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Está programada para esta terça-feira (8) a chegada de 146.260 doses da vacina da Pfizer contra a covid-19. Este é o maior lote do imunizante desde o início da campanha de vacinação.

Ao total, até agora, o estado já recebeu 210.600 doses da Pfizer, além de 3.035.800 da Coronavac e 3.566.750 da AstraZeneca/Oxford.

Com este novo lote, a Bahia deve superar os 7 milhões de vacinas recebidas, quantidade suficiente para vacinar completamente 3,5 milhões de baianos -equivalente à cerca de 23% dos baianos.

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliará nesta sexta-feira, 4, em reunião extraordinária às 14 horas (de Brasília), os pedidos de importação das vacinas contra covid-19 Sputnik V e Covaxin. Em março, a agência rejeitou a solicitação do Ministério da Saúde para autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina indiana Covaxin (BBV152).

Na época, a direção da Anvisa informou que os dados apresentados não cumpriram os requisitos de lei para atestar a qualidade e eficácia da vacina indiana. O Ministério da Saúde tem contrato para compra do imunizante, produzido pela Bharat Biotech, da Índia.

Já o imunizante russo Sputnik V teve a importação negada em abril pela Anvisa por falta de dados básicos para análise do produto e em falhas identificadas pela área técnica da agência que podem comprometer eficácia, segurança e qualidade do imunizante.

Segundo a legislação, Estados, municípios e o Distrito Federal ficam autorizados a adquirir, a distribuir e a aplicar as vacinas contra a covid-19 registradas, autorizadas para uso emergencial ou autorizadas excepcionalmente para importação caso a União não realize as aquisições e a distribuição tempestiva de doses suficientes para a vacinação dos grupos previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.

Histórico da Sputnik V
A pressão sobre a Anvisa para uma autorização para importação excepcional da Sputnik se apoiou na lei 14.124/2021. A norma prevê que Estados e municípios podem importar e utilizar vacinas em caráter excepcional contanto que o imunizante tenha recebido aprovação dos órgãos regulatórios de um dos seguintes países/regiões: EUA, União Europeia, Japão, China, Reino Unido, Rússia, Índia, Coreia, Canadá, Austrália e Argentina.

Pela norma, a Anvisa tem 30 dias para se posicionar sobre a importação. Caso não o faça, a autorização é automática.

A partir de um pedido do governo do Maranhão para importação de doses, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, confirmou esse prazo de 30 dias, que venceria no final de abril. A Anvisa chegou a entrar com recurso dia 20 de abril, pedindo a suspensão do prazo sob a alegação de que faltam dados que atestem a segurança e eficácia do imunizante, mas Lewandovski negou o pedido.

Na avaliação do ministro, não cabia prorrogação, uma vez que a lei em questão foi desenhada justamente para acelerar os procedimentos de aprovação das vacinas no contexto da "gravíssima" pandemia.

A pressão sobre a Anvisa pela aprovação do imunizante foi intensa também por parte do Congresso. Em fevereiro, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que iria "enquadrar" a Anvisa, numa declaração que foi entendida por integrantes da agência como pressão política no órgão técnico.

No mesmo dia, o Congresso chegou a aprovar projeto de lei para que a agência autorizasse, em cinco dias, o uso emergencial de vacinas já aprovadas em outros países, como Rússia e Argentina. O trecho que estabelecia o prazo foi vetado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O lobby no Congresso teve como um dos líderes o ex-deputado federal Rogério Rosso, ex-líder do Centrão na Câmara que se tornou em 2019 diretor de negócios da farmacêutica União Química, parceira do governo russo na produção do imunizante no Brasil.

Apesar da pressão, a Sputnik vem despertando desconfiança e insegurança em outras agências regulatórias. Na segunda-feira, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, declarou que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda não recebeu dados suficientes dos estudos da vacina que permitam uma aprovação do produto no continente.

