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Salvador vai começar a imunizar os idosos acima de 79 anos na quinta-feira (4) graças às quase 15 mil doses da CoronaVac entregues à capital nesta quarta (3). As vacinas integram um lote com 165.600 doses do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, que chegou à Bahia na madrugada de quarta. No mesmo dia, o produto que fornece proteção contra o coronavírus começou a ser enviado para as centrais regionais no interior do estado. A expectativa é de que a Bahia alcance a marca de meio milhão de imunizados com a 1ª dose até a próxima quinta (4), calcula a coordenadora de imunização do Estado, Vânia Rebouças.

Até agora, 480.720 baianos receberam a 1º dose da vacina contra a covid-19 no estado, segundo vacinômetro da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Em Salvador, já 147.943 moradores foram vacinados com a 1ª dose, conforme vacinômetro da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS).

Os dados estaduais ainda estão distantes da meta de imunização para a fase 1 de vacinação na Bahia, que possui um público alvo mais de 1.4 milhão. O entrave é a escassez de vacinas recebidas pelo estado. “Precisamos receber mais doses para poder realizar a vacinação de forma acelerada, como deve ser. Estamos realizando a logística de distribuição das vacinas com rapidez”, pontuou Rebouças.

Seguindo o Programa Nacional de Imunização (PNI), os grupos prioritários de todas as fases do plano federal somam cerca de 5 milhões de pessoas  na Bahia. Rebouças calcula que o estado teria a capacidade de imunizar, com a primeira aplicação da vacina, esses grupos em um mês se houvesse doses para tal. “Teríamos que receber 10 milhões de doses para imunizar completamente os grupos prioritários”, afirmou a coordenadora.

Vacinas liberadas

Segundo a coordenadora de imunização do Estado, com este novo envio de vacinas, foram liberadas cerca de 83% das doses necessárias para imunizar, com a 1ª dose, os grupos dos trabalhadores da saúde e idosos a partir de 80 anos da Bahia.  A quantidade de imunizantes que cada cidade recebe é calculada com base na população dos grupos prioritários dos municípios. “A orientação é que os municípios possam avançar na vacinação dos idosos em ordem decrescente de idade. Entregamos doses para atender mais de 80% do público a partir de 80 anos”, explicou Rebouças.

Como vem sendo feito, o Governo do Estado também resguardou metade do lote recebido nesta quarta para assegurar a aplicação da segunda dose da CoronaVac. O intervalo entre as doses da vacina é de 28 dias.  Já a vacina da AstraZeneca/Oxford tem um intervalo de 12 semanas. 

Aplicação das doses

A Bahia recebeu 1.111.200 doses de vacinas contra o coronavírus desde o dia 18 de janeiro. Ao todo, foram enviados ao estado seis lotes com os imunizantes - quatro do CoronaVac e dois da AstraZeneca/Oxford. De acordo com Rebouças, todas as cidades devem receber as doses. Para isso, é preciso que o município comprove ter utilizado 75% do estoque de primeira dose disponível para seus moradores.

A meta da campanha de vacinação contra a Covid-19 no estado é imunizar, pelo menos, 90% dos integrantes dos grupos prioritários. Algumas cidades da Bahia, possuem baixos índices de vacinação, como Senhor do Bonfim, onde só 31,8% das 3.209 doses entregues pelo estado foram aplicadas, segundo o vacinômetro da Sesab. Os dados da ferramenta da Sesab apontam ainda que 21 cidades do interior baiano não aplicaram as segundas doses da vacina. Entretanto, a coordenadora de imunização garante que os imunizantes já começaram a ser aplicados.

Prefeito de Salvador, Bruno Reis anunciou nesta quarta que a vacinação de idosos com 79 anos ou mais será iniciada na quinta-feira (4) em Salvador. Segundo ele, das mais de 165 mil doses que o estado recebeu, a capital baiana ficará com cerca de 15 mil, que serão distribuídas entre idosos e trabalhadores da Saúde. "A gente vai retomar os trabalhadores da saúde e amanhã iniciaremos a vacinação dos idosos acima de 79 anos. Nós temos 6.800 idosos nessa faixa ", disse Bruno.

