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Um surto de Candida auris, superfungo que foi identificado no Brasil em dezembro do ano passado, atingiu o Hospital da Bahia, onde 11 pacientes foram diagnosticados com a infecção por esse microorganismo, que é resistente à maioria dos tratamentos existentes. Ainda não existe relato de doentes contaminados em outros locais do país, segundo informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A confirmação dos casos no Hospital da Bahia foi feita pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que liderou a investigação na unidade de saúde, onde foi identificada a primeira infecção, tornada pública em 7 de dezembro de 2020. Na época, o nome da instituição não tinha sido divulgado, mas o CORREIO apurou que o primeiro caso aconteceu no Hospital da Bahia, em um paciente de 59 anos em tratamento de diálise. A vítima estava internada por covid-19.

Dessa vez, foi a própria Anvisa que confirmou a presença do superfungo no hospital. “Se trata de um surto sim, pois são os primeiros casos identificados de Candida auris no Hospital da Bahia e no país. Para fins de esclarecimento, os casos estão localizados na cidade de Salvador”, diz a Anvisa, em nota.

Durante a investigação no hospital, outros 10 pacientes foram identificados com o superfungo, o que aumentou o número de contaminados para 11. Todos sobreviveram à infecção. Mesmo assim, a presença do C. auris preocupa autoridades de saúde. Afinal, o organismo é resistente a quase todas as medicações existentes e em alguns locais do mundo tem taxa de mortalidade que chega a 60%.

O superfungo é capaz de causar infecção na corrente sanguínea, pode provocar feridas e é especialmente fatal em pacientes com comorbidades. Ele preocupa também porque fica impregnado no ambiente por longos períodos — de semanas a meses — e resiste até aos mais potentes desinfetantes. Pela dificuldade de eliminação e por ser confundido com outras duas espécies, o que demora na identificação, o C. auris tem propensão a gerar surtos.

Visita hospitalar

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), da Secretaria de Saúde de Salvador (SMS) também participou da investigação do surto de Candida auris. Técnicos da entidade visitaram a unidade hospitalar atingida.

“Foram formados três grupos de trabalho. O primeiro, analisando a pesquisa em prontuário. O segundo, avaliando a assistência farmacêutica e informações sobre o produto para saúde (cateter) e o terceiro, avaliando todos os processos da unidade hospitalar relacionados a controle de infecção”, explicou a Sesab, em nota.

Foram realizadas ainda coletas de material para análise laboratorial de todos os contatos do primeiro caso e dos ambientes em que esse paciente circulou pelas alas hospitalares. “A investigação permitiu o isolamento dos pacientes e uma série de recomendações da Anvisa para a desinfecção hospitalar, para impedir a proliferação do fungo. No momento, estamos em acompanhamento e monitoramento, para garantir o cumprimento das recomendações de desinfecção realizadas pelo hospital para evitar a ocorrência de novos casos”, acrescenta a nota da Sesab.

O órgão estadual ainda destacou que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital da Bahia adota as medidas preventivas, dispõe de protocolos e oferece treinamentos de implementação. “Além disso, observou-se que as medidas recomendadas de precaução e isolamento estão sendo aplicadas neste momento. Deve-se manter a vigilância ativa, realizando as culturas de vigilância de forma periódica para análise da contenção do fungo a nível hospitalar”, conclui o texto da Sesab.

O CORREIO entrou em contato com o Hospital da Bahia, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem, às 23h desta terça-feira, 26.

Infectologista diz que chegada do fungo do Brasil era esperada

O médico infectologista Matheus Todt, da S.O.S Vida, diz que o aumento de casos de infecção pelo superfungo Candida auris em menos de dois meses já era algo esperado. “Esse dado evidencia um surto desse fungo dentro de um hospital brasileiro. Não é um surto na cidade de Salvador. Mas era fato que a Candida iria chegar ao Brasil. Agora é preciso ter cuidado para que ele não seja levado a outro hospital, gerando mais surtos”, explicou.

Não se sabe a origem do superfungo, mas ele foi descrito originalmente em 2009, em países do continente asiático, como Coreia do Sul e Japão. Desde então, já houve casos na Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha. Seus principais alvos são os pacientes já debilitados nos hospitais.

