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Bahia com Tudo

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu hoje (29) duas investigações abertas pela Justiça de São Paulo contra o senador José Serra (PSDB-SP) para apurar supostas doações ilegais de campanha. A decisão atende ao pedido da defesa, que defende que o caso seja transferido para o STF.

Com a decisão, as investigações abertas pela Justiça Eleitoral e pela Justiça Federal ficaram suspensas até o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, analisar o processo. Por causa do recesso de julho na Corte, coube a Toffoli, que decide sobre as questões do Supremo, julgar a liminar.

Serra foi alvo de duas buscas e apreensões neste mês em função das duas investigações. Após as operações, o senador disse em nota que suas contas de campanha sempre foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e que“ jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos”.

Denúncia
A decisão ocorre horas depois de a Justiça Federal em São Paulo acolher denúncia do Ministério Público Federal e transformar Serra em réu por lavagem transnacional de dinheiro.

Segundo a denúncia da força tarefa da Operação Lava Jato do MPF em São Paulo, Serra recebeu vários pagamentos da empreiteira Odebrecht em contas no exterior no total de R$ 4,5 milhões em 2006 e 2007. O MPF informou que “supostamente” o dinheiro seria usado para pagamento de despesas das campanhas eleitorais do então governador.

No início do mês, quando o MPF apresentou a denúncia, José Serra disse, por meio de nota, que os fatos que motivaram a denúncia são “antigos e prescritos”. No comunicado, Serra destacou que não cometeu atos ilegais e que sempre teve “integridade” na sua vida pública. O senador diz que “mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos; e as arbitrariedades cometidas, devidamente apuradas”.

A partir do fim de agosto, os brasileiros poderão circular com um novo tipo de cédula. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje (29) a criação da nota de R$ 200.

A cédula terá como personagem o lobo-guará, espécie que ficou em terceiro lugar em uma pesquisa realizada pelo BC sobre quais animais em extinção deveriam ser representadas em novas cédulas. O anúncio foi feito pelo Banco Central (BC), que convocou uma entrevista coletiva para apresentar a nova nota.

A diretora de administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, disse que o lançamento da nova nota é uma forma de a instituição agir preventivamente para a possibilidade de aumento da demanda da população por papel moeda.

Segundo o BC, entre março e julho deste ano, um dos efeitos econômicos da pandemia de covid-19 foi o aumento de R$ 61 bilhões no entesouramento de moeda, ou seja, notas que deixaram de circular porque a população deixou o dinheiro em casa.

De acordo com a diretora, não há falta de numerário no mercado, mas o BC entende que o momento é oportuno para o lançamento da nova cédula diante da possibilidade de aumento na demanda.

“Estamos vivendo neste momento um período de entesouramento, efeito derivado da pandemia. O Banco Central nesse momento não consegue precisar por quanto tempo os efeitos do entesouramento devem perdurar”, disse a diretora.

Em entrevista coletiva, Carolina também afirmou que a imagem da nota de R$ 200 ainda não está disponível porque está na fase final de testes de impressão. O lançamento está previsto para o final de agosto deste ano.

Segundo o BC, a tiragem em 2020 será de 450 milhões de unidades, equivalentes a R$ 90 bilhões.

A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 4.204 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +2,8%), 43 mortes (+1,3%) e 3.567 pessoas curadas (+2,7%). As informações são da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Dos 153.313 casos confirmados desde o início da pandemia, 136.511 já são considerados curados, 13.532 encontram-se ativos e 3.270 tiveram óbito confirmado.

Os casos confirmados ocorreram em 407 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (35,54%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Gandu (3.533,62%), Itajuípe (3.250,21%), Dário Meira (3.062,56%), Ipíaú (2.807,75%) e Almadina (2.800,15%). Os municípios que não possuem casos do novo coronavírus são: Brejolândia, Brotas de Macaubas, Canápolis, Érico Cardoso, Gavião, Ipupiara, Novo Horizonte, Santana, Sítio do Mato, Tanque Novo.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disponibiliza para acesso público, a base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus (Covid-19). Para fazer o download, é simples: basta acessar o link bi.saude.ba.gov.br/transparencia/ e clicar no ícone localizado no topo da página. A iniciativa amplia transparência e possibilita que qualquer cidadão, em qualquer lugar do mundo, possa acompanhar e analisar a evolução da pandemia na Bahia.

