MEC determina volta as aulas presenciais a partir de janeiro; Ufba não voltará
O Diário Oficial da União publica, nesta quarta-feira (2), portaria do Ministério da Educação (MEC), determinando que instituições federais de ensino superior voltem às aulas presenciais, a partir de 4 de janeiro de 2021. Para isso, as instituições devem adotar um "protocolo de biossegurança", definido na Portaria MEC nº 572, de 1º de julho de 2020, contra a propagação do novo coronavírus (covid-19).
O documento estabelece ainda a adoção de recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação ou outros meios convencionais, que deverão ser “utilizados de forma complementar, em caráter excepcional, para integralização da carga horária das atividades pedagógicas”.
O texto da portaria diz, também, que as “práticas profissionais de estágios ou as que exijam laboratórios especializados, a aplicação da excepcionalidade”, devem obedecer as Diretrizes Nacionais Curriculares aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), “ficando vedada a aplicação da excepcionalidade aos cursos que não estejam disciplinados pelo CNE”.
O documento estabelece, que, especificamente, para o curso de medicina, "fica autorizada a excepcionalidade apenas às disciplinas teórico-cognitivas do primeiro ao quarto ano do curso, conforme disciplinado pelo CNE".
Ufba não voltará
Ao receber a informação, o reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, se manifestou e informou que a instituição não obedecerá à determinação e que as aulas seguirão acontecendo de forma online até segunda ordem, por conta do coronavírus.
"Nossa Universidade não colocará em risco a vida de nossa comunidade, nem deixará de cumprir, com autonomia, sua missão própria de ensino, pesquisa e extensão. Só nos cabe assim reiterar os termos de nossa Resolução 04/2020, que bem expressa nosso zelo e nossa responsabilidade acadêmica e institucional", diz trecho da nota.
Já a Assufba, sindicato que representa a Ufba, UFRB, Ufob, Unilab e Ufsb, publicou uma nota de repúdio à decisão do MEC. "O Sindicato considera a atitude do governo Bolsonaro irresponsável, equivocada e perigosa. A pandemia causada pelo novo coronavírus ainda não acabou e a vacinação contra a Covid-19 não tem data para começar no Brasil. Além disso, com um quadro crescente, o Brasil acumula, até a tarde desta terça-feira (01/12), 173.862 mortes.
Desde o começo da pandemia, 6.388.526 casos já foram confirmados. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 38.154 novos diagnósticos por dia, a maior desde 6 de setembro, quando chegou a 39.356. Isso quer dizer que houve alta de 35% em relação aos casos registrados em duas semanas".
O documento lembra ainda que, com o crescimento dos casos, o país vive uma segunda onda da Covid-19. "Em paralelo, o governo Bolsonaro não coloca em prática ações capazes de frear a disseminação da doença. O retorno às aulas presenciais sem a garantia de um amplo Plano de Vacinação é colocar em risco Técnicos-Administrativos em Educação, Professores, Prestadores de Serviços e Estudantes. É inaceitável!".
Bahia atinge a maior taxa de transmissão de covid-19 desde julho
A taxa de transmissão da covid-19 na Bahia não para de crescer e já é a maior desde julho. Na terça-feira (1), dois dias após o 2º turno das eleições, o ritmo de contágio (Rt) da Bahia era de 1,28, mesmo número alcançado no dia 3 de julho de 2020, de acordo com o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Isso significa que, atualmente, cada grupo de 100 pessoas contaminadas tem o potencial de transmitir o vírus para outros 128 baianos.
De acordo com os cientistas, o cálculo dessa taxa é complexo e leva em conta o número e grau de novas infecções em um determinado tempo. O índice serve para mostrar a quão contagiosa é a covid-19. Se o Rt for menor que 1, é um indício de que os níveis de contágio da doença estão caindo. Igual a 1 indica estabilidade e maior do que 1 mostra que cada indivíduo infeccioso causa, em média, mais do que uma nova infecção, representando crescimento da propagação da doença numa população, como é o caso atual da Bahia.
Para Matheus Todt, infectologista da S.O.S. Vida, o que vivemos só não é chamado de segunda onda, pois nunca nos livramos de uma primeira. “Nós passamos um mês com essa taxa menor do que 1, mas nunca em um nível baixo. Esse aumento agora já era esperado e a tendência é termos um aumento expressivo no número de casos nas próximas semanas. O panorama é crítico e está subvalorizado pelas autoridades”, disse o doutor.