“É um problema de hospital e associado a problemas hospitalares complexos, que precisam de procedimentos invasivos. Sua principal forma de transmissão são as mãos contaminadas. Mas eles são fungos oportunistas, que não atacam pessoas saudáveis. Por isso é mais comum em hospitais, com pessoas já doentes. É uma infecção hospitalar”, destaca Todt.

Segundo o médico, não existe registro desse fungo debilitando e matando pessoas em casa. No próprio Hospital da Bahia, nenhuma das 11 pessoas contaminadas morreu, segundo a Sesab, mesmo com a alta taxa de letalidade do fungo. “Isso indica que as pessoas contaminadas estavam mais saudáveis. Os que falecem normalmente já estão em estado grave, com muita comorbidade, e ao pegar esse fungo, que é difícil de tratar, não resiste”, acrescenta o médico.

Ainda segundo o infectologista, o superfungo age alcançando a corrente sanguínea e gerando uma infecção generalizada. “Há queda da pressão, comprometimento respiratório e renal. Isso tudo pensando num paciente já grave, que pode evoluir a óbito. Não causa lesão externa e por isso é também difícil de ser identificado”, diz.

Uma vez identificado, não há um tratamento padrão para esse superfungo. A Anvisa recomenda que o tratamento seja definido pelo corpo clínico e, para essa definição, seja importante conhecer o perfil de sensibilidade e resistência da cepa identificada nas amostras de cada paciente.

A Anvisa classifica o Candida auris como um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Entenda:

*Ele apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas);

*Pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes com comorbidades;

*A identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae;

*Pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quartenário de amônio;

*Tem propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.


Fonte: Correio24horas

 

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A pandemia do novo coronavírus impõe aos brasileiros desafios inéditos, que vão além das medidas de restrição e isolamento social, e atinge a saúde no país com o aumento exponencial do número de casos e de mortes causadas pelo vírus.

Além da preocupação com a Covid-19, a população deve ficar atenta às arboviroses, doenças causadas pelo arbovírus, como dengue, zika e chikungunya.

A Bahia também enfrenta cada vez mais casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O estado teve um aumento de 320,9% no número de casos prováveis de chikungunya em 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.

Ao todo, 295 municípios baianos registraram notificação sobre a doença. O número de casos de zika teve aumento de 48% e não registrou mortes em 2020. Já a dengue registrou alta de 32,7% e cinco mortes na Bahia.

Já na capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até setembro de 2020 foram registrados 9.572 casos em Salvador, enquanto que no mesmo período de 2019 foram 2.788. Um aumento de 243%.

A permanência do confinamento em casa, exatamente no momento em que a pandemia coincide com o verão, é de fundamental importância se dedicar a impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika vírus e chikungunya, alerta Angelina Oliveira, especialista em Saúde Pública e diretora da Padrão Enfermagem Salvador.

A especialista destaca que os ambientes domésticos são mais propícios para a proliferação do mosquito. “Basta um recipiente com um pouco de água para que o Aedes aegypti deposite seus ovos”, alerta. Angelina Oliveira ressalta ainda que ações simples podem ajudar a combater o mosquito.

“É indispensável não deixar acumular água parada em lugares que costumam ser esquecidos nas nossas próprias casas, como em garrafas, que devem ser guardadas sempre de cabeça para baixo, pratos dos vasos de plantas e pneus velhos, latas e outros recipientes”, pontua a especialista.

Outra preocupação é a semelhança dos sintomas entre a Covid-19 e as doenças provocadas pelo Aedes aegypti. Angelina Oliveira diz que a principal diferença são os sintomas respiratórios, já que febre e dores de cabeça e no corpo são indicativos dessas doenças.

Ainda sem a imunização em massa contra a Covid-19, o tratamento tanto para as doenças transmitidas pelo mosquito quanto para a infecção causada pelo coronavírus serve apenas para aliviar os sintomas, pois o processo de cura depende do organismo de cada paciente.

No entanto, a especialista recomenda que antes de se medicar, um médico deverá ser consultado, já que pode haver necessidade de assistência médica, com internações nos casos mais graves.

