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Após terminar com Grazi Massafera, Caio Castro diz que 'o mundo dá voltas'
Após confirmar o término de seu namoro com Grazi Massafera, o ator Caio Castro postou uma frase enigmática em seu Instagram neste domingo (29). "O mundo dá voltas. Deus não tarda e nem falha. Ele age na hora certa", declarou Caio, sem dar maiores explicações.
Antes, o ator garantiu que não houve traição e pediu respeito pelo momento que ele e a ex estão passando.
"Nunca fomos de falar da nossa relação, nunca expusemos muita coisa sobre nós, e não será agora que irei alimentar esse tipo de reportagem. Mas inventar uma traição, passa falta de respeito. Decidimos nos separar por motivos nossos, fomos maduros e respeitamos antes de mais nada, nosso amor", disse ele, acrescentando: "Se eu puder pedir alguma coisa, gostaria de pedir respeito pelo momento que estamos passando, eu e Grazi".
Grazi também revelou o término de seu relacionamento de dois anos com Caio em entrevista para a revista ELA. A atriz ainda mencionou os bons momentos que os dois tiveram durante o período. "Meu relacionamento com o Caio chegou ao fim porque entendemos que era hora de seguirmos separados. O que posso dizer agora é que encerramos a nossa história", disse.
Lauro de Freitas autoriza funcionamento do comércio de rua aos domingos
A prefeitura de Lauro de Freitas autorizou o funcionamento de lojas de varejo de rua também aos domingos, das 7h às 19h. A decisão, prevista em decreto publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de Lauro de Freitas da última quarta-feira (25), já começa a valer a partir deste final de semana. Nestes estabelecimentos, assim como em shopping centers e centros comerciais, está autorizado o uso de provadores, desde que os mesmos sejam desinfetados frequentemente com álcool 70%.
No município está em vigor a fase três de flexibilização de atividades econômicas, que libera o funcionamento de templos religiosos e igrejas, contanto que utilizem apenas 50% da capacidade de público do local. Segue suspensa a realização de eventos e atividades com a presença de público superior a 300 pessoas. Também está proibida a realização de shows, festas públicas ou privadas com sonorização, inclusive com equipamentos denominados paredões.
Atividades esportivas podem ser realizadas no município, desde que ocorram sem a presença de público e com todos os protocolos de proteção e prevenção à COVID-19. Mesmo com o avanço da vacinação em Lauro de Freitas, que já conta com 85,7% do público-alvo desta primeira etapa vacinado com a primeira dose de algum dos imunizantes contra COVID-19, ainda é necessária a manutenção das medidas de proteção para evitar o avanço da doença.
A íntegra de todos os decretos publicados pela gestão municipal desde o início da pandemia do novo coronavírus podem ser consultados no site da Prefeitura neste link https://www.laurodefreitas.ba.gov.br/2021/decretos. No site também são atualizados diariamente os dados do boletim epidemiológico. Até esta quarta-feira, Lauro de Freitas registra o número de 74 casos ativos para a COVID-19. Desde o início da pandemia, 511 perderam a vida em função do agravamento da doença.
A fome no Brasil é de total responsabilidade do governo, diz Lula em Salvador
O ex-presidente Lula (PT) responsabilizou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o único culpado pelo aumento do índice de fome no Brasil e pelo caos econômico que o país tem atravessado. Em declaração dada nesta quinta-feira (26), na Policlínica de Narandiba, em Salvador, o petista disse que a miséria é resultado da falta de políticas públicas para emprego e renda da população.
“A fome no Brasil é de total responsabilidade do governo. Ele [governo federal] é o único culpado. Isso não estaria acontecendo se tivessem se preocupado com o emprego e renda dos brasileiros”, criticou o petista. Lula ainda disse que “acabar com a fome no Brasil depende apenas da determinação do governo”.
O petista cumpre o segundo e último dia de agenda de visitas na capital baiana. Lula tem visitando diversas regiões do país visando as eleições presidenciais em 2022.
Explosão fora do aeroporto de Cabul mata pelo menos 13 pessoas
Uma explosão nesta quinta-feira (26) do lado de fora do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, deixou pelo menos 13 pessoas mortas, incluindo crianças, e feriu muitos guardas do Talibã, disse um representante do grupo islâmico.
A explosão, que ocorre em meio a um enorme esforço de retirada de pessoas do Afeganistão após a tomada do país pelo Talibã, parece ter sido causada por um ataque suicida com bomba, disseram autoridades norte-americanas, citando um relatório inicial.
O secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, confirmou, em publicação no Twitter, que houve uma explosão do lado de fora do aeroporto na capital afegã.
Uma autoridade dos Estados Unidos (EUA) disse à Reuters que houve vítimas na explosão, mas que não estava claro quantas pessoas ficaram feridas. Até três militares norte-americanos estavam entre os feridos, acrescentou.
Duas autoridades norte-americanas disseram que parecia ser um atentado suicida.
Um deslocamento aéreo em massa de estrangeiros e suas famílias, bem como de alguns afegãos, está em andamento desde o dia anterior à tomada de Cabul pelas forças do Talibã, em 15 de agosto. O grupo islâmico avançou rapidamente pelo país com a retirada das tropas norte-americanas e aliadas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre a explosão, de acordo com uma autoridade da Casa Branca. Ele estava em uma reunião com autoridades de segurança sobre a situação no Afeganistão, onde os EUA estão em fase final de encerramento uma guerra de 20 anos.
Os Estados Unidos têm se apressado para retirar cidadãos norte-americanos e afegãos de Cabul antes do prazo final para a conclusão da retirada de suas tropas, em 31 de agosto.
Em alerta emitido nessa quarta-feira (25), a embaixada dos Estados Unidos em Cabul aconselhou os cidadãos a evitar o aeroporto, acrescentando que aqueles que já estavam nos portões deveriam partir imediatamente, citando "ameaças à segurança" não especificadas.
Um diplomata ocidental em Cabul informou que as áreas fora dos portões do aeroporto estavam "incrivelmente lotadas" novamente, apesar dos avisos.
Os Estados Unidos e seus aliados organizaram uma das maiores retiradas de pessoal por via aérea da história, transportando cerca de 95.700 pessoas, incluindo 13.400 na quarta-feira, informou a Casa Branca.
Vereador tem mandato cassado após investigação em esquema de ‘rachadinha’ no sul da Bahia
O vereador Luca Lima (PSDB), da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, teve o mandato cassado após ser investigado por comandar um esquema de “rachadinha”. A decisão foi tomada pela Câmara Municipal em votação ocorrida na noite de quarta-feira (25). Foram 18 votos favoráveis e somente um contrário, além de uma abstenção e uma ausência (do próprio edil).
Lima é acusado de assédio moral e sexual, além da prática de desvio de salário de funcionários. Eles disseram que eram obrigados a devolver tinham que devolver parte do dinheiro que recebiam ao vereador. Na recusa, alguns foram ameaçados de exoneração.
Ele também é suspeito de deslocar funcionários do Legislativo para atuar em uma clínica particular de sua propriedade, que atende dependentes químicos no município.
O presidente da Câmara, Jerbson Moraes (PSD), disse que, embora não tenha sido “fácil julgar um colega”, foi respeitada a decisão do parlamento. A maioria dos vereadores decidiu acompanhar o relatório da Comissão Processante que investigou a quebra de decoro parlamentar.
A votação durou cerca de cinco horas e a segurança foi reforçada no local. Segundo a Câmara, enquanto a sessão acontecia, manifestantes faziam um ato do lado de fora, exigindo a punição do edil.
Ainda de acordo com a Câmara Municipal, Luca Lima se retirou antes do fim da sessão e não acompanhou a decisão dos outros colegas. Eleito com 442 votos no pleito de 2020, ele exercia mandato público pela primeira vez.
O G1 entrou em contato com a assessoria de Luca Lima, e aguarda posicionamento.
Mandados de busca e apreensão
Uma operação da Polícia Civil de Ilhéus cumpriu seis mandados de busca e apreensão em imóveis de Luca Lima, no dia 30 de junho. Foram recolhidos nos locais oito celulares, um notebook, dispositivos eletrônicos e documentos que serão objeto de análise para coleta de provas dos crimes investigados.
Luca é sócio de clínicas psiquiatras em Ilhéus e um dos mandados foi cumprido em uma das unidades. Conforme informações da polícia, o espaço tinha pacientes em situação suspeita, e por isso seria aberto novo inquérito.
"Quando chegamos para cumprir um dos mandados na clínica, encontramos um dos pacientes pedindo socorro. Ao verificar, os policiais identificaram que os quartos são trancados com cadeados por fora, e só são abertos durante o dia”, explicou o delegado Evy Paternostro, que comandou a operação.
À época, a defesa do vereador disse que todas as acusações eram falsas e maldosas. Acrescentou que tomaria medidas administrativas e judiciais para reparar quaisquer danos à imagem dele.
