letivas, mesmo que ainda não tenhamos uma data definida", diz.
As escolas já começaram a ser preparadas para receber os alunos, professores e funcionários com segurança, com protocolos de higienização. Os locais terão álcool em gel e pias com sabão. Também haverá uso de EPI nos trabalhdores e quem for se testar deve estar de máscara.
Os testes são avaliados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). A ação conta com o apoio dos funcionários da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), dos preceptores dos cursos de Educação Profissional da rede estadual e de residentes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), além dos gestores escolares.
*Cronograma*
- Na Liberdade, o Colégio Estadual Duque de Caxias, escola-polo do bairro, recebe a sua própria comunidade escolar no dia 21 de outubro;
- Ainda no dia 21, na Caixa D´Água, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Escola Parque, escola-polo do bairro, atende a comunidade escolar do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde - Anísio Teixeira;
- No dia 22 de outubro, o Colégio Estadual Duque de Caxias, escola-polo do bairro da Liberdade, recebe as comunidades escolares dos colégios estaduais Tereza Conceição Menezes e Pierre Verger;
- Também no dia 22, as testagens acontecem no Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Escola Parque, escola-polo do bairro da Caixa D’ Água, atendendo às comunidades escolares da Escola Estadual Classe VI - Anísio Teixeira e do Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Classe IV;
- Já no dia 23 de outubro, na Liberdade, o Colégio Estadual Duque de Caxias, escola-polo do bairro, recebe a comunidade escolar do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão, Negócios e Turismo - Luiz Navarro de Britto;
- Na Caixa D’Água, no dia 23, escola-polo do bairro, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Escola Parque, atende o público do Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Classe I e do Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Classe II;
- No dia 26, no Barbalho, o Centro de Educação Profissional em Apoio Educacional e Tecnologia da Informação - Isaías Alves (ICEIA), escola-polo do bairro, atende sua própria comunidade escolar e a do Centro Estadual de Educação Profissional em Música;
- Na mesma data, 26 de outubro, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Escola Parque, escola-polo do bairro Caixa D’ Água, realiza as testagens das comunidades escolares do Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Classe III, da Escola Estadual Classe VII – Candolina e dos colégios estaduais Marquês de Maricá e Princesa Izabel;
- Já no dia 27, os testes acontecem no Centro de Educação Profissional em Apoio Educacional e Tecnologia da Informação - Isaías Alves (ICEIA), escola-polo do bairro Barbalho, que atende a comunidade escolar da Escola Estadual Presidente Getúlio Vargas;
- Ainda no dia 27 de outubro, o Colégio Estadual Helena Celestino Magalhães, escola-polo do bairro IAPI, atende a própria comunidade escolar;
- No dia 28, em Nazaré, o Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão - Severino Vieira, escola-polo do bairro, atende a própria comunidade escolar e a da Escola Estadual Severino Vieira.
Homem flagrado em vídeo agredindo mulher está foragido da Justiça
O homem que foi flagrado em um vídeo gravado pela população, agredindo uma mulher com diversos socos no rosto, em Ilhéus, no sul da Bahia, é considerado foragido da Justiça. Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Ilhéus, Carlos responde 11 casos de agressão contra ex-namoradas e mulheres da própria família.
Nesta quinta-feira (15), Carlos Samuel se apresentou com o advogado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Ilhéus, mas foi liberado após quatro horas de depoimento. No entanto, a polícia e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu a prisão preventiva dele.
Além da prisão, a Justiça concedeu medida protetiva para a vítima que aparece no vídeo sendo agredida por Carlos. Três equipes da Polícia Civil estão fazendo a proteção dela desde às 20h, desta quinta-feira (15). A vítima também já foi ouvida, na delegacia da cidade onde mora, em Uruçuca, a cerca de 42 km de Ilhéus.
Tribunal de Contas vai fazer auditoria especial no sistema ferry-boat
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) vai fazer ainda este ano uma auditoria especial no sistema ferry boat, que faz a travessia Salvador-Itaparica, e também na lanchinha que faz a travessia Salvador-Mar Grande. O objetivo é avaliar a qualidade do serviço, após uma série denúncia dos usuários de ambos os sistemas.O ferry-boat é administrado pela Internacional Marítima. Já a lanchinha é administrada pela Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab).
O conselheiro vice-presidente do TCE, Marcus Presídio, pediu a autoria, que foi determinada pelo presidente, conselheiro Gildásio Penedo Filho, durante sessão plenária da terça-feira (13). Presídio afirmou estar preocupado com o serviço ofertado e citou vários problemas relatados por passageiros, como filas grandes, poucos guichês de venda, falta de passagens com horas marcadas e presença ostensiva de cambistas.
