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Lula tem 12 pontos de vantagem sobre Bolsonaro em pesquisa FSB/BTG
Pesquisa FSB/BTG divulgada nesta segunda-feira, 13, mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de voto, contra 32% de Jair Bolsonaro (PL).
Veja os números da pesquisa estimulada:
Lula (PT): 44%
Jair Bolsonaro (PL): 32%
Ciro Gomes (PDT): 9%
Simone Tebet (MDB): 2%
André Janones (Avante): 1%
Pablo Marçal (Pros): 1%
José Maria Eymael (DC): 0
Leonardo Péricles (UP): 0
Luciano Bívar (União): 0
Sofia Manzano (PCB): 0
Vera Lúcia (PSTU): 0
Nenhum: 5%
Branco/nulo: 2%
Não sabe/não respondeu: 2%
A pesquisa foi realizada entre 10 e 12 de junho e foram ouvidas 2 mil pessoas por telefone. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi protocolada no TSE sob o registro BR-03958/2022. As somas podem não fechar 100% devido a arredondamentos.
Sem cada um deles chegar a 1%, José Maria Eymael, Vera Lúcia, Sofia Manzano, Luciano Bivar, Leonardo Péricles e Pablo Marçal somam juntos 2% das intenções de voto.
Lula oscilou dois pontos para baixo desde a pesquisa de maio. Bolsonaro e Ciro Gomes se mantêm iguais. A pesquisa não indica definição da eleição em primeiro turno.
Foram feitas cinco simulações de segundo turno.
Lula x Bolsonaro
Lula - 54%
Bolsonaro - 36%
Branco/nulo/nenhum: 8%
Não sabe/não respondeu: 1%
Lula x Ciro Gomes
Lula - 48%
Ciro Gomes - 32%
Branco/nulo/nenhum: 20%
Não sabe/não respondeu: 1%
Lula x Simone Tebet
Lula - 55%
Simone Tebet - 25%
Branco/nulo/nenhum: 19%
Não sabe/não respondeu: 1%
Bolsonaro x Ciro Gomes
Bolsonaro - 48%
Ciro Gomes - 38%
Branco/nulo/nenhum: 13%
Não sabe/não respondeu: 1%
Bolsonaro x Simone Tebet
Bolsonaro - 40%
Simone Tebet - 40%
Branco/nulo/nenhum: 19%
Não sabe/não respondeu: 1%
Entenda o que o Espírito Santo fez para derrubar índices altos de homicídios e o que a Bahia pode aprender com o vizinho
O ano era 2009 e o Espírito Santo vivia o ápice da onda de assassinatos. À época, foram registrados 2.034 homicídios, 58 vítimas para cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional, calculada em 27. O que colocava o estado entre as primeiras posições no ranking do Atlas da Violência. Uma década depois, despencou para a 13ª posição, ao reduzir em 47,5% os crimes letais. Enquanto o vizinho do Sudeste caminhava em uma direção, a Bahia pegava o rumo contrário, com alta de 12,6% e cinco anos seguidos como campeão nacional em números absolutos de mortes violentas. A questão não é o quanto, mas porque ambos tomaram rotas inversas no mesmo período.
Para encontrar explicações, é preciso antes passear pela história recente do Espírito Santo no combate à violência. À primeira vista, salta aos olhos a decisão do governo capixaba de não restringir a política para a área de segurança pública. Algo que a Bahia vem fazendo ao longo dos últimos anos, ao concentrar todos os esforços na guerra contra as drogas, opção criticada, de forma quase unânime, por especialistas com expertise no tema.
Como se baseasse o enfrentamento da criminalidade no modelo típico de uma orquestra, os capixabas apostaram de fato na articulação entre secretarias e órgãos do estado, priorizando a implementação de ações e projetos voltados tanto ao combate quanto à prevenção da violência. Sobretudo, com a ampliação do acesso aos serviços públicos básicos e promoção massiva da cidadania em regiões caracterizadas por altos índices de vulnerabilidade social e criminalidade.
No pacote de ações, o Espírito Santo apostou alto em políticas voltadas à juventude, com destaque para a criação de 136 escolas em tempo integral. Nelas, a parcela mais jovem foi privilegiada com reforço escolar, cursos profissionalizantes, apoio à prática de esportes e estímulo às atividades culturais e artísticas. Em movimento simultâneo, investiu na construção de centros para acolher dependentes químicos e auxiliar seus familiares.
Tais iniciativas integram o coração do Programa Estado Presente, lançado em 2019 pelo governo capixaba. Mesmo com pouco tempo de nascido, o conjunto de ações reduziu drasticamente os índices de violência e criminalidade. Especialmente, a grande dor de cabeça para as autoridades de lá: os crimes letais intencionais - homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte.