Sobre a denúncia de "rachadinhas", a defesa explicou que não foi registrada qualquer prova da acusação.
Banco Mundial congela ajuda financeira ao Afeganistão
O Banco Mundial suspendeu a ajuda financeira ao Afeganistão enquanto avalia o processo de transição de liderança no país. A instituição diz que está preocupada, especialmente, com o impacto do novo governo sobre as mulheres. Para este ano, o Banco Mundial tinha previsto 680 milhões de euros de ajuda, mas que por enquanto estão congelados.
Desde 2002, o Banco Mundial garantiu mais de 4 bilhões de euros para projetos de desenvolvimento no Afeganistão. Arrecadou cerca de 11 bilhões para o Fundo Fiduciário de Reconstrução do país, que administra.
Na previsão para 2021, estão 680 milhões de euros de reembolsos.
Segundo o porta-voz da organização financeira, enquanto não forem claros os planos dos talibãs para governar o Afeganistão, o Banco Mundial suspende os pagamentos.
"Suspendemos os reembolsos em nossas operações no país e estamos monitorando de perto a situação de acordo com nossas políticas e procedimentos internos", anunciou um porta-voz do banco, citado na BBC.
O banco, além ter os olhos postos na transição governamental, mantém contato constante com a comunidade internacional.
"Continuaremos a consultar de perto a comunidade internacional e os parceiros de desenvolvimento. Junto com nossos parceiros, estamos buscando maneiras de permanecermos engajados para preservar os ganhos de desenvolvimento conquistados nos últimos 20 anos e continuar a apoiar o povo do Afeganistão."
A preocupação maior é com o impacto que a política talibã terá no "desenvolvimento do país, especialmente para as mulheres".
Paralisação à vista
O Banco Mundial não foi a única instituição externa a suspender o financiamento de projetos no Afeganistão, desde que os talibãs assumiram o controle do país.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional congelou mais de 340 milhões em reservas de emergência de moeda alocada ao Afeganistão. Em causa está a legitimidade de um futuro governo liderado por talibãs.
A Casa Branca também congelou os ativos do Banco Central do Afeganistão que estão depositados nos EUA, não sendo disponibilizados aos talibã. O banco afegão tem mais de 7 bilhões de euros em reservas, a maioria em solo americano.
O Afeganistão pode enfrentar uma paralisação devido tanto a cortes da ajuda externa como a sanções econômicas aplicadas ao desempenho dos talibã no governo.
De acordo com dados do Banco Mundial/CIA World Factbook referentes a 2020, o Afeganistão é considerado um dos países mais pobres do mundo.
A esperança média de vida é de 53 anos.
Parte da economia afegã gira em torno da plantação de papoula, cuja parte da produção de derivados do ópio é usada para fabricação de anestesias. A outra parte é para heroína.
Proteção de vacinas contra covid diminui após 6 meses, mostra estudo
A proteção contra a covid-19 oferecida por duas doses das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Oxford/AstraZeneca começa a diminuir dentro de seis meses, o que mostra a necessidade de doses de reforço, informa estudo feito por pesquisadores do Reino Unido.
O estudo britânico ZOE Covid apontou que, no caso da vacina Pfizer/BioNTech, a eficácia um mês após a segunda dose, que é de 88%, cai para 74% passados cinco ou seis meses. Para o imunizante da AstraZeneca, a eficácia caiu de 77%, um mês depois, para 67% após quatro ou cinco meses.
O estudo se baseou em dados de mais de 1 milhão de usuários de um aplicativo, comparando infecções relatadas pelos próprios participantes vacinados com casos em um grupo de controle não vacinado.
Dados de pessoas mais jovens, no entanto, são necessários, porque os participantes vacinados até seis meses atrás tendem a ser idosos, já que essa faixa etária foi priorizada quando as primeiras vacinas foram aprovadas, disseram os autores do estudo.
A ZOE Ltd foi fundada há três anos para oferecer orientações de nutrição personalizadas, com base em conjuntos de exames. O aplicativo ZOE Covid Symptom Study da empresa é uma iniciativa sem fins lucrativos, em colaboração com o King’s College de Londres e financiada pelo Departamento de Saúde e Assistência Social.
Em uma projeção da pior situação futura, a proteção pode cair para menos de 50% para pessoas mais velhas e profissionais de saúde até o inverno, disse Tim Spector, cofundador da ZOE Ltd e principal autor do estudo.
