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Covid cresce em hospitais privados de SP, mas casos têm menor gravidade
Atendimentos a casos suspeitos de covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada. Isso é o que aponta levantamento a ser divulgado nesta quarta-feira, 23, pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).
Especialistas da área médica dizem que, até o momento, o avanço de casos tem sido marcado por quadros leves, mas reforçam a importância de completar o esquema vacinal e de adotar medidas como uso de máscara em locais fechados e de aglomeração. O País tem passado por uma nova onda de covid, impulsionada por subvariantes da Ômicron.
Ao todo, 90 hospitais privados de todo o Estado foram consultados pelo SindHosp entre os dias 11 e 21 deste mês. Desses, 77% ficam no interior e 23% na capital. Conforme o levantamento, 84% dos hospitais notificaram aumento nos atendimentos de pessoas com suspeita de covid ao longo dos últimos dias.
Entre esses hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a 30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil. Em 31%, esse crescimento ficou entre 11% e 20%. Outras 21% dessas instituições registraram crescimento de até 20%, enquanto em 9% a variação foi superior a 31%.
Ainda com o avanço de atendimentos, a maior parte dos hospitais (73%) relata que o aumento de pacientes hospitalizados foi menor que 5% tanto em leitos de UTI como em leitos clínicos. Em 18%, essa alta ficou entre 6% a 10%. Em apenas 9% deles o crescimento foi superior a 11%.
Cuidados
Presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin afirma que a maior circulação do coronavírus de fato ocorre neste momento, o que demanda atenção para cuidados sanitários. "No entanto, o volume de internações ainda é baixo", pondera.
"Avaliamos que os casos evoluem sem gravidade, não necessitando de internação hospitalar", destaca Balestrin. "Mas ratificamos a necessidade de que a população use máscara em locais com aglomerações e mantenha o protocolo de segurança à saúde, com a lavagem de mãos, e cumpra o calendário de vacinação."
Infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Mirian Dal Ben aponta que, especialmente nas últimas duas semanas, a instituição tem observado um "aumento importante no número de casos". "A expectativa é de que a gente atinja o pico (de casos) na primeira semana de dezembro", aponta. Segundo ela, o número de internações não tem subido em igual proporção, mas ainda assim exige uma reorganização.
"Os hospitais estão tendo de se reorganizar para conseguir atender a essa demanda de pacientes que estão precisando ser internados", diz ela. Há atualmente 50 pacientes internados com diagnóstico de covid no Sírio-Libanês, sendo 32% em leitos de terapia intensiva. Aumentou cinco vezes em relação à primeira semana de novembro. "Estão sendo internados muitos pacientes sem a dose de reforço, principalmente idosos", aponta a médica, que reforça a necessidade de a população tomar as doses adicionais.
Ela alerta ainda que outros grupos estão sendo afetados. "Outra população que tem procurado muito o pronto-socorro e internado também são as crianças, principalmente as que ainda não estão vacinadas", complementa. A imunização do público-alvo de 6 meses a 2 anos começou apenas na semana passada no País.
"Parece um cenário de menor gravidade do que a gente já tinha visto com a Ômicron (em janeiro), mas se vai ser mais brando ainda do que as últimas ondas a gente ainda não sabe", aponta Daniela Bergamasco, infectologista do HCor, que relembra que, em outras ondas, o aumento de casos veio antes do aumento de internações.
Para ela, os motivos que ajudam a explicar as internações mais graves não estarem subindo tanto podem ir desde os efeitos de uma maior cobertura vacinal a outros fatores, como características ainda desconhecidas das novas subvariantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Membros da transição cobram Queiroga sobre ações para nova onda de covid-19
Os ex-ministros da Saúde e atuais membros da equipe de transição do novo governo Arthur Chioro e Humberto Costa enfatizaram nesta terça-feira, 22, que a responsabilidade de atuação na área até o fim do ano é do governo de Jair Bolsonaro, mas que os coordenadores da saúde se reunirão na quarta-feira (23) com o atual ministro, Marcelo Queiroga, para saber o que a pasta planeja para a nova onda de covid-19. "O que a gente quer saber é o que o Ministério da Saúde está fazendo e planejando fazer neste momento que está ficando evidente o início de uma nova onda da covid-19", disse Costa. Os dois chegaram na manhã desta terça ao CCBB, sede do governo de transição, para reuniões com representantes do setor privado.