O Espírito Santo não é o único exemplo bem sucedido na batalha do poder público contra o crime. Outros estados também conseguiram derrubar os índices de mortes violentas em um intervalo de dez anos. É o caso de São Paulo (-48,7%), Distrito Federal (-45,6%), Rio de Janeiro (-33,8%) e Mato Grosso do Sul (- 32,3%), de acordo com o mais recente balanço do Atlas da Violência, portal que reúne, organiza e disponibiliza informações sobre a dinâmica da criminalidade no Brasil, sob a coordenação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Semelhança de modelos
Em comum com o Espírito Santo, os outros três estados e o Distrito Federal também jogaram todas as fichas em programas de enfrentamento à violência que foram além do combate ao crime pela polícia. De modo semelhante, focaram na integração entre os mais diversos órgãos da administração estadual e, mais importante, na atuação permanente em comunidades afetadas por altas taxas de assassinatos, através da expansão da oferta de serviços públicos essenciais.
As ações ostensivas e táticas das forças de segurança foram tratadas por esses estados como parte fundamental, mas não como a única arma para frear o crime. Era exatamente o que previa o Pacto pela Vida, programa adotado em 2011 pelo governo baiano, que copiou o modelo implantado com relativo sucesso em Pernambuco. Ao ser lançado, a promessa era esforço máximo para reduzir os crimes contra a vida.
Após 11 anos, a realidade foi bem diferente da que havia sido projetada no início da segunda de quatro gestões consecutivas do PT à frente do governo do estado. Nem o hoje senador Jaques Wagner nem o sucessor, Rui Costa, obtiveram algum resultado positivo contra a violência. Pelo contrário. Em 2006, ano que antecedeu a chegada dos petistas ao poder, a Bahia somou 2.881 assassinatos, com taxa de 23,7 homicídios por 100 mil habitantes, menor que a média nacional de 26.
Porém, os números entraram em trajetória ascendente já em 2007, quando Wagner iniciou o primeiro mandato como governador. Naquele ano, foram 3.659 crimes letais. Desde então, aumentaram exponencialmente, apesar de reduções pontuais. Mesmo assim, nunca deixaram de ocupar as primeiras posições da tabela.
Visão limitada
“O fato de ter um programa por si não vai solucionar o problema se não houver compreensão bastante ampla. É imprescindível entender a fundo o problema. A política de segurança pública no Brasil foi feita quase sempre no imediatismo: colocar mais policiais, mais armas, mais viaturas. Ou seja, os mesmos processos que colocaram o Brasil como um dos países mais violentos, com 10% dos homicídios que ocorrem no mundo. Um desastre”, destacou o secretário estadual de Governo do Espírito Santo, Álvaro Duboc.
“Então, o que foi que fizemos aqui? Mapeamos as regiões tidas como as mais violentas e fomos atrás das condicionantes de vulnerabilidade dos jovens nesses territórios. E a educação tem um papel fundamental nisso”, acrescentou Duboc. De acordo com o secretário, o estado tinha 38 escolas de tempo integral em 2018. “Hoje, temos quase 140, 60% delas em municípios e bairros que apresentam maiores índices de violência”, emendou.
A educação, entretanto, foi parte da estratégia. “Estruturamos também centros de referência para a juventude, a partir de ações e serviços com profissionais de múltiplas áreas, como psicólogos, terapeutas, pedagogos, cujo objetivo é analisar a trajetória de vida dos jovens do passado ao presente e planejar o futuro para eles. Após seis meses nesse processo, todos são encaminhados à fase de capacitação, para que cada um consiga atingir os objetivos traçados. Em seguida, é hora de incluí-los no mercado de trabalho”, assinalou Duboc.
O sucesso dos capixabas é usado como parâmetro nas avaliações sobre o fracasso da Bahia. “A experiência do Espírito Santo tem muito a ver com o Estado presente. É fazer com o que a cidadania alcance pessoas que muitas vezes não tiveram acesso às suas conquistas como cidadãs. Ou seja, o trabalho não foi preconizado somente por ações táticas da polícia, mas por iniciativas voltadas a ampliar a presença do Estado e dirigidas ao público que era normalmente alvo ou responsável pela autoria de homicídios, os jovens. Se a Bahia não virar a chave, se continuar agindo com a lógica da guerra, sempre se matará muita gente”, avaliou professor Luís Lourenço, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Crime e Sociedade (Lassos) da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
“A segurança pública aqui na Bahia não foi tratada de forma prioritária, como já vimos em outros estados que conseguiram baixar seus índices. O que assistimos aqui é uma política de enfrentamento isolada, que foca na dinâmica de guerra. Então, quando uma lógica de segurança pública é a lógica de troca de tiros, armamentos, prisão, a gente não consegue de fato ter resultado eficaz. E isso é sentido de diversas formas pelas pessoas que vivem na cidade”, pontuou a cientista social Luciene Santana, pesquisadora da Rede de Observatórios de Segurança.