O conselheiro-corregedor Inaldo Araújo afirmou que é importante que o TCE esteja atento aos problemas do dia a dia da sociedade. Ele citou que também deveria haver acompanhamento auditorial para concessões de transporte rodoviário, rodovias e transportes marítimos para travessias a partir de Mar Grande e Morro de São Paulo.
Por conta da urgência da questão, a Superintendência Técnica do TCE decidiu iniciar a auditoria no sistema especial ainda este ano para o ferry e a lanchinha - não foi especificada uma data mais precisa. Os demais sistemas serão gradualmente inseridos na programação, de acordo com a viabilidade.
Covid-19: Bahia ultrapassa 331 mil casos e tem 7.243 mortes
A Bahia registrou nesta quinta-feira (15) 29 mortes, 1.575 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5%) e 1.434 curados (+0,5%). Dos 331.362 casos confirmados desde o início da pandemia, 317.297 já são considerados curados e 6.822 encontram-se ativos. O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 7.243, representando uma letalidade de 2,19%. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (27,01%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (7.438,61), Almadina (6.551,98), Itabuna (6.307,01), Madre de Deus (6.239,04), Apuarema (5.716,23).
O boletim epidemiológico desta quinta contabiliza ainda 671.204 casos descartados e 76.967 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta quinta-feira (15).
Na Bahia, 27.489 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.
Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 29 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 7.243, representando uma letalidade de 2,19%. Dentre os óbitos, 55,93% ocorreram no sexo masculino e 44,07% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,16% corresponderam a parda, seguidos por branca com 17,47%, preta com 15,13%, amarela com 0,79%, indígena com 0,11% e não há informação em 12,39% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 72,12%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (75,27%).
Taxa de ocupação de leitos
Dos 2.051 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivos para atender pacientes com o novo coronavírus na Bahia, 908 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 44%. Dos 877 leitos de UTI (adulto) disponíveis no estado, 433 estão ocupados, o que representa uma taxa de 49%.
Em Salvador, de acordo com a Sesab, dos 889 leitos ativos, 422 estão ocupados, o que significa que a taxa de ocupação é de 47%. Já os leitos de UTI adulto, estão com 37% de ocupação. Já o de UTI pediátrica, 67% de ocupação. A capital baiana tem taxa de ocupação de 53% (adulto) e 78% (pediátrico) de leitos de enfermaria.
Liberadas para atenção básica, 10 mil canetas de insulina não chegaram à Bahia
Mais de 10 mil canetas de insulina asparte – com ação em até 15 minutos – que deveriam ter sido enviadas pelo Ministério da Saúde (MS) para pacientes com diabetes na Bahia ainda não chegaram ao estado. Em nota, o ministério informou, no dia 30 de setembro, que 10.215 canetas tinham sido enviadas para atendimento de 1.369 pacientes na Bahia. Nenhum deles, no entanto, teve acesso ao equipamento que substitui as seringas para aplicação diária de insulina para pacientes com diabetes tipo 1.
As canetas seriam destinadas a pacientes que já recebem o medicamento, inscritos no Programa de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). No entanto, até esta quarta-feira (14), a Sesab não havia recebido nenhuma das canetas.
“O Ministério da Saúde ficou realmente de enviar um quantitativo da insulina, mas até o momento a Secretaria da Saúde não recebeu o medicamento. Estamos aguardando o envio”, informou a Sesab. A pasta acrescentou que o MS não informou o motivo de não ter enviado as doses, que seriam destinadas a atendimento em julho, agosto e setembro.
A Bahia já recebe e distribui insulina de ação rápida – ela foi incorporada ao SUS em 2017 –, através do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade de referência na área. Esta remessa, no entanto, decorre do empenho de associações que representam pacientes com diabetes em todo o Brasil, que pediram a liberação das canetas também para pacientes atendidos na atenção básica – e não necessariamente por um endocrinologista.
A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) informou que também não recebeu ainda as doses, nem está autorizada a ‘liberá-las’ para pacientes. Isso porque, primeiro, elas chegam para o estado, que é quem faz a distribuição.
Burocracia
Entidades como a Associação Diabetes Juvenil (ADJ) vinham pedindo ao Ministério da Saúde que desburocratizasse a liberação das canetas de insulina para a atenção básica. Isso porque os lotes já comprados pelo governo federal em 2018 vão vencer entre dezembro deste ano e junho de 2021, provavelmente sem que fossem totalmente distribuídos.
