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A Bahia registrou 28 mortes e 815 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda, 4. No mesmo período, 1.236 pacientes foram considerados curados da doença (+0%). Dos 496.823 casos confirmados desde o início da pandemia, 483.275 já são considerados recuperados, 4.302 encontram-se ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,46%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.344,83), Muniz Ferreira (8.515,23), Conceição do Coité (8.445,93), Jucuruçu (8.152,53), Pintadas (8.019,55).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 886.572 casos descartados e 122.447 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda-feira (04). Na Bahia, 36.841 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos

O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 28 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.246, representando uma letalidade de 1,86%.

 

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As unidades de saúde das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) estão com visitas aos pacientes suspensas, por 15 dias, a partir desta terça-feira, 29. A medida ocorre por conta do aumento do número de casos de covid-19 na Bahia. O anúncio foi feito através de nota no site e nas redes socias da OSID. A medida vale para todas as unidades do estado administradas pela entidade.

Ainda de acordo com o anúncio, a decisão visa a preservação dos pacientes internados, uma vez que vai reduzir a circulação de pessoas na área hospitalar. A OSID ainda informa que os familiares seguirão recebendo, regularmente, informações sobre o estado de saúde dos pacientes, seja através de boletins médicos via telefone, ou por meio de vídeochamadas com o paciente. Somente nas últimas 24 horas, a Bahia registrou 3.206 novos casos da Covid-19.

Em abril, o hospital das Obras Sociais Irmã Dulce precisou tranferir mais de 200 pacientes para evitar mais transmissões, após um surto com quase 100 casos de covid-19.

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Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 3.206 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) e 3.134 recuperados (+0,7%). Dos 487.691 casos confirmados desde o início da pandemia, 472.868 já são considerados recuperados, 5.751 encontram-se ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,59%) Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.272,99), Muniz Ferreira (8.407,44), Conceição do Coité (8.291,30), Pintadas (8.000,38), Jucuruçu (7.900,50).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 879.989 casos descartados e 122.973 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta terça-feira (29).

Na Bahia, 36.346 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Óbitos
O boletim epidemiológico desta terça-feira contabiliza 31 óbitos que ocorreram em diversas datas. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.072, representando uma letalidade de 1,86%. Dentre os óbitos, 56,58% ocorreram no sexo masculino e 43,42% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,84% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,86%, preta com 14,62%, amarela com 0,67%, indígena com 0,13% e não há informação em 10,88% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 70,89%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,52%).

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Mesmo fora do grupo de risco, as crianças podem sim contrair a covid-19 e até vir a óbito. Na Bahia, desde o início da pandemia, já foram 36 crianças de até 9 anos de idade que morreram do novo coronavírus - uma média de quatro mortes por mês - sendo 22 meninos e 14 meninas, de acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Das 36 vítimas, somente 14 tinham comorbidades - as outras 22 não tinham histórico de doenças graves. Os meses que registraram mais mortes foram maio e junho de 2020, que deixaram 8 vítimas cada um. Além disso, 19 delas não chegaram a completar nem um ano de vida.

Os dados vêm à tona após o alerta do secretário municipal de saúde de Salvador, Léo Prates. Ele informou, no último domingo (27), que o número de crianças com suspeitas de covid-19 nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) tem aumentado, principalmente nos últimos três dias. No domingo, 10 crianças buscaram as UPAs da cidade e duas precisavam de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta segunda (28), o número se repetiu, e quatro delas foram atendidas.

Os hospitais também têm sofrido com a alta demanda. No Martagão Gesteira, a taxa de ocupação de leitos pediátricos de enfermaria está em 85% e a de UTI pediátrica em 90%. Em nota, o Martagão informou que a demanda por leitos de UTI Covid na instituição está alta e que as vagas são ocupadas via Central de Regulação. A instituição também informou quel já tem um plano de contingência para ampliar a oferta de leitos, caso seja necessário. Para tratar os casos suspeitos e confirmados da covid-19, o hospital destinou uma enfermaria inteira (20 leitos) e uma UTI com 10 leitos exclusivamente para este fim, contratualizados com a Prefeitura de Salvador.

