Candeias sai na frente e vai vacinar pessoas a partir de 39 anos nesta segunda (28)
Candeias é o município que sai na frente na Região Metropolitana de Salvador (RMS) com a imunização por faixa etária e começará a vacinar pessoas a partir de 39 anos de idade nesta segunda-feira (28/6). A celeridade é possível com a chegada dos novos lotes de imunizantes no município. Desde a quinta-feira (24), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - Sesab, distribuiu as vacinas dos laboratórios Janssen e da Pfizer/BioNTech. De acordo com a Secretaria de Saúde, somente na sexta-feira (25), 1.200 pessoas foram imunizadas com a vacina de dose única da Janssen. A Sesau aguarda agora, os imunizantes para retomada da segunda dose.
A Prefeitura de Candeias, por meio da Sesau, adotou um ritmo organizado e acelerado da aplicação de vacinas, sem atrasos e com atendimento do público num lugar amplo e cômodo, com equipes de vacinação no Ginásio Municipal Poliesportivo Professor José Cardoso, para aplicação de primeira e segunda doses, e na modalidade drive-thru, no Estádio David Caldeira, para primeira dose.
A dona de casa Rita de Cassia, chegou às 8h da manhã no Ginásio de Esportes e disse que considerou o atendimento bom e ágil. "Agora são 9h30, tinha umas 300 pessoas quando cheguei, achei que ia demorar e ficaria mais nervosa, mas fiquei sentada, aguardei um pouco e pronto. Foi tudo rápido. Estou feliz e completamente imunizada", expressou ela, que tomou a dose única.
Além da imunização por idade, a Secretaria Municipal de Saúde já vacinou também os grupos de profissionais da saúde, da educação, da segurança, da limpeza urbana, pacientes em diálise, pessoas com autismo, síndrome de Down, quilombolas, entre outros grupos.
Bahia registra 100 mortes e 5.046 novos casos de covid em 24h
A Bahia registrou 100 mortes e 5.046 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5%) em 24h, de acordo com dados do relatório epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) até o final da tarde desta terça-feira (22). No mesmo período, 5.071 pacientes (+0,5%) foram considerados curados da doença.
Dos 1.104.545 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.064.909 já são considerados recuperados, 16.282 encontram-se ativos. Na Bahia, 50.518 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
O total de mortes por covid-19 no estado é de 23.354. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,11%. Dentre os óbitos, 55,75% ocorreram no sexo masculino e 44,25% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,92% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,25%, preta com 15,44%, amarela com 0,42%, indígena com 0,13% e não há informação em 6,83% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 61,00%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,01%).
Apesar das 100 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quarta. 98 ocorreram em 2021, sendo 91 em junho.
De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta terça-feira, 66 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 22 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Salvador suspende vacinação por falta de doses, diz Leo Prates
A vacinação foi suspensa em Salvador nesta terça-feira (22) por falta de doses, informou o secretário de Saúde municipal Leo Prates. "Se Deus quiser retornaremos na sexta-feira, dia 25/06", acrescentou.
Na manhã de segunda, um novo lote com 491.250 doses da vacina da Astrazeneca contra a covid-19 chegou à Bahia. Contudo, ele foi inteiramente destinado à aplicação da segunda dose, informou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).
Ontem, o prefeito Bruno Reis afirmou que Salvador já se aproximava da meta de 50% do público adulto vacinado. Na ocasião, quase 962 mil pessoas estavam protegidas com a primeira dose da vacina em Salvador, o que representa 48% da população com 18 anos ou mais, e 409 mil delas já receberam também a segunda dose. No total, foram aplicadas 1.371.013 doses na capital baiana. “48% da população imunizada é um número expressivo. Eu disse que a nossa meta era chegar a 50% até o final de junho, mas vamos chegar a isso amanhã", disse.
Situação da pandemia
Os números da pandemia estão mais baixos essa semana em relação a semana passada, mas ainda inspiram cuidados. A taxa de mortes provocadas pela covid-19, está em cinco casos por dia. Na semana passada, eram 15 óbitos a cada 24h. O número de novos casos diminuiu de 214 para 34 pacientes/ dia, e o fator RT, que mede a taxa de contaminação do novo coronavírus, reduziu de 0,24 para 0,07.
Já a taxa de ocupação dos leitos não mudou muito. Na UTI, 76% das vagas estão ocupadas e na enfermaria 68% dos leitos clínicos têm pacientes. Na semana passada, a ocupação da UTI era de 79% e de leitos clínicos de 67%. Na rede privada, os seis principais hospitais de Salvador estão com taxas de ocupação entorno dos 70%.
Vítimas da pandemia no Brasil tiveram vida reduzida em 18 anos em média
Um estudo internacional divulgado pelo Fantástico, da TV Globo, mostra que, em média, cada vítima da pandemia teve a vida reduzida em 18 anos. Ao total, um de cada 425 brasileiros morreu de covid-19 desde o ano passado.