Outro lado
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, nos últimos oito meses, estão em queda na Bahia. “Graças ao esforços continuados das forças da segurança, em outubro de 2021 foi computada queda de 10%, seguido por novembro com 15%, dezembro com 13%, janeiro com 21%, fevereiro com 4%, março com 3%, abril com 19% e maio com 13%. Cerca de R$ 1 bilhão está sendo empregado em tecnologia e novas estruturas em diversas cidades do estado. A pasta também tem investido em ampliação de efetivo, por meio de concursos públicos e aquisição de equipamentos”, diz a nota.
Rio e DF apostaram em novas políticas
Embora frequente diariamente o noticiário policial, o Rio de Janeiro conseguiu reduzir em 33,8% os índices de mortes violentas intencionais entre 2009 e 2019, de acordo com o Atlas da Violência. Procurado pela reportagem, o governo fluminense informou que adquiriu 21.571 câmeras operacionais portáteis para as forças de segurança, fiscalização e defesa civil. “Desde o último dia 30, 1.637 policiais militares de nove unidades que atuam no patrulhamento ostensivo começaram a usar as câmeras portáteis em seus uniformes. A aquisição faz parte do programa de transparência do governo do estado”, destacou.
Segundo a mesma nota, no primeiro quadrimestre deste ano, os homicídios dolosos (intencionais) chegaram ao menor patamar em 31 anos, no comparativo com o mesmo período do ano passado. A letalidade violenta recuou 23%, também o menor valor para os quatro meses desde 1991. Ao mesmo tempo, as mortes por intervenção de agente do Estado diminuíram 32%
Disse ainda que a Polícia Militar vem atuando em várias frentes para reduzir de forma consistente os índices de letalidade violenta e policial. “Entre essas ações, estão a criação de uma série de programas preventivos pautados pelo conceito de polícia de proximidade; investimento maciço em treinamento e em equipamentos de proteção individual; e aprimoramento dos protocolos de atuação operacional desenvolvidos conjuntamente com o Poder Judiciário”, conclui.
No Distrito Federal, também palco de redução bastante significativa de mortes violentas (-45,6%), a Secretaria de Segurança Pública disse, por nota, que o programa DF Mais Seguro foi o responsável pela queda dos crimes violentos letais e intencionais (CVLIs) de forma consecutiva, nos últimos anos. “Entre as estratégias do programa, estão o aperfeiçoamento constante dos processos de gestão, com meta, monitoramento e avaliação de resultado, e a atuação cada vez mais integrada entre as forças de segurança, com uso da tecnologia e inteligência”, afirmou.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul – estado que teve um redução de 32,3% - informou que o secretário estadual de Segurança estava em um evento nacional e que, por isso, não teria como responder à reportagem. O órgão garantiu ainda que não havia outro porta-voz do governo sul-mato-grossense. Já o governo de São Paulo não se pronunciou – o estado teve uma diminuição de 48,7% no número de assassinatos em 10 anos, o maior recuo de todo o país.
Pacto pela Vida acumula fracassos
Na tentativa de frear o crescimento da violência no maior estado do Nordeste, o então governador Jaques Wagner (PT) apostou alto no que, segundo ele, seria a grande arma para combater o crime. Surgia assim, em 2011, o programa Pacto pela Vida, à época, o principal programa do governo baiano na área de segurança pública. O objetivo anunciado por Wagner era a promoção da paz social, por meio de medidas que colaborassem com o trabalho policial.
O cardápio incluiria atendimento a usuários de drogas, prevenção ao uso de tóxicos e entorpecentes, atenção a famílias em situação de vulnerabilidade social, reinserção social de jovens, incentivo à prática de esportes e à cultura, capacitação para o mercado de trabalho e parcerias com projetos de organizações não governamentais (ONGs).
Para isso, foram criadas as Bases Comunitárias de Segurança (BCS), versões baianas do policiamento comunitário, cuja principal inspiração é a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. “A base comunitária é um modelo fracassado. Tem unidades que têm dois policiais por dia, isso é fato. Tem base que está totalmente sucateada. A primeira (Calabar) tinha 120 homens no efetivo. Hoje, tem 20 no total”, declarou o deputado estadual Soldado Prisco (União Brasil), membro da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
“O governo só investiu em propaganda e a criminalidade tomou conta. A PM na Bahia tem o mesmo efetivo há 25 anos. É feito concurso para repor a perda e não para aumentar. A Polícia Civil é sucateada. Polícia penal é algo inexistente, por que o estado não criou”, emenda o parlamentar, que representa a PM na Assembleia.
