CNI: 90% não fazem questão de escolher marca de vacina
Noventa por cento da população quer ser vacinada contra o novo coronavírus independente da marca do imunizante, mostra pesquisa divulgada hoje (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento ouviu 2 mil pessoas em todos os estados do país entre os dias 12 e 16 de julho.
Entre as pessoas entrevistadas, 43% disseram que até gostariam de escolher entre as marcas de vacina disponíveis se houver essa possibilidade, mas apenas 9% afirmaram que deixariam de se vacinar se o imunizante de preferência não estivesse disponível. “O fato de o brasileiro aceitar tomar a vacina disponível nos deixa menos apreensivos, não só pela proteção individual, mas pelo benefício para toda a sociedade”, ressaltou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A maioria da população (62%) considera que o ritmo da vacinação no Brasil ainda é lento. Porém, 68% acreditam que a velocidade da imunização no país aumentou muito em julho em relação a junho.
Menos medo
Para 70% dos entrevistados, a pandemia de covid-19 deve perder força daqui para frente. Uma minoria (18%), no entanto, acredita que o número de casos e de mortes causadas pela doença deve aumentar.
Na comparação com a pesquisa feita pela CNI em abril, caiu de 56% para 47% o percentual de pessoas que diz ter muito medo do coronavírus. Também se reduziu a proporção de pessoas que tem medo de frequentar shoppings, de 39% para 24%. Em relação ao comércio de rua, em abril, 36% tinham medo e agora são 28%. O receio de ir a bares e restaurantes passou de 45% para 34%.
Também melhoraram as expectativas sobre a economia. Em abril, 18% viam a situação econômica do país em recuperação. Neste levantamento o percentual ficou em 43%.
Queiroga diz que intervalo da Pfizer deve ser reduzido de 3 meses para 21 dias
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que é "muito provável" que a pasta anuncie a redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer no país. A afirmação foi dada à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (26).
Com a alteração, ao invés de esperar três meses para a segunda aplicação, como vinha sendo orientado no Brasil, seriam 21 dias de intervalo. Esse é o tempo previsto originalmente na bula da Pfizer, mas o Ministério da Saúde resolveu ampliá-lo, em estratégia similar a de outros países, para imunizar mais pessoas rapidamente com a primeira dose.
"Naquele momento, não tínhamos certeza da quantidade de doses de Pfizer que receberíamos neste ano e optamos por ampliar o número de vacinados com a primeira dose", disse Queiroga. "Mas agora temos segurança nas entregas e dependemos apenas da finalização do estudo da logística de distribuição interna dos imunizantes para bater o martelo sobre a redução do intervalo da Pfizer para 21 dias", acrescenta.
O ministro diz que as simulações logísticas estão sendo finalizadas e mesmo com cronograma atual mantido, sem antecipação de novas doses, seria possível fazer a redução, confirmando-se a capacidade de distribuição das ampolas. "Em breve termos a definição", diz.
A decisão final será dos coordenadores do Programa Nacional de Vacinação (PNI), com apoio dos técnicos. O ministro acrescenta que a Pfizer tem sido pontual com as entregas e cumprirá o acordo de 100 milhões de doses para o Brasil até dezembro.
Astrazeneca
Já a vacina da Oxford/Astrazeneca, que no Brasil é produzida pela Fiocruz, deve seguir intervalo de três meses, o mesmo previsto em bula. "Ainda faltam estudos para comprovar que a redução desse intervalo poderia ser feita", diz o ministro.
A antecipação desse imunizante é analisado como estratégia para combater a variante Delta, a mais contagiosa e que deve se tornar predominante em todo mundo. Alguns estados chegaram a anunciar a mudança, mas a Bahia afirmou que manteria as orientações do plano nacional.
Sputnik: Consórcio Nordeste envia carta e solicita audiência com ministro
A reunião sobre a entrega das 300 mil doses da vacina Sputnik V para a Bahia, realizada na tarde desta quarta-feira (21) entre representantes do Governo do Estado e do fundo russo, resultou em uma carta que será encaminhada para o Ministério da Saúde. A presidência do Consórcio Nordeste, que reúne governadores dos noves estados da reunião, vai solicitar também uma audiência com o ministro Marcelo Queiroga.