A nova remessa de vacinas foi levada para a sede da Vigilância Sanitária, que fica no bairro do Rio Vermelho, e de lá serão distribuídas para os pontos fixos e de drive-thru. "Se não fosse essa irregularidade na remessa de vacinas, a gente conseguiria fazer uma logística muito melhor, inclusive sem filas. Mas, infelizmente, como as vacinas demoram de chegar, o que a gente anuncia diante desse cenário é que estamos enfrentando de desespero, as pessoas vão todas de vez aos pontos de vacinação", avaliou o prefeito.

Regiões

O Extremo-Sul da Bahia possui níveis baixos de aplicação das vacinas contra o coronavírus, segundo o vacinômetro da Sesab. Na região, 73,1% da população que deve ser vacinada nesta primeira fase recebeu a primeira dose do imunizante. Deste grupo, apenas 38,2% receberam a 2ª dose - o menor percentual dentre as regiões baianas.

De acordo com a coordenadora de imunização, a região possui índices mais baixos de vacinação devido ao tamanho da população indígena, que apresenta mais resistências para a imunização. A Sesab espera imunizar mais de 23 mil indígenas no estado, mas apenas 17 mil foram imunizados até o momento, apesar de 100% das doses voltadas para este grupo já terem sido liberadas. De acordo com ela, os dados de vacinação do Norte e do Sul da Bahia também são impactados pela dificuldade imposta pela população indígena.

Compra de vacinas pelos estados e município

A falta de vacinas para a população impede a Bahia de atuar rapidamente na campanha de imunização contra o coronavírus. Entretanto, o cenário pode mudar devido a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para que estados e municípios compram e distribuam vacinas contra o novo coronavírus caso o governo federal descumpra o Plano Nacional de Imunização ou se as doses previstas pela União forem insuficientes.

“Nos esforçamos para que a vacinação ocorra de forma rápida, mas existem negociações e questões legais. Algumas demandas ainda são discutidas e ainda não temos um cronograma definido de recebimento de doses que podem ser compradas diretamente com os laboratórios produtores. A compra de mais doses pelo Governo do Estado seria uma conquista por acelerar a vacinação na Bahia”, ressaltou Rebouças.

Em 2020, o Fundo Soberano da Rússia (RDIF) e o Governo da Bahia assinaram um acordo de cooperação para o fornecimento de até 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V para o estado.

Salvador demonstrou interesse em aderir ao consórcio de municípios para compra de vacinas contra a covid-19 criado pela Federação Nacional de Prefeitos (FNP) para que as prefeituras possam comprar as vacinas caso o Plano Nacional de Imunização (PNI) não seja capaz de suprir toda a demanda.

Ainda na busca por expandir a imunização no estado, na terça (2), a Procuradoria Geral do Estado (PGE-BA) judicializou uma nova ação no pela no Supremo Tribunal Federal (STF) para viabilizar o acesso à vacinação contra Covid-19, já que a decisão até agora permite a compra de vacinas sem autorização da Anvisa, mas não a aplicação.

Segundo a PGE, o pedido de autorização ao STF é para possibilitar a aquisição, importação e dispensação à população baiana de quaisquer vacinas contra a Covid-19, que já sejam registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou, na falta do registro do órgão, preencham conjuntamente os seguintes requisitos: estejam sendo utilizadas pelos respectivos países de origem e que tenham sido liberadas por uma das seguintes agências estrangeiras: Food and Drug Administration (FDA) European Medicines Agency (EMA);  Pharmaceuticals and Medical Devices Agency (PMDA); ou National Medical Products Administration (NMPA).

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O Governo do Estado da Bahia alugou dez contêineres refrigerados para armazenar corpos de vítimas da covid-19 em Salvador.

