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Uma semana após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar a vacinação para crianças de 3 a 5 anos contra a infecção covid-19, apenas Salvador e Camaçari começaram a vacinação desse público. As demais 415 cidades - o que equivale a 99,5% do total de 417 municípios baianos - não possuem doses suficientes para imunizar os pequenos.

Os municípios também aguardam que o Ministério da Saúde (MS) emita nota com orientações para a imunização desse público. As prefeituras estão esperando o documento para elaborarem, junto com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), o planejamento para o serviço.

Por meio de nota, a Sesab informou que a última vez que recebeu doses de CoronaVac do MS foi em 24 de fevereiro deste ano, quando uma remessa de 770.800 doses chegou ao estado. As vacinas enviadas em fevereiro foram distribuídas aos municípios e utilizadas no público-alvo acima de 5 anos.

Segundo a pasta, a Bahia tem armazenadas 80 mil doses, o que é insuficiente para atender o público-alvo de 3 e 4 anos, estimado em 410.459 pessoas no estado. "Destacamos que o Ministério da Saúde ainda não emitiu Nota Técnica sobre o imunobiológico: o intervalo entre as doses permanece 28 dias? A dose é a mesma utilizada nas outras faixas etárias? A recomendação para a imunização de imunossupressos maiores de 5 anos é que seja utilizado o imunobiológico da Pfizer. As crianças de 3 e 4 anos devem utilizar a CoronaVac ou aguardar alguma recomendação especial? O estoque disponível deve ser utilizado inteiramente como primeira dose, sendo assegurada a segunda dose em tempo hábil pelo Ministério da Saúde ou deve-se reter 50% para assegurar as duas doses?", enumerou a Sesab.

A secretaria acrescentou que "não há informações sobre novas remessas" e que "a Central Estadual tem 81.390 doses armazenadas e aproximadamente 50 mil nas Centrais Regionais". O levantamento por município, ainda está sendo realizado.

Etapas do processo

A Anvisa autorizou a CoronaVac em crianças a partir de 3 anos no dia 13 de julho. O imunizante é produzido no Brasil pelo Instituto Butantan. Esse público receberá a mesma dose que é aplicada na faixa de 5 a 17 anos e nos adultos. O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, explicou que após a liberação, existem 2 etapas:

“O Ministério da Saúde precisa emitir a nota informando quais as orientações para a aplicação das doses, quando as novas remessas serão enviadas e qual será a quantidade. Com base nas informações os municípios definem estratégias”.

Ele disse que a Sesab está fazendo o levantamento de quantas doses da CoronaVac existem no estoque. Enquanto isso, os moradores do interior aguardam para imunizar as crianças mais novas.

Em Cachoeira, no recôncavo, a agricultora Janete Oliveira, 55 anos, tem dois netos em idade de receber o imunizante e afirma que está bastante ansiosa. “Todo mundo na minha casa já tomou a vacina, faltam apenas meus netos. A gente fica com medo, porque perdemos dois amigos para a covid”, disse.

Moradores de cidades mais populosas, como Lauro de Freitas e Feira de Santana, também estão apreensivos. As duas cidades informaram que estão aguardando o parecer do Ministério da Saúde.

A coordenadora de Imunização de Vitória da Conquista, Patrícia Fernandes, contou que são cerca de 11 mil crianças nessa faixa na cidade. “Temos doses da CoronaVac em estoque, mas não o suficiente para atender todo esse público, porque as doses estão sendo usadas para imunizar também o público comum, junto com a Pfizer. Estamos aguardando essa nota técnica para levantar as doses necessárias”, explicou.

A Secretaria de Saúde de Juazeiro informou, em nota, que aguarda a autorização e posicionamento do Núcleo Regional de Saúde Norte. E Itabuna disse que espera pela reunião da Comissão Intergestora Bipartite (CIB) para definir os critérios, cronograma e repasses de doses.

Nota Técnica

Às 21h desta terça-feira (19), o Ministério da Saúde divulgou a Nota Técnica sobre a imunização das crianças de 3 a 5 anos. Segundo a recomendação, o processo deve começar pelas crianças dessa faixa-etária imunocomprometidas e depois, as crianças com 4 anos, seguidas daquelas de 3.

O intervalo entre a 1ª e a 2ª doses da CoronaVac deve ser de 28 dias. A pasta recomenda que, para o público a partir dos 5 anos, seja aplicada a vacina da Pfizer, já aprovada para a faixa de 5 a 11 anos.

A nota do MS, no entanto, não estabelece prazo para envio de novas doses e diz que a pasta está em "tratativas com o Instituto Butantan".