O governador Rui Costa comentou o assunto durante a entrega de 43 ônibus escolares em um evento, em Salvador. Ele reclamou da burocracia exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disse que o governo federal está criando obstáculos para a aquisição do imunizante.
“O ministro gravou um vídeo, ontem, praticamente descartando qualquer tipo de apoio ou de incorporação da vacina no PNI. Como isso foi numa entrevista nós formalizamos um documento ao Ministério e estamos solicitando uma reunião com o ministro para saber qual é a posição oficial, se o Ministério quer ou não a vacina para o Brasil”, afirmou.
Rui Costa disse que o Fundo Russo, responsável pela negociação das vendas da Sputnik, está recebendo propostas de outros países e que precisa de uma resposta do governo brasileiro.
“Mais de 60 milhões de doses da Sputnik já foram aplicadas pelo mundo. O Brasil produz Sputnik. A Anvisa autorizou o laboratório a produzir a vacina e a exportação, então, a vacina é boa para exportar e vacinar outras pessoas no mundo inteiro, mas não é boa para aplicar no Brasil? Não dá para entender”, afirmou.
Ele voltou a criticar a forma como as vacinas estão sendo distribuída e disse que a Bahia teria recebido 750 mil doses a mais se o critério usando pelo Ministério da Saúde fosse o tamanho da população.
O CORREIO procurou a Anvisa e o Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (21), quando horas antes da reunião o governador fez essas mesmas críticas. A Anvisa respondeu apenas que está trabalhando junto a todos os governos estaduais na avaliação das informações sobre a vacina.
Já o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou.
Anvisa libera testes clínicos para duas novas vacinas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quarta-feira (14), em Brasília, a realização de pesquisas clínicas de duas novas vacinas contra o novo coronavírus (covid-19).
Uma é desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas (Imbcams, na sigla em inglês), da China, e a outra é produzida pela empresa AstraZeneca.
A primeira pesquisa realizará ensaio clínico de fase 3, controlado por placebo, para avaliar a eficácia, segurança e a imunogenicidade da vacina do Imbcams, que usa a tecnologia de vírus inativado.
O estudo, a ser realizado no Brasil, integra parte de uma pesquisa maior que também está sendo realizada na China e em outros países. Farão parte dos testes adultos de 18 anos de idade ou mais que receberão duas doses, com intervalo de 14 dias entre a primeira e segunda dose.
“O delineamento de um estudo controlado por placebo ainda é considerado metodologicamente adequado para avaliar a segurança e eficácia da vacina, considerando também que ainda há uma grande parcela da população não vacinada, desde que se leve em conta a possibilidade de acesso dos voluntários às vacinas disponíveis em um curto período”, informou a Anvisa.
Aproximadamente 34.020 participantes serão recrutados no Brasil, Malásia, Bangladesh, China e México. Desse total, 7.992 participarão dos testes no Brasil, que serão realizados no Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina e São Paulo.
AstraZeneca
Já a segunda pesquisa clínica aprovada testará a vacina (AZD2816), desenvolvida pela AstraZeneca com a tecnologia de vetor de adenovírus recombinante, a mesma utilizada no imunizante anterior e que é aplicado no Brasil.
A vacina será fabricada pela empresa Symbiosis Pharmaceutical Services, sediada no Reino Unido, e é uma nova versão do imunizante aplicado no país (AZD1222). Ele foi modificado para também fornecer imunidade contra a recém-emergente cepa da variante B.1.351 da covid-19, identificada primeiro na África do Sul, em abril.
O estudo, de fase II/III parcialmente duplo-cego, randomizado, será aplicado em adultos de 18 anos de idade ou mais, previamente vacinados e não vacinados para determinar a segurança e a imunogenicidade da vacina candidata.