Costa salientou que atualmente crianças com até 3 anos de idade não estão sendo vacinadas na sua plenitude, apenas as que contam com comorbidades; as com mais idade não estão com a Coronavac, que, de acordo com ele é o imunizante adequado; e que a cobertura vacinal da 3ª dose está na faixa de 50%. "Há necessidade de complementar todas as doses de reforço. Estamos ainda sem ter clareza sobre se o governo encomendou, vai encomendar em relação a essa vacina que está prestes a ser registrada pela Anvisa e que no mundo inteiro está usando para enfrentar a onda com essa nova variante", disse.
Chioro destacou que a transição agora busca identificar ações para a garantia de assistência às necessidades de saúde da população e, a partir daí, avaliar as recomendações que serão feitas. "A responsabilidade da Saúde até 31 de dezembro é do governo Bolsonaro. O grupo de transição não tem prerrogativas de tomar decisões, mas podemos identificar grupos sensíveis, medidas necessárias e, na medida do necessário, negociar, articular, providenciar, reivindicar, tomar atitudes que estejam ao nosso alcance para garantir que a nossa população não tenha descontinuidade de atenção", afirmou.
Ele acrescentou que não é necessário um novo governo iniciar para que haja a intensificação da vacinação atual. "Queremos saber que medidas estão sendo tomadas, até para poder dar lastro às medidas que precisamos fazer."
PF deflagra operação contra o abuso sexual infantil em todo país
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Guardiões da Infância, para cumprir mandados de prisão decorrentes de decisões judiciais condenatórias por crimes relacionados ao abuso sexual infantil em todo o país. Nesta terça-feira foram cumpridos, simultaneamente, 23 mandados de prisão.
No total, mais de 100 foragidos já foram detidos nos 26 estados e no DF desde o início das ações, em agosto deste ano. As prisões seguem em andamento. Segundo a PF, o objetivo da operação é retirar do convívio social indivíduos que já haviam sido investigados, processados criminalmente e condenados, dando efetividade ao sistema de justiça criminal e impedindo que novos crimes contra crianças e adolescentes sejam cometidos.
A Polícia Federal, além realizar de um número expressivo de Operações Policiais combatendo essa modalidade criminosa, também atua na identificação de vítimas de abuso sexual infantil, por meio da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas, composta por policiais federais e civis especializados na tarefa de identificar vítimas a partir de imagens e vídeos, com a finalidade de resgatá-las e identificar e prender seus agressores.
Salvador terá maior terminal de recarga de ônibus elétricos do país; obras devem ser iniciadas em até 15 dias
As obras do primeiro terminal de recarga para ônibus elétricos em Salvador devem ser iniciadas em até 15 dias. Foi o que estimou o secretário municipal de mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller, durante o 113º Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, realizado na manhã dessa segunda-feira (21), no Wish Hotel da Bahia, no bairro do Campo Grande. O prefeito Bruno Reis esteve presente no evento.
A capital será a primeira do Nordeste a implantar um terminal de eletrocarga, cuja capacidade será até 40 veículos por vez. “Será a maior estrutura de recarga, hoje, em área pública do país”, afirmou Muller, que também é vice-presidente geral do Fórum.
O terminal ficará ao lado da estação do BRT Rodoviária. Por enquanto, Salvador conta com quatro ônibus elétricos, que integram o BRT, e mais quatro devem chegar à cidade até o fim do ano. "A gente gostaria que já estivesse em obra, mas, em razão da licitação, se atrasou um pouco", disse o titular da Semob, que antecipou que ainda haverá outros terminais. "Deveremos ter outras estações quando tivermos toda a rede integrada rodando. Claro, que de forma gradativa, mas é algo que a gente já vem trabalhando", explicou ele.
A transição para a eletromobilidade — uso de veículos movidos por eletricidade — e modelos de financiamento estiveram no centro das discussões no fórum, promovido em parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e responsável por abrir uma série de eventos nacionais voltados à mobilidade urbana. “O sistema de transporte público, como é sabido, está saindo ainda de uma das maiores crises de sua história, e a gente, aqui, utiliza esse fórum como troca de experiências e conhecimentos de boas práticas”, declarou Muller.