Salvador e Camaçari

Antes de liberar a tão esperada Nota Técnica na noite de ontem, o Ministério da Saúde havia divulgado para a imprensa que recomendava aos municípios e estados a utilização “dos estoques [de CoronaVac] existentes nos estados e municípios. No entanto, o Ministério da Saúde segue em tratativas para aquisição de novas doses. A decisão será formalizada em nota técnica aos estados, bem como o cronograma de entrega de doses adicionais”, diz o informe.

A prefeitura de Camaçari, na Região Metropolitana, começou a vacinar as crianças de 3 a 5 anos nesta terça-feira mesmo. No dia anterior, Salvador tinha dado início a essa imunização e aplicou 659 doses. A capital tem 94 mil soteropolitanos na faixa de 3 a 5 anos e distribuiu a vacina em 37 postos, que funcionam das 8h às 16h. Até esta terça, 1.764 crianças tinham sido imunizadas.

O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, explicou que os municípios têm autoridade para agir, mas que o recomendável seria esperar a nota do Ministério da Saúde e a reunião na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para planejar de forma conjunta as estratégias.

“As prefeituras têm autonomia para decidir e a gente espera que elas tenham em estoque a quantidade necessária para as duas doses, a segunda tem que ser aplicada 28 dias após a primeira, mas o melhor é sempre fazer em conjunto, como estava sendo feito desde o início [da vacinação] para que nenhuma criança fique sem uma das doses”, disse.

Em nota, a Secretaria da Saúde de Salvador informou que decidiu começar a vacinação após a publicação de nota encaminhada para a imprensa pelo Ministério da Saúde com a recomendação da abertura da estratégia usando os estoques existentes nos estados e municípios. Disse também que tem estoque, mas que aguarda envio de novas remessas.

“A SMS ressalta que a decisão do começo imediato da vacinação foi após a aprovação pela Anvisa, seguindo o propósito de salvar vidas e assegurar a proteção dessa população contra o agravamento viral, evitando assim, hospitalizações. Vale destacar ainda que a pasta municipal realiza a reserva técnica da dose complementar (2ª dose) para o público infantil que iniciou o esquema vacinal”, disse o órgão.

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Seguem até o dia 24 de julho as inscrições de interessados no ingresso a cursos técnicos de nível médio, ofertados na forma de articulação subsequente ao ensino médio na Bahia. Podem participar do sorteio eletrônico os candidatos que concluíram o ensino médio e suas modalidades em estabelecimentos de ensino da rede pública de educação no âmbito federal, estadual ou municipal e que tenham cursado o ensino médio em instituição filantrópica ou em instituição privada na condição de bolsista integral.

Em Camaçari, há 105 vagas ofertadas para o Centro Territorial de Educação Profissional da Região Metropolitana (Cetep-RM) nos cursos de Química, Eletrotécnica e Eletromecânica. As inscrições devem ser realizadas exclusivamente por meio de formulário eletrônico, disponível no portal [acesse aqui].

No total, são 7.770 vagas distribuídas em 97 unidades de ensino de 78 municípios. As vagas são para 32 cursos, e dentre as opções estão Administração; Análises Clínicas; Logística; Edificações; Agropecuária; Gastronomia; Teatro; Zootecnia; Química; Informática; Nutrição; Produção de Áudio e Vídeo; Saúde Bucal; Recursos Humanos; Rede de Computadores; Serviços Jurídicos; Manutenção e Suporte em Informática; e Segurança do Trabalho. Confira aqui o edital e a relação completa dos cursos.

Os estudantes inscritos participarão de um sorteio eletrônico no dia 26 de julho, com o resultado divulgado na mesma data. Os selecionados deverão efetivar a matrícula nos dias 28 e 29. Nesse período, o aluno deverá comparecer na unidade escolar para a qual foi contemplado e apresentar os seguintes documentos: originais e cópias da Carteira de Identidade; CPF; histórico escolar; e comprovante de residência atualizado.

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Viver no Brasil de 2022 é ter a sensação de que o nosso dinheiro vale menos a cada vez que compramos comida. Um levantamento feito pela reportagem comparou preços de produtos de alimentação de 2018 e 2022, através dos folhetos de supermercado e aplicativo de compras, e mostrou que houve queda de no mínimo dois terços no poder de compra do consumidor em Salvador e na Região Metropolitana. Hoje, com R$ 100, é possível comprar cinco itens: 1 kg de carne do sol, manteiga, 1 kg de feijão, 1 kg de arroz branco e 1 pacote de biscoito cream cracker. E ainda sair devendo R$ 0,45.

Já em 2018, os mesmos R$100 custeavam até 15 itens. Os produtos comprados hoje em mais 1 kg de peito de frango, 30 ovos, garrafa de óleo de soja, pacote de café, pacote de leite em pó, extrato de tomate, refrigerante de 2 litros, pacote de macarrão, 1 kg de salsicha e um 1 de farinha de mandioca, com direito a troco de até R$ 0,78.

