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As obras do primeiro terminal de recarga para ônibus elétricos em Salvador devem ser iniciadas em até 15 dias. Foi o que estimou o secretário municipal de mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller, durante o 113º Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, realizado na manhã dessa segunda-feira (21), no Wish Hotel da Bahia, no bairro do Campo Grande. O prefeito Bruno Reis esteve presente no evento.

A capital será a primeira do Nordeste a implantar um terminal de eletrocarga, cuja capacidade será até 40 veículos por vez. “Será a maior estrutura de recarga, hoje, em área pública do país”, afirmou Muller, que também é vice-presidente geral do Fórum.

O terminal ficará ao lado da estação do BRT Rodoviária. Por enquanto, Salvador conta com quatro ônibus elétricos, que integram o BRT, e mais quatro devem chegar à cidade até o fim do ano. "A gente gostaria que já estivesse em obra, mas, em razão da licitação, se atrasou um pouco", disse o titular da Semob, que antecipou que ainda haverá outros terminais. "Deveremos ter outras estações quando tivermos toda a rede integrada rodando. Claro, que de forma gradativa, mas é algo que a gente já vem trabalhando", explicou ele.

A transição para a eletromobilidade — uso de veículos movidos por eletricidade — e modelos de financiamento estiveram no centro das discussões no fórum, promovido em parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e responsável por abrir uma série de eventos nacionais voltados à mobilidade urbana. “O sistema de transporte público, como é sabido, está saindo ainda de uma das maiores crises de sua história, e a gente, aqui, utiliza esse fórum como troca de experiências e conhecimentos de boas práticas”, declarou Muller.

Ainda no fórum, houve apresentações de autoridades de outros estados, como Sergipe, São Paulo, Goiás e Paraná, e de representantes de instituições parceiras da prefeitura de Salvador reconhecidas internacionalmente na área de mobilidade urbana, como a Tumi, a WRI e a GIZ. Também foram abordadas a gratuidade para idosos, a regulamentação dos aplicativos de transporte de passageiros e a proposta do projeto de lei para criação do Marco Legal do Transporte Público.

Em paralelo ao encontro, aconteceu o Tumi Day, promovido pela já citada Iniciativa de Mobilidade Urbana Transformativa (Tumi), com representantes de cinco cidades brasileiras — entre elas, a própria Salvador — escolhidas pela iniciativa para receber apoio técnico na implantação de ônibus elétricos na operação de transporte. Fabrizzio Muller acredita que o advento do BRT represente a chegada de uma nova cultura. “É tentar buscar os serviços que estão prestados no BRT para o resto da cidade”, almeja.

Já nestas terça (22) e quarta-feira (23), acontecem as reuniões do grupo Qualionibus, durante as quais municípios e entidades se reúnem para discutir diversas temáticas a respeito do transporte coletivo, como combate ao assédio sexual, financiamento e mobilidade. O grupo fará também uma visita técnica ao BRT, em que poderá conhecer o local onde será implantado o Eletroterminal de Salvador, além de visitar o Centro de Controle Operacional (CCO) do modal, considerado um dos mais modernos do país.

Dificuldade para manter o sistema

Uma tecla batida tanto por Fabrizio Muller como pelo prefeito Bruno Reis (União) foi a da dificuldade enfrentada pelas prefeituras para manter o sistema de transporte público. “A tarifa não remunera mais o sistema. Isso é uma constatação”, declarou Reis, mencionando, em seguida, fatores como a queda do número de passageiros transportados durante a pandemia e o aumento do custo dos insumos.

O prefeito acrescentou que Salvador é a 23ª capital em arrecadação per capita, “com déficits históricos em todas as áreas”. “Nós não temos condições de assumir mais essa responsabilidade. Essa é outra constatação que eu trago da minha experiência e por conhecer as contas públicas da nossa prefeitura e da maioria das prefeituras do Brasil”, afirmou Bruno Reis.

O gestor definiu como "o xis" da questão a busca de formas de diminuir as despesas e de conseguir apoio para subsidiar o sistema. “Aqui, por exemplo, nós temos o desafio que é a questão do cobrador, o desafio no reordenamento das linhas”, exemplificou ele. “Em todos os países do mundo, de extrema-direita, de centro ou de extrema-esquerda, o transporte público é subsidiado por quem? Pelo órgão central”, argumentou Reis.

Questionado sobre a verba necessária para o equilíbrio das contas do município, Fabrizzio Muller disse não haver “como falar em valor específico”. “Hoje, nosso sistema é remunerado pela tarifa. Quando você teve uma redução expressiva do usuário pagante, isso mostrou o tamanho da crise. [...] O que a gente tem que buscar são novas fontes de financiamento”, respondeu o secretário da Semob.

Próximas entregas de obras viárias

Salvador deve ganhar ou dar início à construção de, no mínimo, mais cinco equipamentos viários até 2024, de acordo com Bruno Reis. Até o fim do mandato, devem ser entregues um viaduto em frente ao Shopping da Bahia; um viaduto na região do Detran; a duplicação do Pontilhão Marcos Freire; as obras complementares ao Complexo da Rótula do Abacaxi; e novas vias de acesso a diversos bairros da capital baiana.

“Tem outras grandes novidades que, após a conclusão dos projetos e a garantia dos recursos, nós faremos os devidos anúncios”, acrescentou Reis. “Se não forem concluídos no nosso governo, nesses próximos dois anos, estarão em execução”, assegurou ele.

O prefeito aproveitou para endossar a importância do BRT para a cidade. “A gente sempre frisa que o BRT é mais do que uma obra de transporte público: é uma obra de mobilidade. Então, temos o conjunto de viadutos do trecho 2”, afirmou ele, dando destaque ao cruzamento das avenidas Vasco da Gama e Garibaldi.