Ainda no fórum, houve apresentações de autoridades de outros estados, como Sergipe, São Paulo, Goiás e Paraná, e de representantes de instituições parceiras da prefeitura de Salvador reconhecidas internacionalmente na área de mobilidade urbana, como a Tumi, a WRI e a GIZ. Também foram abordadas a gratuidade para idosos, a regulamentação dos aplicativos de transporte de passageiros e a proposta do projeto de lei para criação do Marco Legal do Transporte Público.
Em paralelo ao encontro, aconteceu o Tumi Day, promovido pela já citada Iniciativa de Mobilidade Urbana Transformativa (Tumi), com representantes de cinco cidades brasileiras — entre elas, a própria Salvador — escolhidas pela iniciativa para receber apoio técnico na implantação de ônibus elétricos na operação de transporte. Fabrizzio Muller acredita que o advento do BRT represente a chegada de uma nova cultura. “É tentar buscar os serviços que estão prestados no BRT para o resto da cidade”, almeja.
Já nestas terça (22) e quarta-feira (23), acontecem as reuniões do grupo Qualionibus, durante as quais municípios e entidades se reúnem para discutir diversas temáticas a respeito do transporte coletivo, como combate ao assédio sexual, financiamento e mobilidade. O grupo fará também uma visita técnica ao BRT, em que poderá conhecer o local onde será implantado o Eletroterminal de Salvador, além de visitar o Centro de Controle Operacional (CCO) do modal, considerado um dos mais modernos do país.
Dificuldade para manter o sistema
Uma tecla batida tanto por Fabrizio Muller como pelo prefeito Bruno Reis (União) foi a da dificuldade enfrentada pelas prefeituras para manter o sistema de transporte público. “A tarifa não remunera mais o sistema. Isso é uma constatação”, declarou Reis, mencionando, em seguida, fatores como a queda do número de passageiros transportados durante a pandemia e o aumento do custo dos insumos.
O prefeito acrescentou que Salvador é a 23ª capital em arrecadação per capita, “com déficits históricos em todas as áreas”. “Nós não temos condições de assumir mais essa responsabilidade. Essa é outra constatação que eu trago da minha experiência e por conhecer as contas públicas da nossa prefeitura e da maioria das prefeituras do Brasil”, afirmou Bruno Reis.
O gestor definiu como "o xis" da questão a busca de formas de diminuir as despesas e de conseguir apoio para subsidiar o sistema. “Aqui, por exemplo, nós temos o desafio que é a questão do cobrador, o desafio no reordenamento das linhas”, exemplificou ele. “Em todos os países do mundo, de extrema-direita, de centro ou de extrema-esquerda, o transporte público é subsidiado por quem? Pelo órgão central”, argumentou Reis.
Questionado sobre a verba necessária para o equilíbrio das contas do município, Fabrizzio Muller disse não haver “como falar em valor específico”. “Hoje, nosso sistema é remunerado pela tarifa. Quando você teve uma redução expressiva do usuário pagante, isso mostrou o tamanho da crise. [...] O que a gente tem que buscar são novas fontes de financiamento”, respondeu o secretário da Semob.
Próximas entregas de obras viárias
Salvador deve ganhar ou dar início à construção de, no mínimo, mais cinco equipamentos viários até 2024, de acordo com Bruno Reis. Até o fim do mandato, devem ser entregues um viaduto em frente ao Shopping da Bahia; um viaduto na região do Detran; a duplicação do Pontilhão Marcos Freire; as obras complementares ao Complexo da Rótula do Abacaxi; e novas vias de acesso a diversos bairros da capital baiana.
“Tem outras grandes novidades que, após a conclusão dos projetos e a garantia dos recursos, nós faremos os devidos anúncios”, acrescentou Reis. “Se não forem concluídos no nosso governo, nesses próximos dois anos, estarão em execução”, assegurou ele.
O prefeito aproveitou para endossar a importância do BRT para a cidade. “A gente sempre frisa que o BRT é mais do que uma obra de transporte público: é uma obra de mobilidade. Então, temos o conjunto de viadutos do trecho 2”, afirmou ele, dando destaque ao cruzamento das avenidas Vasco da Gama e Garibaldi.
