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Bahia com Tudo

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As notificações de Doença de Haff na Bahia subiram de três, em agosto, para um total de 36 ocorrências até a última semana de novembro. Deste quantitativo, a maioria foi mesmo registrada no mês passado, com 73% dos casos, segundo boletim emitido pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). As cidades com o maior número de registros foram Salvador, com 12 notificações, e Camaçari, com 11. Das 30 vítimas mais recentes, mais de 80% delas relataram ter comido peixe conhecido como “olho de boi”.

Entre esse total de notificações, 30 pessoas tiveram sintomas característicos da doença, como mialgia e urina da cor de café. Ainda entre esses 30, cinco casos permanecem em investigação e um já foi descartado. Entre as vítimas, 53% são homens e 47% são mulheres. A faixa etária com mais infectados é a de 50 a 59 anos, seguida da de 20 a 29 anos. Além de Salvador e Camaçari, também houve ocorrência em Entre Rios (3), Dias D’Ávila (2), Feira de Santana (1) e Candiba (1).

Dos infectados, 30 apresentaram sintomas típicos da doença, entre eles, CPK elevado (uma enzima que atua principalmente nos tecidos musculares, no cérebro e no coração, sendo solicitada a sua dosagem para investigar possíveis danos a esses órgãos). Outros sintomas foram: dor muscular, urina escura (cor de café) e dor em membros superiores e inferiores.

O que é?
A doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e tem como sintomas ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada a elevação sérica da enzima CPK, ligada à ingestão de pescados. A doença pode evoluir rapidamente com insuficiência renal e, se não for tratada, pode levar à morte.

A enfermidade pode afetar o rim pois a enzima CPK sai da fibra muscular entrando na corrente sanguínea, explica a diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Márcia São Pedro. Ao aparecerem os sintomas, é preciso ir para a unidade de saúde para que o paciente possa ser hidratado nas primeiras 48h a 72h.

O jogo entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, nesta terça-feira (8), pela última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, foi interrompido em um movimento histórico do futebol. Os atletas das duas equipes deixaram o gramado do estádio Parc des Princes no meio do primeiro tempo, após o quarto árbitro, o romeno Sebastian Colţescu, ser acusado de racismo pelo atacante senegalês Demba Ba. O duelo foi suspenso pela Uefa e será retomado nesta quarta-feira (9), às 14h55.

A confusão começou aos 13 minutos da partida, logo após o lateral brasileiro Rafael, do Istanbul, receber o cartão amarelo. Integrantes do time turco reclamaram da punição. Foi quando, segundo relatos de vários veículos da imprensa europeia, o quarto árbitro Sebastian Colţescu falou para o camaronês Pierre Webó, ex-jogador e membro da comissão técnica do Basaksehir: “Vai embora, preto”.

Demba Ba se revoltou e foi flagrado pela transmissão da partida falando para Colţescu: "Você nunca diz "esse cara branco", você diz "esse cara". Então por que você está mencionando "cara preto"? Você tem que dizer "esse cara". Por quê?!". O atacante foi expulso pelo árbitro Ovidiu Hategan, também romeno, e a confusão ficou ainda maior.

Imediatamente, dirigentes das duas equipes foram ao gramado para entender a situação, incluindo o brasileiro Leonardo, diretor de futebol do PSG. Os jogadores do clube francês e do Basaksehir, liderados por Demba Ba, Neymar e Mbappé, decidiram abandonar o duelo.

"Não vamos jogar. Não podemos jogar. Com esse cara (quarto árbitro) aqui, não vamos jogar", disse Mbappé ao árbitro Ovidiu Hategan, em momento flagrado pela transmissão.

A Uefa suspendeu a partida. Pouco depois, marcou o recomeço para às 18h. Atletas do Paris Saint-Germain foram para o túnel que dá acesso ao gramado, mas o Istanbul Basaksehir se recusou a entrar em campo novamente.

"No jogo contra o Paris Saint-Germain, os nossos jogadores decidiram não entrar em campo devido ao racismo do quarto árbitro Sebastian Coltescu contra nosso assistente técnico Pierre Webo. Apresentamos ao público as informações. #NãoaoRacismo", afirmou o clube turco em comunicado.

Após duas horas de suspensão, a Uefa anunciou que o duelo será retomado nesta quarta-feira (9), às 14h55, com uma nova equipe de arbitragem. O confronto será disputado a partir dos 13 minutos do primeiro tempo, momento em que a confusão começou nesta terça (8). A entidade informou que abrirá imediatamente uma investigação sobre o caso.

Nas redes sociais, o time turco publicou uma mensagem de combate ao racismo, que foi republicada pelo perfil do PSG.