Ministério da Saúde confirma terceiro caso de varíola dos macacos
O Ministério da Saúde informou na noite deste domingo, 12, a ocorrência de mais um caso importado no Brasil de varíola dos macacos. De acordo com a pasta, trata-se de uma notificação do Rio Grande do Sul, que foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo.
Esse é o terceiro caso identificado no País de pessoas que estiveram recentemente na Espanha e em Portugal.
O ministério disse que o infectado é um homem de 51 anos, que retornou ao Brasil na sexta-feira, 10, de uma viagem para Portugal.
O paciente está em isolamento domiciliar, apresenta quadro clínico estável, sem complicações, e está sendo monitorado pelas Secretarias de Saúde do Estado e do Município.
"Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de Monkeypox, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)", trouxe a nota da Saúde.
O ministério informou ainda que segue em articulação direta com o Rio Grande do Sul para monitoramento do caso e rastreamento dos contatos.
Os outros dois casos confirmados são em São Paulo.
No total, há investigação de seis casos suspeitos, que seguem isolados e em monitoramento.
Carnaval: trecho entre Pituaçu e Piatã pode substituir circuito Barra-Ondina
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) comentou, na manhã desta sexta-feira (10), a polêmica sobre possíveis mudanças no Carnaval de Salvador, mais precisamente no circuito da Barra-Ondina. De acordo com o prefeito, há uma discussão em curso sobre a transferência das atrações para outra área da orla da capital, no entanto, a prefeitura só irá analisar quando receber o projeto. Antes de ser submetido à gestão municipal, o documento, que será elaborado pelos empresários do setor, será submetido ao Conselho Municipal do Carnaval (Comcar).
O prefeito explicou que a prefeitura irá iniciar uma obra no trecho de orla entre Pituaçu e Piatã, fazendo surgir um espaço semelhante ao da Barra. O trânsito da região, que atualmente acontece à beira mar, será transferido para o outro lado, margeando o Parque Metropolitano de Pituaçu, com vias nos dois sentidos. A obra irá criar na região um grande calçadão. Segundo o prefeito, e este o espaço sinalizado para substituir o circuito da Barra.
“O grande trecho de orla será o grande calçadão. Tomando conhecimento disso, o trade do Carnaval, em conversa com o Comcar, ficaram de elaborar um projeto. O Comcar aprovando, vão submeter à prefeitura, e aí nós vamos avaliar. Não há nenhuma decisão. O projeto ainda não foi apresentado. A prefeitura não tem nenhuma decisão sobre o assunto. Não estamos analisando, mas é uma possibilidade concreta e real”, destacou em coletiva.
De acordo com a nova proposta, os trios e camarotes da festa oficial seriam transferidos para a nova região, enquanto na barra permaneceriam as fanfarras e projeto como o Fuzuê e Furdunço.
“Aí os benefícios são inúmeros, mas ao tomar essa decisão, e se ela for tomada, nós vamos justificar o porquê”, concluiu o prefeito.
Mulher é condenada a 18 anos de prisão por matar dentista em Feira de Santana
Miraci Pereira Casais foi condenada a 18 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato do namorado a facadas. O crime ocorreu em 2013, no bairro Gabriela, em Feira de Santana. O júri popular foi realizado na quinta-feira (9), no Fórum Desembargador Filinto Bastos, na mesma cidade onde o crime aconteceu.
De acordo com as investigações, George Pereira da Costa, que tinha 45 anos, foi morto com mais de 50 facadas. A vítima foi amarrada na cama, onde foi encontrada ensanguentada. A mulher tinha 24 anos na época.
George era casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com Miraci há três anos. De acordo com os autos do inquérito, a motivação do crime teria sido o envolvimento da vítima com uma outra mulher, que exigiu o fim do relacionamento dele com Miraci.
A suspeita fugiu após o crime e chegou a ser presa em 2013, mas está respondendo o crime em liberdade. Ela foi solta através de um habeas corpus por ser ré primária e ter residência fixa.
Ministério da Justiça determina envio da Força Nacional para o Amazonas
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública determinou nesta sexta-feira, 10, a liberação do uso da Força Nacional no Amazonas. A pasta especifica que o contingente militar será destinado em "ações de combate ao crime organizado, ao narcotráfico e aos crimes ambientais". A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
De acordo com a portaria, fica autorizado, por 90 dias, operações "na calha do Rio Negro e Solimões, no Estado do Amazonas, em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio"
O envio da corporação tem o objetivo de auxiliar na "Operação Arpão I", capitaneada pelo governo estadual. A ordem foi assinada pelo secretário Executivo da pasta, Antônio Ramirez Lorenzo.
Além do Amazonas, o ministério também autorizou o uso da Força Nacional nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima.