Os equipamentos foram distribuídos entre o hospital de campanha da Arena Fonte Nova, Instituto Couto Maia e os hospitais Ernesto Simões e Espanhol.

A Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirmou que a medida é comum, e que os contêineres são "espaços adaptados para locais adaptados", como o próprio hospital de campanha da Arena Fonte Novo.

Em relação à utilização nos hospitais tradicionais, os contêineres serão utilizados em caso de sobrecarga dos espaços utilizados pelos centros médicos.

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Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (4), o prefeito Bruno Reis afirmou que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) amanheceram com 117 pessoas aguardando por uma vaga, e que se todas forem transferidas de uma vez para os leitos exclusivo para atendimento covid-19, Salvador vai se aproximar dos 100% da taxa de ocupação.

“Estamos no limite dos respiradores. A população precisa se conscientizar e adotar as medidas de proteção ou o colapso pode acontecer nas próximas horas. Amanhã, vamos inaugurar uma nova tenda, com dez leitos, ao lado da UPA dos Barris, estamos ampliando o número de leitos no Hospital Salvador, e vamos inaugurar um hospital de campanha em Itapuã. Depois disso, não há perspectiva de criação de novos leitos em curto prazo”, disse.

Bruno anunciou que 29 respiradores são aguardados para os próximos dias. O Ministério da Saúde vai encaminhar 15 deles. A previsão é de que eles cheguem até esta sexta-feira (5).

Outros oito foram comprados pela prefeitura através de uma contrapartida do supermercado Assaí. A empresa vai inaugurar uma nova loja na região da Comercial Ramos, na Avenida ACM, e ofereceu R$ 600 mil como contrapartida ao Município. Esse dinheiro será usado para a aquisição dos equipamentos.

Os seis respiradores restantes estavam no Instituto Baiano de Ortopedia e Traumatologia (Insbot) e foram conseguidos através de ordem judicial. Bruno Reis afirmou que a situação é crítica e que existe possibilidade de pré-colapso nas próximas horas.

“Esses pacientes que precisam ser regulados, quando chegarem nas unidades, a gente chega a 100%. Isso não ocorre da noite para o dia porque muitos têm alta e outros vão a óbito [gerando novas vagas], por isso esse percentual [ de 85% de ocupação]. Mas nós já estamos em pré-colapso tendo em vista a quantidade de pessoas que estão aguardando por um leito”, afirmou.

O número está em crescimento. Na segunda-feira (1º), eram 90 pacientes aguardando por uma vaga. Na terça, 96 doentes, e na quarta-feira, 107 pessoas.

A situação da rede privada também está crítica. No último final de semana, quatro hospitais atingiram a capacidade máxima de atendimento para casos de covid-19. Apesar de esse percentual alternar a cada dia, o prefeito contou que os números permanecem altos nessas unidades e que existem pacientes aguardando por leitos.

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Salvador está em 85%, nesta quinta-feira (4). Com as UPAs lotadas, a prefeitura decidiu transformar as Unidade de Saúde da Família (USF) de Itapuã, Imbuí, Piarjá e IAPI em unidades de atendimento exclusivo para pacientes com o novo coronavírus. Além disso, a unidade de saúde do Barbalho está sendo ampliada para ajudar na demanda.

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A Bahia registrou 112 mortes e 5.329 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,8%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quarta (3).

No mesmo período, 4.295 pacientes foram considerados curados da doença (+0,7%).

Esse é o terceiro maior número de mortes registradas na Bahia desde o começo da pandemia, atrás apenas dos 137 registrados na última sexta (26) e dos 114 registrados na terça (2). Com isso, a Bahia segue a tendência de alta da última semana registrando mais de 100 óbitos por coronavírus por dia.

Apesar das 112 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quarta. Os números representam o crescimento de casos graves no estado, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Das 112 mortes, 105 ocorreram em 2021.