O Paris Saint-Germain e o Istanbul Basaksehir faziam um confronto decisivo pelo Grupo H da Liga dos Campeões. O clube francês já está classificado por causa da vitória do RB Leipzig sobre o Manchester United por 3x2, mas uma vitória garante a liderança. Já o time turco não tem chances de deixar a lanterna. O jogo estava 0x0 no momento da paralisação.

O Boletim Diário com informações sobre a pandemia do coronavírus em Candeias desta terça-feira (8/12), informa que o munícipio tem 2657 casos confirmados de pessoas com Covid-19, desde o início da pandemia. Desses casos, 2519 pessoas estão curadas; 75 casos estão ativos, com 13 pacientes internados. São 63 vidas perdidas no município. O boletim epidemiológico contabiliza 1857 casos descartados após resultado negativo do exame pelo LACEN e 3293 testes rápidos negativos. O índice de isolamento da segunda-feira (7/12) foi de 34%, mas o ideal para diminuir a contaminação é 60%.

A Vigilância Epidemiológica informa que a divergência entre o número de casos confirmados informado e o registrado no boletim estadual se deve ao fato de inserção de testagens em serviços de saúde privados, cuja validação repositória é feita posteriormente em conjunto com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SESAB.

Nessa terça feira(08), o vereador eleito pelo partido verde André Fraga, selou aliança para a candidatura de Geraldo Júnior à presidência da Câmara de Vereadores de Salvador. A conversa girou em torno da criação de uma comissão temática para tratar de mudanças climáticas e inovacao, além de um programa de sustentabilidade para a Câmara Municipal.

“Geraldo demonstrou total aderência aos temas que conversamos. Acredito na sua disposição de fazer da Câmara de Vereadores uma referência global em sustentabilidade”. Disse André.

De acordo com Fraga, a comissão terá importante papel no acompanhamento da implementação de planos

importantes como Arborização Urbana, a Política Municipal de Inovação e o Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas.

Após confirmar que a Bahia vive uma segunda onda do novo coronavírus, o governador Rui Costa participou, nesta terça-feira (8), junto com gestores de outros estados, de uma reunião virtual com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A principal reivindicação dos governadores é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove e registre as vacinas com a maior rapidez possível.

Rui contou que o ministro confirmou que o Brasil fará a aquisição das vacinas, à medida que elas forem aprovadas e registradas pela Anvisa. "Por isso, nosso principal pleito é que esse registro seja feito com celeridade, assim que os laboratórios solicitarem, já que o Brasil, assim como outras nações, deve utilizar mais de uma vacina para imunizar a população. A Pfizer, por exemplo, acenou com a disponibilização de 70 milhões de doses para o Brasil, em um primeiro momento, sendo que cada indivíduo precisa de duas doses, e essa quantidade não cobre todos os brasileiros", explicou o governador.

Rui também comentou que há atualmente 11 mil pessoas com vírus ativos na Bahia. "A taxa de transmissão segue crescendo e a elevação, ainda que pequena, no número de mortes, nos preocupa. A doença já está em todos os 417 municípios e uma contaminação desenfreada pode levar os serviços de saúde a um colapso. Em função disso, determinei que a Secretaria de Segurança Pública monitore propostas e convites para a realização de aglomerações, em ambientes fechados ou públicos, a fim de impedir a realização desses eventos. Além do que, também instruí o órgão a abrir processos criminais, na medida em que os responsáveis por essas aglomerações sejam identificados, não importando se são pousadas, boates ou até mesmo um cidadão com o som do carro alto ligado", conclui.

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) confirmou que a vacina experimental para a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech apresentou eficácia de 95% após a segunda dose, de acordo com os resultados da fase 3 dos testes clínicos. Em uma análise preliminar divulgada nesta terça-feira, 8, a FDA ressalta que as companhias forneceram informações adequadas para "garantir a qualidade e consistência da vacina para a autorização do produto nos EUA".

O corpo técnico da FDA se reunirá na quinta-feira, 10, para discutir se recomenda o uso do imunizante de forma emergencial. Caso o grupo decida, na quinta, por uma recomendação positiva, pode ser uma questão de dias até que a agência autorize o uso da vacina no país.

Na análise divulgada nesta terça, a FDA também confirmou que o imunizante funcionou independentemente da idade, peso ou raça do voluntário.

A Pfizer a BioNTech pediram a autorização para uso emergencial do produto nos EUA no dia 20 de novembro.

No Reino Unido, a vacinação com o imunizante das duas companhias começou nesta terça.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Nesta terça-feira (8), dia de Nossa Senhora da Conceição, o Elevador Lacerda completa 147 anos de história. Idealizado pelo engenheiro Antônio de Lacerda e construído pelo irmão Augusto, a obra começou em 1869 e foi concluída em 8 de dezembro de 1873.