A ADJ estima que entre 900 mil e 1,4 milhão de doses seriam jogadas fora, já que não chegariam a tempo às mãos dos pacientes, que enfrentam um longo caminho até ter acesso a elas. A burocracia é tanta que, segundo a ADJ, apenas cerca de 47 mil pacientes no país conseguem ter acesso a elas. Estima-se que, no Brasil, 16,5 milhões de pessoas convivam com a diabetes.
O Ministério da Saúde foi procurado para dizer o que faria com as doses que estão para vencer, mas limitou-se a responder que enviou as 10 mil canetas à Bahia e explicar como funciona a distribuição das doses. Segundo a pasta, ela vem ocorrendo, desde 2018, “em atendimento às necessidades informadas pelos estados e pelo Distrito Federal para pacientes cadastrados”.
Ou seja, as secretarias estaduais enviam uma lista trimestral e o ministério encaminha as doses até o dia 30 do mês que antecede o trimestre. Em nota técnica do dia 23 de setembro, o ministério informou que a demanda tem sido inferior ao esperado.
Componente especializado
O problema é que não é fácil conseguir a caneta de insulina. A demanda é inferior ao número de doses compradas no lote de 2018 porque, segundo informações da ADJ, são poucos os pacientes que conseguem uma consulta com o endocrinologista e saem de lá com um longo formulário preenchido pelo médico. É este papel que lhes assegura a indicação para receber o medicamento.
“Essa insulina está no componente especializado e, para recebê-la, a pessoa precisa passar pelo endocrinologista. Esses profissionais estão concentrados nos grandes centros. Alguns estados deixam o clínico prescrever, mas são poucos. Então, a gente tem muita dificuldade de a pessoa receber essa insulina”, explicou Vanessa Pirolo, coordenadora de Advocacy da ADJ, que esteve em uma reunião com o MS no final de setembro.
Ou seja, sem acesso ao especialista, o paciente que quer usar a caneta no lugar da seringa precisa comprá-la numa farmácia, com custo médio de R$ 35 a R$ 37. E não basta uma: como a vida útil da caneta depende de fatores como o peso do paciente, é possível que ele precise de mais de uma num curto espaço de tempo. As canetas compradas pelo ministério custaram ao governo federal, em média, R$ 12 a unidade – três vezes menos do que o valor da farmácia.
“O médico tem que preencher folhas e folhas dizendo que você precisa. Eu não recebo nenhuma insulina da minha prefeitura, eu preciso comprar na farmácia por um preço bem maior. Você submete o paciente a um processo desgastante, difícil, burocrático, para depois ainda negar. É tanta burocracia, é tão difícil, que você acaba desistindo”, desabafa a dentista Thaís Paradella, 36 anos.
Ela mora em São José do Rio Preto, em São Paulo, umas das cidades com mais queixas de pacientes sobre as dificuldades em conseguir as doses. Na Bahia, segundo a endocrinologista Odelisa Matos, do Cedeba, normalmente não há problemas com falta do medicamento.
“O estado da Bahia foi pioneiro nessa insulina análoga de ação rápida, que já é distribuída pelo governo federal. O paciente segue um protocolo. Se ele estiver dentro do critério, ele vai receber a insulina. Não temos problema, a não ser quando tem desabastecimento da própria rede. Durante a pandemia, vários medicamentos sofreram com isso”, explicou a endocrinologista que trabalha na unidade de referência.
No ano passado, 823,5 mil atendimentos foram feitos na Bahia com indicação para diagnóstico de diabetes, segundo números do DataSUS. Este número não corresponde ao total de diagnósticos, já que um mesmo paciente provavelmente passou por mais de um atendimento. Em Salvador, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 39.673 pacientes com diabetes são acompanhados nas unidades de saúde do município.
Nota técnica
A desburocratização no envio das doses de insulina análoga de ação rápida, incorporada ao SUS em 2017 para tratamento de pacientes com diabetes tipo 1, foi aprovada em uma reunião com representantes de secretarias e de pacientes no dia 23 de setembro deste ano.
A nota técnica do MS sobre a liberação não cita que há doses próximas do vencimento, mas informa que o ministério decidiu, por conta da pandemia e num prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90, liberar as doses para pacientes que se enquadrassem nos critérios para recebê-las, mesmo que não tivessem o laudo de solicitação preenchido por um endocrinologista.
“Durante o período de transição de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias, única e exclusivamente para solicitação da insulina análoga de ação rápida, fica dispensada a exigência do Laudo para Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (LME), e dos exames e documentos exigidos no PCDT [Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas] de DM1 [Diabetes Mellitus 1]”, diz nota técnica.