Os valores médios da cesta básica não ficam para trás. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em junho de 2018, o preço da cesta básica era, em média, R$ 321,62 em Salvador. Em comparação, no mesmo mês desse ano, o conjunto de alimentos chegou a R$ 580,82, aumento de 80,5% no bolso dos baianos.

A professora Graça Ferreira, 46, acredita que a quantidade de itens de alimentação que compra todo mês caiu 70%. Para conseguir fechar as contas mensais, ela teve de cortar carne vermelha, lanches da tarde e sobremesas. Além disso, Graça diz que precisou trocar de marcas, priorizando as mais acessíveis. Mesmo assim, o saldo ainda sai alto e ela costuma pagar R$ 800 em itens de alimentação para três pessoas.

“Meu filho foi na padaria comprar pão e leite. Ele trouxe o leite e quando fui lavar a caixinha, olhei o preço e falei ‘não acredito, acho que molhou a etiqueta, vou esperar secar’, Quando secou, tomei um susto: o leite estava R$ 8. Na padaria é mais caro, mas lembro que há um tempo, era por volta de R$ 5. Subiu muito”.

A diretora de escola Taiane Reis, 38, também teve que fazer cortes, tanto na quantidade de produtos, quanto nos gastos de lazer para fechar a conta. Viagens, mimos e saídas em família para o almoço de domingo perderam frequência quando comparados à rotina de anos atrás. “Diversão é algo que a gente tirou, o aumento dos preços impacta a questão da forma de viver, na qualidade de vida”, diz.

Apesar dos cortes, o valor aumentou. “Eu comprava [em 2018] o dobro do que compro hoje e com a metade do valor. Antes, gastava por volta de R$ 1 mil na feira para quatro pessoas com produtos de excelente qualidade. Hoje gasto R$ 2 mil com menos produtos, que tem qualidade inferior. Antigamente com R$ 100 conseguia comprar 1kg de carne, feijão, arroz, açúcar, café… daria para fazer a cesta básica. Hoje consigo comprar 1kg de feijão, arroz, carne e, talvez, um frango”, reclama.

Motivos da carestia
Consultor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze explica que a queda no poder de compra dos consumidores é resultado de um conjunto de fatores que envolve a pandemia e conflitos internacionais. Ele justifica que, como houve quebra de cadeias produtivas durante a pandemia, a produção e exportação de produtos foram minados. No entanto, a demanda por alimentos e outros produtos continuou, o que resultou em supervalorização dos preços pela lei de oferta e demanda do mercado.

A agravar a situação, neste ano, a guerra na Ucrânia fez disparar os preços de algumas commodities [produtos de origem agropecuária ou mineral, em estado bruto, a exemplo do trigo, petróleo, soja e milho].

“Está havendo uma melhora, que deve vir no segundo semestre deste ano e de forma significativa no ano que vem. Por conta do risco de recessão global, o mundo todo vai parar para trazer a inflação para baixo. Isso faz com que reduza os preços das commodities milho, soja, trigo, petróleo e minério de ferro. De fato, eles estão caindo e isso deve chegar para o consumidor nos próximos seis meses a um ano”, estima.

Estratégias para economizar
Embora exista estimativa positiva para a queda dos preços, por ser a longo prazo, é bom ter estratégias para conseguir comprar a maior quantidade possível de produtos pelo menor preço. Dietze lembra que supermercados têm dias de promoção de carne e peixe. A orientação é estar atento aos dias de promoção no supermercado que frequenta, mas também ampliar a busca por outros supermercados.

A internet é outro refúgio. “Quando se compra três litros de sabão líquido no supermercado paga-se mais de R$ 40 reais, na internet compra-se sete litros e com preço médio mais barato”, recomenda.

O educador financeiro Raphael Carneiro salienta que é preciso ser criterioso e analisar os preços em vários supermercados ou ver formas de substituir o produto por outro mais acessível e de qualidade. Para ele, aplicativo de compra coletiva e clubes de desconto são outras brechas capazes de “driblar” os altos preços.

Um aplicativo que se encaixa na sugestão de Raphael é o “Preço da Hora”, que reúne dados das notas fiscais de supermercados do estado para apresentar os melhores valores ao consumidor. Para utilizar, basta baixar o programa por algum dispositivo móvel. É possível buscar os melhores preços de combustível, produtos de supermercado - como alimentação, higiene pessoal e casa - além de medicamentos.

Para encontrar os melhores preços em determinada região, basta ir na opção “filtros” e determinar o raio de busca e faixa de preço. Depois, só é preciso ir em “produto ou código de barras” e escrever qual combustível, produto de supermercado ou medicamento procura. Após escolha da mercadoria, o aplicativo permite traçar rota até o local de venda para comprar o material mais econômico da região.