Reis relembrou investimentos anteriores feitos durante sua gestão. “Inauguramos, pelo menos, cinco importantes vias”, disse, em referência a entregas como a Via Bronze; a Estrada das Pedreiras; a Estrada dos Fidalgos; a ligação do Jardim Nova Esperança com a Avenida Mário Sérgio; e o ‘mergulhão’ entre as avenidas Tancredo Neves e Magalhães Neto. "Nenhum governo, em tão pouco tempo, investiu tanto em mobilidade e tem tantos investimentos previstos como o nosso", declarou o gestor.
Exame detalhado confirma que lesão era benigna, diz médico que acompanha Lula
O exame detalhado da lesão retirada das cordas vocais do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou não haver câncer na região, revelou ao Estadão o médico Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês que faz parte da equipe que acompanha o petista.
Lula passou por uma cirurgia na laringe na noite de domingo, 20, dias depois de receber o diagnóstico de uma leucoplasia, lesão caracterizada por uma massa branca que aparece nas mucosas. Como o presidente já teve câncer na região em 2011 e há risco de uma leucoplasia virar um tumor maligno em 10% dos casos, a equipe médica achou melhor remover o tecido lesionado para análise e prevenção.
A lesão foi examinada ainda quando o presidente estava no centro cirúrgico, em uma espécie de biópsia "em tempo real" por meio da qual o patologista dá o parecer em poucos minutos. No caso de Lula, não haviam sido encontrados sinais de malignidade nesse exame preliminar, mas, por praxe, o material foi enviado para o exame tradicional, no qual é feita uma análise mais minuciosa.
O resultado, liberado na noite desta segunda, ratificou o parecer inicial. "Confirmada lesão benigna. Nenhum sinal diferente do diagnóstico intraoperatório", afirmou Kowalski, que também é professor titular de cirurgia de cabeça e pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Recuperação
Segundo o cirurgião, durante a recuperação, o presidente não deverá abusar do uso da voz por alguns dias e terá de passar por sessões de fonoaudiologia por pelo menos duas semanas. "Ele deverá fazer repouso vocal, mas pode conversar normalmente, participar de reuniões e falar ao telefone. O que ele não pode é exagerar, fazer esforço, gritar em discursos, falar por muito tempo, porque isso pode atrapalhar a cicatrização", explica o especialista.
"Ele pode continuar participando das atividades de transição. Isso não vai atrapalhar em nada, poderá opinar nas decisões. Mas terá de ser mais ouvinte para não forçar tanto a voz", acrescenta o médico.
A fonoterapia, explica Kowalski, auxiliará o presidente a usar as cordas vocais "com tranquilidade e sem grande esforço", em especial nesse período de recuperação. Ele deverá começar as sessões nesta terça, 22. A expectativa dos médicos é que a rouquidão de Lula melhore após o período de recuperação.
Além dos cuidados pós-operatórios, Lula terá de submeter-se a exames por cinco anos para monitorar o eventual aparecimento de novas lesões. "Ele deverá passar por laringoscopia periódica. No início, será com intervalo de três a quatro meses. Depois de um ano, o período entre um exame e outro poderá ser maior", comenta o médico.
Ana Marcela Cunha passa por cirurgia no ombro: 'Estarei ainda mais forte em 2023'
Hexacampeã do circuito mundial de maratona aquática, a brasileira Ana Marcela Cunha passou por cirurgia no ombro esquerdo neste domingo por causa de duas lesões. Ela operou o tendão subescapular que estava rompido e o supraespinhal lesionado. A inflamação do tendão do bíceps foi tratada e não precisou de reconstrução.
A cirurgia da atleta do Unisanta, a melhor do mundo nos 10km, foi realizada pelo médico Breno Schor e sua equipe, em São Paulo, e foi um sucesso. Após o procedimento, a hexacampeã mundial do circuito de maratonas aquáticas e dona do Ouro Olímpico em Tóquio mostrou otimismo para o próximo ano.
"Em 2023 estarei ainda mais forte", garantiu Ana Marcela Cunha, que recebeu alta logo após o procedimento e começa a fisioterapia nesta segunda-feira para a retomada dos treinos após a liberação da equipe multidisciplinar.