No Instituto Couto Maia, o índice de leitos clínicos destinados a crianças está em 80% e os de UTI, em 60%. No Hospital Municipal de Salvador, já não há mais vagas na enfermaria - todos os sete leitos estão ocupados, mas a taxa de ocupação dos leitos de UTI pediátricos está em 14%, com 6 vagas. Na capital baiana, a ocupação dos leitos de UTIs pediátricas é de 70% e 78% nos leitos clínicos. Na Bahia, esses índices estavam, nesta segunda-feira, em 68% e 60%, respectivamente.

“Quando uma mãe perde um filho, é um pedaço da gente que morre junto”
Uma das crianças que morreu por covid-19 foi Isadora, filha da dona de casa Flávia Ferreira, 25 anos, moradora de Ipiaú, cidade no sul da Bahia. A criança tinha apenas dois meses quando deixou a família, no dia 6 de maio. “É uma situação muito complicada. Quando uma mãe perde um filho, é um pedaço da gente que morre junto. Só deixaram eu ver minha filha por 10 minutos, depois que ela estava morta. Ela já não era mais a mesma, o oxigênio já tinha parado”, relembra a mãe. Segundo ela, a filha não teve os sintomas da covid-19 e nasceu com toxoplasmose - a “doença do gato” - por a mãe ter pego a infecção na gravidez.

“Até hoje não acredito que minha filha faleceu de coronavírus, porque Isadora já estava doente, debilitada. Ela não teve sintoma nenhum do coronavírus, não tossia, não sentiu febre. E eu malmente saí, só saía quando era caso de necessidade ou de levar ela na pediatra, mas tinha o maior cuidado com ela por causa da doença. Se ela pegou, não sei como”, diz a mãe. A dona de casa afirma que a filha vomitava todas as madrugadas pela toxoplasmose e foi levada para um hospital público de Jequié, município a 50 km de Ipiaú, após um quadro de anemia: “Ela estava pálida, não tinha uma gota de sangue na unha”.

Na unidade, os médicos fizeram o teste PCR na menina, que não resistiu. O resultado saiu quatro dias depois, com a confirmação da covid-19. Porém, no atestado de óbito de Isadora, consta como causa da morte anemia grave, choque hemorrágico e toxoplasmose congênita. Os 8 membros da família que moravam com ela também foram testados, só que por teste rápido, e quatro deram positivo. A secretária de saúde de Ipiaú, Larissa Dias, confirmou os resultados dos testes. “O exame confirmando foi entregue. Foi colhido no hospital no dia do óbito e o resultado só chegou depois. O Estado informou a secretaria após a criança já ter sido enterrada. Foi um sofrimento grande para a família”, conta. A secretária disse que qualquer pessoa que vai a óbito por qualquer diagnóstico, mas também tem covid-19, entra nas estatísticas do covid-19, por isso que o obituário apontava uma outra causa.

Outra criança baiana que morreu de covid-19 foi Luiz Gustavo, que tinha um ano de idade. Ele era do município de Iramaia, que tem pouco mais de 8 mil habitantes e fica na Chapada Diamantina, centro-sul da Bahia. Ele estava em tratamento em um hospital de referência de Salvador, para tratar a síndrome mielodisplásica, uma doença rara que interfere na produção de células sanguíneas. Durante o período de 46 dias que ficou internado, Luiz Gustavo se contaminou pela covid-19 no hospital e veio a óbito, no dia 19 de junho. Procurada pela assessoria do município, a família não quis comentar.

À época, o prefeito de Iramaia, Tunga Bastos (PP), publicou uma nota em sua rede social. “O céu acabou de ganhar mais um anjinho. Foi com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento do pequeno Luis Gustavo. Não temos palavras para expressar a nossa dor neste momento tão difícil. Peço a Deus que conforte os pais Evanildo e Ediane e que conforte todos os seus familiares. estamos de luto”, escreveu o prefeito.