Já o cientista de dados Angelo Loula, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e membro do portal Geocovid-19, explicou que seu grupo projetou para dezembro o acréscimo de mais 100 mil casos da doença na Bahia, caso seja mantida essa tendência de alta. “Há uma curva acentuada de subida. E isso vai refletir no aumento da ocupação nos leitos de UTI e no número de mortes. É a dinâmica da doença: as pessoas são infectadas, precisam do hospital, vão para a UTI e podem chegar a óbito”, recordou.
Dados
A taxa de transmissão mais alta de covid-19 obtida na Bahia foi de 2,90, obtida logo quando o índice começou a ser calculado pelos pesquisadores, em 20 de março de 2020. Desde então, o Rt começou a cair, com leves picos ocasionais. Em 19 de junho, ele ficou pela primeira vez abaixo de 1 (0,98). A partir daí, a taxa permaneceu em estabilidade, próximo de 1, até começar a crescer a partir de 12 de novembro, três dias antes do 1º turno das eleições e 46 dias após o início das campanhas.
A partir da sexta-feira (27), outro pico de crescimento da taxa de transmissão da covid-19 começou a ser registrado pelos cientistas. Dados da terça-feira mostram o quinto aumento seguido de Rt na Bahia e que acontece logo após o fim da campanha eleitoral no estado, marcada por cenas de aglomerações.
“É possível inferir que haja uma relação desse aumento com as aglomerações, pois é sabido que eventos com muitas pessoas próximas, que não estão protegidas, são chamados de supertransmissores por aumentarem a velocidade de expansão da doença”, explicou o infectologista.
Já o cientista de dados Angelo Loula recordou que, no período eleitoral, alguns próprios agentes políticos focaram mais na eleição do que no combate à pandemia. “Eles pararam de falar sobre a doença, pois é um assunto tóxico. De certo modo, isso passou uma mensagem para as pessoas de que poderiam aliviar nas medidas de segurança. Em parte, a gente também pode relatar o quanto as prefeituras diminuíram a fiscalização das aglomerações. Inclusive os próprios juízes eleitorais tiveram receio de barrar eventos políticos”, disse.
O Rt da covid-19 em 1,28 colocou a Bahia como o terceiro estado com a maior taxa do país, perdendo apenas para outros dois nordestinos: Sergipe (1,38) e Rio Grande do Norte (1,34). Nacionalmente, o ritmo de contágio da covid-19 é de 1,11. Já se considerado os dados da média móvel, que é calculada com os Rts dos últimos 14 dias, o ritmo de contágio na Bahia é de 1,15. Esse resultado tem um índice de confiança de 95%, segundo a UFPB.
Casos ativos
O aumento na taxa de transmissão da covid-19 registrado na Bahia acontece ao mesmo tempo em que diversas cidades do interior baiano registram altos índices de casos ativos da doença. De acordo com os dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) divulgados na segunda-feira (30), três cidades do centro-leste baiano são as primeiras na lista de incidência de casos ativos por mil habitantes: Pintadas, Gavião e Pé de Serra.
Na primeira da lista, Pintadas, de cerca de 10 mil habitantes, 88 casos ativos foram registrados, o que representa uma incidência de 8,5 casos de covid-19 por mil habitantes. No boletim epidemiológico do município, entre os dias 18 e 30 de novembro, o número de casos confirmados saltou de 265 para 509. Desses, quatro mortes foram registradas na cidade. Esse pico chamou a atenção do cientista de dados.
“É preciso ver se a prefeitura não estava segurando os dados e reportou tudo de uma vez só, pois o aumento em Pintadas e nas outras cidades é considerável e ocorre de forma imediata. É estranho. Tem uma cara de número represado muito forte, embora a gente não possa dá certeza, pois é preciso ver a realidade da cidade”, explicou Angelo Loula.
Já Gavião, de pouco mais de 4 mil habitantes, tem 36 casos ativos, o que representa uma incidência de 8,1 casos para mil pessoas. Ao sul de Gavião, a cidade de Pé de Serra, de 14 mil habitantes, tem 106 casos ativos e uma incidência de 7,8 casos para mil pessoas.
O fato de cidades pequenas serem agora mais afetadas pela covid-19 também é algo que preocupa o infectologista. “Não é como no começo da pandemia que pessoas com mais poder aquisitivo eram infectadas. Não temos a disponibilidade de tantos leitos de UTI, que já estão ficando abarrotados. O cenário mostra que, nesse novo pico, nós podemos ter um momento de mais mortes do que no primeiro. É preciso retomar os cuidados de prevenção”, apontou Matheus Todt.