Reis relembrou investimentos anteriores feitos durante sua gestão. “Inauguramos, pelo menos, cinco importantes vias”, disse, em referência a entregas como a Via Bronze; a Estrada das Pedreiras; a Estrada dos Fidalgos; a ligação do Jardim Nova Esperança com a Avenida Mário Sérgio; e o ‘mergulhão’ entre as avenidas Tancredo Neves e Magalhães Neto. "Nenhum governo, em tão pouco tempo, investiu tanto em mobilidade e tem tantos investimentos previstos como o nosso", declarou o gestor.

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Falta menos de um mês para o fim do ano letivo, mesmo assim escolas e universidades de Salvador emitiram comunicados nos últimos dias orientando os estudantes e funcionários a usarem máscara de proteção e a completarem o ciclo vacinal. O temor é de que as aglomerações de verão provoquem uma nova onda de contaminação no estado, como já vem acontecendo no restante o Brasil.

O Colégio Vitória-Régia, no Cabula, informou que está trabalhando esse assunto internamente com colaboradores, alunos e famílias. O comunicado foi encaminhado na quinta-feira (17) e terá continuidade nos próximos dias.

“Com o aumento de atendimento de casos respiratórios, os órgãos de saúde têm reforçado a necessidade de uso de máscara, vacinação e intensificação da testagem contra covid-19. Assim, visando o cuidado e a proteção de todos, lembramos a importância da higiene das mãos, o uso da máscara em ambientes fechados e a manutenção da carteira de vacinação em dias como medidas preventivas para o combate ao covid-19. Cuide de si e cuide do outro”, diz o texto.

Os Colégios Marista e Mendel também enviaram comunicados aos pais e colaboradores. Apesar da iniciativa, o uso de máscaras em escolas atualmente não é uma obrigação. Semana passada, o Ministério da Saúde (MS) recomendou que a população volte a usar o equipamento em espaços fechados, mal ventilados e com aglomeração, em especial para pessoas com comorbidade, idosos, imunossuprimidos e gestantes.

A Escola Pan American School of Bahia (PASB) afirmou que também emitiu um comunicado para os pais reforçando a sugestão de que, embora não seja mais obrigatório, o equipamento é considerado um recurso eficaz para evitar o contágio do vírus. “Também recomendamos a abertura das portas e janelas para mais circulação do ar e os professores estão reforçando a higienização das mãos com seus alunos”, diz.

No Colégio Antônio Vieira, no Garcia, o comunicado foi emitido em agosto, quando a Bahia vivia um pico de contaminações, e está em vigor desde então. A direção pede que as famílias não levem os estudantes para a escola em caso de sintomas gripais e diz que um novo aviso só não foi emitido, porque parte dos alunos já encerraram o ano letivo e outra parte conclui nos próximos dias.

A Bahia registrou, na última semana epidemiológica, 1.012 novos casos de covid-19, com uma média de 833 casos ativos e 5 óbitos notificados. O estado ainda não registrou casos da variante BQ.1, mas as autoridades sanitárias temem que com a aproximação do verão e as aglomerações típicas do período, aconteça uma nova onda de contaminação.

Atualmente, a Bahia é o único estado do país considerado estável, ou seja, sem aumento e nem diminuição expressiva de casos. Em média, são 250 novos diagnósticos por dia. No entando, segundo o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), no primeiro semestre deste ano, eram processadas por dia, em média, cinco mil amostras para testagem do vírus. Mas, nos últimos meses, o número caiu para cerca de mil testes por semana, o que representa uma queda de 97% no processo de detecção do coronavírus no estado.

De acordo com o MS, entre 6 e 11 de novembro foram notificados 57.825 casos e 314 mortes por covid-19 no país. A média móvel nacional dos sete últimos dias é de 8.448 diagnósticos diários, o que representa um aumento de 120% se comparado com a semana anterior. A média de óbitos teve crescimento de 28%, com 46 mortes, frente a 36.

Universidades
Na quarta-feira (16), o Comitê de Assessoramento da Covid-19 na Universidade Federal da Bahia (Ufba) emitiu um comunicado no qual recomenda o uso de máscaras em ambientes fechados da instituição. O documento faz uma análise do avanço da variante BQ.1 derivada da Ômicron, em todo país, e da necessidade de reforçar os cuidados. No dia seguinte, a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) publicou um boletim pedindo que a comunidade acadêmica redobre a atenção.

Instituições privadas, como a UniFTC e a Unifacs afirmaram que seguem as diretrizes dos órgãos de saúde e recomendam que estudantes e colaboradores adotem as medidas de prevenção contra a covid-19. O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior da Bahia (Semesb/ Abames), Carlos Joel Pereira, explicou as medidas.

“As instituições de ensino entendem que devem obedecer de forma rigorosa toda a orientação sanitária passada pelos órgãos de saúde. Então, se houver indicativo ou necessidade de uso de máscara ou novas medidas que inibam a proliferação do vírus, elas vão se manifestar no sentido de assim agir”, disse.

Proteção
Apesar de as máscaras não serem obrigatórias nas escolas e universidades, há quem não abra mão do equipamento. Os Colégios Bernoulli e Módulo informaram que não emitiram nota, mas que alunos estão fazendo o usando dos EPIs por conta própria. A estudante Eduarda Souza, 23 anos, explicou porque manteve a proteção.

“Por mais que os números tenham caído no meio do ano, fiquei com receio porque a sala de aula é um ambiente fechado e que concentra muita gente. Mantive o uso também no ônibus e no metrô. Só não usava máscara em espaços abertos, como quando ia à praia ou passear com o cachorro na rua”, contou.