Na cidade de Guanambi, a cerca de 500 km de Salvador, um menino de 5 anos também morreu de complicações da covid-19. Ele tinha uma doença do sistema nervoso e foi transferido para Itabuna para tratamento em um hospital público. O secretário de saúde de Guanambi, Manoel Paulo Rodrigues, informou que a criança morava em uma casa de acolhimento da cidade, mas deu mais detalhes.

Como a doença evolui em crianças
A infectologista pediátrica Anne Galastri explica que as chances de a doença evoluir em uma criança são as mesmas de um adulto. “Qualquer infecção viral pode evoluir e causar óbito, infelizmente. É preciso ficar atento às crianças que têm aquelas doenças de base, como câncer em tratamento, transplantado, crianças que tem problema cardíaco, pulmonar. Essas crianças, por terem doenças crônicas, têm o risco aumentado, assim como adultos e idosos”, esclarece.

Galastri ainda tranquiliza que a taxa de mortalidade entre as crianças é baixa e os sintomas, em geral, são mais leves. “A infecção pela covid-19 na faixa etária pediátrica pode sim são quadros mais leves, como febre, coriza, algumas crianças vão para UTI, mas a imensa maioria ficam bem, a taxa de mortalidade é menor que 1%”, diz. Porém, ela alerta que não é momento de descuido. “Não quer dizer que devemos descuidar das crianças, é preciso fazer a higienização das mãos, usar a máscara para as crianças maiores de dois anos, fazer o distanciamento social e quem está doente não é para sair de casa. Infelizmente, a gente viu criança com síndrome de sistema respiratório que foi visitar avó no Natal, foi ao shopping, então esses cuidados são básicos e é preciso manter em qualquer faixa etária”, orienta a especialista. Ela explica que as crianças menores de dois anos não devem usar máscara por risco de asfixia.

A médica infectologista Clarissa Ramos, do Hospital Cardio Pulmonar (HCP) alerta que, como os sintomas nas crianças, normalmente, são mais brandos, é preciso uma atenção redobrada. “Quando elas pegam, ela não manifestam os sintomas ou são sintomas muito leves. Isso faz com que a doença passe despercebida. Então ela está transmitindo. É muito frequente crianças que espirram, têm um resfriado, dor de garganta, tosse, ou esses sintomas mais leves que não são levados a sério, e, muitas vezes, é covid, mas não é investigado. Então mesmo que o sintoma seja só por um dia, pode ser covid”, alerta. Por isso, a infectologista diz que deve-se sempre monitorar os sintomas da criança e das pessoas que elas têm contato.

À TV Bahia, Prates comunicou, na segunda-feira (27), que a secretaria pensa em estratégias para conter o aumento dos casos suspeitos em crianças através da ampliação do número de leitos nas unidades de saúde: “Estamos trabalhando para ampliar os gripários. A ideia é construir mais um gripário na UPA de São Cristóvão e também reativar uma tenda de sustentação respiratória com 10 leitos de sala vermelha na UPA de valéria. A sugestão da equipe seria transformar essa tenda de sustentação respiratória, que seria princípio para adulto, para um perfil mais pediátrico, devido a esse crescimento exorbitante”.

Em nota, o Ministério da Saúde divulgou que, até 21 de dezembro, quando foi publicado o último boletim epidemiológico semanal, foram notificados pelos estados 1.161 óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 na faixa etária de menores de um ano a 19 anos de idade. Desse total, 356 óbitos foram em crianças menores de 1 ano de idade; 182 em crianças entre 1 e 5 anos; 623 casos entre 6 e 19 anos de idade. Por telefone, o Ministério disse que não tinha os dados seccionados de crianças até 9 anos nem a divisão por sexo e faixa étaria de cada unidade federativa, só a informação total.

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A Bahia registrou 748 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h, segundo dados divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), na tarde desta segunda-feira (28).