Confira a lista das 10 cidades baianas com maior incidência de casos ativos por 1 mil habitantes e a taxa de transmissão da doença nessas cidades (dados da Sesab de 30/11):
Municipio Casos ativos Incidencia de casos ativos por 1.000 habitantes Rt
Pintadas 88 8,5 2,41
Gavião 36 8,1 3,28
Pé de Serra 106 7,8 1,63
Presidente Dultra 89 5,9 1,59
Ibipeba 105 5,7 2,11
Santa Rita de Cássia 159 5,6 1,25
Dom Macedo Costa 22 5,4 1,39
Caldeirão Grande 70 5,2 1,56
Serra Dourada 77 4,4 1,99
Cordeiros 37 4,3 1,55
Bahia registra 3.118 novos casos de covid-19 nas últimas 24h
A Bahia registrou 3.118 novos casos de covid-19 nas últimas 24h, segundo divulgado nesta terça-feira (1º) em boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Com isso, a taxa de crescimento ficou em + 0,8%, igual à de recuperados. Foram registrados 25 mortes, que aconteceram em datas diferentes. O total desde o início da pandemia é de 8.293 óbitos, o que significa uma taxa de letalidade de 2,04%.
Segundo a Sesab, são 406.189 casos confirmados desde o início da pandemia. Desses registros, 386.676 já são considerados curados pela pasta e outros 11.220 encontram-se ativos.
Entre as mortes, 56,42% foram de homens e 43,58% de mulheres. Em relação ao quesito raça e cor, 54,71% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,21%, preta com 14,87%, amarela com 0,71%, indígena com 0,11% e não há informação em 11,40% dos óbitos.
Até agora, em todo estado, 32.065 profissionais da saúde tiveram a covid-19.
Cidades
A Bahia teve casos de covid-19 registradas em todas suas cidades. A maior parte dos casos é na capital, Salvador (24,56%). Já as cidades que apresentam maiores coeficientes de incidência por 100 mil habitantes são Ibirataia (9.332,55), Aiquara (6.950,07), Itabuna (6.927,96), Madre de Deus (6.841,13), Almadina (6.808,20).
Dos 1803 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivos para atender pacientes com o novo coronavírus na Bahia, 1059 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 59%. Dos 814 leitos de UTI (adulto) disponíveis no estado, 577 estão ocupados, o que corresponde a 71%.
Em Salvador, de acordo com a Sesab, dos 766 leitos ativos, 524 estão ocupados, o que corresponde a uma taxa de ocupação geral de 68%. Os leitos de UTI adulto, estão com 65% de ocupação. Já o de UTI pediátrica, 63% de ocupação.
Com relação aos leitos de enfermaria, a capital baiana tem taxa de ocupação de 72% (adulto) e 78% (pediátrico).
Com surto de covid-19, prefeitura de Ibicoara decide reabrir para turismo
A cidade de Ibicoara, na Chapada Diamantina, vive um surto de covid-19. Entre os dias 5 e 20 de novembro, segundo os boletins epidemiológicos divulgados pelo município de 20 mil habitantes, o número de casos saltou de 34 para 153, o que corresponde a um aumento de 350%. Até esse domingo, o número de casos já tinha atingido 238, sendo 139 ativos e 5 mortes.
Mesmo assim, Ibicoara reabre hoje o Parque Natural Municipal do Espalhado, para exercício do turismo. É nesse parque que fica localizada a Cachoeira do Buracão, considerado o principal atrativo turístico do município. Segundo a secretária de Saúde, Luciara Aguiar Caires, o local não é o foco da doença no município e sim outro distrito, chamado Cascavel, que concentra 60% dos novos casos.
Ela também disse que não era favorável à reabertura do turismo, mas foi convencida da necessidade econômica vivida pelo setor. “Ouvimos relatos de guias que estavam mesmo passando necessidades financeiras. Eles foram a classe mais afetada e esse aumento de casos não é de responsabilidade deles e sim das aglomerações políticas”, explica Luciara.
Assim como diversas cidades baianas, Ibicoara viveu um processo eleitoral marcado pelo desrespeito às medidas de segurança que evitam o contágio. “Aqui estava super tranquilo, mas as eleições geraram muita aglomeração e estamos agora colhendo. Eu mesma só saí de casa para votar e estou deixando claro essa realidade para os clientes, de que temos um protocolo a seguir”, explica uma guia turística, que é a favor da reabertura.
Medida
Segundo o secretário de turismo Luiz Pimenta, o protocolo de reabertura já vinha sendo trabalho há cinco meses: “Hoje não existe na Chapada um protocolo tão bem elaborado como o nosso. Então, apesar do aumento, não vimos a necessidade do trade turístico pagar por isso”. Dentre as medidas adotadas no protocolo estão redução para cinco no número de turistas para cada guia; limitação de 70 visitantes por dia; agendamento prévio e obrigatório da visita; além das medidas básicas de distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos e sem aglomerações.