O cartão-postal de Salvador já foi considerado o mais alto elevador urbano do mundo. Seu nome – em homenagem ao idealizador – foi adotado em 1896. De acordo com a Coordenação de Equipamentos Urbanos da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), anualmente 5,4 milhões de passageiros utilizam o equipamento que liga as praças Tomé de Souza, na Cidade Alta, e Cairu, na Cidade Baixa.

De março a agosto, por conta da pandemia de coronavírus, o meio de transporte ficou fechado. Em agosto, o ascensor voltou a funcionar com 30% de sua capacidade, ou seja, seis pessoas por cabine. Para retomada das atividades, o Elevador Lacerda passou por intervenção da Prefeitura para implantação de climatização e estabelecimento de protocolos de segurança para utilização pelos cidadãos. O ascensor também passou por uma ampla reforma, a exemplo de pintura, troca de fiação e iluminação, entre outros itens.

Histórias
Ninguém melhor para contar as histórias do local do que a funcionária mais antiga do elevador, Marinalva Pinheiro Santos, 64 anos, que trabalha como caixa na parte baixa do equipamento há 41 anos. Mãe de cinco filhos, sustentados através do seu ofício, ela sai de Cajazeiras todos os dias para atender os usuários do transporte.

“Eu amo meu trabalho, já poderia até ter me aposentado, mas adoro vir para cá todos os dias e atender toda essa gente que passa por aqui. São turistas encantados e muita gente que sobe e desce todo dia para trabalhar”, diz, emocionada. Durante essas mais de quatro décadas, ela assistiu de perto parte da modernização do meio de transporte. “Quando cheguei aqui a porta abria e fechava no pedal, era totalmente manual”, relembra.

O equipamento já passou por uma série de reformas até chegar ao modelo atual. A primeira delas foi em 1906, quando começou a funcionar movido a eletricidade e teve sua base alargada. Neste ano, precisou parar de funcionar devido às obras de eletrificação, e já no ano seguinte foi reinaugurado. A maior mudança aconteceu em 1930. Nessa nova estrutura foi acrescentada uma nova torre, com mais duas cabinas, além de substituir as duas existentes por modelos mais modernos e eficientes.

Mobilidade
O secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, destaca que, além de ser um dos pontos turísticos mais visitados de Salvador, estando entre os três mais contemplados na capital, o elevador também é um importante equipamento para a mobilidade urbana.

“Tem sempre uma concentração turística grande, as pessoas que vêm aqui querem conhecer o local. No aniversário do cartão-postal, temos que falar do seu destaque como cenário turístico e evidenciar sua atuação como meio de transporte fundamental para a mobilidade. Muitas pessoas que trabalham na Cidade Baixa e moram na Cidade Alta, ou vice-versa, fazem uso diário do elevador. O fluxo é realmente muito intenso. É um equipamento de sumo importância para o funcionamento da cidade”, afirma.

Topografia
O Elevador Lacerda foi criado para solucionar um problema existente de desnível na cidade. No início do século XVII, o uso de guindastes era a única solução para o transporte de cargas em Salvador. As pessoas precisavam se locomover usando longas escadarias e ladeiras íngremes, o que dificultava muito o dia a dia da população. Desde então, além de ajudar os moradores, ele tornou-se um cartão postal e uma atração turística.

De acordo com o historiador Iuri Santos, os elevadores criados em meados do século XIX tiveram um papel crucial na verticalização das cidades, sobretudo nos EUA. “No caso aqui da Bahia, a construção dos irmãos Lacerda trouxe tal estrutura para a zona urbana, algo inédito até então, facilitando o deslocamento de pessoas entre a cidade alta e a cidade baixa de Salvador. Ali nascia uma marca da nossa cidade que ia além das suas funções diárias e se tornava um dos nossos mais importantes cartões postais, admirado até hoje por soteropolitanos e turistas de vários lugares do Brasil e do mundo”, explica.

Do alto de suas torres, descortina-se a vista da Baía de Todos-os-Santos, do Mercado Modelo e, ao fundo, o Forte de São Marcelo. A estrutura tem 72 metros de altura e duas torres: uma que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, equilibrando as cabines, e outra, mais visível, que se articula à primeira torre, descendo até ao nível da Cidade Baixa.

O elevador mais famoso da Bahia chega a transportar 900 mil passageiros por mês ou, em média, 28 mil pessoas por dia ao custo de quinze centavos de real por passageiro, num percurso de trinta segundos de duração.

Funcionamento e melhorias
Atualmente, o equipamento funciona de segunda a sexta, das 7h às 22h, e aos sábados das 8h às 22h. Já aos domingos abre das 8h às 15h. Em 2013, no início da gestão funcionava apenas uma cabine. O secretário Fábio Mota faz questão de ressaltar que ao longo desses anos várias intervenções e melhorias foram realizadas no equipamento. “Climatizamos a parte baixa que era uma solicitação antiga dos usuários”, pontua.