Com as 114 mortes registradas nesta quartao número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 12.140. representando uma letalidade de 1,75%.

Mais de 20 mil seguem ativos.

Dos  694.783 casos confirmados desde o início da pandemia, 662.524 já são considerados recuperados, 20.119 encontram-se ativos.

Na Bahia, 43.239 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. 

A taxa de ocupação das UTIs do estado é de 83%, com 984 pacientes (961 adultos e 23 pediátricas) internados nas Unidades de Tratamento Intensivo.

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O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 3, que irá comprar as vacinas da Pfizer e da Janssen, após meses rejeitando propostas destas empresas. Segundo a pasta, o ministro Eduardo Pazuello pediu para a sua equipe "acelerar" os contratos. Em reunião com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o general afirmou que a compra com a Pfizer poderia ser concluída ainda nesta quarta.

A fala de Pazuello ocorre no momento de explosão de internações e colapso de sistemas de saúde em todo o País. O governo é pressionado para ampliar a oferta de imunizantes, mas Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rejeitam há meses a oferta da Pfizer.

O ministro não informou quantas doses da Pfizer devem ser compradas. Em apresentações recentes a prefeitos e governadores, Pazuello disse que a negociação seria por 100 milhões de doses, mas com a entrega de uma primeira parcela de 8,71 milhões de doses em julho. O restante, entre outubro e dezembro.

A Câmara aprovou na terça-feira, 2, um projeto para que a União possa assumir as responsabilidades por eventuais efeitos adversos de vacinas da covid-19. Trata-se de exigência da Pfizer e da Janssen que o governo vinha apontando como abusiva.

Como revelou o Estadão, esta permissão chegou a ser colocada em versão prévia da medida provisória 1.026/2021, com aval da pasta de Pazuello e da área jurídica do governo, mas foi excluída do texto final, publicado em janeiro.

Pazuello também pediu para a sua equipe acelerar a compra da vacina da Janssen, segundo apurou o Estadão com um auxiliar do ministro. Este imunizante tem eficácia de 66% e exige a aplicação de apenas uma dose, mas ainda não tem aval para uso no Brasil. O Brasil negocia 38 milhões de doses desta vacina, que chegariam ao País a partir de outubro.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a covid-19, em 23 de fevereiro. O imunizante tem eficácia global de 95%. Para a população acima de 65, alcança 94%, segundo avaliou a agência sanitária.

Apesar da alta eficácia, Bolsonaro desdenhou em mais de uma oportunidade da proposta do laboratório para venda da vacina. "Lá no contrato da Pfizer está bem claro: ‘Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você’", disse o presidente em 17 de dezembro.

A promessa de Pazuello também pode esfriar articulações de prefeitos e governadores para a compra de vacinas em consórcio. Esta possibilidade foi levada ao ministro durante a reunião. O titular da Saúde, no entanto, tem dito que todas as vacinas com registro no País serão adquiridas pelo governo federal, não havendo a necessidade de que Estados e municípios adquiram por conta própria.

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Os nove estados do Nordeste, liderados pela Bahia, acertaram os termos de compra de 25 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Resta apenas assinar o contrato com o Fundo Soberano Russo, que desenvolveu e distribui o produto. As informações são da Folha de S.Paulo.

As doses seriam importadas da Rússia, mas é importante lembrar que a vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governador Rui Costa tem atacado a postura do órgão, o qual acusa de "insensibilidade" diante do agravamento da crise sanitária.

“Fico indignado com a falta de sensibilidade da Anvisa e do Governo Federal. Hoje tenho 300 pessoas aguardando regulação para leitos de UTI. Nos últimos 15 dias abrimos 300 leitos e estes foram ocupados em sua integralidade. Estou com pessoas pedindo desesperadamente um leito de UTI, enquanto isso, temos que lidar com a absoluta insensibilidade de um presidente da República fazendo gracinha e enviando mensagens para sua tropa de choque atacar governadores e prefeitos”, desabafou nessa terça o governador baiano, durante reunião virtual com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e outros governadores. Rui pediu ajuda dos parlamentares para agilizar o trâmite da liberação de compras das vacinas pelos estados.