Variação do IPCA em % em Salvador e RMS:

Índice Geral
Dezembro de 2018 (acumulado em 12 meses) 4,04
Dezembro de 2019 (acumulado em 12 meses) 3,93
Dezembro de 2020 (acumulado em 12 meses) 4,31
Dezembro de 2021 (acumulado em 12 meses) 10,78
Junho de 2022 (acumulado em 6 meses) 6,60

Alimentação e Bebidas
Dezembro de 2018 (acumulado em 12 meses) 4,82
Dezembro de 2019 (acumulado em 12 meses) 4,96
Dezembro de 2020 (acumulado em 12 meses) 14,04
Dezembro de 2021 (acumulado em 12 meses) 10,11
Junho de 2022 (acumulado em 6 meses) 8,39

Fonte: IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Comparativo de preços no Supermercado:

Julho de 2018 em R$:
1 kg de carne do sol: 24,98
1 kg de file de peito: 8,99
1 manteiga 500g: 9,98
1 kg de feijão: 2,79
1 placa 30 ovos: 8,99
1kg arroz parborizado: 2,29
1 extrato de tomate 130g: 0,98
1 óleo de soja 900ml: 2,99
1 café 250g: 4,89
1 Leite em pó 800g: 17,89
1 biscoito cream cracker 400g: 2,19
1 refrigerante de 2L: 2,79
1 pacote de macarrão 500g: 1,29
1 kg de salsicha: 4,99
1kg de farinha mandioca: 3,19

Julho de 2022 em R$:
1 kg de carne do sol: 54,99
1 kg de file de peito: 26,99
1 manteiga 500g: 24,99
1 kg de feijão: 9,69
1 biscoito cream cracker 400g: 5,89
1kg arroz: 4,89
1 placa 30 ovos: 17,99
1 oleo de soja 900ml:11,99
1 café 250g: 9,49
1 Leite em pó 800g: 30,99
1 refrigerante de 2L: 6,69
1 pacote de macarrão 500g: 5,49
1 kg de salsicha: 19,99
1kg de farinha mandioca: 6,29

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Fundada há 22 anos, a Mondial foi a primeira empresa do Grupo MK, que hoje conta ainda com a Aiwa - de volta ao Brasil - e a X-Zone, focada nos gamers. A principal unidade da marca de eletroportáteis fica no município de Conceição do Jacuípe, a cerca de 100km de Salvador, e emprega mais de 3 mil pessoas. E vai aumentar.

Em entrevista exclusiva ao CORREIO, durante a Eletrolar Show, em São Paulo, o sócio-fundador da Mondial, Giovanni Marins Cardoso revelou que a empresa vai inaugurar uma nova fábrica, somente para airfryers, e até setembro, abrir mais de 600 novos postos de trabalho. Cardoso também comentou o momento econômico do país e o crescimento da Mondial mesmo nesse quadro de dificuldade e como se deu a parceria com a ex-BBB e cantora Juliette. Confira:

CORREIO: O setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos teve resultados ruins no início desse ano (retração de 24% de janeiro a maio). Como foram esses cinco meses de 2022 para a Mondial?


Giovanni Marins Cardoso: Com a pandemia, as pessoas passaram a usar mais eletroportáteis em casa. Então, usaram mais airfryers, mais liquidificadores, porque tinham que fazer comida em casa. Daí como também não tinham cabeleireiro, precisaram comprar secador de cabelo, escova, para fazer em casa. Tinham que limpar a casa, não tinham funcionário, tiveram que comprar produtos. Então, com isso, os eletroportáteis ganharam uma relevância muito grande na casa das pessoas. O mercado dos eletroportáteis, de janeiro a maio desse ano, cresceu 7% em quantidade e 14% em valor, e a Mondial cresceu 20%.

C: O mercado de ar-condicionado caiu dos últimos 12 meses, e uma das justificativas é que não fez tanto calor devido ao fenômeno La Niña. Vocês também sentiram isso?

GMC: Claro. Todo Verão La Niña é mais chuvoso e frio. Em São Paulo, em dezembro estava dando 18°, 17°. Nos grandes mercados, que são Rio e São Paulo, caiu muito. Foram 17% de queda na parte de ventilação de um ano para o outro, a maior queda que eu vi nos últimos 20 anos. A projeção para o próximo ano é que o La Niña está enfraquecendo, estamos chegando em agosto, perto do equilíbrio. Não vai ser nem La Niña e nem El Niño, possivelmente será um Verão padrão normal, o que é bom. Só não sendo nenhum dos dois, o mercado no 2° semestre deve crescer acima de 4 milhões de peças de ventiladores a mais só no sell-out [vendas para o consumidor final]. Então, estamos otimistas para a sequência.

C: Vocês tiveram problemas de falta de componentes na pandemia?