Ela foi assinada por coordenadores da área de Assistência Farmacêutica do MS e pelos presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, e Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire Bezerra. O Conass e o Conasems foram procurados, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.
Homem que agrediu mulher com socos em Ilhéus se apresenta à polícia
O homem filmado agredindo uma mulher com vários socos no rosto, em Ilhéus, no Sul da Bahia, se apresentou na tarde desta quinta-feira (15) à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do município. Junto com um advogado, o acusado Carlos Samuel Freitas Costa Filho compareceu e começou a ser ouvido por volta das 15h.
Ainda nesta quinta, o Ministério Público Estadual (MP-BA) pediu a prisão do agressor. A notícia do fato foi encaminhada ao órgão na manhã desta quinta e, de imediato, foi solicitada à polícia a documentação para adoção das medidas cabíveis. O pedido de prisão foi fundamentado "na necessidade de resguardar a ordem pública, considerando-se a gravidade da conduta concreta (exacerbada violência empregada) e a condição reincidente do autor do fato".
Mais cedo, Carlos Samuel divulgou uma nota dizendo que o vídeo em que ele aparece dando ao menos nove socos no rosto de uma mulher foi gravado há quatro meses.
No comunicado, o homem diz que é "um jovem trabalhador" e que não tem "envolvimento com algum tipo de prática criminosa. Carlos Samuel escreveu ainda que está arrependido do que fez, e que vai "sofrer as reprimendas judiciais conforme se prevê a lei". A vítima ainda não foi à delegacia para registrar ocorrência contra o agressor. No entanto, a polícia abriu registro para investigar o caso.
O suspeito disse que ele e a vítima mantinham uma "relação muito conturbada, eivada de inúmeros casos de ciúme doentio, diversas agressões físicas e morais". Ele escreveu ainda que, no dia em que deu nove socos no rosto da vítima, estava bêbado, voltando de uma festa, e que as agressões aconteceram porque ele "perdeu a cabeça".
Visitas nos presídios da Bahia serão retomadas na segunda (19)
Suspensas desde março por conta da pandemia, as visitas nos presídios baianos serão retomadas a partir da segunda-feira (19), informou a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). As visitas seguirão protocolos sanitários, diz a pasta.
O retorno das visitas foi decidido em reunião do Comitê Interinstitucional, considerando avaliação da situação epidemiológica da Bahia agora.
Só será permitida a entrada de um visitante por preso, com idade entre 18 e 59 anos. O visitante será avaliado clinicamente, sendo feita aferição de temperatura e verificação de sintomas gripais. Como medida de segurança, será mantido o distanciamento de 1,5 metros entre os visitantes e/ou servidores penitenciários, e tanto o familiar como o interno deverão utilizar a máscara de proteção a ser entregue pela direção da unidade.
Depois da semana de visitação, que vai de 19 a 23 de outubro, o Sistema Penitenciário será monitorado por 15 dias seguidos. Não exitindo disseminação da covid-19 na unidade prisional, será aberta nova semana de visitação (9 a 13 de novembro).
Crescem casos de crianças com síndrome rara ligada à covid na Bahia
Já faz parte do senso comum a informação de que idosos e pessoas com comorbidades inspiram maiores cuidados quando o assunto é o novo coronavírus. Existe, no entanto, outro grupo de pacientes que, apesar de não fazer parte da faixa de risco, também preocupa. É que em crianças e adolescentes a covid-19 pode evoluir para a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SMIP), que apresenta sintomas mais sérios, podendo levar ao óbito.
Na Bahia, entre agosto e outubro, o número de casos confirmados subiu 150%, de 14 para 35. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), neste período, foram registradas 53 notificações para a síndrome, que pode atingir pacientes de 0 a 19 anos, sendo confirmados 35 casos e duas mortes. Nessa faixa etária, foram hospitalizadas 410 crianças e adolescentes em todo estado - 46 evoluíram para óbito.
Apesar de representar apenas 8,5% das internações infantis baianas, os casos de SIMP preocupam porque costumam, segundo os médicos, levar os pacientes à internação em UTIs com mais frequência. Na Bahia, são apenas 39 leitos de enfermaria e 31 de UTI voltados para pediatria de covid.
Nesta quarta-feira, a ocupação pediátrica dos leitos chegou a 49% para as enfermarias e 74% para as UTIs, com 19 e 23 leitos ocupados, respectivamente. Os números acendem o alerta da Sesab, que garante que a situação é preocupante. A pasta tem recomendado, principalmente, a suspensão das aulas presenciais.