Os Colégios Integral, Oficina, Anchieta, Anchietinha e São Paulo lembraram que a exigência do uso de máscaras em escolas precisa ser determinada pelas autoridades sanitárias, e que sempre recomendaram o uso do equipamento e a vacinação. As Secretarias da Educação da Bahia e de Salvador também disseram que seguem as orientações dos órgãos de saúde e que não há determinação nesse sentido.

O Conselho Estadual de Educação e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) foram procurados, mas não se manifestaram.

‘Não precisa esperar o caos para poder agir’, diz especialista
O presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Marcos Sampaio, afirmou que o uso de máscaras em escolas e universidades é uma medida necessária. Ele frisou que a proteção deve ser adotada em todos os espaços fechados.

“Não precisamos viver o caos para só depois tomar as medidas necessárias. Salas de aula são ambientes fechados e as escolas têm muitas crianças que não completaram o ciclo vacinal, então, essa medida precisa ser adotada de imediato”, afirmou.

Na sexta-feira (18), o Conselho enviou ao Governo Federal recomendações para frear a o avanço do vírus, como a adoção de medidas eficazes e ágeis para vacinação, o retorno da obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacina em espaços de grande concentração de pessoas e a disponibilização, em caráter emergencial, de vacinas bivalentes de 2ª geração, além da ampliação do estímulo à testagem da população.

Perguntada se vai exigir máscaras em escolas, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que permanece em alerta para adotar e indicar medidas oportunas, que a Bahia tem a segunda menor taxa de mortalidade por covid do país e que as recomendações para enfrentamento da pandemia são: completar o esquema vacinal, testagem de sintomáticos, isolamento de positivos e uso de máscara em unidades de saúde.

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O Comitê de Assessoramento da Covid-19 na Universidade Federal da Bahia (Ufba) emitiu um comunicado no qual recomenda o uso de máscaras em ambientes fechados da instituição. No documento divulgado nesta quarta-feira (16), o comitê faz uma análise do avanço da variante BQ.1 e derivada da Ômicron, em todo país.

"Supõe-se que haverá crescimento da circulação viral nas próximas semanas ou meses, substituindo os tipos que predominam, como já ocorreu anteriormente", diz o início do documento, sobre a circulação da variante no Brasil e em outros países. O comitê pontua, no entanto, que a situação da covid na Bahia e em Salvador apresenta estabilidade em semanas recentes, mas que houve um aumento no número de pessoas internadas em leitos de UTI covid.

O comitê ressalta a necessidade de manter o ciclo de vacinação em dia e manter as medidas farmacológicas. "Persiste como igualmente importante a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel 70%, limpeza e desinfecção de equipamentos e ambientes, e a realização de atividades presenciais em locais com ventilação natural. É fundamental manter o uso de máscara de proteção facial para realização de atividades presenciais em espaços fechados e/ou quando houver aglomeração, assim como as pessoas com 60 anos e mais ou com comorbidade, imunossuprimidos e gestantes devem usar continuamente esta proteção. É necessário ter atenção às medidas protetivas na utilização de transporte coletivo e viagens", diz o documento.

Por fim, a instituição recomenda que as pessoas que apresentem sintomas gripais fiquem afastadas de atividades presenciais e busquem orientação do serviço de saúde.

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Um estudante do curso de Biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Felipe Ferreira, acusou 9 seguranças da universidade de tê-lo espancado na última quinta-feira (10), nas dependências do campus da UEFS.

De acordo com o estudante, após sair de uma festa no Feira VI, bairro universitário vizinho da universidade, ele foi até o pórtico da universidade para tentar utilizar o wi-fi com o intuito de chamar um transporte por aplicativo. O estudante contou que teve seu acesso negado por seguranças da instituição devido ao horário. Com a negativa, ele pulou o muro. Os seguranças então o agrediram.

“Era madrugada e eu não tinha crédito no celular, então, tive a ideia de usar a rede wi-fi da universidade. Me apresentei no portão lateral onde um dos seguranças me informou que pelo horário eu não poderia entrar no campus, então eu ,erroneamente, decidi pular o muro. Dois guardas me encontraram e me imobilizaram, eu já havia comunicado meu nome, número de matrícula, curso e semestre, eles me soltaram e depois de uma discussão, começaram as agressões físicas e verbais. Neste momento já haviam cerca de 9 guardas (entre eles um não fardado) no local”, afirmou.

Ainda segundo o estudante, ele foi imobilizado por um dos seguranças para que os outros o agredissem com socos e palavras homofóbicas.

“O “chefe” dos guardas me imobilizou pelo braço direito e todos os outros desferiram tapas e murros contra o lado esquerdo do meu rosto enquanto me chamavam de “viado” depois que a primeira leva de agressões físicas terminou, um deles falou “é viado, só porque é femêa acha que não vai apanhar”. Eu xinguei eles de volta, então eles voltaram a me dar socos e tapas no lado direito da face. Eu joguei areia neles e além dos socos e tapas, recebi um pontapé nas minhas costelas”. O guarda que havia me desafiado a jogar areia de novo, pegou no revólver (sem retirá-lo do coldre) e me desafiou a jogar areia de novo, eu perguntei se ele iria me matar por acaso, depois disso os seus colegas começaram a tentar acalmá-lo”, detalhou o estudante.

Os seguranças fotografaram os documentos de Felipe e tentaram impedi-lo de chamar a polícia. Posteriormente, uma viatura foi acionada, só que com o estudante foi denunciado na condição de agressor.

“Enquanto eles fotografavam meus documentos, entendi a gravidade da situação, então pedi meu celular para chamar a polícia. Após horas tentando me convencer a simplesmente ir para casa e dizer para minha família que havia tropeçado ou que havia brigado com alguém na festa, eles decidiram chamar a polícia, mas me denunciando como agressor. Três policiais chegaram em uma viatura (número 9.6623) um desses policiais foi cumprimentado pelo guarda sem farda (que me agrediu tanto verbalmente quanto fisicamente) em tom amistoso com a seguinte fala: “Não tá me reconhecendo não é, como é que você tá?”, relatou Felipe.