GMC: A Mondial é uma empresa que trabalha muito forte com parcerias, temos com nossos funcionários, com nossos clientes e temos parcerias com nossos fornecedores internacionais. São parceiros a longo prazo e não me faltou nenhuma peça. Por isso, crescemos muito no período.

C: Como a situação econômica do país, com alta de inflação e taxa de juros, está se refletindo para vocês?

GMC: A Mondial não é classe A, B, C ou D. A Mondial é classe G, de gente. Então, a gente tem liquidificador de R$ 129,90 e de R$ 300, todo nível de preço. Quando o dinheiro está mais curto, eu passo a vender mais os de R$ 149, R$ 159, e menos os grandões de R$ 299. A gente adapta a nossa linha de produto em função da situação econômica. Mas é claro que eu prefiro trabalhar com juros mais baixos. É custo menor para todo mundo, para o meu o vendedor e para mim também.

C: Independentemente de quem seja eleito em outubro, em termos de Brasil e Bahia, qual a expectativa da Mondial para o próximo ciclo de governos?

GMC: Nós não olhamos a mínima para isso. Temos muitos desafios internos. Onde eu não sou piloto, eu não consigo alterar a direção do rumo. Então, vamos fazer o nosso melhor todo dia, independentemente do governo que seja. Vamos crescer, evoluir, contratar gente.

C: Por falar em crescimento, alguma perspectiva de ampliação e contratações para a unidade de Conceição do Jacuípe?

GMC: Para o Grupo MK, que são as empresas de Manaus e da Bahia, vamos contratar 1.000 funcionários até dezembro. Na unidade da Bahia, 630 funcionários novos serão contratados, a maioria agora entre julho e setembro.

Unidade da Mondial no município de Conceição do Jacuípe (Foto: Divulgação)
C: Isso tem a ver com a volta da Aiwa ao país, pelo Grupo MK?

GMC: Não, a Aiwa são 370 pessoas, em Manaus. As 670 são Mondial. Nós vamos fazer uma terceira fábrica, de airfryers, na Bahia. Uma fábrica separada. Ela estava dentro do contexto total da unidade e vamos separar as airfryers, dar mais foco. A Mondial hoje é a maior fábrica de airfryers do mundo fora da China. Somos a maior fábrica do mundo de eletroportáteis fora da China, como um todo. A fábrica da Bahia é importante, a gente emprega mais de 50% da população ativa de Conceição do Jacuípe.

C: Recentemente, vocês trouxeram Juliette para ser uma parceira de vocês, na parte de cuidados pessoais.

GMC: Ela é Head de Inovação. Juliette trabalhou 10 anos como cabeleireira. Como ela tem uma grande projeção, com 32 milhões de seguidores e exercia a profissão, ela fez parte do nosso grupo de desenvolvimento de produto. Trabalhou dois ou três dias inteiros no nosso escritório desenvolvendo, dizendo ‘olha, eu fui profissional, eu sei que preciso de um cabo maior do produto, precisa de um suporte assim...’. Ela deu uma visão profissional e criou uma linha assinada por ela. Não é só uma embaixadora, é a Head de Inovação.

C: O fato dela ser nordestina [Juliette nasceu na Paraíba] e vocês terem uma fábrica na Bahia contou?

GMC: O pessoal da fábrica na Bahia fez até um movimento para trazer ela. Fizeram um filme! ‘Queremos Juliette, queremos Juliette!’ [risos]. A gente tem uma ligação muito forte com o Nordeste. A Mondial é uma empresa nacional, mas temos uma fábrica cravada no Nordeste, gostamos demais da mão de obra, da relação que temos com as pessoas. Somos uma empresa que chegou numa cidade que não tinha nada e hoje emprega 3.500 pessoas. Fiquei muito orgulhoso de poder contribuir com o desenvolvimento da ‘nossa’ Bahia.

Publicado em Economia

A Receita Federal realizou, nesta quarta-feira (14) a Operação Ruyan, que consiste em combater o contrabando de cigarros eletrônicos. Na Bahia, foram apreendidas cerca de 3.500 unidades do produto na região da "Feiraguai", em Feira de Santana.

O valor total dos cigarros chega a R$ 350 mil. A operação também foi realizada em outros estados, como Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Cerca de 112 estabelecimentos no país inteiro foram averiguados, sendo 199 servidores da Receita Federal na operação. Os cigarros também são conhecidos como vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn (tabaco aquecido) e são proibidos no Brasil.

Cada produto pode variar entre R$ 60 e R$ 620. Foram retirados do mercado mais aproximadamente 291 mil cigarros eletrônicos, além dos diversos refis que são utilizados para prosseguir com o uso. O valor total da operação gira em torno de R$ 54.644,600.