Histórico da Covaxin
O governo federal comprou 20 milhões de doses da Covaxin, por cerca de US$ 14 cada unidade. No total, o negócio é de R$ 1,6 bilhão, mas o pagamento só será feito após a Anvisa liberar o uso do produto, segundo a Saúde. Trata-se de valor superior ao de cada dose da vacina de Oxford/AstraZeneca, fabricada na Índia (US$ 5,25 por unidade), e os US$ 10 pagos pela Coronavac.

A expectativa do ministério era de que 8 milhões de unidades desembarcassem no País ainda em março. No mês seguinte, o mesmo volume.

Em maio, outras 4 milhões de doses. Na época, a Anvisa afirmou que os lotes já feitos desta vacina poderiam estar comprometidos, pois "não teriam a garantia de reprodutibilidade com os lotes clínicos e da segurança do produto".

Em fevereiro, o deputado Ricardo Barros também apresentou emenda à Medida Provisória 1.026/2021 para que a Anvisa liberasse imunizantes aprovados na Índia, ação que facilitava a entrada da Covaxin.

DOSES DA SPUTNIK NEGOCIADAS NO PAÍS

Ministério da Saúde - 10 milhões

Consórcio Nordeste - 37 milhões

Consórcio Brasil Central (GO, MS, MT, DF, TO, MA E RO) - 28 milhões

Niterói (RJ) - 800 mil

Maricá (RJ) - 500 mil

TOTAL: 76,3 milhões

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O Hospital da Bahia, localizado no bairro da Pituba, em Salvador, foi vendido para a rede Dasa por R$ 850 milhões. A conclusão da operação está sujeita ao cumprimento de algumas condições precedentes, dentre as quais a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O anuncio aconteceu nesta quarta-feira, 2.

O Hospital de Bahia tem uma receita anual de RS 300 milhões e cerca de 300 leitos operacionais. A negociação envolveu também a quitação da dívida do Hospital da Bahia com a Petros. As informações são do portal Bahia Econômica.

A rede Dasa é a maior empresa de Medicina Diagnóstica da América Latina e a quarta maior do mundo, oferecendo mais de 3 mil tipos de exames laboratoriais e diagnósticos por imagem além de deter atualmente mais de 20 marcas distintas, presentes em 12 Estados brasileiros e Distrito Federal.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, a diretoria do hospital comunicou ao corpo médico e assistencial bem como a todos os seus demais colaboradores e parceiros a integração do Hospital da Bahia com a Dasa.

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A Bahia recebeu uma nova remessa de vacinas contra a covid-19 nesta quarta-feira (2). São 366.000 doses de imunizantes da Astrazeneca/Oxford. O voo comercial trazendo a carga pousou no aeroporto de Salvador por volta das 9h30. Todas as doses serão usadas para primeira aplicação, que está parada em várias cidades, como Salvador. Está prevista ainda a chega de 37.440 doses de vacinas da Pfizer na tarde da quinta-feira (03).

As vacinas que já chegaram começarão a ser enviadas aos municípios baianos em aeronaves do Grupamento Aéreo da Polícia Militar e da Casa Militar do Governador, após conferência da equipe da Coordenação de Imunização do Estado. Só receberão cidades que já tenham aplicado 85% ou mais das doses anteriores, segundo decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

Com a carga desta quarta-feira, a Bahia chega ao total de 6.775.710 doses de vacinas recebidas, sendo 3.035.800 da Coronavac, 3.566.750 da AstraZeneca/Oxford e 173.160 da Pfizer.

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O Brasil vai receber 2,4 milhões de doses da vacina da Pfizer entre terça-feira (1º) e quinta (3). São três dias de entrega, sendo 936 mil doses nos dias 1 e 2 de junho, e a entrega de 527 mil doses no dia 3.

Os lotes vão desembarcar no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A chegada dessas doses faz parte do acordo firmado no dia 19 de março, que contempla a disponibilização de 100 milhões de vacinas ao país até o final do terceiro trimestre de 2021. Somadas aos lotes anteriores, mais de 5,8 milhões de doses terão sido entregues.