Neste domingo o país atingiu a marca de 500 mil vítimas da doença. O Brasil é o segundo lugar com mais mortes, atrás apenas dos Estados Unidos.
Sesab faz correção e diz que Bahia receberá nesta sexta 183.690 doses da Pfizer
A Bahia receberá 183.690 doses da Pfizer, ao invés das 201.204 anunciadas anteriormente. Segundo a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), houve um erro por parte do departamento de logística do Ministério da Saúde no repasse da informação. Antes prevista para chegar num voo às 20h45 desta quinta-feira, o novo horário previsto para chegada é 0h40 desta sexta-feira (18).
Já as 143.400 doses da Coronavac continuam confirmadas, e devem ser recebidas em Salvador às 9h35 da sexta-feira.
"O departamento de logística do Ministério da Saúde errou na informação passada para a Coordenação de Imunização da Bahia sobre o quantitativo de doses de vacinas da Pfizer/BioNTech, que estavam previstas para chegar à Bahia nesta quinta-feira (17)", escreveu o secretário Fábio Vilas-Boas nas redes sociais, repassando as informações atualizadas.
As vacinas da Pfizer serão destinadas apenas para a primeira aplicação. Os imunizantes devem começar a ser enviados nesta sexta-feira para as regionais de saúde em aeronaves do Grupamento Aéreo da Polícia Militar e da Casa Militar do Governador, após conferência da equipe da Coordenação de Imunização do Estado. Elas serão remetidas, exclusivamente, aos municípios que aplicaram 85% ou mais das doses anteriores. Esta foi uma decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), instância deliberativa que reúne todos os 417 municípios baianos.
Covid-19: com 62% da população vacinada, Ilhéus reduz ocupação de leitos de UTI
A secretaria municipal de Saúde da Prefeitura de Ilhéus (Sesau) atualizou as informações do número de ilheenses vacinados contra a Covid-19 e da ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela população da cidade. De acordo com o órgão, até o final da última quarta-feira (16), Ilhéus chega à marca de 62 mil ilheenses elegíveis (acima de 18 anos) vacinados, o correspondente a 62% dessa população, conforme os últimos dados de densidade demográfica de Ilhéus informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados em 2010.
A Sesau avalia que o avanço da vacina e das ações restritivas e de prevenção adotadas pelo município, refletiram no decréscimo gradativo de internações por ilheenses em leitos de UTI. A ocupação desse público nos dois últimos meses varia de 28% a 38%. Segundo a última informação repassada, do dia 15 de junho, dos 81 leitos de UTI existentes na cidade, 39,5% são ocupados por ilheenses, o que corresponde a 32 internações. Ao todo, 68 leitos de UTI estão ocupados. Trinta e seis pacientes internados são de outros municípios.
Já no dia 31 de maio, Ilhéus ocupava 23 leitos de UTI, 28,4% dos 81 existentes, mês em que a ocupação de leitos por ilheenses variou de 30% a 39%. Já em junho, o cenário mostrou uma redução, uma vez que a ocupação de leitos de UTI por pessoas de Ilhéus ficou, prevalentemente, entre 29,6% e 32% de ocupação.
“Ao ser mantido o ritmo da vacinação que temos desempenhado com êxito em Ilhéus, e com a perspectiva da chegada de novas doses, trabalhamos para que alcancemos o desejado do controle da pandemia na cidade, quando pelo menos 75% da população da cidade esteja vacinada. Reiteramos a importância de as pessoas serem vacinadas, bem como a continuidade da adoção das medidas de prevenção como uso de máscara, álcool gel, distanciamento social e não fazer aglomerações, o que prevenirá a proliferação das novas variantes mais letais da Covid-19 na cidade”, informou o secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela.
A Sesau destacou parceria do Município na fiscalização com órgãos como a Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, Sutram, fiscais de posturas e ambientais.
Taxa de transmissão da covid volta a subir no Brasil em uma semana
A taxa de transmissão (Rt) do coronavírus no Brasil subiu esta semana para 1,07. O índice é medido pelo Imperial College de Londres.
Isso significa que cada 100 pessoas com o vírus no país infectam outras 107. Na semana passada, o Rt do Brasil estava em 0,99. Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,28) ou menor (Rt de 1,02). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 128 ou 102, respectivamente.
A universidade britânica também projeta que o Brasil tenha 14.300 mortes devido à Covid-19 nesta semana. O cenário mais positivo prevê 12.400 óbitos e, o mais negativo, 16.500.