De acordo com a secretaria, a taxa de crescimento no número de casos foi de taxa de crescimento de +0,2% no número de casos e de +0,3% no de pessoas recuperadas da doença (1.330).

Segundo a Sesab, são 484.485 casos confirmados desde que a pandemia começou, em março. Desses, 469.734 já são considerados recuperados e 5.710 encontram-se ativos.

O boletim epidemiológico ainda contabiliza 30 óbitos, que ocorreram em datas diferentes. O número total de mortes, desde o início da pandemia, é 9.041, o que representa uma letalidade de 1,87%.

Dentre as mortes, 56,58% ocorreram em pessoas do sexo masculino e 43,42% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,82% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,85%, preta com 14,63%, amarela com 0,66%, indígena com 0,13% e não há informação em 10,91% dos óbitos.

O percentual de casos com comorbidade foi de 70,90%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,48%).

Mais atingidos pela doença
Até esta segunda, o coeficiente de incidência da doença no estado foi de 3.257,47/100 mil habitantes. Pacientes do sexo feminino são os mais atingidos pela Covid-19 na Bahia (54,58% do casos), seguidos por pessoas do sexo masculino (45,22%) e 0,20% sem informação.

Em relação ao quesito raça e cor, conforme consta do boletim, 244.308 (50,43%) são de cor parda, seguidos por amarela 80.293 (16,57%), branca 59.652 (12,31%), preta 40.254 (8,31%), indígena 1.774 (0,37%) e os ignorados e sem informação foram de 58.204 (12,01%).

A faixa etária mais acometida foi a de 30 a 39 anos, representando 24,32% do total. O coeficiente de incidência por 100.000 de habitantes foi maior na faixa etária de 40 a 49 anos (5.327,81/100 mil habitantes), indicando que o risco de adoecer foi maior nesta faixa etária, seguida da faixa de 30 a 39 anos (5.135,61/100.000 habitantes)O percentual de casos com comorbidade foi de 70,98%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,48%).

O boletim completo está disponível no site da Secretaria de Saúde e também em uma plataforma disponibilizada pela Sesab.

Outros dados
Todas as cidades do estado registraram casos da doença. A maior proporção ocorre em Salvador (22,58%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100 mil habitantes foram Ibirataia (10.259,93), Muniz Ferreira (8.299,65), Conceição do Coité (8.193,72), Pintadas (7.962,06), Jucuruçu (7.900,50).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 877.040 casos descartados e 122.461 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda.

Na Bahia, 36.185 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Ocupação dos leitos
Dos 1.987 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivos para atender pacientes com o novo coronavírus na Bahia, 1.247 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 63%. Dos 984 leitos de UTI (adulto) disponíveis no estado, 744 estão ocupados, o que corresponde a 76%.

Em Salvador, de acordo com a Sesab, dos 926 leitos ativos, 673 estão ocupados, o que corresponde a uma taxa de ocupação geral de 73%. Os leitos de UTI adulto estão com 76% de ocupação. Já os de UTI pediátrica, 59% de ocupação.

Com relação aos leitos de enfermaria, a capital baiana tem taxa de ocupação de 69% (adulto) e 86% (pediátrico).

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Depois dos plantões no Hospital de Campanha de Feira de Santana, o diretor médico da unidade, Francisco Mota, percorre 4 quilômetros até chegar em casa. Deixa para trás um hospital que trabalha quase sempre no limite, mas encontra, no percurso, um revoada de gente em bares e restaurantes. “Estamos ocupados praticamente o tempo inteiro”, conta o médico sobre a situação vivida pela cidade nas últimas três semanas, considerada a mais grave desde o início da pandemia do coronavírus pelos profissionais de saúde locais.

Em dezembro, os hospitais – públicos e privados – de Feira de Santana, a 115 quilômetros de Salvador, trabalham com ocupação entre 85% e 100%. Nunca abaixo disso. Já foram 3.417 casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o que resulta numa média de 1.139 casos semanais. No boletim diário da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), constam 3.354 casos em dezembro, pois ainda há testes à espera de resultado no Laboratório Central de Saúde Pública.