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 30.8998 casos descartados e 80.151 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas destas terça-feira (28).

Na Bahia, 14.511 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Óbitos
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) contabiliza 3.270 mortes pelo novo coronavírus. Em virtude da disponibilização da base de dados relacionada aos óbitos da Covid-19, os interessados no detalhamento dos perfis podem fazer o download do arquivo completo.

Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu a pandemia de covid-19 nesta terça-feira como "uma grande onda" e pediu cautela durante o verão do Hemisfério Norte, já que a infecção não compartilha a tendência do vírus da gripe de acompanhar as estações.

As autoridades da OMS têm se esforçado para evitar descrever um ressurgimento de casos de covid-19 como os de Hong Kong como "ondas", já que isso sugere que o vírus está se comportando de maneiras fora do controle humano, quando na verdade uma ação organizada pode refrear sua disseminação.

Margaret Harris repetiu esta mensagem durante uma coletiva de imprensa virtual em Genebra. "Estamos na primeira onda. Será uma grande onda. Ela subirá e descerá um pouco. A melhor coisa é achatá-la e transformá-la em algo que passa junto aos pés", disse.

Apontando para os números altos de casos no auge do verão dos Estados Unidos, ela pediu vigilância na aplicação de medidas e desaconselhou grandes aglomerações.

"As pessoas ainda estão pensando sobre estações do ano. O que todos precisamos ter na cabeça é que esse é um novo vírus que está se comportando de forma diferente", disse.

Mas ela também expressou o temor de casos de covid-19 coincidirem com casos de gripe sazonal normal durante o inverno do Hemisfério Sul e disse que a OMS está monitorando isso atentamente.

Por enquanto, disse, amostras de laboratório não estão mostrando muitos casos de gripe, o que indica um início de estação tardio.

"Se você tem um aumento de uma doença respiratória quando já tem um fardo muito grande de doenças respiratórias, isso coloca ainda mais pressão no sistema de saúde", disse, pedindo para que as pessoas a se vacinarem contra a gripe.

O jornalista e apresentador Rodrigo Rodrigues faleceu nesta terça-feira (28), aos 45 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o último sábado (25), com diagnóstico positivo para o novo coronavírus (covid-19), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Unimed Rio. Após a internação, a equipe médica detectou que ele havia sofrido uma trombose venosa cerebral. A morte encefálica foi comunicada pelo hospital em nota oficial.

Rodrigues foi internado no último sábado (25), relatando dor de cabeça, vômitos e desorientação, além de sintomas relacionados à covid-19. Segundo o Grupo Globo, empresa na qual trabalhava, o jornalista informou, no último dia 9, que um amigo com quem tivera contato recente havia testado positivo para covid-19. Quatro dias depois, o exame feito pelo apresentador constatou que ele também havia contraído o vírus. O jornalista, conforme declarou o Grupo Globo, cumpriu o isolamento em casa e, apesar de sintomas leves, sentia-se bem, até as complicações do último sábado (25).

No domingo (26), dia seguinte à internação, Rodrigues teve que passar por uma cirurgia para diminuição da pressão intracraniana, consequência da trombose. Ele estava em estado grave, em coma induzido, e hoje (28) não resistiu às complicações.

"RR", como era conhecido, apresentava o programa Troca de Passes, no SporTV - a última participação foi justamente no dia 9 de julho. Ele chegou à Globo no início de 2019, após passagens pelas emissoras Rede Vida, Cultura, ESPN, SBT, Bandeirantes, Gazeta e Esporte Interativo. Em 30 de setembro de 2018, o jornalista participou do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil.