Nesta quarta, em entrevista a canais de TV locais, o governador voltou a criticar a Anvisa e o governo federal pela postura diante da falta de celeridade na aprovação.

Abril a julho
Em tese, as primeiras doses chegariam em abril e seriam todas entregues até julho - o laboratório brasileiro União Química também vai produzir o imunizante, o que será objeto de outro contrato com os governadores.

À Folha, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), informou que as doses da Sputnik serão entregues para o Programa Nacional de Imunização. Dias é o coordenador da seção de vacinação do Fórum de governadores.

Alguns governadores de fora da região, porém, pensam em usar as doses em seus próprios estados caso o governo federal não consiga cumprir seus prazos de vacinação, conforme a Folha apurou junto a três governos das regiões Sul e Centro-Oeste. O Ceará estuda como proceder.

Dias conta também que, nessa terça-feira (2), a União Química prometeu aos governadores tomar providências para obter aprovação da Sputnik na Anvisa. Até segunda-feira, o laboratório apresentaria aos governadores o cronograma de produção e entrega do produto.

Vacina do Butantan
Segundo Dias, os governadores também pediram uma “proposta firme de entrega” de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, da chinesa Sinovac.

A intenção é comprar do instituto paulista mais 30 milhões de doses. Outras vacinas em vista estão “em espera”: não é possível negociar enquanto o governo federal não chega a um acordo com Pfizer, Janssen e Moderna.

Nesta semana, o Congresso aprovou a lei que também autoriza estados, Distrito Federal e municípios a “assumir os riscos referentes à responsabilidade civil” pelos efeitos adversos das vacinas” e a compra dos produtos, sob certas condições.

A responsabilidade pelos riscos pós-vacinação vem sendo um empecilho na compra de vacinas como a produzida pela Pfizer. Na prática, trata-se mesmo de uma autorização para a compra de vacinas por outros governos que não o federal - e também por empresas.

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O alerta já foi dado: estamos à beira de um colapso no sistema de saúde. Tanto Salvador como a Bahia tiveram números recordes de demanda de pacientes que esperam por regulação na rede pública. Foram 500 pedidos de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria exclusivos para o novo coronavírus no estado, sendo 384 para UTI. Em tempos normais, a média era de 80 pessoas, como informou a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) à reportagem.

A capital baiana também teve o maior número já registrado até agora: foram 176 solicitações de regulação recebidas na manhã de hoje (3), 106 para leitos de covid-19 e 55 para UTI, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O secretário de saúde, Leo Prates, escancarou que o tempo médio de espera para um paciente ser regulado na rede municipal é de 36 horas. A média, antes da crise sanitária, era de 4 horas.

A situação reflete a alta taxa de ocupação de leitos de UTI na Bahia e em Salvador. Até às 16h30 da tarde de hoje, estavam em 84% e 85%, respectivamente. Os dados vêm à tona um dia após o Brasil ter registrado o maior número de mortes nas últimas 24 horas desde o início da pandemia: foram 1.726 vidas perdidas, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

“Estamos batendo recordes em cima de recordes de regulações. Ontem, regulamos 70 pacientes, e mesmo assim, o dia começou com 106 pessoas a serem reguladas. Nossa preocupação é que vínhamos de uma baixa ocupação, de 60, 65%, tínhamos leitos vagos, mas fomos preenchendo e hoje acredito que já passamos dos 90%, na prática”, relatou o secretário municipal de saúde, Leo Prates, em entrevista ao programa Bahia Meio Dia.

A tendência, nos próximos dias, é diminuírem as regulações, se não houver ampliação de vagas, segundo Prates, pela capacidade já estar no limite. “O sistema de saúde vai ficando estrangulado. Estamos tendo muito mais entradas do que saídas, por isso, está gerando esse acúmulo de pessoas nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]. Estamos em cenário de guerra. Acredito que estamos na mais próxima do colapso, na penúltima”, alerta.