"Ele está chamando a atenção para a necessidade de alguma ação. Não podemos só esperar para ver a proteção diminuir lentamente, enquanto os casos ainda estão altos e a chance de infecção também ainda está alta", disse Spector à BBC.
O Reino Unido e outras nações europeias estão planejando uma campanha de reforço de vacina contra covid-19 no final deste ano, desde que especialistas disseram que pode ser necessário administrar a terceira dose aos idosos e aos mais vulneráveis a partir de setembro.
O governo dos Estados Unidos está se preparando para oferecer terceiras doses de reforço, a partir de meados de setembro, aos norte-americanos que receberam suas doses iniciais há mais de oito meses..
"Isso é um lembrete de que não podemos contar só com as vacinas para evitar a disseminação da covid-19", disse Simon Clarke, professor-associado de Microbiologia Celular da Universidade de Reading, que não se envolveu com o estudo.
CNC: percentual de famílias com dívidas chega a 72,9%
O percentual de famílias brasileiras com dívidas continuou em alta no mês de agosto e atingiu 72,9%, um novo recorde mensal. O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os pesquisadores explicam que endividamento é diferente de inadimplência, quadro que se configura quando as dívidas estão em atraso. Em agosto, um em cada quatro brasileiros (25,6%) não estava conseguindo quitar as dívidas no prazo, percentual que se mantém estável em relação a julho e é 1,1% menor que em agosto de 2020.
"Vale notar que o crédito não é necessariamente um vilão à economia, ele potencializa o consumo das famílias, assim como suporta iniciativas empreendedoras, tão importantes para os informais, hoje em dia. Entretanto, tendo em conta o contexto do endividamento elevado, especialmente pelas compras no cartão de crédito, e com a crise sanitária ainda promovendo incertezas no desempenho econômico, são imperativos mais rigor e planejamento das famílias com as finanças", diz um trecho da pesquisa.
Além do número de famílias endividadas, também está aumentando o percentual de famílias com mais de 50% da renda mensal comprometida com suas dívidas. Essa proporção chegou a 21,1% do total de famílias endividadas em agosto.
Na análise da CNC, a alta contratação de dívidas é motivada, principalmente, por fatores como a precariedade do mercado de trabalho formal e a inflação elevada. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que muitos brasileiros têm recorrido à informalidade e obtido crédito para investir em pequenas atividades que possam recompor sua renda e garantir seu sustento.
"Mas há uma necessidade grande de planejamento do orçamento familiar para que esse alívio não vire um problema ainda maior do que o que se tinha inicialmente, uma bola de neve", alerta.
A CNC destaca que o crédito mais acessível, com taxas de juros relativamente baixas, contribuiu para um maior endividamento no primeiro semestre de 2021, quando a concessão média de crédito aos consumidores atingiu 19,2%, a maior desde o início de 2013. Apesar disso, a alta da inflação e o consequente aumento da taxa básica de juros (Selic) já têm sido precificados pelo mercado, o que resulta em juros mais altos.
Para a economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, mesmo que a inadimplência permaneça estável, a elevação dos juros aumenta o risco de esse indicador piorar no futuro.
"O crédito mais caro e as despesas elevadas restringem a capacidade de consumo das famílias. Enquanto faltarem sinais mais robustos de recuperação no mercado de trabalho formal e na renda, com alívio da inflação, as necessidades de recomposição dos rendimentos pelos mais vulneráveis seguirão elevadas. Com isso, o endividamento no país pode aumentar ainda mais", diz a especialista, em análise divulgada pela CNC.
Salvador terá gabinete de crise para situações de risco de operações de transporte
A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) vai publicar, nos próximos dias, uma portaria instaurando um Gabinete de Gestão de Crise, que irá atuar em situações onde há riscos para a operação de transporte, bem como à integridade física dos rodoviários e usuários do sistema. O comitê será composto por instituições ligadas diretamente à operação do transporte por ônibus e à segurança pública.
O comitê será composto por uma equipe da Semob, com representantes do setor de fiscalização e de programação, da Integra, da concessionária que atende a região em crise, da Prefeitura-Bairro da área, Guarda Municipal, do Sindicato dos Rodoviários, além de um representante convidado da Polícia Militar. O gabinete será acionado sempre que forem identificadas situações de crise, riscos, incidentes e ameaças complexas e que tenham grande repercussão social.
“Diante das recorrentes situações que têm colocado em risco a segurança de rodoviários e usuários, sentimos a necessidade de criar um comitê que, em casos em que os ônibus fiquem impedidos de circular nas comunidades, buscará medidas para contornar a situação sem deixar de oferecer o serviço à população, mas também sem colocar estas pessoas em risco”, afirmou o titular da Semob, Fabrizzio Muller.