Além do segmento esportivo, no qual ingressou em 2011, na ESPN, Rodrigo Rodrigues também se notabilizou em programas culturais, como Vitrine, na Cultura, e 5 Discos, na Gazeta. Apaixonado por música, o jornalista era guitarrista da banda The Soundtrackers, especializada em trilhas sonoras do cinema.

Em nota, a Globo lamentou a morte do apresentador: "A morte de Rodrigo abre uma ferida que vai muito além do profissional insubstituível. Dentro e fora da Globo, dezenas de pessoas sentem a perda de um amigo. E a família chora a partida de um parente que conquistou uma legião de admiradores".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu hoje (28) a criação de novas regras e instrumentos legais para o combate às notícias falsas, as fake news, que ampliem as possibilidades, inclusive, de responsabilização das plataformas de redes sociais.

“Não podemos normalizar, condescender e aceitar as fake news como um fenômeno inevitável. Nós não podemos aceitar isso como algo que seja impossível de combater ou que se tornará natural no dia a dia. Temos que ter instrumento, Estado, regulamentação, sim, e responsabilidade do mercado”, disse Toffoli, durante seminário online sobre liberdade de expressão, organizado pelo site Poder360 em parceria com o Observatório de Liberdade de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ministro destacou que em todo o mundo há o movimento de exigir maior responsabilização das empresas em torno das fake news, e que as plataformas “sabem que essa responsabilidade está chegando”, mas tentam postergar essa regulação por razões econômicas.

No fim de junho, o Senado aprovou um projeto de lei com o objetivo de combater a disseminação de informações falsas por meio de redes sociais e serviços de mensagem. O texto depende agora de análise da Câmara dos Deputados.

A iniciativa foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, que disse ser uma limitação à liberdade de expressão. Ele já disse também que pretende vetar trechos da lei se receber o texto aprovado pelo Senado para sanção.

Inquérito
Toffoli também voltou a defender nesta terça-feira o inquérito das fake news, aberto de ofício por ele e relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. O presidente do Supremo disse que a investigação tem como alvo uma “máquina de desinformação”.

“O que se investiga naquele inquérito vai muito além de manifestações ou críticas contundentes contra a Corte. Trata-se de uma máquina de desinformação, utilizando-se de robôs, de financiamento e de perfis falsos para desacreditar as instituições democráticas republicanas e seus agentes”, disse Toffoli.

Na semana passada, após determinação de Moraes, o Twitter e o Facebook bloquearam perfis de diversos usuários investigados no Supremo pela suposta disseminação de notícias falsas e por fazer ameaças a ministros da Corte.

No dia seguinte ao bloqueio, o presidente Jair Bolsonaro, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), ingressou com uma ação direita de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo, pedindo que seja derrubada qualquer decisão que determine o bloqueio de perfis em redes sociais.

Até o fim da semana, quando termina o recesso do Poder Judiciário, a ação encontra-se na mesa de Toffoli, que pode decidir sobre o pedido de liminar antes de encaminhar o processo ao relator, ministro Edson Fachin.

“Nós temos no Brasil mais de 200 mil pessoas presas provisoriamente sem sentença de 1º grau. Nós não temos 200 mil redes sociais paradas. Choca mais as redes sociais paradas, meia dúzia de redes sociais paradas, do que 200 mil pessoas presas sem sentença? São reflexões que nós temos que fazer, não estou aqui fazendo juízo de valor, estou dando fatos”, disse Toffoli nesta terça-feira, ao ser questionado sobre o assunto.

O PT tem avançado nas discussões para definir o nome que ocupará a vice da chapa da major Denice Santiago, pré-candidata do partido à Prefeitura de Salvador no pleito deste ano.

Conforme apurado pelo bahia.ba, o partido está decidido em uma chapa feminina e procura por uma mulher para ocupar o posto.

O governador Rui Costa e o senador Jaques Wagner têm inclusive conversado pessoalmente com partidos aliados, entre eles PSD, Podemos, Avante e PSB.