Ana Marcela já tinha a cirurgia agendada e só aguardou o término da temporada para ser atendida pelo médico do COB, o mesmo que operou o ombro de Bruno Fratus. Mesmo na maca, ele fez caretas de felicidade com o sucesso no procedimento. A esperança é que na próxima temporada consiga repetir a campanha perfeita que teve, indo ao pódio nas 11 provas em que disputou.
A lesão aconteceu em maio, ainda durante a primeira etapa do circuito mundial, em Setúbal, em Portugal. Naquela prova, apesar da lesão, a nadadora venceu e garantiu a medalha de ouro. Seria o início de ano fantástico, com mais sete provas e todas terminadas no pódio, resultando no hexacampeonato.
Jerônimo e Geraldo se reúnem com presidente do Tribunal de Justiça
A semana de trabalho do governador e vice-governador eleitos teve início na sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em Salvador, às 8h desta segunda-feira (21). Jerônimo Rodrigues e Geraldo Júnior fizeram uma visita de cortesia ao presidente da Corte, desembargador Nilson Castelo Branco, e dialogaram sobre o processo de transição do Executivo. Para o chefe do Judiciário baiano, a reunião foi significativa e “demonstra o que a Constituição prevê, que é a independência, mas, sobretudo, a harmonia entre os poderes. Nós colocamos para o governador a perspectiva de colaboração mútua para o engrandecimento da Bahia em todos os aspectos que o Tribunal possa contribuir”, afirmou o desembargador.
Acompanhado do secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, que também faz parte do Grupo de Transição Governamental, Jerônimo e Geraldo realizaram uma visita às instalações da Universidade Corporativa TJBA (Unicorp). A instituição, que funciona nas instalações do Tribunal, é dirigida pelo desembargador Mário Albiani Júnior, que também participou da reunião com o governador eleito. “Sentimos em ambos o desejo de tornar a Bahia mais grandiosa, uma Bahia mais forte, com a erradicação da pobreza e a promoção de avanços sociais em todos os segmentos possíveis”, acrescentou o presidente do TJBA, Nilson Castelo Branco.
Para Jerônimo Rodrigues, é importante a escuta do Poder Judiciário neste momento de transição. O governador eleito assegurou que voltará a dialogar com o presidente do Tribunal antes mesmo da posse, em 1º de janeiro: “ficamos com a responsabilidade de voltar a nos encontrar para planejar os próximos quatro anos e fortalecer a relação harmônica entre os poderes”, afirmou Jerônimo, que realiza uma série de reuniões de trabalho com o grupo de transição, na sede da Desenbahia, em Salvador, ao longo desta segunda. Às 14h, ele participa do ato de entrega de ônibus escolares pelo governador Rui Costa, na sede da Secretaria da Educação (SEC), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Com crescimento de casos de covid-19, escolas recomendam uso de máscara em Salvador
Falta menos de um mês para o fim do ano letivo, mesmo assim escolas e universidades de Salvador emitiram comunicados nos últimos dias orientando os estudantes e funcionários a usarem máscara de proteção e a completarem o ciclo vacinal. O temor é de que as aglomerações de verão provoquem uma nova onda de contaminação no estado, como já vem acontecendo no restante o Brasil.
O Colégio Vitória-Régia, no Cabula, informou que está trabalhando esse assunto internamente com colaboradores, alunos e famílias. O comunicado foi encaminhado na quinta-feira (17) e terá continuidade nos próximos dias.
“Com o aumento de atendimento de casos respiratórios, os órgãos de saúde têm reforçado a necessidade de uso de máscara, vacinação e intensificação da testagem contra covid-19. Assim, visando o cuidado e a proteção de todos, lembramos a importância da higiene das mãos, o uso da máscara em ambientes fechados e a manutenção da carteira de vacinação em dias como medidas preventivas para o combate ao covid-19. Cuide de si e cuide do outro”, diz o texto.
Os Colégios Marista e Mendel também enviaram comunicados aos pais e colaboradores. Apesar da iniciativa, o uso de máscaras em escolas atualmente não é uma obrigação. Semana passada, o Ministério da Saúde (MS) recomendou que a população volte a usar o equipamento em espaços fechados, mal ventilados e com aglomeração, em especial para pessoas com comorbidade, idosos, imunossuprimidos e gestantes.