No dia 14 de maio, a Pfizer e BioNTech anunciaram um novo acordo com o Ministério da Saúde do Brasil contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses adicionais da vacina ComiRNAty. O fornecimento se dará no quarto trimestre de 2021. Ao longo de 2021, as companhias irão fornecer um total de 200 milhões de doses de vacina ao Brasil para apoiar o combate à pandemia. A previsão é que a Pfizer e a BioNTech entreguem mais de 2,5 bilhões de doses em todo o mundo até o final de 2021. A vacina ComiRNAty, que é baseada na tecnologia de mRNA, recebeu aprovação regulatória da ANVISA no dia 23 de fevereiro.

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A Bahia registrou 4.060 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), nesta sexta-feira (28). Segundo boletim, mais 115 mortes causadas pela doença foram contabilizadas.

A Sesab ressalta que as mortes aconteceram em datas diversas, mas foram registradas no boletim desta sexta. Com os novos dados, a Bahia tem 20.971 óbitos pela doença, o que representa letalidade de 2,09%.

Na tarde desta sexta, a Bahia já tinha alcançado a marca 1 milhão de casos confirmados da doença. Ao todo, o estado tem 1.003.523 casos do novo coronavírus registrados desde o início da pandemia.

Dentre os óbitos, 55,74% ocorreram no sexo masculino e 44,26% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,82% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,07%, preta com 15,42%, amarela com 0,43%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,13% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 62,70%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,45%).

O boletim informa também a situação da vacinação na Bahia. No estado, 3.310.961 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, dos quais 1.507.374 receberam também a segunda dose, até as 16h desta sexta.

Os dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta sexta.

O boletim completo está disponível no site da Sesab e em uma plataforma online.

Leitos Covid-19
De acordo com boletim desta sexta, a Bahia tem 3.453 leitos ativos para tratamento da Covid-19. Desse total, 2.677 estão com pacientes, o que representa taxa de ocupação geral de 78%.

Desses leitos, 1.598 são de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com taxa de ocupação de 84% (1.339 leitos ocupados).

Já nas UTIs pediátricas, 26 das 36 estão com pessoas internadas, o que representa uma taxa de ocupação de 72%. O leitos clínicos para adulto estão com ocupação de 72%, e os leitos infantis, estão com lotação de 66%.

Em Salvador, dos 1.557 leitos ativos, 1.194 estão ocupados (77% de ocupação geral). A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 81%, e o pediátrico, está em 74%.

Ainda na capital baiana, os leitos de enfermaria registram ocupação de 73% para adultos, 65% para os leitos pediátricos.

Ainda segundo a Sesab, até as 12h desta sexta, 182 solicitações de internação em UTI adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 70 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema.

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A prefeitura de Juiz de Fora informou ter sido notificada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais de que o sequenciamento genético de um paciente internado na Santa Casa de Misericórdia do município teve resultado positivo para a variante indiana do novo coronavírus.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde diz que o paciente está sendo acompanhado e monitorado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica desde a sua chegada ao município, na Zona da Mata mineira.

“Tão logo os primeiros sintomas foram apresentados, foi realizado o teste pela Fundação Ezequiel Dias para detecção da presença do vírus e recolhimento do material biológico para exame de sequenciamento genético”, informa a secretaria.

Segundo a prefeitura, todas as medidas e protocolos de segurança sanitária foram adotados. O paciente foi isolado e encontra-se nas instalações do hospital.

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A Bahia tem 3 milhões 254 mil 002 imunizados com a primeira dose da vacina contra covid-19, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), divulgados nesta quinta (27).

De acordo com o órgão, até o momento foram distribuídas 3.466.566 primeiras doses para os municípios. Com os números atuais, o percentual de aplicação em relação às primeiras doses disponibilizadas é de 93.9%.

Ainda segundo a Sesab, 1.500.134 pessoas já receberam a segunda dose. Foram distribuídas 1.717.020 segundas doses, com isso, o percentual de aplicação em relação às segundas doses disponibilizadas é de 87.4%.

Números da covid na Bahia

A Bahia registrou 130 mortes e 4.099 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quinta (27). No mesmo período, 3.809 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%). O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 20.856.