Ele lembra que nos últimos oito anos, várias melhorias foram realizadas, a exemplo da modernização da iluminação interna das quatro cabines e implantação de novo sistema de proteção a raios. O elevador recebeu um sistema de modernização das cabines substituindo o sistema de controle, que passou de eletromecânico para digital. Entre as melhorias estão ainda a troca dos bloquetes de sustentação das guias e dos vidros danificados na cobertura da parte baixa. O equipamento recebeu também nova pintura, iluminação, impermeabilização da laje e novo forro.

Para sua operação, a equipe é composta de mecânicos da Semob e mecânico da empresa OTIS Elevadores. Os mesmos executam atividades como inspeção dos equipamentos antes de abertura para acesso ao público, e inspeção geral durante toda operação; sistema de comunicação entre as cabines, cabo de manobra, cabos de tração, serviços de lubrificação, manutenções preventivas e corretivas, acionamento de gerador em caso de interrupção de energia elétrica, além de resgates em caso de alguma pane nos motores. Cuidam também da manutenção predial com serviços de elétrica, hidráulica e manutenção geral do prédio.

Quem acredita que Verão na Bahia é sinônimo de festa e aglomeração, terá de se acostumar com um cenário diferente. Devido a pandemia, uma das recomendações é não causar aglomeração, como orienta a nota técnica publicada pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde da Bahia (COES), do governo do estado, na sexta-feira (04). O documento traz indicações para garantir a segurança no período mais quente do ano, minimizando o contágio pelo vírus.

O texto recomenda normas para a rede hoteleira, praias, ruas, praças, barracas de praia, restaurantes, bares, vendedores ambulantes das praias, companhias e embarcações marítimas, além de trilhas e turistas. Em todos os pontos, as orientações reforçam a necessidade do uso de máscara e do distanciamento social; além do uso de álcool a 70% e lavagem das mãos.

O governador Rui Costa explica que a resolução é importante para orientar os turistas em visita à Bahia. “Em cada estado foi adotada medida ou protocolo, eventualmente, diferente um do outro. Então, é importante que turistas vindos de outras cidades e de outros estados saibam quais são as orientações de saúde aqui da Bahia e como nós vamos receber muita gente no final de ano - em várias regiões do estado os hotéis venderam bastante, a exemplo do extremo sul -, é preciso que essas pessoas tenham acesso às recomendações, qual a situação da doença no estado e o que elas devem fazer”, exemplifica o governador.

Segundo o documento, a presença de mais de uma pessoa por m² é caracterizada como aglomeração. A indicação é não promover festas, shows e música ao vivo. O recomendado é que os bares e restaurantes encerrem o funcionamento dos espaços fechados até às 23h, podendo manter abertas as áreas abertas, ao ar livre, até às 2h. Os ônibus de turismo também não podem entrar nas praias.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes secção Bahia (Abrasel-BA), Leandro Menezes, afirma que o setor já segue boa parte das regras, mas algumas recomendações não eram esperadas. A indicação para não realizar festas, shows ou ter música ao vivo é um dos fatores questionados pela entidade, que alega que a apresentação musical é de “extrema importância” para os estabelecimentos e os músicos.

A entidade ainda se opõe ao horário recomendado de funcionamento. O presidente da Abrasel-BA explica que “o descontrole começa a partir do momento que o bar e o restaurante fecham, pois o comércio informal se instala sem seguir protocolos reforçando a disseminação do vírus. Os bares e restaurantes seguem as regras e podem ser locais seguros”.

Menezes ressalta que, caso as orientações do governo estadual sejam seguidas, os estabelecimentos terão que fechar antes da virada do ano, o que vai aumentar o número de pessoas nas ruas sem proteção.

Com base no texto, apenas 4 pessoas podem sentar em cada mesa dos bares do estado. Se comparado ao protocolo municipal de Salvador para o setor, o valor é 50% menor já que a prefeitura permite até 8 ocupantes por mesa. Esse é o argumento usado pelo presidente da Abrasel para questionar esta recomendação do estado.

“Não faz sentido ter 4 pessoas na mesa uma vez que as pessoas pertencem ao mesmo ciclo social, como quem trabalha junto ou mora na mesma casa”, afirma Menezes. Ele pontua, ainda, que o distanciamento mínimo de 2 metros entre as mesas é uma das regras que já são seguidas pelos bares e restaurantes.

Caminhada segura

A realização de trilhas também recebeu recomendações do governo do estado. Todos os itens do documento já constam no protocolo criado pelo Sindicato dos Guias de Turismo do Estado da Bahia (Singtur-BA), com o apoio do Senac Bahia e da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur). O texto publicado em setembro, determinava a redução do quantitativo de participantes por passeios, por exemplo.