Foi o recorde semanal desde o início da pandemia. Cinco meses antes, em julho, quando se acreditava que Feira vivia o pico da pandemia, eram 809 notificações semanais, em média. A cidade registrou o primeiro caso de coronavírus do Norte e Nordeste no dia 8 de março.

Feira de Santana tem, hoje, 63 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São 18 no Hospital de Campanha, onde trabalha Francisco, 40 no Clériston Andrade, e cinco no Hospital Estadual da Criança. Deles, 86% estão ocupados. Em Salvador, a ocupação de leitos de UTI está em 78% e foram 2,4 mil casos por semana, em dezembro, o dobro do notificado em Feira.

A capital baiana tem 3,6 milhões de habitantes, estima o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis vezes mais que Feira. Em toda Bahia, a ocupação média é de 77%, com 19,7 mil notificações semanais de covid-19 neste mês.

Em julho, os leitos do Hospital de Campanha foram ampliados de 10 para 18. Como o fluxo de pacientes caiu, os leitos extras foram desativados. No final de novembro, depois das eleições municipais, Francisco recebeu a ordem de reativá-los. Os pacientes, notava-se, voltavam em maior volume, como em julho, com sintomas de infecção pelo novo vírus.

A espera para conseguir atendimento pode chegar até 12 horas nas unidades de saúde de Feira, e os médicos, sem escolha, precisam, em alguns casos, decidir quais pacientes entram e saem da UTI. A decisão não depende exclusivamente da necessidade, como deveria ser, mas da disponibilidade. “Não é um fenômeno de Feira de Santana, claro. Mas a situação é de trabalhar no limite. Está fora do controle”, frisa Francisco. “E não vamos conseguir abrir novos leitos de UTI de uma hora para outra aqui [no Hospital de Campanha]”, explica. Para isso, seriam necessários entre 15 e 20 dias para expansão de estrutura e contratação de pessoal.

Aumento na curva
“Eu estou notando aqui na sala de projeção que o aumento na curva começou, em Feira de Santana, no dia 5 de novembro”, compartilha o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do comitê científico do Consórcio Nordeste, que reúne informações sobre a covid-19 para orientar estados e municípios nordestinos. Nicolelis, que já foi considerado um dos 20 pesquisadores mais importantes de sua área pela revista estadunidense Scientific American, enxerga erros e reflexos das próprias características de Feira.

O primeiro, nas palavras de Nicolelis, foi “resultado de políticas que não foram sincronizadas”. O segundo, como consequência dessa falta de sincronização, foi a oscilação entre fechamentos e aberturas do comércio e dos bares. Além disso, o mês iniciou depois de campanhas eleitorais que inauguraram um novo ciclo de contaminações, segundo Nicolelis. “Lembro de estar numa entrevista, porque o prefeito de Feira queria reabrir as coisas e eu afirmava que ia ter uma explosão de casos se abrisse. Isso é reflexo da falta de políticas consistentes que levem em consideração em primeiro plano os riscos de infecção”, avalia.

O comércio do município chegou a ficar fechado em março e julho, mas a reabertura veio logo em seguida. Aglomerações em botecos se tornaram cada vez mais comuns.

O prefeito de Feira, Colbert Martins (MDB), que também é médico e professor de Epidemiologia da Universidade Estadual do município (Uefs), nega qualquer “erro” que justifique o momento atual. Na quarta (23), ele participou de uma reunião para pensar novas medidas restritivas contra o avanço do vírus (confira abaixo). “Não vejo erro de Feira de Santana. Ao invés de fecharmos tudo, Salvador fechou tudo, flexibilizamos e acertamos. Abrir e fechar é mais eficaz do que fechar, porque existem os problemas econômicos também”, defende Colbert, que vê uma situação “mais grave, pior não sei”, ao contrapor número de casos mais elevados com quantidade de óbitos.