Publicado em Bahia

Soro fisiológico, dipirona, amoxicilina e paracetamol, medicamentos mais do que conhecidos e até comuns nos hospitais, farmácias e caixinhas de remédios caseiras estão em falta ou escassos na Bahia, aponta levantamento do Sindicato dos Farmacêuticos (Sindifarma). Ao todo, são 33 medicamentos de atenção básica que sumiram do mercado e da maioria dos estoques das unidades de saúde do estado.

Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a situação do estoque estadual é zero para 28 medicamentos de alta complexidade cujo fornecimento é de responsabilidade do Ministério da Saúde, e com o risco iminente de escassez para outros 45 remédios que deveriam ser fornecidos pela pasta federal.

Na atenção básica, a falta das substâncias é confirmada pelo superintendente da assistência farmacêutica da Sesab, Luiz Henrique D'Ultra. "Temos recebido relatos de hospitais que prestam serviço para a Sesab e também de municípios que, no caso dos medicamentos de uso hospitalar, há um movimento de falta no mercado", admite. O MS, por sua vez, confirmou o desabastecimento na Bahia e em todo o Brasil e disse que trabalha para “combater o problema”. A pasta afirma ainda que reduziu o imposto sobre a importação dos medicamentos que estão em falta para tentar recompor os estoques.

A compra desses insumos é de responsabilidade dos municípios. Porém, sem o produto à disposição, não há como abastecer os hospitais. Um problema que, para Débora Melecchi, integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e diretora da Federação Nacional dos Farmacêuticos, estabelece o caos na saúde pública. "O impacto é o mais negativo possível. Ao ter descompasso no acesso aos remédios, isso requer atendimento nos hospitais. Em um cenário de área hospitalar sobrecarregada por conta da pandemia, ainda é preciso atender pessoas que adoecem por falta de medicamentos, sem os insumos necessários. É um caos onde vidas estão em risco", afirma.

A escassez que afeta os hospitais também chega às farmácias e, segundo Gibran Sousa, diretor do Sindifarma, está em um momento crescente. Ele também cita a sobrecarga na saúde pública, afirmando que a situação piorou recentemente. "É uma escassez que tem se intensificado nas últimas duas semanas na Bahia e que preocupa. Além do impacto na saúde pública com a maior necessidade de atendimentos, há também a terapia de segunda escolha, quando é preciso optar por uma segunda opção de medicamento que talvez não seja tão eficaz como o recomendado em um primeiro momento", afirma.

Farmacêutica de uma rede privada, Débora Almeida afirma que, onde trabalha, a falta dos remédios começou em meados de maio. Por lá, o principal problema são os medicamentos em solução. "Desde maio, a gente começou a sentir um desabastecimento, principalmente nas apresentações líquidas, em solução. Está bem difícil, seja com dipirona ou antibióticos como azitromicina e amoxicilina. Estão todos em falta e, quando chegam aqui, pela demanda que há, acabam muito rápido", conta.

Procurada para falar da situação na capital baiana, a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) afirmou que, apesar do desabastecimento no mercado, o estoque de medicamentos para atenção básica não enfrenta problemas. Isso porque, prevendo uma possível falta, a equipe da pasta antecipou o reforço para estes itens. Sobre até quando o estoque pode fazer Salvador não ser impactada pela escassez atual, a pasta não respondeu.

Sesab diz que 36 mil pacientes correm risco

O CNS monitora de perto a situação do desabastecimento de medicamentos em todas as esferas. "Nós acompanhamos a situação e o desabastecimento, que acontece na atenção básica e no tratamento de doenças mais graves", pontua Débora Melecchi.

O Ministério da Saúde não respondeu sobre o déficit apontado no estoque de remédios de alta complexidade na Bahia.

Luiz Henrique D'Ultra afirma que o cenário atual afeta cerca de 36 mil pacientes em todo o estado pela total ausência dos remédios ou mesmo a redução do fornecimento. Segundo ele, a situação não é uma novidade.

"Essa falta se mantém por todos os meses. Não são os mesmos medicamentos sempre, às vezes para de faltar um e começa a não ter outro. Porém, na média, temos sempre uns 20 itens faltando numa lista de 150 remédios de responsabilidade do ministério. Dentre estes, são principalmente remédios de oncologia, epilepsia, esquizofrenia, artrite e outras doenças mais graves", enumera.

A Sesab consegue ainda manter o fornecimento de medicamentos para transplante com o intuito de não parar os procedimentos, mas ressalta que é inviável fazer o mesmo quanto aos outros remédios. “Também adquirimos remédios para anemia falciforme. Porém, se fosse para bancar tudo que o MS nos deve, precisaríamos investir R$ 35 milhões, o que é impossível por não termos esse orçamento disponível. E nem poderia porque os impostos vão para o MS na expectativa que ele financie e a gente não recebe”, afirma.