O secretário também pontua que os próximos dias provavelmente serão piores, se os índices continuarem no mesmo patamar. “O próximo passo é muito feio, é as UPAs não terem vagas. Já mandei colocar mais macas nas UPAs, para tentar aumentar a capacidade, mesmo que seja necessário colocar em outros espaços, e estamos vendo como colocar respirador de transporte. É trabalhar para o melhor cenário mas nos preparando para o pior, porque está bastante duro para o sistema de saúde”, conclui Prates.

Baianos perdem familiares por demora na regulação da UTI
Por conta da demora em conseguir um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o estudante de Ciências Econômicas, Rodrigo Sampaio, de 22 anos, perdeu a avó, Maria da Conceição - a mãe de sua madrasta. Ela residia na cidade de Santo Estevão, no Centro-Norte da Bahia, e tinha 78 anos. “Ela deu entrada na sexta-feira (26) e faleceu na última segunda (1). O hospital municipal da cidade não tinha estrutura para o quadro que desencadeou e ela morreu a esperar uma vaga de UTI nos hospitais de Feira de Santana. Minha família se movimentou em todos os hospitais privados da cidade, não conseguiu, e os hospitais públicos estão sem vaga”, conta Sampaio.

A família não desconfiou, no primeiro momento, que Maria da Conceição tivesse pego o vírus. “Ela já vinha demonstrando problemas de saúde, vinha sentindo dores de cabeça, mas não eram sintomas da covid, então por isso ninguém se atentou. Ela foi ao hospital municipal, não chegou a fazer o exame, e se sentiu melhor no dia seguinte. Só que depois piorou e não teve melhora, então ela voltou com falta de ar, fez o exame de sangue, que demonstrou covid, e o médico disse que desse quadro degenerou um AVC. Ela já chegou lá no hospital toda paralisada”, narra Rodrigo.

O estudante conta que a unidade não tinha respirador ou leito de UTI para atender a avô, por isso entrou na fila de espera em Feira de Santana, município mais próximo. “Os filhos dela rodaram Feira em busca de leitos de UTI, mas não conseguiram. Eu também comecei a procurar nos hospitais privados aqui de Salvador, mas a falta de leitos é total”, declara. O sentimento do neto postiço é de tristeza e impotência. “É um sentimento de perda e frustação por ter perdido um parente que gosto muito e isso me sensibilizou bastante, e frustação por não ter consigo nada, nenhuma resposta pronta de um hospital. É uma situação de desânimo total", desabafa.

No caso do pai do entregador de Rodolfo Augusto Oliveira, 34 anos, a transferência para um leito de UTI demorou pouco mais de 24 horas. Enquanto isso, ele ficou em um leito do gripário da UPA dos Barris. Mas só foi atendido da segunda vez que foi na unidade, no último domingo (28), quando voltou com sintomas mais graves. “Meu pai começou a sentir primeiro dor de garganta e uma tosse seca. Depois evolui para febre, lá para o quarto dia. Daí em diante, ele só estava na cama, só levantava para fazer necessidades básicas e se alimentar, estava se alimentando bem pouco. Depois que descobri a febre, levei para a UPA dos Barris, a gente ficou de 18h às 22h30, e disseram que ele não teria prioridade, por conta da pandemia”, diz o filho de Carlos Augusto.

Rodolfo decidiu então, no dia seguinte, que iria ao centro médico de Pernambués. Só que o médico de lá informou a ele que só atenderia se a saturação de oxigênio e a temperatura estivessem anormais. Por isso, voltaram à UPA dos Barris, onde foram atendidos com mais rapidez, pela saturação de oxigênio estar em 95%. De lá, Carlos recebeu a transferência para o Hospital Municipal. “Na hora dele entrar e ficar internado no gripário, minha tristeza foi que nem consegui apertar a mão dele. Depois a médica deixou eu falar por dois minutos, foi o tempo que tive”, lamenta. O quadro do pai apresentou melhora, ele saiu da UTI e foi para um leito de enfermaria, mas continua precisando de oxigênio.