A AstraZeneca quer verificar a eficácia do imunizante, que atuaria como uma espécie de terceira dose para indivíduos soronegativos para SARS-CoV-2, que receberam anteriormente uma vacinação primária de duas doses contra a covid-19 SARS-CoV-2 com a vacina atualmente em uso (AZD1222) ou de uma vacina que utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) contra a covid-19, como as da Pfizer e da Moderna.
Também será verificada a eficácia da candidata a imunizante sendo aplicada como vacinação homóloga primária de duas doses para pessoas soronegativas para SARS-CoV-2 que não estão vacinadas”.
Nesse caso, os pesquisadores querem testar uma espécie de esquema misto, com a aplicação de uma primeira dose da vacina da AstraZeneca já utilizada no país e a segunda dose da nova versão do produto.
A empresa planeja testar esse esquema em 2.475 participantes no Brasil, Reino Unido, África do Sul e Polônia. Aqui está prevista a participação de 800 pessoas no Distrito Federal, Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Servidora fala na CPI em 'politização' da vacinação 'por meio do líder da nação'
A ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, atribuiu sua saída do cargo à politização da vacinação contra o novo coronavírus, apontando para o presidente Jair Bolsonaro. Desde o início da pandemia, o chefe do Planalto questionou a eficácia dos imunizantes e falou, por exemplo, que não compraria as doses produzidas na China.
"Não dá para colocar em dúvida a vacinação quanto ao meio efetivo para controle da pandemia", disse a ex-coordenadora durante depoimento na CPI da Covid. "Quando os resultados apontam de forma favorável que aquilo pode trazer um resultado para a população, ter uma politização do assunto por meio do líder da nação que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida...", afirmou Francieli, sendo interrompida em seguida.
"Qualquer pessoa que fale contrário à vacinação vai trazer dúvidas à população brasileira, então há necessidade de se ter comunicação única, seja de qualquer cidadão de qualquer escalão "
Após o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), dar voz de prisão ao ex-diretor de Logística da Saúde, Roberto Dias, ontem a ex-servidora se negou a prestar juramento de falar a verdade na comissão no início do depoimento.
Bahia vai receber mais de 172 mil doses de vacinas contra covid esta semana
A Bahia vai receber mais lotes de vacina contra a covid-19 até essa sexta-feira (9). O primeiro chega nesta quinta-feira (8), com 111.150 doses do imunizante da Pfizer.
A previsão é de que o voo com as doses desembarque em Salvador às 16h50, segundo o secretário estadual da Saúde (Sesab), Fábio Vilas-Boas.
Para essa sexta, está prevista a chegada de 61.800 doses da Coronavac.
De acordo com a Sesab, os imunizantes da Pfizer/BioNTech serão destinados para a primeira aplicação, enquanto as vacinas Coronavac serão metade para a primeira aplicação e as demais para o complemento do esquema vacinal.
As doses devem começar a ser enviados para as regionais de saúde nessa sexta-feira, de onde serão encaminhadas para os municípios em aeronaves do Grupamento Aéreo da Polícia Militar e da Casa Militar do Governador, após conferência da equipe da Coordenação de Imunização do Estado. Eles serão remetidos, exclusivamente, aos municípios que aplicaram 85% ou mais das doses anteriores. Esta foi uma decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que é uma instância deliberativa da saúde e reúne representantes dos 417 municípios e o Estado.
Com as cargas desta quinta-feira e sexta-feira, a Bahia chegará ao total de 9.333.930 doses de vacinas recebidas, sendo 3.422.000 da Coronavac, 4.698.900 da AstraZeneca/Oxford, 958.230 da Pfizer e 254.800 da Janssen.
Mais de 2 mil pessoas tomaram três doses de vacina contra covid-19 na Bahia
Enquanto há falta de vacinas contra a covid-19 em algumas cidades baianas - a vacinação foi interrompida pela quinta vez em Salvador na terça-feira (6) - há pessoas que tomaram três doses do imunizante. Um estudo conduzido por pesquisadores de matemática de cinco universidades brasileiras, chamado ModCovid19, indicou que 2.038 pessoas tomaram três doses do imunizante na Bahia.