Conforme o documento, assinado pelo ministro Anderson Torres, a atuação deve ser designada à "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio". O apoio será utilizado por 90 dias.
Amazonas
O emprego da Força Nacional no estado Amazonas é simbólico neste momento em que o mundo está com os olhos voltados para o local. O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips ocorreu justamente no Estado na região do Vale do Javari. Protestos foram registrados solicitando mais atenção do Governo Federal para o caso.
Manifestação e pressão, inclusive, na Cúpula das Américas. Jair Bolsonaro participa do encontro nos Estados Unidos, que tem como pauta respeito à democracia, aos direitos humanos e ao meio ambiente.
O brasileiro desembarcou no país sob forte cobrança de aliados do presidente dos EUA, Joe Biden, para desvendar o sumiço do britânico e do brasileiro, que estão desaparecidos desde o último domingo.
Se, no início da semana, Bolsonaro adotou um discurso em que jogava a culpa para os desaparecidos, nesta quinta-feira, 9, o presidente foi ao Twitter para reiterar o uso das forças de segurança para solucionar o caso.
Na quinta à noite, a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária, pelo prazo de 30 dias, de Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado. Ele é suspeito envolvimento no desaparecimento do indigenista e do jornalista inglês.
Roraima
Há pouco mais de um mês, congressistas brasileiros foram à Boa Vista após denúncias de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos por garimpeiros.
A garota teria sido sequestrada na aldeia Aracaçá, na região de Wiakás, na TI Yanomami, e levada para um acampamento junto com uma mulher e outra criança de 4 anos. Segundo a denúncia, a mulher e essa criança caíram no rio Uraricoera, mas apenas a indígena adulta sobreviveu.
Equipe integrada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), com apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) também foi ao local.
Inflação na Região Metropolitana de Salvador é a maior em 27 anos
Na contramão do que aconteceu no Brasil em maio, Salvador e a Região Metropolitana registraram o maior aumento de preço dos últimos 27 anos, com a aceleração de 1,29% da inflação, ocupando o lugar de 2ª maior inflação do Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto isso, no cenário nacional, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,47% em maio. A taxa é inferior ao 1,06% registrado em abril. Na Região Metropolitana de Salvador, o aumento entre abril e maio deste ano foi de 0,32%. Alguns dos principais produtos e serviços que ajudaram a puxar o aumento da inflação na RMS foram a gasolina (6,66%) e a energia elétrica (2,56%).
Para o economista e membro do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), Edval Landulfo, o fato da Região Metropolitana de Salvador (RMS) ser abastecida por uma refinaria privada explica o preço diferente do praticado no país.
“A Petrobras deixou de ter influência no valor dos combustíveis aqui e a Acelen [empresa que administra a Refinaria de Mataripe] passou a praticar o que chamam de livre mercado [...] Ela pratica um preço diferente porque ela possui uma outra planilha, que é justificada pela empresa ter um custo variável diferente do da Petrobras", explica o economista. No Brasil, houve desaceleração de 1% nos combustíveis em maio.
Nos 12 meses encerrados em maio, a inflação na RMS chegou a 12,98%, frente a 12,78% em abril. Continua acima do indicador nacional (11,73%) e já é a segunda mais elevada, abaixo apenas da Região Metropolitana de Curitiba (14,19%).
Energia elétrica
Para entender o aumento da energia, é preciso voltar alguns meses. Em abril, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um reajuste de 21,35% nas contas de energia na Bahia. Como o aumento ocorreu dias depois do fim da bandeira tarifária de escassez hídrica, o que impactou em uma redução de 20%, a Agência justificou que não haveria aumento e sim redução de 1,6% nas contas de luz.
O acréscimo, entretanto, foi sentido no estado e destoa da realidade do país. Para se ter noção da diferença, a energia teve uma diminuição de 7,95% no Brasil. “Quando a bandeira tarifária vermelha caiu, houve diminuições de preços em todo o país, mas, alguns estados tiveram aumentos logo depois. No Ceará, por exemplo, o aumento contribuiu para que a Região Metropolitana de Fortaleza tivesse a inflação mais alta do país em maio”, esclarece a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros.
Alimentos
Em maio, todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA ficaram em alta na Região Metropolitana de Salvador. Isso não ocorria desde janeiro deste ano. Outro grupo responsável pelo aumento da inflação é o dos alimentos (0,94%), que aumentaram menos do que em abril (2,22%).
De acordo com o IBGE, o acréscimo do mês foi puxado principalmente pelo leite e derivados, que registraram alta de 3,96%. Só o leite longa-vida, que possui validade estendida de até quatro meses, ficou 8,17% mais caro nas prateleiras. Aumento que foi sentido pela estudante Julia Pinto, 22.