Em Salvador, segundo o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde, são 27 leitos de UTI e 27 clínicos reservados à pediatria. Na tarde desta quarta-feira, estavam ocupados 20 e 16, respectivamente, o que leva a taxa de ocupação para 74% nas UTIs e 59% nas enfermarias. A SMS foi procurada pelo CORREIO para dizer das ações voltadas ao combate direto da Covid em crianças e adolescentes, mas não respondeu às questões até o fechamento desta edição.
Sobre o assunto, o prefeito ACM demonstrou preocupação e afirmou estar avaliando com sua equipe as razões do aumento para decidir que medidas serão tomadas daqui para frente em Salvador. “Todo movimento de aumento de casos representa um alerta para a prefeitura. Houve esse movimento que nos chamou a atenção e vamos aguardar pra ver se o aumento é momentâneo ou se é algo permanente. Mas é claro que tudo isso tem influência direta nas conversas para o retorno às aulas”, declarou.
Para acontecer, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica precisa estar associada a um quadro anterior de infecção pelo novo coronavírus. “Existe um desequilíbrio entre a resposta imune e a inflamação do corpo, é como se ficasse desenfreada essa resposta imune. Até então, para a síndrome ocorrer, um dos critérios é a infecção prévia pela covid-19”, explica Anne Galastri, infectopediatra do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Baiana de Pediatria.
Pós-covid
A especialista detalha, ainda, que nos casos da SIMP o paciente chega a apresentar melhora do quadro comum da covid para só depois surgirem sintomas da síndrome, como febre alta e persistente, lesões pelo corpo, conjuntivite, edemas, podendo evoluir para taquicardia e até inflamações no coração ou questões renais. “De um modo geral, são dias de sintomas em uma piora que é progressiva e de forma mais geral. Não é súbito”, explica a médica.
Anne Galastri chama atenção também o aumento no número de casos era algo esperado: “As notificações para essa síndrome só passaram a ser obrigatórias em agosto. Então, já era esperado que o número crescesse. Apesar da notificação obrigatória pelo Ministério da Saúde ter ocorrido apenas em agosto, a pasta nacional já chama atenção para o assunto desde maio".
Em 20 de maio, o Ministério da Saúde emitiu um alerta, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com o objetivo de chamar a atenção da comunidade pediátrica para a identificação precoce da SIM-P no país e orientar quanto ao manejo clínico dos casos.
Pais precisam prestar atenção nos sintomas
Os pais de crianças e adolescentes devem se atentar a mudanças no comportamento dos filhos para que estes sejam tratados rapidamente. A médica Anne Galastri recomenda que os responsáveis mantenham contato direto com o pediatra que acompanha seu filho e sempre prestem atenção nos sinais de gravidade.
“Entre os sintomas para a ida ao hospital estão dificuldade para respirar, prostração, ocorrência de convulsão, desidratação e grandes períodos sem se alimentar ou urinar”, aponta. Em caso de não tratamento ou atenção incorreta, a doença pode evoluir para o óbito. “O paciente precisa receber medicações para bloquear essas inflamações no corpo todo. Existem tratamentos com imunoglobulina, anticoagulante, corticoterapia, por exemplo. É importante que a criança seja atendida em um hospital capaz de dar suporte necessário para o caso, com a disponibilidade de um UTI. Muitas vezes, ocorre alteração em vários órgãos, o que faz ser necessária a intubação”, completa.
A síndrome foi relatada pela primeira vez em Londres, onde os profissionais de saúde notaram aumento nos quadros de Síndrome de Kawasaki com correlação com a infecção pelo coronavírus. Para que o paciente entre nos parâmetros da nova síndrome é preciso, segundo os critérios do Ministério da Saúde, que esteja na faixa etária entre 0 e 19 anos e, esteja internado com a presença de febre elevada, de, no mínimo, 38ºC, e persistente a partir de três dias.
A criança e o adolescente com suspeita da doença ainda tem que apresentar, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: conjuntivite não purulenta, erupção cutânea bilateral ou sinais de inflamação mucocutânea; hipotensão arterial ou choque; disfunção miocárdica, pericardite, valvulite ou anormalidades coronárias; evidência de coagulopatia; manifestações gastrointestinais agudas, como vômito, diarreia ou dor abdominal.
Para caracterizar o quadro da SMIP, ainda deve ser analisada a existência de marcadores de inflamação elevados. A criança deve ter teste positivo para o coronavírus ou históricos de contatos com contaminados. Também deve ser afastado o diagnóstico de outras causas de origem infecciosas que geram inflamação.