Esse número faz parte de um contingente de pessoas ainda maior que teriam burlado o Plano Nacional de Imunização: 2.902 pessoas tomaram, pelo menos, duas doses na Bahia e, ao todo, três ou mais doses da vacina.
Entram nessa conta - dos 2.902 - também pessoas tomaram só uma dose na Bahia e as outras duas injeções - ou até três - em outro estado. Há ainda outras tomaram cada dose em três estados diferentes, como aponta a planilha disponibilizada pelos pesquisadores.
Em 55 cidades baianas, há registro de indivíduos que tomaram as três doses no mesmo município. Em Ribeira do Amparo e Ouricongas, por exemplo, a situação é mais alarmante: uma pessoa em cada uma das cidades teria tomado quatro doses do imunizante.
A pesquisa também apontou várias inconsistências nos dados da vacinação do novo coronavírus no Brasil. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já está ciente do caso e informa que os infratores serão punidos, também, por crime de estelionato. Em todo o país, foram quase 30 mil pessoas que tomaram três doses da vacina contra a doença que já matou mais de 527 mil brasileiros. A Bahia é o quarto estado com maior número de casos desse tipo, atrás somente de São Paulo (4.870), Paraná (2.689) e Rio Grande do Sul (2.416).
O objetivo do estudo é encontrar incoerências e estudar os números da vacinação no país, a partir da análise dos dados públicos do Governo Federal, o DataSus. Os dados compilados para esta matéria, usados pelos pesquisadores, foram levantados até o dia 24 de junho de 2021.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que “não teve acesso ao estudo para fazer análises”. Contudo, o CORREIO enviou duas vezes o link com todas as informações que seriam veiculadas na reportagem. A Sesab ignorou as solicitações seguintes.
Já a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) respondeu, por meio de nota, que não há casos de pessoas que tomaram três doses na cidade. Porém, não há como saber se a pessoa que foi ao posto de saúde na capital baiana já teria se vacinado com alguma dose em outro município.
“O Ministério da Saúde ainda não disponibilizou acesso à base federal para Salvador. No momento, apenas o gestor federal consegue cruzar as informações recebidas dos Municípios e identificar aqueles que burlaram o processo de vacinação, ou seja, o sistema de dados da capital baiana não consegue identificar se a pessoa habilitada já recebeu a dose do imunizante em outra cidade”, diz a SMS.
A secretaria também informou que solicitou ao Ministério da Saúde o acesso à base federal para garantir mais segurança ao processo de imunização em Salvador, mas ainda não houve liberação. O Ministério da Saúde (MS) foi procurado pelo CORREIO, porém não respondeu à reportagem até o fechamento do texto.
Para o pesquisador Tiago Pereira, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e integrante da ModCovid19, não há falta de experiência do governo brasileiro com o fornecimento de dados sobre vacinação, o que não justificaria possíveis erros.
“Todas as campanhas de vacinação brasileiras trabalharam com dados abertos e públicos, não é coisa nova, já é tradição. É importante que o dado continue aberto e é normal ter essas inconsistências quando se tem uma base de dados desse porte, com mais de 45 milhões de linhas”, explica Pereira.
O professor defende que os dados sejam anônimos, contudo, pontua que isso dificulta saber em qual ente da federação está o erro. “É bom que o dado seja anônimo, mas o problema é que, se anonimizar, você tira a fonte de erro e não sabe qual o causador, se é o Governo Federal, o estado, o município ou o atendedor nos postos de vacina. Não dá para saber de onde ele surgiu”, esclarece.
Pereira afirma que não são somente os dados da vacinação com inconsistências. O número de óbitos, por exemplo, no estado de São Paulo, diverge do das secretarias municipais em 14 mil mortes. “A secretaria estadual fala que pegou os dados com as cidades e as cidades que enviaram os números certos para a secretaria, e que demoraria 72h para os dados ficarem iguais, mas nunca ficam”, observa.