Como mora sozinha, a jovem é quem faz as compras de casa e conta que precisou mudar hábitos de consumo para economizar na hora de ir ao mercado. A solução encontrada por ela foi reduzir o número de produtos industrializados no carrinho e comprar mais itens de feira. “No caso do leite de caixinha, por exemplo, tenho levado sempre a marca mais barata, que nunca custa menos de R$ 4”, diz.
Enquanto isso, os brasileiros não estão tendo aumento real dos salários, o que faz com que a inflação diminua consideravelmente o poder de compra das famílias. “Nos últimos cinco anos, de 2017 até 2022, as pessoas perderam cerca de 31% do poder de compra dos seus salários”, afirma Edval Landulfo.
Mais pobres sentem um peso maior
O aumento dos produtos pesa mais no orçamento das pessoas que recebem menos dinheiro, como aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Região Metropolitana de Salvador. A taxa mede a inflação das famílias que recebem até cinco salários mínimos e ficou em 1,32%.
A diferença entre o INPC e o IPCA, que não tem restrições, é de 0,03 pontos percentuais. “Os pesos dos produtos mudam dependendo da renda. Os alimentos e a energia elétrica, por exemplo, têm um peso maior para as famílias de baixa renda e elas acabam sendo mais afetadas pela inflação”, diz Mariana Viveiros. Isso acontece porque as famílias mais pobres destinam uma parte maior do orçamento para comprar comida do que os mais ricos.
Uma pesquisa divulgada na quarta-feira (8), mostra que 33,1 milhões de brasileiros passam fome, o que equivale a 15,5% da população. O número de pessoas em insegurança alimentar grave no país quase duplicou em menos de dois anos, de acordo com o levantamento realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Em 2020, eram 19 milhões.
Pão francês e farinha de mandioca mais caros
O valor do conjunto dos alimentos que compõem a cesta básica diminuiu em 14 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) pesquisa. Em Salvador, houve aumento de 0,53% em relação a abril. De acordo com o departamento, as altas foram alavancadas pelos aumentos do quilo do pão francês (3,79%) e da farinha de mandioca (3,26%).
O pão teve alta de preço em todas as cidades pelo segundo mês consecutivo e a explicação para o reajuste é a guerra entre Rússia e Ucrânia, como explica a supervisora técnica regional do Dieese, Ana Georgina Dias.
“Houve um aumento no preço do trigo no cenário internacional porque tanto a Rússia como a Ucrânia são produtores que não estão conseguindo escoar a produção no momento por conta da guerra”, afirma. No caso da farinha, a alta se deu pela baixa oferta de mandioca e a forte demanda industrial, que fizeram com que a cotação subisse no varejo.
PIB na Bahia cresceu em 2,8% no primeiro semestre de 2022
A atividade econômica da Bahia chegou ao quarto trimestre consecutivo de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do estado. É o que apontam os dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) nesta quinta-feira (9). De acordo com a autarquia, a economia cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O número é superior ao dado de crescimento registrado no Brasil (1,7%). Já em relação ao último trimestre de 2021, o avanço foi de 1,3%.
O segundo (+6,7%), o terceiro (5,1%) e o quarto (4,1%) do ano passado também apresentaram crescimento. No 1º trimestre de 2022, o PIB baiano totalizou R$ 93,3 bilhões, sendo que R$ 81,6 bilhões são referentes ao Valor Adicionado (VA) e R$ 11,7 bilhões aos Impostos sobre produtos líquidos de subsídios. No que diz respeito aos grandes setores, a Agropecuária apresentou Valor Adicionado de R$ 6,9 bilhões, a Indústria, R$ 21,3 bilhões, e os Serviços, R$ 53,5 bilhões
João Paulo Caetano, coordenador de contas regionais e finanças públicas aponta que, apesar da comparação ser feita com o primeiro trimestre de 2021, quando o setor econômico sofria bastante com as consequências da pandemia, a alta contínua no PIB é um indicativo favorável.
"A gente está falando de um volume de crescimento lá do primeiro trimestre [de 2021] que não foi muito significativo, mas é claro que, se a gente comparar o quarto trimestre do ano passado e esse primeiro de 2022, precisamos falar de uma recuperação da economia baiana. [...] Temos trimestres consecutivos de crescimento. A despeito de que temos uma baixa comparação com 2021, podemos falar sinceramente que existe uma trajetória de recuperação", afirma.
No que se refere ao setor industrial, a expansão de 4,9% foi determinada pelo desempenho positivo na atividade de Eletricidade e água (+15,6%) – destaque para o crescimento de 47,0% na geração de energia elétrica –, Construção Civil (+3,3%), e Transformação (+3,3%) – com destaque para os segmentos de refino de petróleo e produtos químicos. Já o segmento extrativo foi o único a registrar retração dentro da indústria (-12,3%).