Conforme relatou o estudante, ele foi levado para o fundo da viatura e uma queixa foi prestada contra ele. Seus pertences foram devolvidos e ele voltou para casa sem fazer exame de corpo de delito. Com o rosto e corpo muito machucados, ele disse que está bastante abalado e não teve nenhum tipo de assistência médica ou psicológica por parte da universidade.

Em nota, a UEFS informou que repudia todo ato de violência e que iniciará os trâmites de apuração do ocorrido. A instituição se comprometeu ainda a atuar com transparência e objetividade. A nota foi oublicada na página oficial da universidade no instagram.

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Paloma Rodrigues, 27, é uma daquelas pessoas que adora reunir a galera e que sofreu com os momentos de isolamento social. Não por acaso, vai organizar uma festança de aniversário neste ano e decidiu usar o dinheiro que vai receber do 13º salário para arcar com os custos. Só na Bahia, cerca de 4,7 milhões de trabalhadores formais, beneficiários da Previdência e aposentados terão acesso ao benefício, o que significa que R$ 10,5 bilhões devem ser injetados na economia do estado. Nacionalmente, o valor chega a quase R$ 250 bi.

A primeira parcela do benefício terá de ser paga pelas empresas até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. Em média, cada baiano beneficiado deve receber R$ 2.066,48 de 13º salário, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Bahia (Dieese). A média calculada é inferior à nacional, de R$ 2.672, o que aponta para o abismo social entre regiões do país.

“O Nordeste e o Norte têm uma renda mensal mais baixa do que o Sudeste e o Sul e isso faz toda diferença na hora de tirar a média. Além disso, a maioria dos trabalhadores formais que recebe entre um e dois salários também está concentrada nas regiões que possuem média inferior”, explica o economista membro do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA) Edval Landulfo. O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4,7 mil), enquanto o menor será no Maranhão (R$ 1,8 mil).

Em relação ao valor médio recebido por pessoa na Bahia, houve um aumento de 6,5% em comparação com o ano passado, quando foi de R$ 1.939. Também houve um acréscimo de 5,3% no número de trabalhadores beneficiados.

“A gente vê um crescimento no valor recebido, mas praticamente não há aumento se levarmos em consideração a inflação”, explica a supervisora técnica do Dieese-BA Ana Georgina Dias.

Entre ingredientes para feijoada, karaokê, bolo e doces, o custo da festa da profissional de Comunicação Paloma Rodrigues deve chegar aos R$ 5 mil. Apesar de o Dieese não realizar sondagem sobre a destinação do 13º salário, uma pesquisa do ano passado feita pela Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL) apontou que 33% dos trabalhadores gastaram com presentes de Natal e 24% com festas e viagens.

“Este ano queria muito estar com meus amigos [no aniversário], amo festa, dezembro e reunir a galera. Fazer aniversário em dezembro é ótimo com o 13º”, diz em tom de brincadeira.

O número de endividados na Bahia neste ano já ultrapassou os 4,3 milhões de pessoas. Por isso, a supervisora técnica do Dieese-BA acredita que muitos baianos devem utilizar o valor recebido para quitar os débitos e garantir crédito no mercado.

“A maioria das pessoas deve usar o 13º para pagar dívidas e até se endividar de novo. São poucos os que vão conseguir poupar neste momento de inflação que vivemos”, afirma Ana Georgina. Até sábado (12), a Serasa realiza o Feirão Limpa Nome na Praça Irmã Dulce, em Salvador, com ofertas especiais. As negociações também podem ser feitas por canais digitais.

O que fazer com o seu 13º salário

Quando o ano começa, Ana de Oliveira, 33, formada em Serviço Social, já sabe para onde vai o que receber do 13º salário: matrícula do colégio da filha e farda escolar. Neste ano, no entanto, ela não sabe se o valor vai ser suficiente para os planos, já que a mensalidade aumentou R$ 330 porque a filha vai entrar no ensino médio. “O salário já está comprometido com a mensalidade de dezembro, mas vai ajudar a pagar a matrícula de janeiro com desconto”, afirma.

Edval Landulfo, que também é educador financeiro, explica que se planejar é o melhor caminho para definir os gastos. Quem está com dívidas, deve tentar quitá-las: “Como muitas famílias vão precisar de crédito para comprar um bem essencial e o 13º não seria capaz de suprir essa demanda, o ideal é utilizar o dinheiro para quitar totalmente as dívidas e sempre negociar para não pagar juros”.

Já para aquelas pessoas que não possuem obrigações, o educador diz que o dinheiro deve ser usado para projetos pessoais a longo prazo. Esse é o caso de Yasmin Mesquita, 24, que vai aproveitar o dinheiro para completar o que falta para pagar a autoescola e tirar a carteira de motorista.

“O 13º vai fechar o valor que eu preciso para pagar todos os trâmites”, revela a auxiliar de atendimento.

13º corresponde a 2,7% do PIB na Bahia

O 13º salário foi uma conquista dos trabalhadores brasileiros que entrou em vigor há exatos 60 anos. Sua importância reflete no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, soma de todos os bens e serviços finais, e corresponde a 2,7% dele. Na Bahia, os empregados do mercado formal representam 52,1% do total de pessoas que receberão os benefícios.

Já aposentados e pensionistas do INSS equivalem a 46,5% e o emprego doméstico com carteira assinada responde por 1,4% no estado. Todo empregado que trabalhou formalmente por mais de 15 dias e que não tenha sido demitido por justa causa tem direito ao 13º proporcional ao tempo que desempenhou a função.

Para calcular o valor é preciso dividir o salário bruto por 12 e multiplicar pelos meses trabalhados no ano. Também devem entrar na conta verbas como horas extras e adicional de insalubridade.