Essa reabertura tem um prazo de 15 dias, podendo ser estendida de acordo com o cenário epidemiológico do município. “Essa foi uma decisão conjunta da prefeitura com o setor, assumindo a responsabilidade de que, se tiver aumento de casos, vamos dar uma freada na reabertura”, explicou a secretária da Saúde. Se depender do guia Sebastião Reis Aguiar, 57, a expectativa para essa retomada é boa: “De dezembro até março, minha equipe já tá muito bem agendada, graças a Deus”.
Chapada
O Parque Natural Municipal do Espalhado (PNME) é uma Unidade de Conservação da Chapada Diamantina que tem uma área de 611 hectares e está localizado a 30 quilômetros do estacionamento da sede de Ibicoara. Após sair do carro, o grupo percorre uma trilhe de três quilômetros até a Cachoeira do Buracão, que tem 85 metros de altura. Embora próximo, o local não faz parte do Parque Nacional da Chapada Diamantina, que possui atrativos turísticos em Ibicoara ainda fechados.
No entanto, a partir de 20 de novembro, atrativos do Parque Nacional foram reabertos em Lençóis, que também vive um aumento de casos de covid-19. Do dia 15 de novembro, quando foi realizado o primeiro turno das eleições, até esse domingo (29), o número de casos saltou de 176 para 236, em um crescimento de 34%. Em Lençóis, ao contrário de Ibicoara, nenhuma morte foi registrada.
Em nota, a prefeitura de Lençóis recordou que uma medida judicial suspendeu o poder do município em exigir teste de covid-19 e reserva antecipada para os turistas que desejam visitar a cidade. Lá, a reabertura ao turismo nos atrativos municipais aconteceu em outubro e no dia 3 de novembro a decisão judicial foi acatada. “Discordamos do entendimento do juiz e também dos empresários, representados pela Associação Comercial de Lençóis, que promoveram esta ação”, lembrou a prefeitura.
Já em Mucugê os atrativos municipais foram reabertos em setembro e, nos atrativos do Parque Nacional, essa retomada ocorreu no último sábado (28) - Permanecem fechados o Vale do Pati, mirante do Pati e Cachoeirão -. Em Mucugê, 83 casos de covid-19 foram confirmados. Destes, 10 permanecem ativos e dois evoluíram para óbitos. Em Andaraí, Itaetê e Palmeiras, os atrativos do Parque Nacional permanecem fechados.
O CORREIO não conseguiu contato ou não obteve retorno das prefeituras dessas cidades para comentarem como anda o processo de reabertura dos atrativos municipais. Em nota, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) disse que está dialogando com todas as seis cidades do entorno do Parque Nacional para definir em que momento e de que forma as trilhas e atrativos serão reabertos, procurando conciliar a estratégia de combate à covid-19 dos municípios com as demandas de visitação.
Saúde
Há duas semanas, os cinco leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Hospital Regional da Chapada, em Seabra, beiram a lotação máxima. Outros hospitais do interior baiano também têm registrado alta taxa de ocupação nos leitos de UTI, o que fez o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, fazer um alerta sobre a pressão que o sistema de saúde do estado tem sofrido com a alta no número de infectados pelo coronavírus.
Segundo o titular da pasta, os hospitais estão mais cheios do que o observado no início da pandemia. "Estamos com números que remontam ao início da pandemia. Essa elevação era previsível, estávamos enxergando diariamente uma flexibilização fora de controle em todo o país, com festas, carreatas. A população não se mobilizou", disse em entrevista à TV Bahia, ao apontar que as pessoas estão retomando uma vida normal e negligenciando os cuidados básicos, como distanciamento social e uso de máscaras.
De acordo com o secretário, os leitos de UTI estão ainda mais cheios porque, ao retomar uma vida normal, a população volta a sofrer com problemas que haviam sido reduzidos, como os acidentes de trânsito, que voltaram a crescer.
"O sistema de saúde está duplamente pressionado pela volta da quase normalidade que as pessoas estão encarando. Estamos mais pressionados do que no começo do ano. Estamos em plena pandemia, a coisa não acabou, de forma alguma. Estamos vivendo uma retomada clara de tudo e temos uma elevação do número de casos, de pessoas internadas em todas as regiões do estado, e de forma mais grave do que ocorreu no começo. E estamos vendo a necessidade de UTI aumentando tanto pra covid, quanto pra casos como doenças de infarto, AVC, acidentes, o que aumenta essa sobrecarga".
De acordo com Vilas-Boas, o cenário tem obrigado a secretaria a se mobilizar. Leitos que foram abertos no começo da pandemia, para dar conta do alto número de casos, e que já havia sido fechado, serão reabertos em todo o estado. "Vários hospitais que tinham leito temporário para covid, na capital e no interior, precisão reabrir. As UTIs covid e não covid estão cada vez mais cheias", concluiu.