Presidente da Funai diz que indigenista e repórter erraram ao não comunicar viagem
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, disse na noite desta quarta-feira, 8, que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips erraram ao não comunicar os órgãos de segurança sobre a viagem ao Vale do Javari, no Amazonas, e não pedir autorização à Funai para acessar o local. As declarações foram dadas ao programa jornalístico oficial Voz do Brasil, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
"Esta não foi uma missão comunicada à Funai. A Funai não emitiu nenhuma permissão para ingresso. É importante que as pessoas entendam que quando se vai entrar numa área dessas, existe todo um procedimento", disse Xavier, que é delegado da Polícia Federal e apoiado pela bancada do agronegócio no Congresso Nacional. Segundo ele, é "muito complicado quando duas pessoas apenas decidem entrar na terra indígena sem nenhuma comunicação aos órgãos de segurança e à Funai".
Xavier disse ainda que a Funai está participando das buscas na região - há cerca de 15 servidores do órgão envolvidos nas buscas, segundo ele. Bruno Pereira é servidor da Funai, mas estava licenciado do órgão desde janeiro de 2020, quando passou a trabalhar para uma entidade fundada pelos indígenas do Vale do Javari, a Univaja. Ele deixou a Funai por avaliar que não teria mais condições de trabalhar no órgão após ser exonerado do posto de coordenador de Indígenas Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), segundo ex-colegas.
Mais cedo, Xavier já havia criticado Phillips e Pereira em uma outra entrevista, à rádio Jovem Pan. "O problema é que, infelizmente, as pessoas sabem do risco e insistem em ir lá sabendo desses riscos. À Funai, agora, o que cabe fazer é atuar efetivamente para tentar localizar essas pessoas e colocar bem claro às pessoas que pretendem ir nas áreas de indígenas isolados, que façam o procedimento correto que é pedir a autorização para a Funai e não se coloquem em risco", disse ele
Segundo a entidade Indigenistas Associados (INA), que reúne servidores da Funai, as declarações de Marcelo Xavier são "equivocadas", uma vez que a dupla não chegou a entrar na área do Vale do Javari demarcado como terra indígena - portanto, não seria necessário pedir autorização alguma. "Não é verdade que Bruno e Dom tenham sido descuidados com solicitação de autorização de ingresso em terra indígena. Simplesmente, porque não ingressaram em terra indígena. A expedição realizada transcorreu nas imediações, mas não no interior da Terra Indígena Vale do Javari", disse a entidade, em nota.
Pereira está desaparecido junto com o jornalista britânico desde a manhã deste domingo, dia 05. Apenas na manhã desta terça-feira, dia 07, o Comando Militar da Amazônia, do Exército, e a Marinha mobilizaram aeronaves para intensificar a busca pelos dois desaparecidos. Os dois sumiram durante uma viagem de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Como mostrou o Estadão, Pereira foi mencionado em um bilhete apócrifo com ameaças, escrito por pescadores ilegais que atuavam na área e dirigido à entidade para a qual o indigenista trabalhava.
Safra de grãos da Bahia deve bater recorde em 2022
Pelo segundo ano consecutivo, os produtores de grãos da Bahia vão ter motivos para comemorar. Depois de atingirem o recorde de 10,5 milhões de toneladas em 2021, os agricultores do estado devem colher 864,6 mil toneladas a mais em 2022, chegando a 11,4 milhões de toneladas produzidas. É isso que aponta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado na quarta-feira (8) pelo IBGE. Um dado que faz a Bahia seguir a Bahia como a sétima maior produção de grãos do país, colhendo 4,3% do total nacional.
Os números do LSPA indicam um crescimento de 8,2% na produção de grãos em terras baianas. Ascensão puxada pelo milho, com 90,8 mil toneladas colhidas a mais (+4,3%), e pela soja, com mais 130,7 mil toneladas (+1,8%). Produtor de milho de Jaguaquara, no sul do estado, Bernardino Santos afirma que a ampliação do recorde está ligada, principalmente, às condições climáticas favoráveis de 2022.
"O clima favorável fez os produtores terem maior produtividade por hectare. As chuvas apareceram e favoreceram a produção. [...] Quando o período é de pouca chuva, fazemos só um plantio por ano. No máximo, dois. Como 2022 está sendo bom de chuva, eu mesmo estou indo pro terceiro", conta o produtor, que até abriu novas áreas para plantio nas suas terras.