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A Bahia registrou 29 mortes e 1.423 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (25). No mesmo período, 2.214 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

Dos 566.743 casos confirmados desde o início da pandemia, 546.205 já são considerados recuperados, 10.652 encontram-se ativos.Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (21,98%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (11.494,25), Itororó (9.729,17), Itabuna (8.931,96), Muniz Ferreira (8.919,43) e Conceição do Coité (8.834,74). Na Bahia, 39.325 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 29 óbitos que ocorreram em diversas datas.A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.886, representando uma letalidade de 1,74%.

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A Bahia é o segundo estado do país que mais vacinou contra covid-19 até o momento, atrás apenas de São Paulo, e é proporcionalmente também o segundo que mais vacinou sua população (0,53% já recebeu a primeira dose de imunizante). Os dados são do consórcio de empresa e contabilizam informações sobre vacinados em 15 estados e no Distrito Federal até às 20h do domingo (24).

Desde 17 de janeiro, 580.806 pessoas foram vacinadas no Brasil, somando os imunizados de Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, DF, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Isso equivale a apenas 0,27% da população brasileira e 9,68% das doses distribuídas aos estados.

Os dados de doses e pessoas vacinadas foram coletados com os governos estaduais, segundo o consórcio. A estimativa da população é de acordo com o IBGE.

São Paulo é o estado que mais vacinou em números totais. Já levando em conta o percentual da população imunizada, o Rio Grande do Sul, terceiro em números totais, lidera.


Veja os dados por estado, com o percentual da população de cada um que foi imunizada:

AL: 16.409 (0,49%)
AP: 3.231 (0,37%)
BA: 78.586 (0,53%)
CE: 33.689 (0,37%)
DF: 15.134 (0,5%)
ES: 9.797 (0,24%)
MA: 21.491 (0,3%)
MS: 16.775 (0,6%)
PB: 423 (0,01%)
PE: 34.336 (0,36%)
PI: 12.985 (0,4%)
PR: 57.200 (0,5%)
RJ: 58.465 (0,34%)
RN: 15.531 (0,44%)
RS: 76.260 (0,67%)
SP: 130.494 (0,28%)

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O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda, 25, que a China liberou a exportação de 5.400 litros de insumos necessários para a produção da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac. A previsão é de que o lote chegue ao Brasil "nos próximos dias", segundo relatou o presidente.

"A Embaixada da China nos informou, pela manhã, que a exportação dos 5.400 litros de insumos para a vacina Coronavac foi aprovada e já estão em área aeroportuária para pronto envio ao Brasil, chegando nos próximos dias. Assim também os insumos da vacina Astra-Zeneca que estão com liberação sendo acelerada", escreveu Bolsonaro pelo Facebook.

Bolsonaro disse agradecer ao governo chinês pela sensibilidade, bem como pelo empenho dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Saúde, Eduardo Pazuello, e da Agricultura, Tereza Cristina.

Junto à publicação, Bolsonaro compartilhou foto de outubro de 2019 ao lado do presidente da China, Xi Jinping, em que ambos aparecem segurando um casaco do Flamengo, presente do brasileiro após reunião bilateral no Palácio do Povo, em Pequim. Segundo a revista Veja, o agasalho havia sido um presente de segunda mão, doado por um torcedor chinês.

Segundo havia anunciado o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para amanhã está prevista reunião entre o governo do Estado e o embaixador chinês, Yang Wanming, a fim de definir a quantidade e o prazo para o envio de novas remessas de insumos para o imunizante.

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O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, usou seu Twitter para reclamar publicamente da fabricante de vacinas contra covid-19 Pfizer. Segundo ele, a empresa está se recusando a vender o imunizante ao estado.

Fábio lembrou que a vacina foi testada em 1.500 voluntários baianos e que havia conversas, em 2020, para a Bahia comprar doses.

"A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos e agora recusa-se a vender a vacina para a Bahia. Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa para vender a vacina e a partir dali no preparamos. Apoiamos o centro de pesquisas da OSID (Irmã Dulce), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países", relata.