A sigla ainda não decidiu, contudo, com quantas candidaturas deve sair na base. Em junho, o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, validou que os nomes lançados até o momento seguem no páreo. “Em Salvador, consideramos todas as pré-candidaturas aliadas como legítima”, afirmou.

Somente pelo partido, pretendem concorrer ao Thomé de Souza o ex-ministro Juca Ferreira e o deputado estadual Robinson Almeida. Também eram pré-candidatas a socióloga Vilma Reis e a secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), Fabya Reis, mas decidiram recuar e declarar apoio a Denice.

Os dados de 20 milhões de usuários do Hotel Urbano (Hurb) vazaram na dark web, de acordo com informações divulgadas pela empresa de cibersegurança, Cyble Research Unit. Entre as informações que foram disponibilizadas em fóruns estão os nomes, endereços de IP, e-mails e senhas.

Com sede no Brasil, a empresa, fundada em 2011, atua no setor de vendas online de viagens para o mundo todo. Dados do Direfox Monitor revelam que as informações foram obtidas em março de 2019, porém, a vulnerabilidade só foi descoberta na última segunda-feira (27).

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (Democratas), encaminhou na noite desta segunda-feira (27) uma solicitação de reunião com o diretor geral da Orbi Química, Rogério Seabra. A cidade tem interesse em receber a empresa no município. A fábrica seria instalada em Santo Amaro, o que gerou polêmica, mas a doação do terreno não avançou na Cãmara da cidade.

No convite para uma reunião, feito por e-mail, Elinaldo sinalizou que a cidade está próxima à capital Salvador e tem a infraestrutura adequada para receber a instalação da indústria. O município tem amplo polo automotivo onde estão instaladas Ford, Bridgestone, Continental, dentre outros fabricantes de autopeças, citou o prefeito.

“Camaçari tem um polo automotivo de ponta e certamente tem condições de oferecer a infraestrutura adequada para a instalação da Orbi Química. Neste momento em que pessoas estão perdendo empregos e estabelecimentos estão fechando as portas por causa das dificuldades financeiras, atrair investimentos é fundamental para gerar emprego e renda”, diz Elinaldo.

Além da própria infraestrutura física de Camaçari, Elinaldo disse que o município possui plenas condições de abrigar a indústria. “Do ponto de vista da infraestrutura, temos galpões que podem ser ocupados e terrenos onde pode ser instalada a empresa, além do Cimatec, instituição de ponta para pesquisa. No âmbito econômico, temos um programa de incentivo fiscal que favorece a eventual instação da empresa”, frisou.

“Além de tudo isso, temos infraestrutura ambiental, com a maior central de tratamento de efluentes da América Latina, sem falar também na estrutura para tratamento de resíduos sólidos e a disponibilidade de energia e água. Por fim, temos ainda uma mão de obra qualificada, com experiência na área química e petroquímica, e um importante polo rodoviário”, complementou Elinaldo.

Empresa 100% nacional e com sede em São Paulo, a Orbi Química iniciou suas atividades em 2006 e oferece soluções para a linha de manutenção e conservação automotiva e construção civil. A prefeitura acredita que a instalação da fábrica traga empregos diretos e indiretos para a cidade.

“Inclusive, estamos dispostos a adotar medidas para agilizar o processo de licenciamento para instalação da fábrica em Camaçari, respeitando, obviamente, todos os protocolos”, destacou Elinaldo.

Polêmica em Santo Amaro
Em sessão marcada por tensão e até gritaria, a Câmara Municipal de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, votou nesta segunda-feira, 27, o projeto de lei que passava a posse de um terreno às margens do Rio Subaé, anteriormente doado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para a instalação de um campus, à empresa Orbi Química, de São Paulo.

Em convocação extraordinária, por 9 votos a favor de passar a área para a fábrica e 5 contrários, a universidade acabou obtendo a vitória porque seriam necessários 10 votos para a aprovação da pauta, já que o regimento da casa exige 2/3 dos votos para que um projeto siga em tramitação. Um dos parlamentares não compareceu à sessão porque está com suspeita de covid-19. Com isso, os vereadores favoráveis à empresa não obtiveram os votos necessários.