A Escola Pan American School of Bahia (PASB) afirmou que também emitiu um comunicado para os pais reforçando a sugestão de que, embora não seja mais obrigatório, o equipamento é considerado um recurso eficaz para evitar o contágio do vírus. “Também recomendamos a abertura das portas e janelas para mais circulação do ar e os professores estão reforçando a higienização das mãos com seus alunos”, diz.
No Colégio Antônio Vieira, no Garcia, o comunicado foi emitido em agosto, quando a Bahia vivia um pico de contaminações, e está em vigor desde então. A direção pede que as famílias não levem os estudantes para a escola em caso de sintomas gripais e diz que um novo aviso só não foi emitido, porque parte dos alunos já encerraram o ano letivo e outra parte conclui nos próximos dias.
A Bahia registrou, na última semana epidemiológica, 1.012 novos casos de covid-19, com uma média de 833 casos ativos e 5 óbitos notificados. O estado ainda não registrou casos da variante BQ.1, mas as autoridades sanitárias temem que com a aproximação do verão e as aglomerações típicas do período, aconteça uma nova onda de contaminação.
Atualmente, a Bahia é o único estado do país considerado estável, ou seja, sem aumento e nem diminuição expressiva de casos. Em média, são 250 novos diagnósticos por dia. No entando, segundo o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), no primeiro semestre deste ano, eram processadas por dia, em média, cinco mil amostras para testagem do vírus. Mas, nos últimos meses, o número caiu para cerca de mil testes por semana, o que representa uma queda de 97% no processo de detecção do coronavírus no estado.
De acordo com o MS, entre 6 e 11 de novembro foram notificados 57.825 casos e 314 mortes por covid-19 no país. A média móvel nacional dos sete últimos dias é de 8.448 diagnósticos diários, o que representa um aumento de 120% se comparado com a semana anterior. A média de óbitos teve crescimento de 28%, com 46 mortes, frente a 36.
Universidades
Na quarta-feira (16), o Comitê de Assessoramento da Covid-19 na Universidade Federal da Bahia (Ufba) emitiu um comunicado no qual recomenda o uso de máscaras em ambientes fechados da instituição. O documento faz uma análise do avanço da variante BQ.1 derivada da Ômicron, em todo país, e da necessidade de reforçar os cuidados. No dia seguinte, a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) publicou um boletim pedindo que a comunidade acadêmica redobre a atenção.
Instituições privadas, como a UniFTC e a Unifacs afirmaram que seguem as diretrizes dos órgãos de saúde e recomendam que estudantes e colaboradores adotem as medidas de prevenção contra a covid-19. O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior da Bahia (Semesb/ Abames), Carlos Joel Pereira, explicou as medidas.
“As instituições de ensino entendem que devem obedecer de forma rigorosa toda a orientação sanitária passada pelos órgãos de saúde. Então, se houver indicativo ou necessidade de uso de máscara ou novas medidas que inibam a proliferação do vírus, elas vão se manifestar no sentido de assim agir”, disse.
Proteção
Apesar de as máscaras não serem obrigatórias nas escolas e universidades, há quem não abra mão do equipamento. Os Colégios Bernoulli e Módulo informaram que não emitiram nota, mas que alunos estão fazendo o usando dos EPIs por conta própria. A estudante Eduarda Souza, 23 anos, explicou porque manteve a proteção.
“Por mais que os números tenham caído no meio do ano, fiquei com receio porque a sala de aula é um ambiente fechado e que concentra muita gente. Mantive o uso também no ônibus e no metrô. Só não usava máscara em espaços abertos, como quando ia à praia ou passear com o cachorro na rua”, contou.
Os Colégios Integral, Oficina, Anchieta, Anchietinha e São Paulo lembraram que a exigência do uso de máscaras em escolas precisa ser determinada pelas autoridades sanitárias, e que sempre recomendaram o uso do equipamento e a vacinação. As Secretarias da Educação da Bahia e de Salvador também disseram que seguem as orientações dos órgãos de saúde e que não há determinação nesse sentido.
O Conselho Estadual de Educação e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) foram procurados, mas não se manifestaram.
‘Não precisa esperar o caos para poder agir’, diz especialista
O presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Marcos Sampaio, afirmou que o uso de máscaras em escolas e universidades é uma medida necessária. Ele frisou que a proteção deve ser adotada em todos os espaços fechados.