Quem tem direito ao 13º?

Todo empregado que exerceu alguma função ao longo do ano com carteira assinada. Aposentados, pensionistas e pessoas que receberam auxílio-doença, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão têm direito a gratificação. O pagamento é realizado conforme determina a Lei 4.090/1962.

Quando o 13º salário será pago?

A primeira parcela do benefício terá de ser paga pelas empresas até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.O valor pode ser depositado em uma ou duas parcelas.

Como o valor é calculado?

O salário bruto é dividido por 12 e multiplicado pelos meses trabalhados no ano. No cálculo da remuneração, devem entrar todas as verbas de natureza salarial, como por exemplo: horas extras, adicional de insalubridade, periculosidade, etc.

Existem descontos no 13º?

Sim. O Imposto de Renda e a contribuição ao INSS incidem sobre o 13º salário. Os descontos ocorrem na segunda parcela sobre o valor integral do 13º salário. Já o FGTS é pago tanto na primeira como na segunda parcela.

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Após viralizar nas redes sociais, um vídeo em que um técnico de enfermagem aparece realizando uma cirurgia de amputação, no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (Hats), em Jacobina, o ex-diretor da unidade se pronunciou afirmando que este não foi um caso isolado.

Conhecido como Tuca, o ex-gestor e médico Manoel Inácio Paz Júnior, revelou que o técnico realizava cirurgias com frequência no Hats. Ao descobrir a irregularidade, ele proibiu o funcionário de realizar procedimentos cirúrgicos, afastou o médico por uso excessivo de medicamentos - que o impediam de trabalhar - e denunciou o caso ao prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB).

Mesmo após saber o que estava ocorrendo na unidade, o prefeito, de acordo com Tuca, o surpreendeu com a resposta: "Se o técnico consegue fazer a cirurgia às vezes é até melhor que o próprio médico", contou o ex-diretor em entrevista à Rádio Clube FM, do município, ontem (09). Ainda assim, os afastamentos foram levados a diante.

No entanto, após seu pedido de demissão, feito juntamente com sua filha, a médica Dra. Manuela, que aconteceram em solidariedade aos colegas que foram mandados embora em uma demissão em massa, os procedimentos irregulares voltaram a acontecer. “É um fato que eu já tinha conhecimento, de que técnico faria cirurgia no hospital. Quando eu fui diretor, fatos graves ocorreram, casos de polícia. Um caso era este", afirmou Tuca.

Ao CORREIO, a prefeitura afirmou lamentar as declarações do ex-diretor e apontou ter dúvidas quanto a sua motivação de ir a público.“Ele não pediu para sair da direção, ele foi substituído. Não pela gestão, mas sim pela nova instituição que assumiu a gestão do Hospital. [...] Também nos causa dúvidas se são falas de um profissional que não agiu como manda o rigor ético profissional na posição de diretor [...] ao registrar as supostas faltas e falhas de conduta de profissionais que ele alega, ou se são afirmações motivadas por sua saída da direção do hospital”, diz a nota.

O Instituto Vida Forte, é a empresa que administra a unidade há menos de um mês. A contratação se deu de maneira emergencial, para substituir a Fundação José Silveira, antiga administradora. Neste período, houve uma série de demissões por parte da nova empresa, que afetaram desde técnicos de enfermagem até o setor de limpeza.

Família comenta caso
Na terça-feira (08), dia em que o vidro foi divulgado, o prefeito de Jacobina publicou em suas redes sociais, dois áudios descritos como um "pronunciamento dos familiares do paciente". Na gravação, um homem, chamado João Paulo, se apresenta como irmão da vítima e afirma que o rapaz já chegou no hospital com a perna amputada, devido a gravidade do acidente de moto que havia sofrido.

Já no segundo áudio - de 2,5 minutos - sem se identificar, uma mulher se apresenta como irmã do paciente e, assim como João Paulo, diz que ele chegou sem a perna, que o médico passou mal no momento da cirurgia e o técnico de enfermagem “fez apenas finalizar a perna do meu irmão”, descreve a gravação.

Em nota, o Instituto Vida Forte que está apurando o fato por meio de sindicancia e que “Todas as medidas de apuração já foram imediatamente iniciadas. Nosso compromisso é com o bem-estar e saúde do paciente e, por isso, toda e qualquer medida necessária será tomada”, diz o texto.

Relembre o caso
Imagens gravadas no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (HATS) denunciam a realização irregular de uma cirurgia. No vídeo, o procedimento de amputação de uma perna aparece sendo feito por um técnico de enfermagem, e não pelo médico.

Enquanto o cirurgião apenas observa o colega de trabalho, com uma mão na cintura e a outra no bolso, ambas sem luva, o técnico de enfermagem sutura a perna do paciente já amputada.

Na tentativa de ajudar o colega, outros profissionais também aparecem ao redor do técnico, na gravação feita no último sábado (5), e divulgada nesta terça (8), pelo Jornal da Clube, da Rádio Clube FM de Jacobina.

Em nota, a prefeitura da cidade informou que a Secretária Municipal de Saúde abriu um processo administrativo para apurar o caso. Para isso, o Instituto Vida Forte - responsável pela administração do hospital - foi acionado para prestar esclarecimentos preliminares sobre o ocorrido.

“Caso sejam comprovadas irregularidades ou desconformidades do ponto de vista das diretrizes médicas hospitalares, todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis serão prontamente adotadas", garante o texto, que também afirma ter solicitado a íntegra do vídeo que denuncia a ação.

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O governador Rui Costa decretou luto de três dias pela morte da cantora Gal Costa, na manhã desta quarta-feira (9). Nas redes sociais, ele lamentou a perda.