As medidas restritivas planejadas pela prefeitura preveem a ampliação das fiscalizações e reduzir o horário de funcionamento dos estabelecimentos, entre bares e restaurantes. Ficaram estabelecidas regras como o encerramento das atividades de estabelecimentos como bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h e a proibição de mais de quatro pessoas em uma mesa. Lockdown não está nos planos.

Os bares, por outro lado, podem voltar a ser fechados, pois são uma das principais armadilhas para a população e um dos paraísos do vírus – pessoas aglomeradas, falando alto e trocando fluidos, como gotículas de saliva no ar. O prefeito Colbert pede que sejam evitados encontros para a virada do ano.

Para entender como Feira chegou até aqui é preciso, ainda, enxergar outros fatores. Dezembro é, tradicionalmente, mês de viagens e reuniões entre familiares que moram na capital com os do interior, complementa Nicolelis, o neurocientista do Consórcio Nordeste. É mês de pegar a estrada para o reencontro e também de comprar presentes. E Feira de Santana é tanto o maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste, quanto um forte polo comercial no estado.

Número de casos pode quase dobrar em um mês

Desde o início do mês, especialistas alertam sobre uma segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil. No dia 22 de dezembro, o país registrou 963 mortes por covid, o valor mais alto desde 17 de setembro, quando 779 pessoas morreram vítimas do coronavírus. A tendência se repete nos estados e cidades brasileiros. Hoje, o comitê científico do Consórcio Nordeste tem voltado a atenção, no que diz respeito a interiores baianos, a Feira de Santana, Brumado, Itaberaba, Itabuna, Jequié e Vitoria da Conquista.

A preocupação direcionada a Feira de Santana é potencializada pela localização da cidade e a falta de UTIs para atender a demanda, que só cresce.

“O que acontece é que por mais que estejamos mostrando os fatos, a responsabilidade individual não é uma realidade. Não temos leitos disponíveis, quem adoecer, não vai ter leito”, conta Melissa Falcão, infectologista que coordena o Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus em Feira.

Mesmo a rede privada enfrenta desafios em Feira. Há pacientes que esperam, em leitos na emergência, de dois a três dias, por uma vaga na UTI.

No horizonte, não há nenhuma previsão de abertura de novos leitos na cidade. O que se tem é um temor quanto as consequências das festas natalinas e de Réveillon. Caso o crescimento permaneça o mesmo, calculou Miguel Nicolelis, do comitê científico do Consorcio Nordeste, em um mês os casos podem saltar de 22.437 mil para 35 mil no município.

Quando completa o percurso até em casa, Francisco, o diretor do hospital de campanha, não consegue se desligar dos números e das histórias que, diariamente, se repetem – a idosa isolada que foi contaminada por um parente, a jovem que evoluiu para estado grave, a filha que foi para o bar e levou o vírus para casa. Na véspera do Natal, Francisco não reuniu a família, mas não foi o que viu na vizinhança do bairro onde mora. “Eu tenho que passar tranquilidade, mas a palavra que me define é ‘angustiado’”.

Até esse domingo (27), a cidade registrava 387 mortes e 22.450 casos confirmados da doença.

Confira as medidas adotadas pela prefeitura:
- Aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas
- Fechamento de bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h
- Aumento da fiscalização
- Horário do comércio foi estendido para até 22h, para evitar aglomeração em espaços.
- Proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos
- Proibição de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol
- Proibição de mais de quatro pessoas em uma mesma mesa
- Utilização de 50% da área total de um espaço
- Estabelecimentos são obrigados a manter os protocolos sanitários, como disponibilizar álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários.

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A Bahia registrou 28 mortes e 3.090 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quarta-feira (23). No mesmo período, 3.303 pacientes foram considerados curados da doença (+0,7%).

Dos 476.955 casos confirmados desde o início da pandemia, 458.619 já são considerados recuperados, 9.443 encontram-se ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,72 Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.194,62), Muniz Ferreira (8.218,81), Conceição do Coité (8.051,10), Pintadas (7.904,57), Jucuruçu (7.867,63).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 871.073 casos descartados e 124.658 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quarta.