Por isso, ele sugere que quanto mais automatizado o sistema for, melhor para que a análise seja realizada. “Quanto menos pessoas mexem, tornando o sistema o mais automático possível, mais fácil é de identificar de onde veio o erro”, acredita. Ele exemplifica novamente com os dados de óbitos por covid-19 do Governo Federal, em que é preciso que o mesmo indivíduo seja cadastrado seis vezes na base de dados.
Estelionato
O Ministério Público da Bahia já prepara uma nota técnica para orientar a atuação dos promotores de Justiça em relação à aplicação irregular da terceira dose da vacina contra covid-19, através do Grupo de Trabalho para acompanhamento das ações de enfrentamento do coronavírus (GT/Coronavírus).
Ao CORREIO, o MP-BA explicou que há vários tipos de punições para quem se beneficiou da situação. “Quem receber irregularmente uma terceira dose pode responder administrativa, cível e penalmente. As pessoas que se beneficiarem da aplicação e agentes públicos que aplicarem a terceira dose indevida podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa”, alerta o órgão, por meio de nota.
“A depender do caso concreto, pode haver também responsabilização criminal, pela prática dos crimes de infração de medida sanitária, de perigo para a vida ou saúde de outrem, de estelionato (no caso do paciente induzir o profissional de saúde a erro), de uso de documento falso, de falsidades ideológica e de material de atestado ou certidão (em caso de cartão de vacinação fraudulento) e também por crime de inserção de dados falsos em sistema ou banco públicos de dados e de informações”, acrescenta o MP.
Pessoa que ‘nasceu’ em 1800 foi vacinada
O ModCovid19 aponta que 750 pessoas na Bahia foram vacinadas com data de nascimento do século XIX. Uma delas é uma mulher de São Miguel das Matas, no Recôncavo baiano, que teria nascido em 1 janeiro de 1800, ou seja, teria 221 anos - mais velha que o imperador Dom Pedro II, se estivesse vivo. Já outra teria nascido em Campo Alegre de Lourdes, no Vale do São Francisco, em 2 de abril de 1893.
Outros erros são indicados. Existem 1.928 baianos, de acordo com o estudo, que teriam o registro da segunda dose antes da primeira. Outras 51.476 pessoas só teriam tomado a segunda dose, pois não há registro da primeira.
Além disso, oito baianos teriam tomado a vacina antes mesmo da vacinação começar, no dia 1º de janeiro de 2021. Esses registros são nas cidades de Piraí do Norte, Presidente Jânio Quadros, Gandu e Nilo Peçanha. No estado, o programa de vacinação contra a covid-19 começou no dia 19 de janeiro.
Outra incoerência na base de dados é que a mesma pessoa aparece duas vezes no cadastro de vacinados. Os registros duplicados têm as informações em todas as colunas iguais, como data de aplicação e lote da vacina, local de vacinação, etc. Isso ocorreu 11.242 vezes na Bahia.
De acordo com a pesquisa, isso aconteceu em maior número com os dados municipais - foram 12.776 baianos com cadastros duplicados enviados pelas secretarias municipais da saúde. Em Salvador, isso teria ocorrido, por exemplo, na Unidade de Saúde da Família (USF) da Federação, em 19 de maio, na USF do Vale do Cambonas, em 20 de maio, e na Unidade Básica de Saúde (UBS) Ramiro de Azevedo, no dia 15 de maio de 2021.
Por fim, alguns identificadores aparecem na base de dados mais de uma vez, porém, com algumas informações diferentes, como sexo e data de nascimento do indivíduo. Como o DataSus é anonimizado, ou seja, não mostra o nome da pessoa, cada vacinado tem um identificador. O identificador repetido, mas com algumas informações que divergem, sugere algumas hipóteses aos pesquisadores.
A primeira é de que o identificador não seja único, isto é, há pessoas diferentes com o mesmo identificador. A segunda suposição é de que há pacientes com dois ou mais registros no Cadastro Nacional de Saúde em que os dados pessoais diferem (sexo, data de nascimento, por exemplo). Uma última alternativa é que a inserção de alguns dados tenha sido manual, porém, isso seria menos provável, considerando o baixo número relativo de inconsistências dessa natureza. Na Bahia, são 135.