Na última semana, o tema foi levantado pelo cantor santamarense Caetano Veloso e causou alvoroço no município, que já tem uma longa história de contaminação por metais pesados.

Nesta segunda, logo no início da discussão, os ânimos se exaltaram porque os vereadores não tiveram acesso à emenda que iriam votar no dia. Segundo eles, o presidente da casa, o vereador Herden Cristiano (DEM), só encaminhou o conteúdo 10 minutos antes da sessão.

"Você não é o dono da Câmara, o senhor tem que passar a emenda para a gente poder ler, interpretar e votar", reclamou, aos gritos, Nelson da Ouro do Mar (PSDB). A objeção foi compartilhada pelos outros vereadores.

A votação do projeto de lei que entregaria o terreno, localizado dentro do perímetro urbano, à empresa Orbi Química gera discussão na cidade e fora dela, por razões não só econômicas ou ambientais. É que o mesmo terreno onde um dia funcionou a primeira siderúrgica do Nordeste, a Fundição Tarzan, foi doado em 2005 à UFRB para a construção do campus de Santo Amaro. O atual projeto, de autoria do prefeito Flaviano Rohrs (DEM), desejava tirar a posse da universidade e entregá-la à Orbi Química.

De um lado, parte dos vereadores queria garantir a destinação do terreno à empresa, que estimava levar 120 empregos e movimentar a economia da cidade. A oposição, no entanto, justificou que o terreno é sim de titularidade da universidade e que na área em questão, situada em volta do rio, trabalham cerca de 20 mil pescadores e marisqueiras, portanto a instalação da atividade industrial no local poderia colocar em risco o ecossistema, sobretudo os manguezais.

De acordo com a prefeitura de Santo Amaro, o terreno teria voltado legalmente para a posse do município, já que a UFRB não cumpriu o compromisso de entregar o campus da cidade até 2016, nem teria pedido a revalidação da doação. No entanto, a reitoria da universidade disse que foi surpreendida com a notícia na página da prefeitura no Facebook de que uma audiência pública teria sido realizada no dia 22 de julho.

“É estranho que em nenhum momento a universidade tenha sido convidada para algum diálogo ou sequer informada sobre as pretensões da prefeitura em relação ao local”, diz a nota da UFRB.

Diretor do campus, que funciona provisoriamente numa escola, Danillo Barata conversou com o CORREIO e argumentou que, se a posse fosse mesmo da prefeitura, não haveria necessidade de o prefeito criar um projeto para transferir a titularidade. "É mentira e não se sustenta. Se fosse da prefeitura, ela poderia fazer destinação direta", explicou.

Ao verem que não teriam votos suficientes para entregar o terreno à Orbi Química, alguns vereadores abandonaram a sessão. Do lado de fora da sala, representantes de associações da sociedade civil, alunos e professores da UFRB se manifestaram nos corredores para que os vereadores levassem em conta os impactos da medida.

“É um ato simbólico”, comentou Luana Teixeira, integrante da Associação dos Remanescentes do Quilombo de Acupe, que aguardava o resultado da votação. “Eles estavam passando por cima de toda a legislação municipal”, acrescentou ela, que também é estudante de Direito na UFBA.

Emenda rejeitada

A casa chegou a propor uma emenda substitutiva para o projeto a fim de que a Orbi Química pudesse ter nova área para se instalar na cidade. A matéria foi votada pela manhã, mas também não obteve os 10 votos exigidos.

Presidente da Câmara de Santo Amaro e autor da emenda que pretendia doar outro terreno à empresa paulista, após o fracasso na votação de doação do terreno da UFRB, Herden Cristiano lamentou as decisões do legislativo municipal.