Na cobrança o secretário também tuitou mensagens e inglês, sempre marcando o perfil oficial da empresa e mencionando Carlos Murillo, presidente da Pfizer Brasil.

Voluntários no escuro
Nesta quarta-feira (20), o CORREIO publicou uma matéria mostrando que os baianos participantes dos estudos envolvendo as vacinas da Oxford e Pfizer ainda estão sem saber se foram imunizados ou não. A dúvida acontece porque apenas metade dos voluntários receberam a vacina, enquanto outra parte recebeu um placebo.

Quando os laboratórios começaram a recrutar pessoas para testar seus imunizantes em desenvolvimento, uma das promessas é que os voluntários que receberam placebo seriam vacinados tão logo a substância em questão estivesse liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Pfizer ainda não foi aprovada no Brasil, mas muitos voluntários não sabem se podem – ou devem – tomar a Coronavac.

Já nesta quinta-feira, a Pfizer anunciou que todos os brasileiros que participaram do estudo serão vacinados ainda neste mês. Os baianos precisam buscar a Osid para receberem o imunizante.

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A Bahia registrou 4.455 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na noite desta quinta-feira (21).

Ainda de acordo com o boletim, o estado contabiliza 553.770 casos confirmados desde o início da pandemia, 533.460 já são considerados recuperados e 10.550 encontram-se ativos. Também desde o início da pandemia, foram registradas 9.760 mortes, o que representa uma letalidade de 1,76%. De acordo com os dados do boletim desta quinta, 32 pessoas morreram em datas diversas.

Nas últimas 24 horas houve um crescimento de 0,8% tanto no número de casos positivos como de pacientes recuperados da doença.

Salvador é a cidade onde há o maior número de casos proporcionais de pessoas atingidas pela doença: 22,14% do total. Dentre os municípios com maior incidência por 100 mil habitantes, as cidades que registram o maior coeficiente são Ibirataia (10.906,48), Itororó ( 9.174,76), Muniz Ferreira (8.879,01), Conceição do Coité (8.728,16) e Itabuna (8.631,81).

De acordo com a Sesab, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 945.800 casos descartados e 137.029 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quinta-feira.

As informações detalhadas no boletim podem ser acessadas no site da secretaria e também em uma plataforma disponibilizada pelo órgão na internet. Segundo o mesmo documento, 38.926 profissionais da Saúde testaram positivo para a Covid-19 em todo o estado.

Vacinas
As primeiras doses da vacina contra a Covid-19 já foram enviadas pela Sesab para os 417 municípios baianos. Do total de cidades, 417 já informaram o total de vacinas aplicadas. Até às 14h desta quinta-feira (21), 36.097 doses já haviam sido aplicadas em profissionais de saúde, indígenas aldeados, idosos em instituições de longa permanência e pessoas com deficiência.

Para ter acesso ao quantitativo de vacinas por município, o cidadão pode acessar o sistema que também está disponível no portal da Secretaria da Saúde.

Mortes por raça, cor e sexo
Dentre os óbitos registrados na Bahia, 56,58% ocorreram no sexo masculino e 43,42% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,09% corresponderam a parda, seguidos por branca com 19,40%, preta com 14,71%, amarela com 0,64%, indígena com 0,13% e não há informação em 10,03% dos óbitos.

O percentual de casos com comorbidade foi de 70,77%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,84%).

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O governo da Índia liberou as exportações comerciais de vacinas covid--19, e o Brasil vai receber as primeiras remessas ao lado do Marrocos, segundo disse nesta quinta-feira (21) o ministro de Relações Exteriores do país à agência de notícias Reuters. O envio já tem previsão para essa sexta (22).

O Serum Intitute, na Índia, está produzindo a vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, ambas da Inglaterra. O instituto é o maior produtor mundial de vacinas e tem pedidos de doses de vários países do mundo.

Para priorizar a imunização dos seus grupos prioritários, o governo indiano havia suspendido a exportação de doses. No início da semana, o país enviou suprimentos para países vizinhos, como Butão, Bangladesh e Nepal, valorizando sua região.

“O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de amanhã, começando pelo Brasil e Marrocos, seguidos da África do Sul e Arábia Saudita”, disse o Hardh Vardhan Shringla.