“Não precisamos viver o caos para só depois tomar as medidas necessárias. Salas de aula são ambientes fechados e as escolas têm muitas crianças que não completaram o ciclo vacinal, então, essa medida precisa ser adotada de imediato”, afirmou.
Na sexta-feira (18), o Conselho enviou ao Governo Federal recomendações para frear a o avanço do vírus, como a adoção de medidas eficazes e ágeis para vacinação, o retorno da obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacina em espaços de grande concentração de pessoas e a disponibilização, em caráter emergencial, de vacinas bivalentes de 2ª geração, além da ampliação do estímulo à testagem da população.
Perguntada se vai exigir máscaras em escolas, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que permanece em alerta para adotar e indicar medidas oportunas, que a Bahia tem a segunda menor taxa de mortalidade por covid do país e que as recomendações para enfrentamento da pandemia são: completar o esquema vacinal, testagem de sintomáticos, isolamento de positivos e uso de máscara em unidades de saúde.
Estrangeiros ganharam R$ 4 mil para torcer pelo Catar, diz site
O jogo de abertura da Copa do Mundo de 2022, entre Catar e Equador, chamou a atenção pela 'frieza' do público local. Enquanto os equatorianos cantavam e pulavam, os cataris ficaram boa parte da partida sentados, com um comportamento bem mais quieto. Segundo o site árabe Trends, isso tem explicação: eram torcedores 'fakes'.
O portal revelou que o país anfitrião contratou meninos e meninas de países árabes, como o Líbano, pelo valor de US$ 800 (cerca de R$ 4.304) para torcerem pela seleção local. De acordo com a publicação, havia duas condições para que os jovens fossem aprovados: que tivessem passaporte válido e ao menos três doses de vacina da covid-19.
A equipe de reportagem do Trends disse que alguns libaneses foram recrutados pela principal academia de esportes do Catar para bater palmas e segurar bandeiras do país-sede durante os jogos da Copa do Mundo.
Ainda segundo o site, os voos de Beirute para Doha e o retorno seriam pagos pelos organizadores, assim como a hospedagem, a alimentação e o transporte local. Além disso, cada jovem receberia US$ 800 - ou cerca de R$ 4.304.
O portal afirmou ter obtido cópias das cartas de convite e dos bilhetes de passagem do grupo reservados em uma empresa aérea do Catar, com voos partindo do Líbano no dia 16 de outubro, com retorno para Beirute no dia 1º de dezembro. A contratação, portanto, seria válida apenas para a fase de grupos, já que as oitavas de final começam no dia 3 de dezembro.
A reportagem ainda afirmou que uma das jovens ouvidas disse que seu grupo passou por um "programa de treinamento" para bater palmas e torcer por times de futebol. Esses treinos consistiriam em como e quando bater palmas, além de quais gritos seriam válidos cantar na arquibancada.
Segundo o Trands, a equipe de reportagem entrou em contato com a Aspire Academy, do Catar, para entender melhor a contratação dos 'líderes de torcida' pagos, mas que não obteve resposta.
Depois de proibir, Anvisa volta a liberar venda de álcool líquido 70%
Antes que a covid-19 entrasse de vez na vida dos baianos, Maria das Graças Pereira, 66, nem sabia direito o que era álcool 70%. Quando o produto passou a ser vendido em supermercados foi adotado pela dona de casa, que não deixa a família ficar sem o desinfetante. Porém, com o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) e a revogação de uma resolução feita há dois anos, o álcool 70% líquido ficou proibido de ser comercializado em mercados e farmácias na última quarta-feira (16). No entanto, um dia depois da proibição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou atrás e liberou a venda pelos próximos 90 dias.
Pode ser que muitos nem se lembrem, mas antes da pandemia era quase impossível encontrar o produto exposto para a venda no país. Em 2002, devido ao grande números de acidentes que ocorriam com o álcool líquido 70%, a venda foi proibida pela Anvisa. A Agência passou a autorizar a comercialização em embalagens de até 1l em março de 2020, diante da necessidade de atender à demanda pelo produto, que é até hoje um aliado na prevenção da covid-19.