Demora também acontece na rede privada
A demora na transferência para um leito de UTI também ocorreu com a mãe da cozinheira Michele Figueiredo, 39 anos, moradora de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Márcia Maria é diabética, tem 60 anos, e sofreu infarto dentro de casa. Ela estava na casa de uma das filhas, a irmã de Michele, em Salvador. Mesmo com plano de saúde, foram quatro dias sem leito de UTI. No meio tempo, ela ficou internada na ala vermelha no hospital Santa Izabel.

“Minha mãe deu entrada no Santa Izabel com falta de ar e ela infartou dentro de casa. A gente ficou sem UTI por quatro dias, depois surgiu uma vaga e colocaram na UTI. Ela só consegue respirar de costas, de bruços, e não deixam visitar para saber como ela está e a gente não tem acesso aos exames nem relatório, só falam comigo pelo telefone uma vez por dia”, conta Michele. Por conta disso, a filha acredita que Márcia tenha pego covid-19 no hospital. Segundo o boletim médico, a mãe está com 70% dos pulmões comprometidos e pneumonia. Ela já está na Unidade de Terapia Intensiva há uma semana. “Estou rezando todo dia para se dá uma melhorada, mas a gente nunca imaginava que ela estava com covid”, completa. Ela testou negativo para a doença, mas a irmã contraiu o vírus e está em isolamento.

A diretora médica do Hospital Aeroporto e responsável técnica Eliane Noya comenta que o ideal é não haver lentidão no atendimento de pessoas em estado grave. “Qualquer demora no atendimento de um paciente que esteja em estado grave pode trazer consequência do quadro se tornar mais grave e, em último caso, ocorrer a óbito. Realmente é uma coisa que não se espera e não se deseja demora na regulação. O correto é que ele vá imediatamente pra UTI quando houver indicação”, explica Eliane.

A diretora médica revela que há duas semanas que a unidade onde coordena está com 100% de ocupação de leitos de UTI para covid-19. Todos os 20 disponíveis estão ocupados e não houve transferência de paciente da emergência para a UTI nas últimas 24 horas, por falta de vaga. Algumas medidas foram tomadas para evitar o colapso - há um mês eles não aceitam transferências de outros hospitais e uma ala semi-intensiva foi aberta, com 10 leitos, para dar suporte à UTI.

Além disso, por conta da baixa rotatividade dos leitos, o Hospital Aeroporto solicita transferência de leito de UTI para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o plano de saúde, para outro hospital privado. Ultimamente, não há vagas em nenhuma das duas redes. “Normalmente a gente não coloca na regulação do SUS porque a regulação do plano acabava conseguindo uma vaga rápido. Mas agora não. Então o que surgir primeiro, ele é logo transferido”, complementa.

Só não se recusa pacientes em que haja baixa oxigenação no sangue. “Quando se tem uma baixa da oxigenação, que a gente precisa usar o oxigênio suplementar, isso indica que ele precisa ficar no hospital, porque em casa não existe esse suporte. Então a prioridade para ser internado na unidade hospitalar é o paciente que mais precisa do que se tem no hospital”, esclarece Noya. A média de permanência nos leitos também aumentou. Antes, o paciente passava 5 a 7 dias na UTI. Agora, a média é no mínimo 10. A predominância de internamentos, segundo ela, é do sexo masculino (60%) e acima de 60 anos (70%).

Além dos 2.254 leitos que existem na Bahia, o governo estadual abrirá mais de 600 leitos, sendo cerca de 400 clínicos e os demais de UTI. Segundo a Sesab, eles serão distribuídos entre capital, região metropolitana, sul e extremo sul da Bahia. Em Salvador, são 1.059 leitos ativos.