"Lamento profundamente a morte de Gal Costa. Com sua partida, perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música, eternizada em interpretações que cantam a Bahia e o Brasil para todo o mundo", escreveu o governador.

O prefeito Bruno Reis também se manifestou sobre a morte da cantora. Ele destacou a importância da voz dela. "Perdemos uma das vozes mais lindas e representativas da música brasileira. Gal Costa é trilha sonora de vários momentos da vida de milhares de brasileiros. Seu jeito único de interpretar as canções está para sempre eternizado em nossos corações".

O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva, compartilhou uma foto com a cantora. "Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros", escreveu.

A ex-presidente Dilma Rousseff também usou as redes sociais para falar sobre a perda. "A morte de Gal Costa é um choque para todos nós. O Brasil perde hoje uma das maiores cantoras da nossa história. Ao longo de sua carreira, seu cantar foi expressão viva da cultura do povo brasileiro e marcou o país profundamente. Ela fez de sua alegria e de seu charme um refúgio para dias luminosos e sombrios ao longo de cinco décadas. É uma gigante da MPB. Eu sinto imensamente a tristeza de ver essa grande estrela nos deixar justo agora, no instante em que recobramos a esperança de dias melhores".

A presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, também lamentou a perda repentina da baiana que tinha uma das vozes mais marcantes do Brasil. "Toda gratidão a Gal, por ter cantado o Brasil com alma e talento ao longo da vida. Gal continuará sendo uma estrela para nós", escreveu.

Publicado em Famosos

Um pãozinho torrado, ovos bem mexidos ou simples cuscuz. O café da manhã tão tradicional na mesa de todo baiano tem sofrido adaptações devido à alta nos preços de alimentos nos últimos meses, sobretudo, da manteiga, item indispensável no dia a dia. O preço do produto encareceu 30,41% nos últimos 12 meses em Salvador, sendo possível encontrar um pote de 500g por R$ 37,04 - conforme pesquisa no Preço da Hora. O índice supera até mesmo a taxa de inflação geral acumulada no último ano, de 8,87%, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O economista Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-Ba, diz que múltiplos fatores constroem o cenário de alta para a manteiga, de modo igual para outros derivados do leite. Ele explica que o preço de commodities - produtos básicos a exemplo da soja, milho e trigo, que são componentes da ração animal - cresceram por conta da crise econômica na pandemia. Assim como devido à guerra da Ucrânia, visto que os dois países envolvidos são exportadores de insumos. O resultado do cenário culminou em baixa oferta dos grãos para alimentação dos bovinos.


Dietze ressalta que, no Brasil, ainda houve período de estiagem no último ano. Com a seca, produtores precisaram complementar alimentação do pasto justamente com ração - já inflacionada pela baixa oferta e alta demanda global - fazendo com que o custo de produção do leite e derivados ficassem ainda mais caros. “O IBGE mostra redução na produção de leite e disparada de preço”, relaciona.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a manteiga (1,49%) é um dos quatro produtos que compõem a cesta básica e tiveram aumento em setembro, na capital. Completam a lista a farinha de mandioca (1,59%), café em pó (0,49%) e arroz agulhinha (0,38%). Houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais no último mês. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande.

Para o economista Gustavo Palmeira, do DIEESE, a menor oferta de leite no campo e consequente aumento do preço dos derivados está mais ligada à questão climática e período de entressafra do que ao contexto da Ucrânia, Segundo ele, existe a possibilidade de influência internacional, porém, é preciso confirmar que a ração utilizada para produção de leite é derivada de trigo - produto o qual Rússia e Ucrânia são grande produtores.

O economista ainda relaciona o aumento do custo na produção de leite ao câmbio, que tornou mais cara a compra de insumos que dependem de matéria-prima importada, como os fertilizantes, suplementos minerais e medicamentos.

Na mesa do café da manhã, o item não foi o único a amargar o aumento do preço. De acordo com o IBGE, a variação acumulada dos últimos 12 meses do leite longa vida chegou a 61,5% e a do café moído chegou a 46,49%. O pão francês foi o produto que teve o menor índice nesse período, com 19,67%.

Adaptações
Por conta dos preços, consumidores têm escolhido cortar o produto, trocá-lo pela margarina ou diminuir o consumo. A dona de casa Marlucia Omena, 77, conta que comia com frequência alimentos com manteiga, mas já pensava em cortar por questão de saúde em razão do colesterol. Com o aumento do preço, ela finalmente parou de comprar manteiga e foi adaptando as receitas.

“Eu amava manteiga, comia pão com manteiga, bolacha com manteiga, era mortadela frita na manteiga, aipim, cuscuz, tudo tinha que ter manteiga. Hoje só como manteiga quando outra pessoa faz a comida. Em casa não uso manteiga de jeito nenhum. Até que me acostumei a comer pão com creme de ricota ou patê de frango, bolacha já não como mais e cuscuz agora é com leite”, ressalta.

Para adaptação, a dica que o economista Antonio Carvalho dá é justamente reduzir o consumo - em caso de itens não essenciais - para alertar os fornecedores sobre a expectativa de preço dos consumidores. “É a forma que consumidor tem [protestar], quando para de comprar, o fornecedor percebe e entende que preço que está cobrando não está sendo aceito”, avalia.

Já a nutricionista Barbara Dias Severo alerta que é importante estar atento ao consumo da margarina, que pode ocasionar o aumento das chances de ter derrame e infarto. E, embora a manteiga seja menos prejudicial à saúde, a substituição deve ser moderada em razão do produto ser rico em gorduras saturadas e colesterol. "O maior substituto da manteiga hoje é o óleo de coco, tem valor biológico muito melhor por ser fonte de gordura vegetal", indica.

Após alta de 66%, preço do leite tem queda na capital
Dados do DIEESE revelam que o preço do leite integral diminuiu em 16 capitais durante setembro, inclusive, em Salvador (2,15%). A queda vem após o acumulado dos últimos 12 meses marcar aumento de 66,15%.