De acordo com o secretário, o comitê também poderá ser acionado em situações de paralisação do transporte que atinjam a cidade de forma mais crítica. “A intenção é que, com o comitê, seja possível intervir de forma mais rápida e assertiva em situações mais sensíveis e evitar maiores transtornos a todos os envolvidos”, frisou.
Estudo brasileiro indica aplicação de 3ª dose de CoronaVac em pessoas a partir de 55 anos
Um estudo conjunto realizado pelo Instituto do Coração (InCor) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) recomenda a aplicação de uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 para indivíduos com 55 anos de idade ou mais que foram imunizados com CoronaVac.
O estudo, que tem entre os autores o médico imunologista Jorge Kalil (do InCor), foi divulgado na forma de pré-print (sem avaliação de pares). Os dados indicam que 95% dos participantes vacinados com o imunizante produziram algum tipo de resposta imune contra o coronavírus Sars-CoV-2, diante de 99% dos chamados convalescentes (ou recuperados).
Uma resposta protetora completa, formada tanto por anticorpos como por células de defesa, aparece em 7 em cada 10 dos recuperados, mas em apenas 59% dos vacinados.
A taxa de anticorpos anti-spike (proteína S ou espícula do vírus, usada para entrar nas células) no sangue dos convalescentes era de 1,5 a 2 vezes maior do que a encontrada nas amostras dos vacinados. Essa diferença aumentava em pessoas vacinadas com mais de 55 anos —nestes foi seis vezes menor que a observada após uma infecção natural para o mesmo grupo.
Comparando os dois grupos de idade, abaixo de 55 anos e com 55 anos ou mais, foram observadas diferenças também entre os gêneros. Enquanto as mulheres com mais de 55 anos apresentaram resposta de anticorpos e celular em 60% das amostras analisadas, esse número caía para 28% no caso dos homens.
No entanto, vale destacar que a amostra é pequena (101 vacinados, dos quais 42 têm mais de 55 anos) e que, mesmo com uma resposta imune comparativamente mais baixa nos indivíduos mais velhos do que a observada pós-infecção natural, a maioria dos participantes manifestou algum tipo de defesa pós-vacina (94% para as mulheres e 83% nos homens com 55 anos ou mais).
Para o imunologista Jorge Kalil, é possível que as pessoas nesta faixa etária que já receberam as duas doses da Coronavac no início do ano estejam correndo hoje um risco maior de ter doença grave, especialmente frente a novas variantes, como a delta.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo, o Instituto Butantan respondeu ao estudo afirmando que é sabido que "a resposta imune de defesa no organismo diminui com o avanço da idade, sendo observado que qualquer vacina gera uma resposta imune menor em pessoas mais idosas".
De acordo com o Butantan, "isso não quer dizer que os mais velhos não estejam protegidos contra a doença, mas sim, que o organismo responde menos a um antígeno novo, uma característica que não se relaciona à vacina em si, mas aos processos naturais do sistema imunológico".
Estudos sobre terceira dose estão em andamento
Desde o mês passado, com autorização da Anvisa, estudos de terceira dose das vacinas AstraZeneca e Pfizer estão sendo realizados. Veja o andamento.
Pfizer: A empresa investiga os efeitos, a segurança e o benefício de uma dose de reforço da sua vacina, a Comirnaty. O imunizante extra será aplicado em pessoas que tomaram as duas doses completas há pelo menos seis meses.
AstraZeneca (nova versão): a farmacêutica desenvolveu uma nova versão da vacina que é aplicada no Brasil, buscando proteção contra a variante beta. Parte do ensaio clínico prevê que uma dose da nova versão da vacina (AZD2816) seja aplicada em pessoas que receberam as duas doses da versão atual da AstraZeneca (AZD1222).
AstraZeneca (usada no país): a farmacêutica avalia a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da versão original da vacina da AstraZeneca (AZD1222) em participantes do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com um intervalo de quatro semanas entre as aplicações.
CoronaVac: o grupo que fará parte do estudo será dividido em quatro: 25% vão receber como terceira dose a vacina da Pfizer, 25% da AstraZeneca, 25% da Janssen e 25% da CoronaVac. O objetivo é saber se a terceira dose vai aumentar o número de anticorpos. Os pesquisadores também vão avaliar a segurança dessa terceira dose, possíveis reações, como febre e dor, já que serão testadas vacinas diferentes em cada grupo.