Fiocruz: produção e controle de qualidade do IFA levam 90 dias
Desde a chegada dos bancos de células e vírus na semana passada, cientistas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) deram início a uma maratona de cerca de três meses para produzir o primeiro lote nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19. Em ritmo de urgência, o trabalho requer alta precisão para evitar desperdício da matéria-prima, já que apenas 1 mililitro (ml) das células recebidas é o ponto de partida para a produção de 7 milhões de doses de vacinas.
Em entrevista à Agência Brasil, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, explicou cada passo dessa jornada, que considera revolucionária para enfrentar novos e antigos desafios da saúde pública. O "coração" do processo produtivo, explica Krieger, é a utilização do mesmo banco de células e da mesma semente de vírus que os desenvolvedores da vacina usaram, para garantir que se chegue aos mesmos resultados dos testes clínicos que confirmaram a eficácia e a segurança do imunizante.
"Em todo o processo de transferência de tecnologia, a parte mais importante, e que normalmente fica até para o final do processo, é o recebimento desse banco de células e banco de vírus, porque agora a gente tem as condições de iniciar todo o processo de produção a partir de células que já foram analisadas, classificadas, e com que a gente já tem garantias de que terá o produto esperado", diz Krieger. “Já temos aqui todo o coração da tecnologia, o que normalmente aconteceria em 10 anos”.
Os bancos de células e vírus que chegaram à Fiocruz na semana passada garantem a produção de IFA por mais de um ano, segundo o vice-presidente da fundação. O contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca prevê que outros carregamentos vão chegar para alimentar a produção por quatro anos. Essas novas remessas poderão trazer aprimoramentos da vacina que, futuramente, deverão surgir a partir de novos estudos ou mutações do vírus. Bio-Manguinhos também se tornará autossuficiente na produção desses bancos de células ao final desse período, o que vai permitir a produção da vacina contra covid-19 por cerca de 30 anos.
De 1 ml a mil litros
Antes de trabalhar com as células recebidas, os técnicos de Bio-Manguinhos passaram por um treinamento com células semelhantes para ganhar experiência no descongelamento do banco de células, que chegou dos Estados Unidos a uma temperatura de -150 graus Celsius. "Esse material é tão precioso que não podemos correr o risco de ser desperdiçado", explica Krieger, acrescentando que neste momento a fábrica de vacinas da Fiocruz já iniciou o trabalho com as células que produzirão o IFA.
Apesar de essas células poderem ser multiplicadas em laboratório, Krieger explica que elas são preciosas porque a produção de um lote de IFA deve sempre partir de 1 ml de células que sejam geneticamente próximas do banco inicial. Como as células acumulam modificações de geração em geração ao serem replicadas, esse controle garante que o resultado final se mantenha dentro do esperado.
Esse 1 ml inicial começa a ser cultivado em pequenos frascos, que são trocados por outros de maior capacidade conforme seu volume aumenta, até que chegue a um biorreator de mil litros. Nesse biorreator, também chamado de fermentador, as células são alimentadas com nutrientes e oxigênio para que se multipliquem ainda mais e aumentem a densidade desses mil litros. Esse processo do 1 ml aos mil litros é chamado de expansão celular e precisa ser cuidadosamente conduzido por cerca de 40 dias.
É nesse biorreator que as células começam a interagir com os adenovírus de chimpanzé não replicantes, que são usados na vacina. A partir dessa interação, o adenovírus é preparado para atuar como vetor viral, que leva as informações genéticas do SARS-CoV-2 para que nossas células repliquem a proteína S, usada pelo novo coronavírus na invasão celular.
O conteúdo do biorreator precisa passar por uma série de processos após essa interação, como a clarificação e a purificação, já que ocorre um rompimento das células e a produção de partículas que não são necessárias na vacina. Depois de 45 dias, aquele 1 ml que inicia a expansão celular se torna mil litros do concentrado viral, que é conhecido como IFA.
Controle de qualidade
Toda a caminhada para chegar até o IFA é apenas a metade do trajeto, já que o controle de qualidade a que ele é submetido exige mais 45 dias. Os testes realizados nesse momento precisam garantir, entre outros critérios, que não houve contaminação de outros micro-organismos. A verificação mais importante, porém, é a que garante que o adenovírus não é capaz de se replicar, o que é essencial para a segurança da vacina.
“Temos que provar que ali dentro não tem nenhum adenovírus competente para replicação, porque ele poderia ter uma recombinação com o genoma da célula e voltar a ser replicante. Pode acontecer, mas é muito raro”, diz Krieger. “Por isso que demora tanto tempo, porque temos que garantir que não tem nenhuma partícula viral, em bilhões de partículas, que seja replicante”.
Essa questão é tão importante que foi o principal motivo dos questionamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação à vacina Sputnik V, que também tem a plataforma tecnológica de vetor viral. Após nova análise, a Anvisa autorizou a importação da vacina russa com restrições.