A presidente do Singtur-BA, Rivanete Rodrigues, explica que os guias de turismo seguem o protocolo da entidade e do município de atuação. Todas as normas são repassadas para os turistas antes do começo do passeio. Os turistas ainda têm a temperatura aferida e são questionados sobre o possível contato com casos suspeitos.

Nos hotéis, as prientações do governo estadual também não fogem muito do que já é praticado pelo setor, garante o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes. De acordo com ele, apenas a proibição de shows, festas e música ao vivo e a capacidade máxima de 50 pessoas é novidade.

“Os hotéis têm buscado seguir as normas e recomendações, tanto do governo do estado, quanto das prefeituras. Com as recomendações sobre os shows, os hotéis que estavam organizando pequenos eventos devem cancelar caso a recomendação se torne uma regra. O mais importante é conseguir reduzir a contaminação, até a economia é prejudicada com o aumento do número dos casos", afirma Lopes.

Dentre as recomendações para o setor, estão o distanciamento de 2 metros entre as mesas nas áreas de restaurantes, bares, piscinas e praias; a disponibilidade de álcool a 70% nos espaços coletivos e de maior circulação de pessoas; e o treinamento dos trabalhadores dos hotéis em relação às medidas de prevenção à covid-19.

Na prática

Rodrigues ressalta que a divulgação das normas é importante para o turista saber como e que deve seguir os protocolos de segurança. Quem se recusa a se proteger e proteger o próximo tem que deixar a trilha. "Ultimamente, os turistas têm seguido as normas. Antes, eles estavam resistentes, mas, agora, estão conscientes de que prevenir é o melhor caminho e obedecem os protocolos. Um ou outro que não quer, em caso de insistência, é convidado a sair do passeio”, garante a presidente do Singtur-BA.

Cumprir as recomendações estaduais também não deve apresentar grandes dificuldades para o setor hoteleiro. O presidente da ABIH-BA ressalta que os hotéis não tiveram grandes problemas de contaminação pelo coronavírus dentro dos estabelecimentos, inclusive porque a entidade fez seus protocolos próprios e os enviou para os conveniados no começo da pandemia.

Lopes pontua ainda que os hóspedes e os funcionários não são resistentes às regras. Ele acredita que quem está hospedado entende a importância dos protocolos de segurança e não consegue descumprir alguma norma por estar em um ambiente muito monitorado.

“Os trabalhadores aderiram de forma fácil, eles entendem que é importante seguir as regras até porque isso ajuda a manter os trabalhos. O maior desafio é quando um item do protocolo impacta a atividade empresarial, até porque os hotéis seguem regras mais restritivas do que o que está sendo recomendado”, afirma o presidente da entidade.

Bares e restaurantes

No caso dos bares e restaurantes, o presidente da Abrasel-BA ressalta que não basta os estabelecimentos criarem ambientes seguros, o cliente também deve ter um comportamento seguro. Por isso, Menezes acredita que é necessário realizar campanhas de conscientização para assegurar que o consumidor siga os protocolos do setor.

“Por meio dos nossos colaboradores, nós informamos os protocolos e importância deles. Em último caso, quando o cliente não está disposto a seguir as regras, suspendemos o fornecimento, o que faz com que ele vá embora. Esse extremo acontece muito pouco, geralmente temos que intervir, mas as pessoas tendem a entender e obedecer”, explica.

O documento do governo do estado ainda indica as regras que devem ser respeitadas pelos funcionários de bares e restaurantes, como o monitoramento de sintomas gripais. Segundo Menezes, os trabalhadores destes estabelecimentos não são resistentes em acatar as normas de saúde.

“Em bares e restaurantes, geralmente, o proprietário trabalha na linha de frente. Como ele está ali no local, fica mais fácil ter um diálogo e mostrar a importância das medidas de prevenção, apontar como o controle do risco influencia colaborador, cliente e proprietário”, afirma o presidente da Abrasel-BA.

Em resposta ao CORREIO, a Sesab explica que o Coes realizou uma recomendação para as prefeituras e a sociedade em virtude do cenário epidemiológico estadual, ou seja, o documento não tem valor de decreto. “No que tange ao decreto estadual, os órgãos de segurança atuarão de modo a coibir os itens descritos na legislação”, pontuou o órgão, sobre a fiscalização dos itens que integram decretos publicados.

Festas canceladas

No documento, o administração estadual aponta que é possível notar um aumento consistente no número de casos de coronavírus na Bahia a partir de novembro, o que resultou na elevação das taxas de ocupação hospitalar para além do considerado seguro.

Com cenário de recrudescimento dos casos da doença, o governador Rui Costa avisou, em 2 de dezembro, que não seria permitida nenhuma festa de final de ano e que o governo do estado iria monitorar a realização de eventos.