Infectologistas alertam para falta de estudos
A fim de esclarecer se a terceira dose da vacina contra covid-19 é mesmo necessária, o CORREIO procurou duas infectologistas. Ambas disseram que ainda não existem estudos concretos sobre o tema. “O ideal é vacinar a maioria da população com as vacinas existentes, porque ainda não está claro nos estudos qual delas deve ser aplicada como terceira dose e quanto tempo depois da segunda. Ainda é muito cedo para esse tipo de conduta”, alerta a infectologista Áurea Paste.
A infectologista Miralba Freire reforça. Para ela, a terceira dose deve ser tomada, mas no futuro, quando acabar a primeira etapa da vacinação. “É possível que haja a necessidade de se tomar a terceira dose, mas é um fato que está sendo estudado, não há um consenso ou conhecimento sobre isso. Algumas vacinas têm potência menor que outras, como qualquer produto, então começa a se testar a terceira dose”, esclarece.
Ela pontua que a indicação de terceira dose não será para todos os públicos. “Há possibilidade de se indicar, mas não quer dizer que será para todo mundo e que será com todas as vacinas. O grande desafio agora é vacinar todos com a primeira e segunda doses. Num segundo momento, a medicina tem mostrado que é preciso o reforço”.
A vacina da gripe, por exemplo, tem reforço anual. Miralba cita que ele deverá ser com um intervalo parecido. “Não adianta ter um reforço com período muito curto, isso não tem sugestão de melhor eficácia”, diz.
Dentre os estudos desenvolvidos, sugere-se a terceira dose da CoronaVac em idosos, em que a eficácia foi menor que a global, de 50,4%. Também é discutido a aplicação da terceira dose de fabricantes diferentes, como Pfizer e AstraZeneca, e AstraZeneca e Moderna, mas ainda não há conclusão sobre qual tomar primeiro nem em qual intervalo.
Por falta de vacina, Juazeiro interrompe aplicação da 1º dose contra covid-19
A Secretaria de Saúde de Juazeiro (Sesau) informou nesta quarta-feira (30) que já aplicou todas as vacinas contra covid-19 recebidas para uso na primeira dose na cidade. Por conta disso, a imunização em primeira dose foi suspensa às 10h30 de hoje.
Agora, o município aguarda a chegada de novas doses para dar continuidade à vacinação contra covid-19.
A secretaria destaca que o vacinômetro, que mostra a quantidade de doses aplicadas, vai sendo atualizado de acordo com o recebimento dos mapas de vacinação dos pontos de vacina. Ele indica que até ontem foram vacinadas 60.594 pessoas na cidade com a primeira dose e 24.860 com a segunda dose.
O governo baiano anunciou que hoje o estado vai receber novas doses para distribuição aos municípios. Serão 228.250 doses da Astrazeneca, que tem previsão de chegada às 13h50, e 36.270 doses da Pfizer, que chegarão às 16h20.
Vacinas Pfizer e Moderna podem gerar imunidade a longo prazo, indica estudo
Um estudo publicado nesta segunda-feira indica que as vacinas contra a Covid-19 produzidas pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna podem desencadear uma resposta imunológica persistente que garantiria uma proteção a longo prazo contra a doença. A pesquisa realizada com 41 pessoas aponta que, caso a evolução de variantes não mude significativamente, não seria necessário aplicar doses de reforço nas pessoas que receberam esses imunizantes.
— É um bom sinal do quão durável é nossa imunidade com estas vacinas — disse ao jornal New York Times Ali Ellebedy, imunologista da Universidade de Washington em St. Louis, que liderou o estudo publicado na revista Nature.
Para evitar o surgimento de novas variantes, é importante vacinar rapidamente grande parte da população mundial. A vacina da Pfizer tem seu uso emergencial aprovado pela Anvisa, e já é aplicada no Brasil. A Moderna está autorizada para uso por meio do consórcio Covax Facility, da OMS. Como a Anvisa possui um assento na comissão do consórcio, a vacina foi analisada por lá, e também já pode ser usada no país.