Na Bahia, 35.714 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 28 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 8.893, representando uma letalidade de 1,86%.

Perfis
Dentre os óbitos, 56,54% ocorreram no sexo masculino e 43,46% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,86% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,61%, preta com 14,72%, amarela com 0,67%, indígena com 0,13% e não há informação em 11,00% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,21%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,54%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.

 

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A Bahia registrou 30 mortes e 2.688 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,6%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta terça-feira, 22. No mesmo período, 3.681 pacientes foram considerados curados da doença (+0,8%).

Dos 473.865 casos confirmados desde o início da pandemia, 455.316 já são considerados recuperados e 9.684 encontram-se ativos. Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,77%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.168,50), Muniz Ferreira (8.218,81), Conceição do Coité (8.019,58), Pintadas (7.885,41), Jucuruçu (7.834,76).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 867.760 casos descartados e 124.966 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta terça-feira (22/12).

Na Bahia, 35.518 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Óbitos

O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 30 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 8.865, representando uma letalidade de 1,87%. Dentre os óbitos, 56,51% ocorreram no sexo masculino e 43,49% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,88% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,58%, preta com 14,71%, amarela com 0,67%, indígena com 0,14% e não há informação em 11,03% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,26%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,47%).

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A Bahia registrou 28 mortes e 1.517 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,32%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (21). O boletim não informa quantos pacientes foram considerados curados da doença no mesmo período. Ao todo, 10.707 da doença são considerados ativos atualmente.

Dos 471.177 casos confirmados desde o início da pandemia, 451.635 já são considerados recuperados. Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,77%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.148,90), Muniz Ferreira (8.097,55), Conceição do Coité (8.010,57), Pintadas (7.856,66), Jucuruçu (7.823,80).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 865.085 casos descartados e 123.887 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta segunda.

Na Bahia, 35.367 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 28 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 8.835, representando uma letalidade de 1,88%. Dentre os óbitos, 56,54% ocorreram no sexo masculino e 43,36% no sexo feminino.

Perfis
Em relação ao quesito raça e cor, 54,86% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,55%, preta com 14,73%, amarela com 0,67%, indígena com 0,14% e não há informação em 11,06% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,35%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,46%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.

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O fim de 2020 está chegando, mas não do jeito que se pretendia. As festas de Natal e Réveillon se aproximam e os casos de coronavírus vêm aumentando na Bahia, sem que se tenha uma vacina disponível para a população. E, de acordo com o secretário estadual de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, em entrevista ao CORREIO, a previsão é de um cenário ainda pior para o início de 2021, justamente por conta dos festejos. Confira:

A Bahia está na segunda onda da covid-19?
Não há nenhuma dúvida de que estamos em uma segunda onda. Essa questão é disputada conceitualmente por alguns, mas do ponto de vista epidemiológico, não interessa. O fato é que estamos vivendo um momento de aceleração da transmissão, da internação e do número de mortes. O fato é que está acontecendo e demanda medidas excepcionais de restrição, de ampliação de leitos e de tentativas da diminuição da transmissão através do distanciamento social. Tenho uma lamentável convicção que vai haver uma piora com o Natal e o Réveillon. Isso vai se expressar 15 dias depois, com o aumento da taxa de contágio, e um mês depois, com o aumento do número de óbitos. É inevitável. Muitas pessoas não vão deixar de visitar seus parentes, não vão deixar de fazer festas particulares. Muitas pessoas vão visitar sua vovozinha, sua tia, sua mãe, e vão, infelizmente, levar a doença. E elas irão morrer um mês depois.