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A variante indiana, nova cepa da covid-19 que cientistas suspeitam ser mais letal e mais transmissível, pode já ter chegado à Bahia. O caso de uma paciente, moradora de Alagoinhas, no nordeste do estado, está sob investigação. Maria do Livramento, 56 anos, faleceu na terça-feira (25) em decorrência de complicações da covid. Como ela veio do Maranhão já com sintomas da doença, no último dia 12, a Vigilância em Saúde do município (Visau) apura se ela morreu pelo vírus mais comum ou pela nova cepa da Índia.

O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro onde a variante foi encontrada, na tripulação de um navio advindo do país asiático. A confirmação de que era a cepa indiana foi feita na última sexta-feira (21). Até a quarta (26), segundo o Ministério da Saúde (MS), existem seis casos confirmados no estado maranhense, e um em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Outros três casos suspeitos são monitorados, em Minas Gerais e no Pará, e aguardam a conclusão de sequenciamento genético. Os casos no Distrito Federal e Ceará foram descartados para a nova variante. Ela também já está presente em mais de 53 países.

Maria ficou internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Alagoinhas, e, depois, foi para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Salvador. A Secretaria de Saúde de Alagoinhas faz o monitoramento com as pessoas da família e com as quais ela teve contato.

O filho mais novo testou positivo e está com sintomas leves, como coriza e falta de paladar. Já a filha testou negativo e o irmão mais velho ainda aguarda resultado. Segundo a família, Maria passou três meses em solo maranhense para visitar os irmãos.

A diretora da Visau de Alagoinhas, Telma Pio, diz que o caso, apesar de não ter sido confirmado que é a variante indiana, preocupa.

“A gente fica em alerta porque ela veio do Maranhão, onde está circulando uma variante nova. Por isso que entramos em ação rapidamente. A equipe da UPA já sabia que ela viria e fez toda a alocação para que ela não tivesse contato com os demais. Vamos manter a família em isolamento e continuar testando, para continuar a investigação”, afirma.

Um outro caso suspeito em Alagoinhas, de um homem, foi descartado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A secretaria de saúde municipal ainda não notificou a Sesab, mas informou a situação para o Núcleo Regional de Saúde da região.

Bahia tem 21 variantes da covid-19
A Bahia tem, ao todo, 21 variantes da covid-19 em circulação, presentes em 89 dos 417 municípios, segundo o último boletim técnico do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen), divulgado em 11 de maio. De setembro de 2020 a 16 de abril de 2021, a equipe do Lacen sequenciou 225 genomas do Sars-CoV-2.

Das 21 variantes, apenas quatro são classificadas como "de preocupação", por serem mais graves e transmitirem o vírus mais rápido: a de Manaus (P1), a do Rio de Janeiro (P2), a do Reino Unido (B.1.1.7) e uma mutação da variante de Manaus (N9). Das 49 amostras sequenciadas em abril, quase metade delas eram da variante de Manaus (49,1%). A da Inglaterra ficou em segundo lugar (8,2%) e a do Rio de Janeiro em terceiro (2%).

Dentre essas 49 amostras de abril, que foram coletadas a partir de pessoas que testaram positivo para covid-19, 33 evoluíram a óbito, sendo 60,6% da variante P1, o que indica um alto grau de letalidade.

Monitoramento
O monitoramento dos casos suspeitos de novas variantes é feito através de uma rede chamada Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs). Em cada capital e estado do Brasil existe um representante, que é notificado e coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Cristiane Cardozo é quem coordena o Cievs de Salvador. Segundo ela, existem na capital baiana três das quatro variantes que mais preocupam – a de Manaus, em maior predominância, Rio de Janeiro e Reino Unido.

“A gente já vem acompanhando, desde o início, as quatro variantes que entraram no Brasil, que são as mais graves. Em Salvador, temos feito esse monitoramento através dos exames laboratoriais e, quando a gente recebe alguma informação, como foi o caso do passageiro da Índia, tem uma parceira muito próxima com a Anvisa, que já alerta Cievs sobre a situação”, explica Cristiane.