Lista de medicamentos de atenção básica em falta: Sindifarma

Dipirona Solução
Loratadina Xarope
Soro Fisiológico
Budesonida
Dexametasona
Acebrofilina
Cetoprofeno
Diclofenaco Injetável
Carvedilol
Fenitoína
Ambroxol Xarope
Insulina
Haloperidol
Prometazina
Fenoterol
Oseltamivir
Sais de Reidratação Oral
Anlodipino
Doxazosina
Prednisolona
Dorzolamida
Carbamazepina
Dexclorfeniramina
Beclometasona
Ciclisporina
Acetilcisteína
Clorpromazina
Amoxicilina + Clavulanato
Azitromicina Suspensão
Ciprofloxacino
Clindamicina
Cefalexina
Rifamicina

Lista de medicamentos de alta complexidade em falta: (Sesab)

Alfaelosulfase
Deferasirox
Etanercepte
Levetiracetam 250mg
Levetiracetam 750mg
Olanzapina 10mg
Olanzapina 5mg
Pramipexol 0,25mg
Quetiapina 100mg
Quetiapina 200mg
Quetiapina 25mg
Rituximabe
Sildenafila
Somatropina
Tafamidis
Toxina Botulínica 100 UI
Toxina Botulínica 500 UI
Vedolizumabe 300 mg
Sildenafila 50mg
Clozapina 25mg
Infliximabe 10mg
Raltegravir
Atazanavir
Lamívudina
Prednisona
Pentoxifilina
Levofloxacino
Oseltamivir

Publicado em Saúde

O volume do setor de serviços na Bahia teve crescimento de 0,1% em maio de 2022, em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Entre março e abril, o estado havia apresentado resultado negativo. As informações são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.

Nessa comparação com o mês anterior, o resultado do setor de serviços na Bahia ficou abaixo do verificado no Brasil como um todo (0,9%). Com esse leve resultado positivo de abril para maio de 2022, os serviços na Bahia seguiram operando acima do patamar registrado em fevereiro de 2020 (+0,9%), no pré-pandemia.

Dos 27 estados, 16 apresentaram crescimento. Os melhores resultados para o mês foram registrados no Acre (11,7%), Tocantins (6,1%) e Mato Grosso do Sul (5,3%). Por outro lado, Pernambuco (-3,1%), Alagoas (- 2,2%) e Mato Grosso (-1,7%) tiveram as maiores quedas.

Comparação com 2021

Na comparação com maio de 2021, os serviços baianos também seguiram em alta. Houve avanço de 4,0% no volume dos serviços prestados, o 14º crescimento consecutivo. Porém, houve desaceleração nesse crescimento, que havia sido de 15,7% em abril.

O crescimento na Bahia também foi bem menos expressivo do que o registrado nacionalmente (9,2%), ficando em 21º posição entre os 27 estados, 26 dos quais apresentaram avanço dos serviços frente a maio/21. O maior crescimento ocorreu no Ceará (24,1%) O único estado com queda no indicador foi o Distrito Federal (-4,3%).

Assim, nos primeiros cinco meses de 2022, o setor de serviços na Bahia acumulou alta de 12,2%, frente ao mesmo período do ano passado. Foi o maior crescimento registrado no período nos 10 anos de série histórica da PMS para o indicador interanual.

O desempenho baiano também ficou acima do nacional (9,4%) e foi o 7º maior aumento entre os estados. Só Rondônia teve variação negativa nesse indicador (- 1,0%), e os melhores resultados estavam em Alagoas (25,7%), Ceará (18,1%), Roraima (16,4%) e Amapá (16,4%).

Nos 12 meses encerrados em maio, os serviços baianos também sustentaram avanço (13,7%), uma variação acima da verificada no Brasil como um todo (11,7%), num cenário em que todas as 27 unidades da Federação continuam com resultados positivos, lideradas por Alagoas (27,3%), Roraima (20,9%) e Ceará (19,3%). A Bahia tem a 10ª taxa de crescimento.

3 das 5 atividades de serviços cresceram na BA, puxadas pelos serviços prestados às famílias

O aumento no volume do setor de serviços baiano em maio, frente ao mesmo mês de 2021 (4,0%), foi resultado de altas ocorridas em três dos cinco grupos de atividades investigados pelo IBGE.

A maior taxa de crescimento no mês veio novamente dos serviços prestados às famílias (64,1%), que registraram a 14ª alta consecutiva (avançam desde abril/21) e têm o melhor resultado entre as atividades, tanto nos primeiros cinco meses de 2022 (62,8%) quanto no acumulado em 12 meses (82,4%). Por conta do avanço significativo, foi também a atividade que mais contribuiu para o bom desempenho do setor de serviços em geral, na Bahia, em maio.

O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (8,0%) apresentou os segundos maiores crescimento e contribuição positiva para os serviços baianos no mês. A atividade mostrou seu quinto resultado positivo consecutivo e acumula altas de 14,3% nos primeiros cinco meses de 2022 e de 12,9% nos 12 meses encerrados em maio.