De acordo com os pesquisadores, as pessoas que se recuperaram da Covid-19 antes de serem vacinadas com imunizantes que usam a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) também podem não precisar de reforços.
Apesar disso, a conclusão pode não se aplicar a idosos, pessoas com sistema imunológico debilitado e aqueles que tomam medicamentos que suprimem a imunidade.
Boa resposta imune após quatro meses
A equipe analisou os nódulos linfáticos, onde as células imunológicas são treinadas para reconhecer e combater o vírus. Após uma pessoa ser vacinada, uma estrutura especializada chamada centro germinativo se forma nos nódulos. Essa estrutura é uma espécie de escola para as chamadas células de memória B, onde elas se tornam cada vez mais sofisticadas e aprendem a reconhecer um conjunto diversificado de sequências genéticas virais.
Quanto mais amplo for o alcance e quanto mais tempo essas células tiverem para praticar, maior será a probabilidade de serem capazes de impedir as variantes do vírus que possam surgir.
No grupo recrutado, oito pessoas já haviam sido infectadas pelo coronavírus. Os cientistas coletaram amostras de linfonodos de 14 delas várias vezes: três, quatro, cinco, sete e 15 semanas depois da primeira dose, para analisar a evolução da resposta imunológica. A equipe descobriu que 15 semanas após a primeira dose, o centro germinativo ainda estava muito ativo em todos os 14 participantes e que o número de células de memória que reconheceram o coronavírus não diminuiu.
— O fato de que as reações continuaram por quase quatro meses após a vacinação é um sinal muito, muito bom — ressaltou Ellebedy, explicando que é comum que seja registrado um pico de anticorpos uma ou duas semanas após a imunização, que diminuem em seguida.
Deepta Bhattacharya, imunologista da Universidade do Arizona, ressalta que, após uma infecção, o mais comum é que não reste grande proteção depois de quatro ou seis semanas, mas os centros germinativos estimulados pelas vacinas de mRNA persistem meses depois. Ele ressalta que esse é o primeiro estudo sobre a situação da imunidade feito em pessoas.
— Qualquer decisão sobre exigir um reforço seria baseada em uma variante, não na redução da imunidade — disse Bhattacharya.
Candeias sai na frente e vai vacinar pessoas a partir de 39 anos nesta segunda (28)
Candeias é o município que sai na frente na Região Metropolitana de Salvador (RMS) com a imunização por faixa etária e começará a vacinar pessoas a partir de 39 anos de idade nesta segunda-feira (28/6). A celeridade é possível com a chegada dos novos lotes de imunizantes no município. Desde a quinta-feira (24), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - Sesab, distribuiu as vacinas dos laboratórios Janssen e da Pfizer/BioNTech. De acordo com a Secretaria de Saúde, somente na sexta-feira (25), 1.200 pessoas foram imunizadas com a vacina de dose única da Janssen. A Sesau aguarda agora, os imunizantes para retomada da segunda dose.
A Prefeitura de Candeias, por meio da Sesau, adotou um ritmo organizado e acelerado da aplicação de vacinas, sem atrasos e com atendimento do público num lugar amplo e cômodo, com equipes de vacinação no Ginásio Municipal Poliesportivo Professor José Cardoso, para aplicação de primeira e segunda doses, e na modalidade drive-thru, no Estádio David Caldeira, para primeira dose.
A dona de casa Rita de Cassia, chegou às 8h da manhã no Ginásio de Esportes e disse que considerou o atendimento bom e ágil. "Agora são 9h30, tinha umas 300 pessoas quando cheguei, achei que ia demorar e ficaria mais nervosa, mas fiquei sentada, aguardei um pouco e pronto. Foi tudo rápido. Estou feliz e completamente imunizada", expressou ela, que tomou a dose única.
Além da imunização por idade, a Secretaria Municipal de Saúde já vacinou também os grupos de profissionais da saúde, da educação, da segurança, da limpeza urbana, pacientes em diálise, pessoas com autismo, síndrome de Down, quilombolas, entre outros grupos.