Lista das 10 cidades que tiveram mais crescimento de casos de covid-19 nas últimas 24h, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab):
- Brejolândia (crescimento de 112,5%);
- Serra Dourada (crescimento de 110,29%);
- Barra do Mendes (crescimento de 1069%);
- Brotas de Macaúbas (crescimento de 75%);
- Boninal (crescimento de 68%);
- Gavião (crescimento de 63,93%);
- Piritiba (crescimento de 62,16%);
- Cravolândia (crescimento de 57,89%);
- Andaraí (crescimento de 54,90%);
- Baixa Grande (crescimento de 51,24%).
Operação Faroeste mira filhos de desembargadores da Bahia
O Ministério Público Federal (MPF) vai deflagrar nos próximos dias a sexta fase da Operação Faroeste, com foco exclusivo em filhos de desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ). Todos os principais alvos são suspeitos de tráfico de influência dentro do esquema de venda de sentenças na Corte. Segundo apurou a Satélite, a equipe do MPF escalada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o caso está com os preparativos da nova etapa praticamente concluídos e já obteve autorização do relator da Faroeste no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro OG Fernandes, para cumprir mandados de busca e apreensão em pelo menos dois grandes escritórios de advocacia de Salvador. As bancas são ligadas a familiares de desembargadores do TJ, incluindo magistrados que não estão mais na ativa.
Dois mundos
Fontes com acesso a detalhes da operação garantem que um dos nomes na mira do MPF ocupa cargo de confiança na esfera da administração indireta do governo federal.
Marcação cerrada
Pouco antes de iniciar a montagem da futura etapa da Faroeste, o MPF acionou a Polícia Federal (PF) para que colocasse os novos alvos e endereços relacionados a eles sob vigilância constante. Desde então, os investigados têm os passos monitorados, assim como a movimentação nos escritórios onde ocorrerão as buscas. A base para a sexta fase da operação surgiu a partir do fluxo atípico de altas somas de dinheiro detectado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Banco Central, cujas datas coincidem com sentenças sobre ações milionárias que favoreceram filhos de magistrados.
Ceia de Natal fica 19% mais cara este ano e baianos reduzem tamanho do peru
Aquela fartura que se via nas ceias de Natal vai ter que dar uma enxugada este ano, principalmente pelo aumento no preço dos alimentos e também por não poder ainda ter aglomerações, uma vez que a pandemia do novo coronavírus não acabou. O salpicão vai ter de ser menor, o peru racionado e o panetone só se for mini. Segundo um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ceia natalina ficou 19% mais cara em 2020, já descontada da inflação.
Por conta dessa alta nos valores, a ceia de Juliana Souza, 24 anos, não vai ser a mesma que a dos outros anos. “Vai ser fraquinha, porque está tudo mais caro este ano, até as coisas que a gente mais precisa”, reclamou. Juliana ficou desempregada em meio à pandemia da covid-19.
O peru de 3kg do ano passado, segundo ela, custou R$ 54. Agora, a mesma quantidade não custa menos que R$ 70. Já o queijo reino virou artigo de luxo: é uma raridade se encontrar por menos que R$ 74 nos supermercados, podendo chegar a R$ 99,09 como visto no Hiper Ideal do bairro da Pituba.
A corretora de imóveis Cátia Castro, 54, já tirou esse vilão da lista de compras: “Esqueça! Queijo reino não vai entrar. A gente vai ter que se adaptar com outros tipos de queijos, você pega umas fatias e monta uma tábua”, argumentou a corretora. Cátia ainda diz que o peru vai ser menor e o salpicão também não vai ser naquela quantidade para ficar guardado na geladeira. “Os preços estão absurdamente caros e a ceia de Natal vai ter que se adaptar. Se você comprava um peru de 5kg agora vai ser de 3kg, o salpicão vai ter que diminuir também as quantidades... não tem jeito, a tendência é essa”, lamentou.
Na casa da aposentada Dione Lemos, 63, a noite do dia 24 de dezembro também vai ser na modalidade reduzida. Porém, a dimunioção da ceia será mais por conta da família que não poderá se reunir, pois uma parte mora em Natal, no Rio Grande do Norte, e não virá a Salvador. Ainda assim, ela reclama dos preços. “Em todos os produtos está um aumento enorme, a gente vai ter que fazer um jogo de cintura para fazer alguma coisa que dê para se reunir e que fique bom”, contou.