"Já existe em Santo Amaro um Polo Industrial, de autoria do próprio prefeito, votado em 2018. A gente solicitou que essa empresa fosse implantada neste local, até para o crescimento da cidade, e para que outras empresas viessem. Infelizmente, votaram contrários à ida da empresa para o Polo Industrial", explicou.

O vereador Periquito da Água (PT) criticou a elaboração deste documento em regime de 'última hora' e foi contra a ideia porque a oferta de um novo espaço, que ainda não teve as liberações municipais, estudos e nem os devidos pagamentos, faria com que a empresa demorasse mais de ser implantada em Santo Amaro.

"Agora vocês criam, faltando 40 minutos, uma emenda para uma empresa buscar um terreno que não foi nem liberado nem pago ainda para fazer todo um estudo para levar mais 6 meses a um ano e essa empresa vir? A empresa quer chegar aqui amanhã e só depende da gente", disse.

Ainda segundo Herden, a oposição não é contra a vinda da empresa para o município, mas sua instalação deveria seguir o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), aprovado em 2018, que prevê área específica para a atividade industrial em Santo Amaro. O presidente disse que, no plano, o terreno às margens do Rio Subaé só poderia ter uso para finalidades culturais ou educacionais.

Herden acredita que a solução para a questão ficará para a próxima legislatura da casa, ou seja, para os eleitos no pleito municipal deste ano, mas que a casa estudará outras formas de adiantar a vinda da empresa.

O prefeito Flaviano Rohrs não atendeu às ligações do CORREIO para comentar o caso. Em seu Facebook, ele publicou um vídeo em que diz: "Com desculpas esfarrapadas, votaram contra. Não fez questão nem ambiental e nem politicagem. Quem perde é o povo de Santo Amaro. Quem perdeu a oportunidade foi nossa juventude, as mães e pais de família que clamam por empregos", disse.

Em resposta por e-mail, o CEO da Orbi Química, Rogério Fiorotto Seabra, também lamentou que as decisões não foram favoráveis à aprovação da ida da empresa para Santo Amaro, mas disse respeitar o voto do legislativo municipal e garantiu que ainda tem interesse em se instalar na Bahia, não necessariamente na cidade.

Fiorotto disse que a intenção é abrir uma unidade de engarrafamento de produtos destinados à manutenção e embelezamento automotivo e de construção civil. A empresa informou que durante este dia recebeu ligações de outros municípios interessados em receber a fábrica.

"Poderíamos, de mãos dadas com o município de Santo Amaro, com nossos sérios propósitos e valores empresariais, sociais e ambientais expandir a nossa operação e desenvolver esta região, melhorando a qualidade de vida de seus munícipes. Temos a consciência tranquila quanto a lisura no trâmite da aquisição da área que infelizmente não foi aprovado, desejamos toda sorte ao município e agradecemos a acolhida recebida", escreveu.

Durante a semana, as associações civis de Santo Amaro elaboraram um documento que foi encaminhado aos Ministérios Público estadual e federal explicando o fato. O texto menciona infrações ao Código Ambiental de 2019, à Lei Orgânica do Município e ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).

Curiosos que passavam pela Praia de Taperapuan, em Porto Seguro, no sul da Bahia, ficaram surpresos na manhã desta terça-feira (28). Uma baleia jubarte foi encontrada morta na faixa de areia.

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o animal era filhote e media aproximadamente 4 metros. Ele se perdeu da mãe e foi visto ainda com vida na Praia da Ponta Grande, que fica nas proximidades da enseada de Coroa Vermelha, mas apareceu morto nesta manhã.

A recomendação é que ninguém toque no animal, pois não há informações se trata-se de uma baleia doente ou com possibilidade de transmitir algum vírus aos seres humanos.

No fim da manhã, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com apoio da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental de Porto Seguro-CIPPA/PS, da Secretaria de Serviços Públicos, isolou o local. A remoção acontecerá após a chegada dos técnicos do Instituto Baleia Jubarte, que ficarão responsáveis pelo exame necroscópico do animal. Ele será enterrado na parte de cima da praia de Taperapuan.