O economista Gustavo Palmeira, do DIEESE, explica que, como a produção de leite requer menos processos e tempo para venda, o ajuste do preço é mais rápido do que dos derivados, que passam por mais etapas de produção até chegar no consumidor final. É esperado, portanto, que o iogurte, manteiga e queijo também reduzam os valores, contanto que o cenário continue o mesmo para o leite.

Queijo, iogurte, leite Fermentado, manteiga, creme de Leite, leite Condensado, requeijão e cream cheese são alguns dos derivados do leite Foto: reprodução

Em consonância, o preço da cesta básica na cidade de Salvador foi a capital com a segunda cesta básica mais barata (R$ 560,31) entre as capitais pesquisadas pelo Departamento, a cidade apresentou variação negativa de -2,88%, em relação a agosto. Contudo, na variação acumulada ao longo do ano, a elevação foi de 8,12%.

No mesmo mês, o trabalhador de Salvador remunerado pelo salário mínimo precisou trabalhar 101 horas e 43 minutos para adquirir a cesta básica. Em agosto, o tempo de trabalho necessário foi de 104 horas e 43 minutos, e, em setembro de 2021, de 95 horas e 46 minutos.

Publicado em Bahia

Esperança e alívio foram os sentimentos de pais ao redor do Brasil quando souberam, em agosto, que poderiam vacinar os filhos de 3 e 4 anos contra a covid-19. Na Bahia, a liberação significa a imunização de mais de 410 mil crianças, sendo necessário o envio de 744 mil doses para esquema completo do público-alvo. Desde o anúncio do Ministério da Saúde (MS), no entanto, o estado recebeu apenas uma remessa com 71 mil doses do imunizante, o que representa apenas 9,5% do necessário, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Do total enviado, 57.851 (14,09% do público-alvo) receberam a primeira dose e apenas 18.395 crianças (4,48%) completaram o esquema vacinal, mostra o Painel Vacinação Covid-19 da Sesab. Ao todo, a vacinação alcançou 76 mil crianças da faixa etária na Bahia, mais do que a pasta federal enviou. A Sesab explica que isso é possível porque o estado realizou levantamento dos estoques disponíveis no território e havia cerca de 200 mil doses aptas para concluir os esquemas vacinais primários iniciados com o imunizante enviado.

Embora não tenha dados sobre a busca e a quantidade de doses nos postos de vacinação municipais, a Sesab diz que já fez pedidos da CoronaVac à pasta nacional para atender à demanda e não recebeu retorno. Sem novas remessas, a Secretaria aponta para a suspensão da vacinação por conta do número de doses insuficientes.

O cenário de interrupção já vem acontecendo em outros estados. No Rio de Janeiro, Distrito Federal e em ao menos 11 municípios do Rio Grande do Norte, postos pararam de aplicar a primeira dose. Em São Paulo, está disponível apenas para crianças com comorbidades, deficiências ou indígenas. Isso em um momento em que especialistas alertam para uma nova onda da doença no Brasil, já que os Estados Unidos e países da Ásia e da Europa estão tendo um aumento no número de casos de covid.

Salvador e Feira de Santana têm um público maior que o número de doses recebidas, mas ainda seguem com estoque disponível e, portanto, vacinando sem restrições à espera de nova remessa da Saúde.

Até o momento não houve remanejamento de doses para que não haja falta devido à baixa procura pelas vacinas, ou seja, apesar da quantidade inferior ao necessário distribuída ao estado, a adesão à vacinação infantil não esgotou os lotes.

Quem ainda não vacinou o filho de 4 anos, Davi, foi a autônoma Rosana do Nascimento, 33. Ela conta que, com exceção da vacina para covid, o calendário vacinal da criança está completo e ainda pretende levar o pequeno para ser vacinado, no entanto, o pai de Davi, Roberto, ainda tem dúvidas quanto à Imunização infantil. Rosana, Roberto e Rebeca, de 11 anos, estão vacinados para a covid-19. A fim de resolver o impasse, a autônoma marcou consulta com o pediatra para o próximo mês.

“Da sala dele, a professora disse que a maioria [dos alunos] não foi vacinada. Outros amigos dessa faixa etária também não estão vacinados. Todos por esse motivo das pessoas falando muito dessas vacinas. Acabou ficando aquele medo”, justifica. “A gente não vê, nem ouve falar mais em covid. Mas uma criança morta já é muito. Eu acho que deveria falar mais sobre a vacina. Falta informação", acredita.

Infectologista e professor na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Robson Reis salienta que as vacinas para covid-19 são eficazes, seguras e avaliadas por agências de saúde. O médico reconhece que é possível aparecer reações adversas, mas para a faixa de idade entre 3 e 4 anos os sintomas costumam ser leves.

Já para crianças que não foram imunizadas, o risco de complicações da covid é maior, visto que há possibilidade de evoluir da mesma forma que o quadro clínico em um adulto, com comprometimento pulmonar e podendo ir a óbito, alerta Reis. Só no Brasil, entre 4 de setembro e 1 º de outubro, 437 crianças foram hospitalizadas por complicações da covid, sendo que 17 mortes pela doença foram registradas entre menores de 5 anos.

“A vacinação contra doenças infecciosas acaba sendo uma importante arma para defender a criança. Em relação à covid, a mesma coisa, as vacinas se mostraram eficazes e seguras”, garante.

Segundo o Ministério da Saúde, a aquisição de novas doses leva em conta o ritmo de vacinação do público e avanço do número de doses aplicadas, que atualmente está em cerca de 40% em todo país, ou seja, em índice menor que a metade.