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Nesta terça-feira (2) foram registrados 3.397 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). De acordo com o boletim, 114 óbitos que ocorreram em diversas datas, foram contabilizados.

No total, 12.028 pessoas morreram por causa doença na Bahia, o que representa uma letalidade de 1,74%. Segundo o boletim, no domingo (28), 22 mortes foram confirmadas.

Segundo a Sesab, 19.197 casos estão ativos no estado. Com os novos casos, a Bahia registrou 689.454 casos de Covid-19 desde o início da pandemia.

Na Bahia, 43.111 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

O boletim informa também o número de vacinados na Bahia. Segundo a Sesab, 470.783 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, dos quais 124.470 receberam também a segunda dose até as 15h de terça.

Os dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta sexta.

O boletim completo está disponível no site da Sesab e em uma plataforma disponibilizada pela secretaria de saúde estadual.

Leitos Covid-19
Nesta terça, dos 2.254 leitos ativos na Bahia, 1.664 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação geral de 74%.

Desses leitos, 1.145 são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 82% (934 leitos ocupados). A taxa de ocupação dos leitos de UTI pediátrica é de 67%, com 24 das 36 unidades em utilização.

Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 65% da ocupação, e a pediátrica com 82%.

Em Salvador, dos 1.059 leitos ativos, 886 estão com pacientes internados. A taxa de ocupação geral é de 84%. A taxa de ocupação da UTI adulto é de 85% e a pediátrica de 63%. Os leitos clínicos adultos estão com 82% e o pediátrico com 86% de ocupação.

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A Bahia registrou 95 mortes e 2.020 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira. No mesmo período, 2.580 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

Apesar das 95 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Os números demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs do estado. Das 95 mortes, 87 ocorreram em 2021. 11.914 tiveram óbito confirmado. representando uma letalidade de 1,73%


De acordo com o órgão estadual, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Dos 686.057 casos confirmados desde o início da pandemia, 654.292 já são considerados recuperados, 19.851 encontram-se ativos.

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A Bahia manteve a alta no número de mortes e registrou 137 óbitos nesta sexta (26). Além disso, o estado registrou 4.563 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%), em 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta sexta.

No mesmo período, 3.635 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%).

Esse é o maior número de mortes registradas na Bahia desde o começo da pandemia, superando os 100 mortos registrados nesta quinta (25). Antes dos números das últimas 48 horas, o maior número de mortes por dia no estado era 24 de agosto, quando foram contabilizados 77 óbitos.

Apesar das 137 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta sexta. E demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Das 137 mortes, 130 ocorreram em 2021.

Analisando os boletins divulgados nos últimos sete dias, é possível ver que pelo menos 61 pessoas morreram no estado entre sábado (20) e esta sexta (26). Número que ainda pode aumentar após detalhamento da Sesab.

De acordo com o órgão estadual, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 11.625, representando uma letalidade de 1,72%.

UTIs e número de ativos

Após sete dias de aumento seguidos na ocupação das UTIs, essa sexta não teve registro de mais um recorde negativo. Ainda assim, até as 18h de hoje, 943 pacientes adultos e pediátricos se encontram em estado grave, ocupando leitos de terapia intensiva nas diversas regiões da Bahia. A taxa de ocupação é de 81%.

Dos 674.384 casos confirmados desde o início da pandemia, 642.921 já são considerados recuperados.

Na Bahia, 42.501 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

A taxa de ativos segue alta no estado. Ainda de acordo com informações da Sesab, 19.838 encontram-se ativos.


Desde a última sexta (19), o estado tem toque de recolher. A medida, válida por sete dias, teve horário ampliado na segunda (22) - de 20 às 5h- e tem possibilidade de prorrogação.

Desde às 17h desta sexta, todo o estado da Bahia está em 'lockdown' das atividades não essenciais, em vigor até segunda (1º).

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