A professora de inglês Bianca Araújo, 24, notou a subida de preços das iguarias natalinas: “Tá bastante carinho. Se não der para manter igual, a gente vai buscar valores mais em conta”, narra Bianca, que ainda não começou a pesquisa de preços. O economista Francisco Fernandes, 50, vai deixar para comprar tudo em cima da hora. “Sempre compro uma semana antes, porque eles têm que queimar estoque e fazer promoção”, conta. No geral, ele gasta R$ 300 para uma ceia de Natal, para uma família de cinco pessoas.
Principais vilões
Os produtos que tiveram a maior alta de preços neste ano, aumento que irá refletir na conta do Natal, foram o tomate (104%), batata-inglesa (61%) e arroz (52%). As carnes também salgaram: as bovinas 23%, o frango inteiro 10% e os pescados 6%, assim como o azeite de oliva (12%). As informações são do economista e consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Os principais motivos, segundo ele, são a alta do dólar em relação à moeda brasileira, que favoreceu as exportações, e a demanda nos supermercados que cresceu durante a pandemia, em oposição às expectativas da indústria. “A demanda subiu bastante, principalmente com o auxílio emergencial, que trouxe essa demanda para os mercados. Outro ponto é que vários desses produtos são cotados em dólar. Como a demanda externa por alimentos está mais forte este ano, muito produtores preferem exportar, o que gera uma redução da oferta no mercado interno, e aumenta os preços dos produtos”, explica o especialista.
Para ele, a subida de valores deste ano foi a mais forte deste 2016. A diferença é que agora o aumento está generalizado e mais expressivo, o que dificulta a substituição dos alimentos. “Antes você fazia a troca com mais naturalidade, agora o aumento de preço está mais generalizado e mais expressivo”, analisa Dietze. Outro fator que influenciou indiretamente a alta nos valores dos produtos finais foi o encarecimento dos chamados insumos de produção, como os agrotóxicos e os grãos, que servem de ração para os animais.
Como economizar na ceia
Um dos conselhos de Selma Magnavita, presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB), para economizar na ceia é apostar nos produtos locais ao invés dos importados e deixar de lado as nozes, avelãs e castanhas portuguesas. No lugar delas, ela sugere frutas desidratadas e castanha de caju. “Vamos ter que substituir essa tradição europeia de comprar frutas caras por uma tradição baiana, com frutas e vinhos locais”, aconselhou Selma.
As outras possíveis substituições indicada pela presidente do MDCCB podem ser trocar o peru por um frango assado e optar pela carne de porco que está mais barata que a de boi. No salpicão, apostar mais na batata do que nas proteínas e talvez o panetone ser só um bolo caseiro bem decorado. Outra saída é comprar mais pescados, que estão menos caros que as carnes. “Esse ano vai ter que botar a imaginação. Nem sei se a confraternização vai ter aquela tradição de uma mesa farta, cheia de feitas natalinas, porque está tudo muito caro”, avalia Magnavita.
No mínimo, para uma ceia “digna”, ela estima que o baiano precise desembolsar R$ 150. Para um Natal mais farto, a média da ceia natalina é R$ 230, com o tender, salpicão, bolo, saladas, vinho, frutas e panetone.
Aumento da cesta básica
De acordo com último levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica em Salvador teve um aumento de 26,07% em 2020 e de 30,73% nos últimos 12 meses. Apesar de ter tido uma diminuição de 1,05% em outubro deste ano em relação a setembro, a cesta custava R$ 360,51 em dezembro de 2019. Agora, sai por R$ 454,50. Os que ficaram mais caros no último mês e refletem na ceia natalina são o óleo de soja (12,30%), o arroz agulhinha (9,45%), o leite (4,02%), a carne bovina (1,37%), açúcar (0,80%) e farinha de mandioca (0,64%).
Procuradas, a Associação Bahiana de Supermercados (Abase) e o Sindicato dos Supermercados e Atacados de Auto Serviço do Estado da Bahia (Sindsuper) não responderam até o fechamento desta reportagem.
Empresário tem melhor índice de confiança no comércio desde abril
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Fecomércio-BA, registrou 105,3 pontos em novembro, crescimento de 6,9% em relação a outubro. Foi a quinta elevação consecutiva e o ICEC volta ao patamar de otimismo, acima dos 100 pontos, o que não se via desde abril, quando se iniciou a crise do coronavírus. Contudo, o atual patamar ainda está 8,6% abaixo do mesmo mês de 2019.
“Quem está puxando de forma mais expressiva o desempenho geral é o índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio que apontou alta mensal de 10,9% e ficou nos 76,6 pontos. Apesar de se manter na área de pessimismo, houve uma recuperação de 197% desde o fundo do poço, que foi no mês de julho (25,8 pontos), ou seja, quase triplicou”, destacou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. Para o economista, “com a reabertura do comércio e a retomada das vendas, os empresários de Salvador voltaram a criar expectativas”.