Ainda assim, a pasta está em tratativa com laboratório para aquisição de mais doses para o público de 3 e 4 anos, mas não informou data para novas remessas da CoronaVac, único imunizante autorizado pela Anvisa à faixa etária na Bahia.

Apenas 4% das crianças na faixa etária estão imunizadas contra covid-19 na Bahia

Pior que a taxa de crianças entre 3 e 4 anos vacinadas com a primeira dose da covid-19 (14%), está a da segunda dose (4,64%). Dados da Sesab revelam que do público de 410.459 apenas 19.046 estão com a dose de reforço e, portanto, com o esquema vacinal completo. Dos 417 municípios do estado, 231 estão zerados na vacinação para a faixa etária.

A professora Juliana Roullet, 38, levou a filha Júlia Roullet, 4, e conta que estava ansiosa para a criança ser imunizada e a levou para tomar a primeira dose logo em agosto. No entanto, a família tem encontrado dificuldades para completar o esquema vacinal. “A segunda dose está em atraso. Ela [Júlia] teve gastroenterites, crise de sinusite e emendou dois ciclos de antibiótico nesse período após a primeira dose. Estamos aguardando estabilizar o quadro”, afirma.

Júlia é uma criança com síndrome de Down e, logo, imunossuprimida, Mesmo assim não teve reação à CoronaVac, destaca a mãe. A preocupação de Juliana é com o contato da filha com crianças não vacinadas. “Por se tratar de vírus, quanto maior a circulação viral, ele pode sofrer mutações e afetar pessoas imunizadas contra outras variantes”, diz.

O infectologista Robson Reis ressalta que a eficácia vem a partir do esquema vacinal completo. “A dose de reforço é o que vai trazer aquele percentual de proteção publicado nos artigos científicos.”

Confira informações para vacinação de crianças entre 3 e 4 anos em Salvador e Feira de Santana:

Salvador

A Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Secretaria de Saúde, segue com a campanha de aplicação dose da vacina contra a Covid-19 nesta sexta-feira (4).

1ª DOSE DE CRIANÇAS DE 03 E 04 ANOS – 08 ÀS 16 HORAS

Postos fixos: USF Lealdina Barros (Vale da Muriçoca), CSU Pernambués, UBS Sergio Arouca (Paripe), USF Bom Jesus dos Passos, USF Ilha de Maré e USF Paramana.

2ª DOSE DE CRIANÇAS DE 03 A 11 ANOS – 08 ÀS 16 HORAS

Postos fixos: USF Lealdina Barros (Vale da Muriçoca), USF Menino Joel (Nordeste de Amaralina), USF Curralinho, UBS Cosme de Farias, UBS Manoel Victorino (Brotas), CSU Pernambués, USF Cajazeiras V, USF Cajazeiras XI, UBS Péricles Cardoso (Barbalho), USF Gamboa, UBS Virgílio Carvalho (Bonfim), USF Joanes Centro Oeste, UBS José Mariane (Itapuã), USF Mussurunga I, UBS Maria Conceição Imbassahy (Pau Miúdo), Multicentro Liberdade, UBS Cecy Andrade (Castelo Branco), USF João Roma Filho (Jardim Nova Esperança), USF Luiz Braga (Pirajá), UBS Sergio Arouca (Paripe), USF São Tomé de Paripe, USF Colinas de Periperi, USF Alto da Terezinha, USF Beira Mangue, USF Bom Jesus dos Passos, USF Ilha de Maré e USF Paramana.

Crianças acompanhadas por pai ou mãe: devem estar com nome no site da SMS e apresentar originais e cópias do documento de identificação com foto do pai ou da mãe que estiver presente, original e cópia do documento de identificação da criança, e originais da caderneta de vacina e cartão SUS de Salvador da criança.

Crianças desacompanhadas do pai ou da mãe: devem estar com o nome no site da SMS e acompanhada por outra pessoa maior de 18 anos com Formulário de Vacinação preenchido e assinado pelo genitor da criança (pai ou mãe), cópia do documento de identificação com foto do responsável pela assinatura no documento, mais original e cópia do documento de identificação da criança, além dos originais da caderneta de vacina e do cartão SUS de Salvador da criança.

Feira de Santana

Em Feira de Santana, as doses do imunizante estão disponíveis em 104 salas de vacina, localizadas nas unidades de saúde da zona urbana e rural, que funcionam de segunda a sexta-feira.

1ª e 2ª DOSE DE CRIANÇAS DE 03 E 04 ANOS

As unidades vinculadas ao programa Saúde na Hora, tem funcionamento ampliado das 8h às 21h. São elas: Campo Limpo I, V e VI; Liberdade I, II e III; Queimadinha I, II e III; Parque Ipê I, II e III; Videiras I, II e III; Rua Nova II, III e Barroquinha. A criança só pode ser vacinada na presença dos pais ou de um responsável legal. Para isso, é obrigatório apresentar o cartão SUS, CPF, RG ou certidão de nascimento e caderneta de vacinação.

Publicado em Saúde

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) anunciou nesta terça-feira (1º) que os shoppings de Salvador começam hoje a diminuir o tempo de tolerância sem cobrança nos estacionamentos dos estabelecimentos. Anteriormente de 30 minutos, o tempo sem cobrar agora será reduzido pela metade, passando a ser de apenas 15 minutos.

Em nota, a Abrasce diz que a mudança foi motivada "por uma adaptação à realidade de mercado, que já pratica esse tempo de tolerância em outros tipos de estabelecimentos privados da cidade".

A associação destaca ainda que a maioria das cidades do país também tem como prática manter um período de tolerância de 15 minutos, período que garante que o embarque e desembarque seja feito com tranquilidade, afirma.

Os estacionamentos de shoppings em Salvador passaram a ter cobrança em junho de 2015. Desde então, era mantido pela maioria das unidades um período de tolerância de meia hora.

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