No caso do milho, de acordo com o LSPA, houve aumento no rendimento médio, que passou de 4.773 kg/hectare para 4.979 kg/hectare. Com isso, a previsão é de uma safra 15,3% superior à do ano passado. A Secretaria de Agricultura do Estado (Seagri) foi procurada para falar sobre esse crescimento, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
O que explica a alta
O sucesso na produção do milho, da soja e de outros grãos em 2022 não se limita ao fator climático, segundo Luiz Stahlke, gerente de infraestrutura e agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Aumento da demanda e a produção pecuária influenciam na alta. "Temos maior demanda por grãos, principalmente soja e milho, porque fazem parte da ração animal. Frango, boi, porco e tudo que se consome de proteína precisa dessas fontes e, por isso, existe esse crescimento de produção. [...] Além disso, a produtividade tem aumentado pelo clima e os investimentos do produtor no solo e no controle de pragas e doenças", destaca Stahlke.
Produtor de grãos do oeste da Bahia, Paulo Schmidt detalha os investimentos citados pelo gerente da Aiba. De acordo com ele, o aumento consecutivo da produção por aqui é resultado de um processo de investimento. "O produtor baiano vem investindo pesado na produção tanto na parte de tecnologia como nos tratos culturais. Também vem melhorando toda a parte de treinamento de pessoas e isso tudo dá reflexo na produção. [...] O clima vem nos ajudando nos últimos dois anos, a lucratividade vem muito boa, porém os custos de produção estão muito altos", cita Schmidt, alertando que isso pode prejudicar na próxima safra.
Nas primeiras safras do ano, no entanto, esse impacto ainda não apareceu. A Aiba destaca ainda que a situação da produção de grãos até então tem feito bem para a economia do estado e para a geração de emprego. "A gente tem um aumento grande no valor bruto da produção. As culturas da soja, do milho e algodão representaram R$ 28,5 bilhões de valor bruto da produção. Claro que tem o desconto dos custos de produção, mas é o que gira na Bahia. [...] Aumenta também diretamente no emprego e também de forma indireta em prestação de serviço e comércios que dependem da agricultura", pontua Stahlke, afirmando que a Aiba ainda não tem números dessa geração de emprego.
Impacto do combustível
O impacto que não chegou nas primeiras safras do ano deve dar as caras daqui para frente. Os produtores de milho já esperam custos muito maiores para o segundo semestre, segundo Bernardino Santos. "No primeiro semestre, tivemos um lucro 22% maior do que no ano passado. Nós vamos sofrer essa alta do diesel e dos fertilizantes agora no segundo semestre porque parte dos insumos compramos no fim do ano passado. [...] Para o segundo semestre, vamos comprar e vai chegar a grande diferença dos preços de insumos", relata ele, explicando que os insumos são adquiridos sempre seis meses antes de cada safra.
Para Paulo Schmidt, o aumento nos custos é inevitável. Ele fala que o maquinário dobrou de preço e cita insumos que vão influenciar nos custos produtivos. "A gente acredita que vai chegar uma hora que vai precisar equalizar isso tudo. Esse aumento no preço dos produtos não está refletindo em um lucro maior para o produtor porque também há um maior custo. Combustíveis, fungicidas, pesticidas e, principalmente, o fertilizante estão com os preços em alta", afirma Schmidt, ressaltando que a alta é mundial.
A crescente no preço das próximas safras não tem a ver com a margem de lucro dos produtores. Luiz Stahlke faz questão de ressaltar que, apesar de preços maiores, agricultores vão lidar com um lucro bem inferior ao atual. "Todo esse reflexo dos aumentos em insumos é para a safra do segundo semestre, já que as aquisições estão sendo feitas agora. Então, isso vai ser parte dos custos e a margem de lucro vai ser muito menor para o produtor", fala ele, que, apesar do encarecimento, descarta a possibilidade de falta de diesel para os próximos plantios.
Algodão tem queda
O impacto da alta dos insumos será mais forte para os produtores de algodão. Isso porque, em meio a alta dos outros grãos no primeiro semestre, a produção do algodão herbáceo caiu de 1,379 milhão de toneladas para 1.361 milhão.
Para a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o excesso de chuva durante plantio e a falta nos meses de fevereiro, março e abril impactou na expectativa de produtividade e produção. A associação espera uma redução em torno de 10%, com produtividade variando entre 280 e 300 arrobas de algodão por hectare, contra 311 arrobas estimadas anteriormente,
Porém, esta safra ainda dará lucros aos produtores pela mesma razão dos outros grãos: os insumos foram adquiridos quando os preços eram menores. Presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, fala que os insumos foram adquiridos em patamares de preço anteriores à guerra entre Rússia e Ucrânia, e o algodão foi comercializado em valores superiores a US$0,80 por libra-peso, sendo que cerca de 70% da safra 2021/2022 já foi vendida.
Para a segunda parte do anos, contudo, a situação é mais preocupante. “Os preços de fertilizantes chegaram a triplicar. Ainda assim, boa parte das aquisições foi feita em valores anteriores à guerra e acreditamos que mais da metade dos produtos demandados já estão nas propriedades”, afirma Bergamaschi.