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Quarta, 20 Janeiro 2021 16:07

Rede pede que STF afaste ministro da Saúde

A Rede Sustentabilidade pediu nesta quarta-feira (20) que o Supremo Tribunal Federal (STF) afaste imediatamente o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por sua condução da pandemia do coronavírus no país. A informação é da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.

O partido diz que o general à frente do Ministério da Saúde cometeu diversos equívocos, incluindo de logística, e que esses erros causaram a morte de mais de 210 mil brasileiros.

A sigla ainda pediu que o STF determine que o governo federal diga quanto oxigênio tem estocado, principalmente em estados da região Norte, e que tenha de apresentar um planejamento para oferecer oxigênio a esses estados.

A Rede afirmou que houve uma “omissão das autoridades, principalmente federais, que sabiam da iminente falta de oxigênio, mas nada fizeram”.

“Foram seringas não compradas à espera da providência quase divina de que estados e municípios tivessem estoque suficiente; foi oxigênio não fornecido tempestivamente para o estado do Amazonas, o que ocasionou uma situação caótica na semana passada, com centenas de pessoas morrendo, literalmente, asfixiadas”, disse o documento.

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As dificuldades de encontrar vacinas disponíveis para uso imediato e os entraves impostos pela China e Índia em liberar para o Brasil os insumos usados na fabricação dos imunizantes, levaram o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), a defender o uso da vacina russa Sputnik V, posição também tomada pelo governo do estado. Usada tambén na Argentina, a Sputnik aguarda a liberação de uso emergencial no Brasil por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada no último domingo, em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.

Daí a necessidade de contar com outros imunizantes, como é o caso da Sputnik V. "A aquisição de vacinas é hoje um problema mundial. Por isso, a prefeitura se associa ao Estado nessa luta e também está disposta a utilizar recursos próprios para a aquisição da Sputnik. Somente com a imunização das pessoas vamos conseguir retomar a normalidade. Graças à pandemia, Salvador, que estaria vivendo agora o seu melhor verão, teve que se reinventar", declarou Bruno Reis, ontem pela manhã, durante a solenidade que marcou o início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus na capital baiana.

A indústria farmacêutica União Química solicitou à Anvisa a autorização do uso emergencial da vacina russa Sputnik V. Mas a agência não atendeu ao pedido. “A Anvisa restituiu os documentos para a empresa. Não chegamos a analisar o pedido de uso emergencial por entender que os critérios essenciais não estavam atendidos”, respondeu a Anvisa ao CORREIO.

No comunicado divulgado no último sábado (16), a Anvisa citou a falta de estudos clínicos da fase três da vacina. Na semana passada, a agência determinou como um dos critérios para pedido e uso emergencial que o laboratório realize a fase três dos estudos no Brasil. Até o momento, o imunizante da Sputnik não iniciou esta etapa do processo em território brasileiro.

No dia 31 de dezembro, a União Química solicitou à Anvisa a autorização para a condução dos ensaios clínicos da fase três no Brasil. O processo foi analisado pela Anvisa, mas foi identificada a falta de documentos. A agência pediu, no dia 4 de janeiro, que o laboratório apresentasse as informações faltantes e complementares e afirmou ao CORREIO que ainda não recebeu os documentos. Em nota divulgada no domingo a empresa afirmou que as informações adicionais “serão fornecidas em breve”.

A União Química afirmou que, se o uso for autorizado, ela terá condições de fornecer 10 milhões de doses ainda no primeiro trimestre de 2021. A empresa tem acordo de exclusividade com o Fundo Russo de Investimento Direto para a produção e distribuição da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya para o Brasil e países da América Latina. Contudo, sem a aprovação do uso emergencial do imunizante, o estoque pode ser exportado do Brasil para países vizinhos como a Argentina e a Bolívia.

Segundo o governo do estado, a Bahia tem um acordo de acesso prioritário a 50 milhões de doses do imunizante russo, mas esbarra na falta de liberação da Anvisa para utilizá-las. Para tentar resolver este impasse, o executivo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski, para garantir a liberação do imunizante.