O estado pode ter a vacina já em janeiro? Do que depende a definição de um prazo?
Depende exclusivamente da Anvisa autorizar o uso emergencial das vacinas. A partir do momento que houver a autorização e que as vacinas chegarem ao país, nós temos a condição de montar a distribuição dentro de uma semana e iniciar. O problema é que nós só teremos no país as vacinas do Butantan, que já estão sendo envasadas, e a vacina russa Sputnik V, que será produzida no país a partir do dia 5 de janeiro. Só teremos essas duas vacinas para uso imediato assim que for feita a aprovação regulatória. As demais dependem de produção externa e importação para serem distribuídas. Existe um cronograma de quantidades de cada um dos fornecedores, que começarão a ser enviadas ao país a partir do mês de janeiro.

Quando teremos toda a população baiana vacinada? Como será a divisão por fases?
O tempo para cada fase na Bahia é o mesmo do Brasil, um mês para cada uma das etapas, cada uma com sua população específica. A única diferença é que nós teremos aqui a possibilidade de comprar a vacina Sputnik V. O governador Rui Costa afirmou que comprará uma quantidade suplementar de vacinas para imunizar as pessoas de maneira mais ampla e mais rápida. Nós temos um acordo de acesso prioritário para até 50 milhões de doses. Quando ela começar a ser distribuída no país, se houver excedente que puder ser comercializado, nós iremos adquiri-las, assim como o Consórcio Nordeste.

Qual o plano para a logística de distribuição da vacina?
Elas se dariam pelas secretarias municipais de saúde. Nós temos 30 centros regionais em nossa cadeia de frio, que é uma rede de salas climatizadas com ar-condicionados ligados no gerador 24 horas. As câmaras de armazenamento das vacinas possuem baterias e conexão à internet, ou seja, se faltar energia, o responsável recebe uma mensagem avisando. Essa rede existe em 30 centros nossos, e temos também 417 salas municipais. Nós temos uma rede que a temperatura fica mantida entre dois e oito graus; isso é um patrimônio, investimento que foi feito nos últimos anos. Também compramos freezers, os ultracongeladores, que ficarão em cada uma dessas salas.

Quais os cuidados que devem ser mantidos mesmo após o início da vacinação, já que ela não chegará para todos de uma só vez?
A previsão é que sejam quatro meses de vacinação dos profissionais de saúde que estão na linha de frente, dos mais idosos e dos mais frágeis e vulneráveis. Depois desses meses, começamos a vacinação das outras pessoas, que basicamente são as que têm menos de 60 anos e não possuem comorbidades. A vacinação desse grupo deverá ocorrer apenas em junho ou julho. Até lá, temos que manter todas as medidas de proteção. Ninguém está livre do risco, estamos vendo pessoas saudáveis morrerem. Precisamos manter todas as medidas de proteção até termos nossa população toda vacinada. O fato das pessoas com mais risco estarem vacinadas não significa que pessoas com menos risco vão deixar de morrer.

Quem mora com pessoas do grupo de risco também terá prioridade?
Olha, eu até entendo que elas deveriam ser prioridade, mas operacionalmente ficaria complicado estender isso. Imagine, uma pessoa que tem uma doença pulmonar apresenta uma receita. Como você vai provar que as pessoas que moram com ela realmente moram? Aí vai acabar aparecendo um monte de gente dizendo que mora com pessoas com comorbidades para ganhar a vacina antes dos outros. Operacionalmente, não dá.

Há uma preocupação com os negacionistas da vacina? Qual o risco que esse grupo representa para a população de um modo geral?
Eu não acredito que para a covid-19 esse grupo tenha qualquer relevância em termos de reduzir a cobertura vacinal. Em outras doenças epidêmicas, como gripe, não houve essa resistência. Esses grupos focam em doenças que eles acham que não existem mais, como a poliomielite. Outro exemplo é o sarampo, que a gente não vê mais pessoas morrendo. Esses grupos são focados em doenças que eles não veem e acham que não existem, daí encontram terreno fértil para disseminar suas ideias. Em relação à covid-19, como a doença está viva, as pessoas estão vendo as outras sofrerem e morrerem, eles não encontrarão eco para suas ideias absurdas.

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