De acordo com informações do CAGED, as oportunidades de emprego no comércio, em Salvador, nos últimos meses, têm surgido nos setores de materiais de construção, farmácias e supermercados. Setores ligados a construção civil como eletrodomésticos, materiais de construção e móveis estão registrando forte aumento nas vendas, porém muito empresários estão com dificuldades no estoque, devido à brusca demanda por alguns produtos. De acordo com o economista, mesmo com alguns pontos a serem resolvidos, esse cenário eleva, e muito, a confiança e o otimismo em relação ao momento atual.
Preços dos alimentos para a ceia de Natal
Peru - R$ 18,98 a R$ 23,98/kg
Chester - R$ 21,48 a R$ 23/kg
Arroz - R$ 4,70 a R$ 7,98/kg
Farinha - R$2,72 R$ 5,39/kg
Atum - R$ 4,88 a R$ 9,68 (170g)
Panetone - de R$7,86 (300g) a R$ 34,49 (1kg)
Queijo reino - R$ 69,98 a R$ 92,99/kg
Nozes (com casca) - R$ 7,90 (150g)
Nozes (degustar) - R$ 28,90 (130g)
Batata - R$ 6,98/kg
Uva passa - R$ 4,98 (100g)
Fonte: Atacadão Atacarejo e Hiper Ideal
Bahia registra 21 mortes e 1.652 novos casos de covid-19 em 24h
A Bahia registrou 21 mortes e 1.652 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (30). No mesmo período, 1.857 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
Dos 403.071 casos confirmados desde o início da pandemia, 383.774 já são considerados recuperados, 11.029 encontram-se ativos.
Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.
Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (24,59%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (9.319,49), Itabuna (6.916,70), Aiquara (6.905,08), Madre de Deus (6.826,91), Almadina (6.808,20).
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 800.887 casos descartados e 106.953 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda-feira (30).
Na Bahia, 31.881 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.
Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 21 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.
Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 8.268, representando uma letalidade de 2,05%.
Perfis
Dentre os óbitos, 56,40% ocorreram no sexo masculino e 43,60% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,68% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,21%, preta com 14,86%, amarela com 0,71%, indígena com 0,11% e não há informação em 11,42% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,67%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,93%).
A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.
PM apreende cervejas que iriam para presídio da Mata Escura
Integrantes do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar frustraram tentativas de arremessos de materiais para o Complexo Penitenciário Lemos Brito, no bairro da Mata Escura, em Salvador. Ao todo, foram apreendidas oito sacolas com bebidas álcoolicas na madrugada deste domingo (29).
Os materiais foram localizados, por volta das 3h45, depois de os PMs ouvirem um barulho partindo de um matagal que fica no entorno do complexo. Os policiais foram averiguar e, após buscas no local, encontraram as mochilas.
Segundo o chefe do setor de escolta, capitão Julio Muniz, as rondas foram intensificadas nas proximidades das penitenciárias de Salvador e Região Metropolitana. "A pedido do comandante da unidade, tenente-coronel Djair, reforçamos o patrulhamento nos complexos para evitarmos qualquer ação criminosa", diz Muniz, em nota divulgada pela PM.
Ainda de acordo com o oficial, em mais uma ação de reforço no policiamento, cerca de quatro quilos de maconha que também seriam lançadas para a unidade prisional da Mata Escura, foram apreendidos pelo BG, na última sexta-feira.
Segundo turno amplia derrota do PT na Bahia
Viradas no segundo turno das eleições tiraram do PT, ontem, a chance de comandar as duas maiores cidades do interior da Bahia: Feira de Santana e Vitória da Conquista. Os petistas Zé Neto, em Feira, e Zé Raimundo, em Conquista, saíram da primeira votação, no dia 15, com vantagem apertada. Mas o novo duelo foi vencido pelos opositores, respectivamente, os prefeitos Colbert Martins e Herzem Gusmão, ambos do MDB.
Na Bahia, ainda no 1º turno, o PT já tinha perdido em cinco cidades das oito que disputou nas dez maiores do estado: além de Salvador, foi derrotado em Camaçari, Juazeiro, Itabuna e Teixeira de Freitas. Só ganhou em Lauro de Freitas. Em nível nacional, pela primeira vez nas últimas três décadas, não elegeu prefeito nas capitais. Também perdeu em 11 das 15 cidades em que estava no páreo do 2º turno.