A ação, ajuizada no último sábado, solicita que seja permitido aos estados comprar e distribuir vacinas contra covid que não tenham registro da Anvisa, mas que tenham autorização de alguma agência reguladora de referência de outro país certificada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).

Com isso, caso alguma vacina contra covid tenha sido registrada por agência sanitária certificada pela Opas, como é o caso da Sputnik V, utilizada na Rússia e na Argentina, torna-se dispensável o registro da Anvisa, que deverá autorizar a importação e distribuição. "Temos pressa, isso é urgente. A burocracia, as ideologias e o ódio precisam ser colocados de lado para salvar vidas humanas”, declarou o governador Rui Costa.

De acordo com ele, a quantidade de doses da vacina Coronavac recebidas até agora pelos estados é pequena. No caso da Bahia, vai possibilitar a vacinação de apenas cerca de 180 mil pessoas. “Sou contra qualquer tipo de politicagem envolvendo a vacinação, portanto nossa ação no STF para liberação da compra da Sputnik V não tem como objetivo gerar qualquer tipo de ganho político para quem quer que seja. Nosso objetivo é que a compra seja liberada para que mais brasileiros e brasileiras possam ser vacinados”, aponta Rui Costa.

Rui Costa ainda acrescenta: “O governo federal não se mostrou célere como precisava diante da crise gravíssima que vivemos, então não podíamos continuar assistindo tantas mortes pela covid-19 no Brasil de braços cruzados”.

Cenário

O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, resume o cenário atual: “Estamos 100% dependentes da Coronavac, cuja produção integral é na China. A outra vacina aprovada, a de Oxford, não há sinais de que o governo federal vá conseguir adquirir no curto prazo", afirmou o secretário. No Brasil, além da Bahia, o governo do Paraná assinou um memorando de cooperação para ter acesso à Sputnik V.

Enquanto o Brasil espera, já chegou à Argentina, sábado passado, o segundo lote da vacina russa. O desembarque de cerca de 300 mil doses do imunizante aconteceu no Aeroporto Internacional de Buenos Aires. O país foi o terceiro a aprovar o uso da medicação, depois de Rússia e Belarus. Segundo a União Química, a Sputnik V já está registrada na Sérvia, Belarus, Argentina, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela e Paraguai e o registro em mais dois países é aguardado para a próxima semana.

Financiada pelo Fundo para Investimentos Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês), a Sputnik V é a primeira vacina registrada do mundo. Sua eficácia confirmada, segundo o governo russo, é de 91,4% com base na análise de dados do ponto de controle final dos ensaios clínicos. Já a eficácia contra casos graves de coronavírus é de 100%, segundo a farmecêutica. A vacina leva o nome do primeiro satélite espacial soviético.

Outras vacinas

No domingo (17) a Anvisa aprovou o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da Universidade de Oxford. O pedido sobre a CoronaVac foi apresentado em 8 de janeiro pelo Instituto Butantan e é referente a 6 milhões de doses importadas da China. O Butantan também desenvolve a vacina no Brasil. Essas doses foram distribuídas por todo o Brasil nesta segunda-feira (18) e a vacinação já começou em todos os estados do país.

O pedido sobre a vacina de Oxford foi apresentado em 8 de janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e é referente a 2 milhões de doses importadas do laboratório Serum, da Índia, que produz a vacina desenvolvida pela universidade do Reino Unido e pelo laboratório AstraZeneca. A Fiocruz também desenvolve a vacina no Brasil.

Mas a vacina de Oxford, mesmo já tendo a aprovação, não pode já ser aplicada porque não há doses disponíveis em solo brasileiro, elas devem chegar da Índia. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou em entrevista coletiva ontem (18) no Palácio do Planalto que a conclusão da viagem para trazer o carregamento de vacinas importadas deve ter uma resolução ainda nesta semana.

Além disso, o Instituto Butantan pediu nesta segunda-feira (18) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nova autorização para uso emergencial de mais de 4 milhões de doses da CoronaVac. Este segundo lote foi envasado em São Paulo, a partir do princípio ativo enviado da China e já está pronto para utilização. Procurada pelo CORREIO, a Anvisa informou que a análise deve ser concluída até 10 dias após o pedido.

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