Garantidas a não replicação do adenovírus e a pureza do IFA, o insumo está pronto para o processamento final, que é a formulação das doses e seu envase em frascos estéreis, que são lacrados e rotulados. Essa é a parte da produção que a Fiocruz já tem realizado com o IFA importado da China e, entre a fabricação e mais testes de qualidade, ela demora entre 20 dias e um mês.
Bio-Manguinhos estima que mil litros do concentrado viral produzem cerca de 7 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Como o instituto tem dois biorreatores, cada ciclo produz IFA para cerca de 15 milhões de doses.
Devido à urgência da pandemia, Bio-Manguinhos já vai trabalhar na capacidade máxima nos lotes de pré-validação e validação, nos quais a linha de produção é testada e certificada. “O padrão é fazer [os lotes de pré-validação e validação] com um terço do lote comercial, ou entre um terço e 50%. No nosso caso, pela urgência da vacina, pelo conhecimento que a gente já tem e o suporte que estamos recebendo dos nossos parceiros, vamos fazer no tamanho do lote comercial”, explica Krieger.
Butantan entrega 800 mil doses de vacinas contra a covid-19 ao PNI
O Instituto Butantan entregou nesta sexta-feira (11) ao Ministério da Saúde um lote de 800 mil doses da vacina contra covid-19 CoronaVac. Essa remessa é parte das 5 milhões de doses previstas para serem liberadas ao longo do mês de junho para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O novo lote está sendo produzido a partir dos 3 mil litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) recebidos no último dia 5 de maio. As doses entregues hoje contemplam o segundo contrato firmado com o governo federal para a entrega de 54 milhões de vacinas. O primeiro, de 46 milhões, foi cumprido em meados de maio.
Segundo informações do governo estadual, com as doses de hoje, o Butantan chega às 48 milhões de vacinas fornecidas ao Ministério da Saúde desde 17 de janeiro, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O governo estadual informou ainda que, até o final de junho, o Butantan receberá um novo lote de 6 mil litros de IFA para a produção de mais 10 milhões de doses.
"Até o final de setembro cumpriremos o nosso projeto, nosso programa de entrega de 100 milhões de doses para o Ministério da Saúde. Vamos seguindo na produção ao longo dos próximos dias e estaremos fazendo uma entrega adicional de mais 5 milhões começando pelas 800 mil que estão sendo embarcadas para o Ministério da Saúde", disse o governador de São Paulo, João Doria.
Mortes de pessoas mais jovens por covid superam as de idosos pela 1ª vez
Vacinação salva, e os números estão aí para provar: pela primeira vez desde o início da pandemia, e já como reflexo do avanço da imunização dos idosos, o Brasil registrou mais mortes entre crianças, jovens e adultos de covid-19 do que de pessoas a partir de 60 anos. Os dados são dos cartórios de registro civil do país, responsáveis pelas certidões de óbito.
Segundo o portal UOL, na semana epidemiológica de número 22, entre os dias 30 de maio e 5 de junho, 53,6% dos óbitos de covid-19 no país foram de vítimas até 59 anos de idade. Na semana anterior, essa média havia ficado em 49% (e era a maior até então).
Até essa terça, estavam registradas no portal da transparência da Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil) 7.499 mortes na semana 22 em decorrência do novo coronavírus. O número absoluto ainda pode crescer devido a inserções de dados com atraso, mas o percentual por faixa etária não deve ser alterado.
Para efeito de comparação, na última semana antes do início da vacinação no país, entre 10 e 16 de janeiro, 77,5% das mortes registradas foram de vítimas com 60 anos ou mais e apenas 22,5% entre jovens e adultos. Em 2020, a participação de mortes na faixa etária dos 60 anos ou mais foi de 76%.
Ainda de acordo com o UOL, a maior redução ocorreu na participação de mortes de idosos com 80 anos ou mais no país, que respondeu por 30% dos óbitos em 2020, mas na semana passada representaram 13,7% do total.
Segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI), quem tem 60 anos ou mais foi classificado como grupo prioritário, mas, como houve um chamado descendente por idade, ainda há pessoas na janela imunológica.
Todos os estados já chamaram pessoas com 60 anos ou mais para imunização de pelo menos uma dose. Inicialmente, a queda ocorria entre as maiores faixas etárias, em especial a partir de 85 anos, que "abriram" a vacinação com a CoronaVac – e que tem intervalo de 21 dias entre as doses. Já quem toma a vacina AstraZeneca tem um intervalo maior entre as duas doses: 90 dias.
“O que nós estamos observando é uma redução de hospitalização e mortalidade nos grupos que têm completado as doses. Isso é mais uma resposta para sociedade de que se vacinar é importante. É mais uma ferramenta para nos apoiar a sair desta pandemia”, disse Melissa Palmieri, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, ao UOL.