“O PT não conseguiu fazer um prefeito em Feira de Santana, e é um fenômeno que a gente observa também em Salvador. Talvez, o eleitorado do PT nos últimos anos tenha se transferido mais para pequenos centros e tenha deixado de ser um eleitorado majoritariamente urbano”, pondera Jaime Barreiro Neto, professor de Direito Eleitoral da Ufba e analista judiciário do TRE-BA.
Ele considera que a eleição foi disputada e que Colbert Martins, em Feira, não teve uma vitória fácil. O emedebista obteve 54,4% dos votos, contra 45,58% de Zé Neto. Colbert disse que encarou o 2º turno como uma nova eleição.
Ele agradeceu o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto. “2022 começou agora. Vimos que o PT diminuiu muito. Mas esse novo cenário mostra um força muito grande de nós que estamos na oposição. E, nesse cenário, vemos uma força muito grande do prefeito ACM Neto. Inclusive, agradeci a ele, pois ele foi muito importante e fundamental para a nossa vitória”, disse Colbert.
No Twitter, Neto parabenizou os novos prefeitos eleitos. “As vitórias de Herzem, em Conquista, e de Colbert, em Feira, são simbólicas e confirmam que novos ventos começam a soprar em nosso estado. Ventos que mostram que os baianos estão preparados para construir um futuro ainda melhor”, postou.
Análise
Para o cientista político e professor da Unilab Cláudio André, os votos dos indecisos do 1º turno foram os responsáveis por definir os pleitos ontem na Bahia.
“As duas eleições estavam indefinidas e isso gera um apelo maior para haver um comparecimento às urnas e decidir o pleito”, afirma.
Em Conquista, Herzem Gusmão pode ter sido beneficiado pela redução de votos brancos e nulos. “Com Deus no comando, vence a vontade do povo de Conquista, que nos dá a oportunidade de seguir com novas realizações para o bem de nosso povo”, disse Gusmão, que venceu com 54% dos votos.
Nessas viradas, que contrariaram prognósticos, Cláudio André ainda enxerga a influência do antipetismo e o apoio de candidatos com liderança, como ACM Neto, que participou ativamente das campanhas vencedoras, como fundamental.
Confira o desempenho do PT nas 8 prefeituras - entre os dez maiores colégios eleitorais - que disputou esse ano:
CIDADE CANDIDATO ELEITO CANDIDATO DERROTADO
Salvador Bruno Reis (DEM) - 64,20%, no 1º turno Major Denice (PT) - 18,86% (2ª colocada)
Feira de Santana Colbert Martins (MDB) - 54,42%, no 2º turno Zé Neto (PT) - 45,58% (2º colocado)
Vitória da Conquista Herzem Gusmão (MDB) - 54%, no 2º turno Zé Raimundo (PT) - 46% (2º colocado)
Camaçari Elinaldo (DEM) - 53,12%, no 1º turno Ivoneide Caetano (PT) - 40,52% (2ª colocada)
Itabuna Augusto Castro (PSD) - 39,50%, no 1º turno Geraldo Simões (PT) - 5,46% (6º colocado, com recurso)
Juazeiro Suzana Ramos (PSDB) - 55,68%, no 1º turno Paulo Bonfim (PT) - 29,09% (2º colocado)
Lauro de Freitas Moema Gramacho (PT) - 50,77%, no 1º turno Teobaldo (DEM) - 34,28% (2º colocado)
Teixeira de Freitas Dr. Marcelo Belitardo (DEM) - 60,91%, no 1º turno João Bosco (PT) - 9,84% (3º colocado)
Bahia ultrapassa marca de 400 mil casos registrados de covid-19
Embora o número de casos registrados costume cair nos finais de semana, por conta da redução de contingentes nas unidades médicas e laboratórios, este domingo (29) demonstrou que o número de casos de covid-19 está em ascensão na Bahia, no momento em que o estado ultrapassa a marca de 400 mil casos confirmados.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde, a Bahia registrou 20 mortes e 2.915 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) em 24h. No mesmo período, 1.952 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
Dos 401.419 casos confirmados desde o início da pandemia, 381.917 já são considerados recuperados, 11.255 encontram-se ativos.
Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.
Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (24,66%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (9.319,49), Itabuna (6.900,29), Aiquara (6.882,59), Madre de Deus (6.826,91), Almadina (6.789,90).
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 800.393 casos descartados e 107.246 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste domingo (29).
Na Bahia, 31.751 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Óbitos
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 8.247, representando uma letalidade de 2,05%.
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 20 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.
Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Perfis
Dentre os óbitos, 56,38% ocorreram no sexo masculino e 43,62% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,67% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,21%, preta com 14,87%, amarela com 0,72%, indígena com 0,11% e não há informação em 11,42% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,69%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,95%).
A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.