Foi justamente nesse período que Maria das Graças começou a fazer uso do produto para higienizar mãos e embalagens. “A gente limpava muito as mãos, tudo que entrava na cozinha a gente limpava, passava o álcool nas mesas e cadeiras”, relata a dona de casa. Depois da vacinação e com a diminuição dos casos de covid-19 - que estão voltando a crescer -, Maria confessa que diminuiu o uso do produto, mas não totalmente.
Além de permitir que a venda fosse realizada de forma alargada, o governo federal também definiu procedimentos e critérios extraordinários que permitiam a fabricação de preparações antissépticas de álcool etílico 70% e álcool gel sem prévia autorização da agência reguladora, o que valeu até o dia 22 de maio deste ano. Na última quarta-feira (16), os produtos fabricados nessas condições foram proibidos de serem comercializados. Mas na última quinta(17), o órgão voltou atrás e autorizou a venda livre e a doação de álcool etílico na concentração de 70% na forma física líquida, desde que estejam devidamente regularizados na Anvisa.
"A medida, autorizada ad referendum, foi adotada de forma extraordinária diante do atual cenário sanitário da Covid-19 no Brasil. O objetivo é ampliar o acesso a produtos que contribuem na implementação de resposta coordenada para reduzir a transmissão e proteger a população em geral. A autorização terá validade de 90 dias", informa a Agência. A decisão destaca ainda que a Covid-19 tem demonstrado tendência a ter picos anuais de sazonalidade no Brasil, ao contrário de outras doenças respiratórias, como a influenza ou gripe, que aparecem com mais frequência no país apenas nos meses de inverno.
Um dia após a proibição, a reportagem foi até dois supermercados da Região Metropolitana de Salvador e encontrou o álcool 70% nas prateleiras. No Hiperideal, além de cinco marcas de álcool em gel - que ainda é permitido - havia unidades no formato líquido em embalagem de meio litro. Já no Big Bompreço, não foi encontrado álcool 70% líquido, mas funcionários informaram que estão aguardando mais unidades chegarem e não comentaram sobre a proibição.
“Não vende tanto como no início da pandemia, mas está em falta. deve chegar logo”, afirmou um funcionário.
Os dois supermercados foram procurados, mas não comentaram sobre a proibição da venda do produto. Além deles, Assaí, Atakarejo, GBarbosa e Mercantil também foram procurados para informar se já deixaram de vender o álcool 70% líquido, mas não deram retorno. A Associação Baiana de Supermercados também não se pronunciou.
Aliado
A medida de 70º INMP, setenta graus do Instituto Nacional de Pesos e Medidas, representa a quantidade de álcool exata que o produto deve ter para eliminar o vírus da covid-19. Em quantidades maiores, o álcool evapora muito rápido e, em menores, não é capaz de eliminar certos micro-organismos. Com a proibição do produto em formato líquido, as pessoas devem continuar se protegendo com o álcool em gel 70%, que ainda pode ser vendido.
Manuela Carneiro, 35, mora em Camaçari, e possui uma empresa que realiza manutenção de aparelhos médicos. Com a pandemia, o foco passou a ser a manutenção de refrigeradores de vacinas ultra-freezers que conservam amostras de covid-19. Foi nesse momento que o uso do álcool 70% líquido se tornou indispensável para ela e os funcionários.
“O uso do produto faz parte da rotina dos nossos colaboradores. Sem ele me sinto desprotegida, onde vamos comprar? Se for em fornecedores específicos os preços podem subir e dificultar o acesso”, se preocupa Manuela. Agora, Manuela não terá mais que se preocupar com a aquisição do produto, pelo menos, pelos próximos 90 dias.
Farmácias burlam regra e vendem álcool 70% em embalagens menores
Não foram só os supermercados que passaram a vender o álcool 70% líquido na pandemia. As farmácias também colocaram o produto nas prateleiras e continuam vendendo o álcool que até a última quinta-feira (17) estava proibido em embalagens de 50ml. A reportagem visitou duas lojas, Multifarma e Permanente, e nas duas a versão menor estava exposta. Em uma delas, um funcionário revelou que eles não podem vender o produto com 1l, mas que seguem comercializando os menores.
No e-commerce, Drogasil e Drogaria São Paulo continuam anunciando o produto em marcas diferentes. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) foi procurada para comentar a revogação da resolução que proíbe a venda, mas informou que não se posiciona sobre a comercialização feita pelas empresas. Multifarma e Permanente não deram retorno à reportagem.