Esse rastreamento acontece em etapas. “Fazemos a coleta para realizar o teste e buscamos entender o trajeto que ele fez, para verificar outras pessoas que tiveram contato com ele. A ideia é fazer a testagem desses contactantes para aumentar o espectro de identificação da variante”, esclarece a coordenadora.

Como a responsável pelo controle nos portos e aeroportos é a Anvisa, é ela que toma o primeiro passo, a partir do preenchimento de questionários na imigração, por exemplo. Ao desembarcar, o passageiro é imediatamente orientado a ficar em isolamento, se vier de zona de risco, e é acompanhado por equipes de vigilância locais.

Não há um protocolo específico para os passageiros que chegam das localidades onde já foi identificada a variante indiana. Eles tampouco são impedidos de circular ou vir para o território baiano.

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) disse somente que determinou às empresas a adoção de medidas de prevenção à disseminação do coronavírus, como disponibilizar álcool em gel e aferir a temperatura dos passageiros. O Aeroporto disse que não faz monitoramento, pois é competência da Anvisa.

Como se forma uma variante?
O pesquisador da Fiocruz Ricardo Khouri, especialista em patologia humana e microbiologia, explica que variantes são comuns e existem centenas delas. As quatro cepas de preocupação podem ser 30 a 50% mais transmissíveis que o vírus normal da covid.

“Pelo processo de replicação do vírus, ele acaba cometendo muitos erros. Nos mamíferos, nosso sistema de replicação passa por uma checagem e tem correções frequentes. Mas o vírus, por ser uma entidade mais primitiva, as enzinas responsáveis pela replicação de ser material genético cometem esses defeitos, o que gera uma diversidade genética muito grande”, detalha Khouri.
A cada vez que o vírus é transmitido, ele se replica, por isso que, quanto maior a taxa de transmissão, maiores as possibilidades de geração de variante. Ainda mais em um contexto de baixo índice de vacinação. “Se tiver uma transmissão descontrolada, como ocorreu em Manaus, favorece que o vírus tenha uma diversidade maior, e, quando ele se insere em um contexto de pessoas infectadas, que já tem os anticorpos, e pessoas em processo de vacinação, a chance de ter variantes mais adaptadas e mais virulentas é maior”, alerta o pesquisador.

Por isso que, além da vacina, é preciso manter as medidas restritivas. “O segredo é controlar ou reduzir essa cadeia de transmissão. Além de tomar todas as medidas farmacológicas, é preciso ter o uso de máscara, de lockdown, de distanciamento social e tentar vacinar o maior número de pessoas no menor tempo possível”, completa Khouri.

Procurada, Anvisa não respondeu até o fechamento da matéria.

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O primeiro recém-nascido baiano com anticorpos contra a covid-19 nasceu na última sexta-feira (21), em Salvador, após a mãe ser imunizada com as duas doses da vacina. A mãe, que é médica obstetra, recebeu a primeira dose da vacina Oxford AstraZeneca em 4 de fevereiro e a segunda dose em 5 de maio, dezesseis dias antes do parto.

A diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, explica que o teste foi realizado com amostras de sangue da mãe e da criança, coletadas e processadas dois dias após o nascimento pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA).

“Embora não haja protocolos definidos pelo Ministério da Saúde para avaliação de recém-nascidos, consideramos que este é um importante passo no monitoramento dos casos e para novas discussões sobre vacinação de gestantes”, avalia a diretora.

A presença de anticorpos na mãe, Patrícia Marques, e no recém-nascido, Mateus, foi confirmada por teste de sorologia no Lacen-BA, que implantou a metodologia para a quantificação de anticorpos para a Covid-19 recentemente. O recém-nascido será acompanhado e passará por exames regulares para avaliar a duração da presença de anticorpos.

Mesmo após a imunização, Patrícia Marques ressalta: “teremos que manter o acompanhamento e a proteção, ainda sem deixar o uso de máscara, o distanciamento, pois é o que vai manter o controle dessa pandemia”, pontua a médica e mãe do Mateus. “Este é mais um exemplo da eficácia da vacina, que conseguiu transferir a memória imunológica de longo prazo (IgG) da mãe para o bebê”, afirma o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.

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