No último sábado (5), a administração estadual atualizou o decreto nº 19.586, proibindo a realização de shows e festas na Bahia, apenas cerimônias de casamento e solenidades de formatura podem ser realizadas desde que limitadas a 200 pessoas. A determinação vale até 17 de dezembro.

Como consequência dos avisos do governador, duas festas de Réveillon famosas da Bahia foram canceladas. Na última sexta-feira (04), o Uíki Parracho anunciou o cancelamento do Verão Uíki, que aconteceria em Arraial D'Ajuda. Em carta aberta publicada nas redes sociais, os organizadores explicaram que optaram por prezar pelo bem-estar e respeitar o distanciamento social ao não realizar a celebração.

"É hora de fazermos da máscara moda, de levarmos à sério quando nos dizem para manter as mãos limpas e de criarmos novas maneiras de demonstrar afeto. É hora de curtir a praia com os amigos do jeito certo, sem aglomeração, tendo cuidado com todos e consigo, não fazendo poluição sonora e jogando o lixo no lixo", completou o Uíki Parracho.

No mesmo dia, a Nanö Beach Club informou ter cancelado o NANÖ Réveillon 2021, realizado em Subaúma. Em nota postada nas redes sociais, os realizadores do evento afirmaram que a decisão foi baseada no decreto do governo que proíbe a realização de grandes eventos. Segundo a organização, a festa seguiria todos os protocolos de segurança. “Em 2021, nossa saudade estará ainda maior e já começamos a preparar uma experiência ainda mais encantadora”, concluiu.

Confira as recomendações por setor

Hotéis

Manter o distanciamento entre as mesas de 2 metros entre as mesas nas áreas de restaurantes, bares, piscinas e praias
Manter a disponibilidade de álcool a 70% nos espaços coletivos e de maior circulação de pessoas
Garantir treinamento aos trabalhadores dos hotéis em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Garantir higienização efetiva dos ambientes com uso de produtos sanitizantes autorizados pela ANVISA
Garantir que todos os trabalhadores, incluindo fornecedores e prestadores de serviços, estejam em uso de máscara facial
Monitorar os trabalhadores quanto a presença de sinais e sintomas gripais e encaminhá-los para o serviço de saúde para realizar a testagem laboratorial. Em situações de confirmação para Covid-19, afastar o trabalhador das suas atividades laborais e orientá-lo a cumprir com o período de isolamento social
Proibir festas, shows e músicas ao vivo
Limitar eventos em áreas internas do hotel para a capacidade máxima de até 50 pessoas independente do espaço, respeitando o limite de 1 pessoa por m2
Não permitir aglomerações localizadas, caracterizadas pela presença de mais de uma pessoa por m2, ainda que o total de pessoas no ambiente seja inferior ao limite definido acima.

Praias e Ambientes Públicos – Poder Público Municipal

Garantir o distanciamento mínimo de 2 m entre cadeiras, mesas e sombreiros móveis;
Não permitir festas, shows e música ao vivo
Não permitir a entrada de ônibus de turismo nas praias
Não permitir aglomerações localizadas
Garantir a disponibilidade de álcool a 70% nas barracas de praias, bares e restaurantes
Cobrar dos empreendedores o treinamento dos trabalhadores de estabelecimentos comerciais que atendem às praias, em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Cobrar que todos os trabalhadores das barracas de praias, incluindo fornecedores e prestadores de serviços, estejam em uso de máscara facial

Praias - Barracas, Restaurantes, Bares e Ambulantes

Garantir o distanciamento mínimo de 2 m entre cadeiras, mesas e sombreiros móveis
Garantir a disponibilidade de álcool a 70% nas barracas de praias, bares e restaurantes
Não permitir a entrada de ônibus de turismo nas praias
Garantir treinamento aos trabalhadores das barracas de praias em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Garantir que todo os trabalhadores, incluindo fornecedores e prestadores de serviços, façam uso de máscaras faciais
Monitorar os trabalhadores quanto a presença de sinais e sintomas gripais e encaminhá-los para o serviço de saúde para realizar a testagem laboratorial. Em situações de confirmação para Covid-19, afastar o trabalhador das suas atividades laborais e orientá-lo a cumprir com o período de isolamento social
Proibir festas, shows e música ao vivo
Não permitir aglomerações localizadas

Trabalhadores das praias

Manter o distanciamento social de 1,5 m entre as pessoas
Manter o uso da etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar
Manter o uso de máscaras e álcool a 70% durante as suas atividades
Lavar as mãos com água e sabão. Quando não for possível, higienizá-las com álcool a 70% durante as suas atividades
Se atentar para presença de sinais e sintomas gripais e procurar a Unidade de Saúde. Em caso de positividade para a Covid-19, cumprir com o período recomendado de afastamento

Companhias Marítimas

Manter o distanciamento de 1,5 m entre os turistas dentro das embarcações
Reduzir o quantitativo de turistas por trajeto, de maneira a respeitar o distanciamento mínimo de 1,5 m entre as pessoas
Garantir a disponibilidade de álcool a 70% nos locais de maior circulação de pessoas nas embarcações
Garantir treinamento aos trabalhadores das embarcações marítimas em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Garantir que todos os trabalhadores, incluindo fornecedores e prestadores de serviços, estejam em uso de máscara facial
Monitorar os trabalhadores quanto a presença de sinais e sintomas gripais e encaminhá-los para o serviço de saúde para realizar a testagem laboratorial. Em situações de confirmação para Covid-19, afastar o trabalhador das suas atividades laborais e orientá-lo a cumprir com o período de isolamento social
Não permitir aglomerações localizadas

Trabalhadores das embarcações marítimas

Manter o distanciamento social de 1,5 m entre as pessoas
Manter o uso da etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar
Manter o uso de máscaras e álcool a 70% durante as suas atividades
Lavar as mãos com água e sabão. Quando não for possível, higienizá-las com álcool a 70% durante as suas atividades
Se atentar para presença de sinais e sintomas gripais e procurar a Unidade de Saúde. Em caso de positividade para a Covid-19, cumprir com o período recomendado de afastamento

Bares e Restaurantes

Manter o distanciamento mínimo de 2 metros entre as mesas nos bares e restaurantes
Garantir a disponibilidade de álcool a 70% nos estabelecimentos
Garantir sabão e papel toalha para a lavagem das mãos dos clientes e lixeira com pedal para descarte de resíduos
Garantir treinamento aos trabalhadores em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Garantir higienização efetiva dos ambientes com uso de produtos sanitizantes autorizados pela ANVISA
Garantir que todos os trabalhadores, incluindo fornecedores e prestadores de serviços, estejam em uso de máscara facial
Monitorar os trabalhadores quanto a presença de sinais e sintomas gripais e encaminhá-los para o serviço de saúde para realizar a testagem laboratorial. Em situações de confirmação para Covid-19, afastar o trabalhador das suas atividades laborais e orientá-lo a cumprir com o período de isolamento social
Proibir mais de 4 pessoas em uma única mesa
Proibir festas, shows, músicas ao vivo
Não permitir aglomerações localizadas
Limitar o funcionamento até às 23h para ambientes fechados
Permitir funcionamento até às 2h em áreas abertas, ao ar livre, resguardadas as medidas de distanciamento social elencadas acima
Delimitar espaços públicos ocupados por restaurantes e bares, empregando cordas ou fitas, ficando as áreas delimitadas sob responsabilidade sanitária de cada estabelecimento

Trilhas

Manter o distanciamento social de 1,5 m entre os participantes da trilha
Reduzir o quantitativo de participantes por passeios, resguardado o distanciamento mínimo de 1,5 m entre as pessoas
Orientar quanto às medidas de prevenção e uso de etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar
Manter o uso de álcool a 70% durante a realização das trilhas
Garantir treinamento aos trabalhadores em relação às medidas de prevenção da Covid-19
Se atentar para presença de sinais e sintomas gripais e procurar a Unidade de Saúde. Em caso de positividade para a Covid-19, cumprir com o período recomendado de afastamento
Não permitir aglomerações

Turistas

Manter atualizado o calendário vacinal de todos os viajantes (incluindo febre amarela e sarampo)
Manter o distanciamento social de 1,5 m entre as pessoas
Escolher locais mais arejados e com ventilação natural ao realizar passeios
Manter o uso da etiqueta respiratória ao tossir e espirrar
Manter o uso de máscaras e álcool a 70% durante a visita a ambientes turísticos, incluindo praias, bares, restaurantes, museus, dentre outros
Lavar as mãos com água e sabão. Quando não for possível, higienizá-las com álcool a 70%
Não se envolver em aglomerações
Obedecer às recomendações e normativas sanitárias locais e dos estabelecimentos visitantes
Caso apresente sintomas sugestivos de Covid, obedecer ao isolamento social, procurar atendimento em serviço de saúde e informar os responsáveis pelo estabelecimento de hospedagem, transporte ou guias turísticos, evitando expor esses profissionais à infecção

Os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completam nesta terça-feira (8) mil dias, sem que a polícia tenha concluído suas investigações. Os dois foram mortos depois de terem seu carro atingido por disparos na noite de 14 de março de 2018, em uma rua do centro do Rio de Janeiro.

A Polícia Civil prendeu dois suspeitos de terem atirado contra as vítimas. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019. Até agora, no entanto, as investigações não conseguiram identificar se houve um mandante, quem seria essa pessoa e quais seriam suas motivações.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital continuam. A nota diz ainda que a elucidação dos assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes “é uma das prioridades da atual gestão”.

A madrugada deste domingo (06) dificilmente sairá da lembrança dos moradores da cidade de Candeias, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Clientes de bar foram encurralados e baleados quando quatro homens perseguiam um rapaz que buscou abrigo no banheiro do estabelecimento. Apesar do cenário de terror – com poças de sangue no chão, no banheiro e atrás do balcão, além de marcas de tiros nas paredes, garrafas quebradas, objetos pessoais largados durante o pânico – não houve mortos. No entanto, 11 pessoas ficaram feridas, uma delas estaria em estado grave.

O ataque aconteceu no bar Altas Horas, que fica na Rua Paralela, no bairro de Nova Candeias. Inicialmente, todos os feridos foram atendidos no Hospital Municipal Ouro Negro, em Candeias. Das 11 atingidos, dois precisaram ser transferidos para o Hospital Geral de Camaçari (HGC) e dois para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. As regulações foram em decorrências à complexidade dos ferimentos.

Entre as vítimas estão o filho da dona do bar, Railan dos Santos Reis, 19 anos, baleado quatro vezes, e o sobrinho dela, Jeanderson Tosta de Santana, 30, atingido na virilha. “Graças a Deus eles estão fora de perigo. Meu filho está internado em Camaçari, já passou por cirurgia e está tudo bem. Jeanderson já está em casa”, disse a dona do bar, Maine Célia dos Santos, 37.

Foram também baleados Mateus de Sena, 19, Elisângela das Neves da Silva, 28, Cleiton dos Santos Alves, 29, Anarailton dos Santos, 30, Elmari Santo Brás, 35, além de um homem e três mulheres não identificados. Não há informação sobre o estado de saúde deles.

Ataque
O ataque aconteceu por volta das 00h30. “Uma coisa horrível. A gente estava no bar, todo mundo conhecido, meu filho estava com os colegas dele na entrada do bar, quando desceram quatro homens atirando na rua. Todo mundo correu. Meu filho e os amigos dele foram atingidos porque estavam na frente. A gente que estava dentro, não teve nada”, contou Maine.

Segundo ela, um rapaz, que seria o alvo dos criminosos, se escondeu no banheiro do bar. “Ele entrou quando começaram a atirar na rua. Foi baleado no pé. E os caras vieram atrás dele, por isso que atirara contra o meu bar. Na certa, vieram seguido ele”, relatou a comerciante.

Apesar de o ataque ter acontecido nos primeiros momentos de domingo, o bar Altas Horas ainda estava com os rastros do crime nesta segunda-feira (07), no aguardo dos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O chão estava coberto com poças de sangue, em alguns pontos já secas, misturadas as garrafas e copos quebrados, roupas e objetos pessoais.

Havia sangue concentrado também no banheiro, nas paredes e atrás do balcão, além de marcas de tiros nas paredes. Estojos das armas usadas pelos criminosos foram catados por populares e deixados sobre o balcão. Do lá de fora, as balas encontraram as paredes de casas do entorno. Assustados, os moradores disseram viver o pior dia de suas vidas. “Isso nunca aconteceu por aqui. Estamos aterrorizados. Eu estava no bar e sai uma hora antes de tudo isso acontecer. Estava sentado perto do balcão. Foi um livramento”, disso um morador.

BDM
Segundo a Polícia Civil, o ataque foi ordenado pelo traficante Nailton Almeida dos Santos, o nove de Copas do Baralho do Crime - ferramenta usada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para divulgar bandidos com mandando de prisão em aberto. “O ato foi uma vingança à morte de um comparsa, que também era compadre de Nailton, ocorrida na semana passada”, disse a delegada Maria das Graças Barreiros Barreto, titular em exercício da 20ª Delegacia (Candeias).

Nailton é o líder da facção Bonde do Maluco (BDM) do bairro Sarandi e resolveu vingar a execução a morte de Renato Pereira Alves, baleado por traficantes da rival Ordem e Progresso (OP), que domina o tráfico nas localidades de Dom Avelar e Nova Candeias, local do ataque desta madrugada. “Não houve discussão. Eles chegaram atirando, sem se importarem com inocentes. Já identificamos todos e estávamos só aguardando as vítimas terem alta, para então tomar os depoimentos e pedir mais uma vez prisão deles”, disse a delegada.
Ele é acusado de matar o antigo líder do grupo, conhecido como G Cabeção, asaassiando há quatros anos em Pernambuco. "Ele reuniu um grupo e foi até lá e matou o chefão para assumir a posição de liderança", relatou a delegada. Nailton responde também pela tentativa de feminício contra a mulher de seu filho.

Ainda de acordo com a delegada, todos os acusados já respondem por diversos crimes, entre homicídios, tráfico de drogas e assalto, mas foram liberados pela justiça este ano logo após a pandemia.