No outro extremo, as duas atividades que apresentaram recuo no mês foram os outros serviços (-51,9%) e os serviços de informação e comunicação (-8,9%).

O setor de outros serviços apresentou a sua primeira queda após quatro resultados positivos e já tem retrações acumuladas nos primeiros cinco meses do ano (-15,3%) e nos 12 meses encerrados em maio (-20,5%).

Já os serviços de informação e comunicação tiveram, em maio, a sua sexta queda mensal consecutiva. O segmento também apresenta retração acumulada nos primeiros cinco meses de 2022 (-5,3%) e no acumulado em 12 meses (-0,8%).

Serviços turísticos na Bahia avançam

Em maio de 2022, as atividades de serviços ligadas ao turismo na Bahia também cresceram (1,5%) frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Apesar de ter ficado abaixo do nacional (2,6%), foi o 4º maior crescimento entre os 12 locais onde as atividades turísticas são pesquisadas separadamente, abaixo dos índices de Rio Grande do Sul (3,9%), São Paulo (2,5%) e Ceará (2,3%).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a Bahia teve, em maio, a sua 14ª alta consecutiva no volume de serviços ligados ao turismo (45,8%). Com o 6º melhor resultado entre os 12 locais investigados, o indicador do estado ficou levemente acima do nacional (45,6%). Os melhores índices foram verificados em Minas Gerais (80,1%), Ceará (69,6%) e Rio Grande do Sul (58,7%).

Nos primeiros cinco meses de 2022, as atividades de serviços ligadas ao turismo na Bahia acumularam crescimento de 47,2%, frente ao mesmo período de 2021. O avanço, embora menor do que o nacional (50,2%) e apenas o 7º entre os 12 estados investigados, foi o maior para o período, na Bahia, em todos os 10 anos da série histórica da PMS, iniciada em 2012 para esse indicador.

Nos 12 meses encerrados em maio, os serviços turísticos baianos têm o terceiro melhor desempenho do país (68,4%), atrás do Rio Grande do Sul (71,5%) e de Minas Gerais (69,1%). Nacionalmente a alta é de 47,0%

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A Prefeitura de Itacaré anunciou a retomada da exigência do uso de máscaras de proteção cobrindo nariz e boca, para conter o avanço da covid-19 e de outras doenças respiratórias no município. A medida começou a valer na última segunda-feira (11). O decreto com as novas regras foi publicado no Diário Oficial do Município. De acordo com comunicado da prefeitura, a medida tem como objetivo zelar pela garantia do bem-estar e conservação da saúde pública dos seus munícipes devendo, quando necessário, adotar medidas, ainda que restritivas, que objetivem a diminuição dos riscos à saúde.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras levou em consideração o aumento significativo de casos positivos de covid no município de acordo com o último boletim epidemiológico constando 71 casos ativos, sendo dois internamentos. O decreto prevê o uso obrigatório de máscaras em unidades de saúde como: hospitais, clínicas públicas e privadas (incluindo odontológicas), Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Unidades Básicas de Saúde (UBS), laboratórios e farmácias.

Também passa a ser obrigatório o uso de máscaras em estabelecimentos públicos e privados onde se prestam atendimento ao público, especialmente, pelos respectivos funcionários, servidores e colaboradores como: rodoviária, comércio em geral, rede hoteleira e estabelecimentos turísticos; transportes públicos e privados incluindo-se ônibus, taxis, vans, transportes alternativos, mototaxi, lanchas; igrejas e templos religiosos; creches, escolas e estabelecimentos de ensino.

No decreto também ficou recomendado o uso de máscara em ambiente externo com aglomeração de pessoas como eventos, shows e casamentos. E que nos estabelecimentos públicos e privados deve ser disponibilizado, de forma obrigatória, álcool 70% para as pessoas que frequentarem o local. Quem desobedecer a determinação está sujeito a penas dos crimes previstos nos art. 268 – Infração de medida sanitária preventiva e art. 330 – Desobediência, ambos do Código Penal Brasileiro. A pessoa que estiver apresentando sintomas gripais e quem teve contato com pessoas sintomáticas ou com confirmação da doença deve procurar a unidade de saúde mais próxima.

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A prefeitura de Porto Seguro realiza até terça-feira (13) as inscrições para o Processo Seletivo Simplificado que prevê a contratação temporária de médicos pela Secretaria Municipal de Saúde do município. O salário é de R$ 15 mil, para uma carga horária de 40 horas semanais. Serão reservadas 5% das vagas para portadores de deficiência.

Ao todo são 14 vagas para os Programa de Saúde da Família (PSF) de Porto Seguro, Arraial d´Ajuda, Trancoso, Itaporanga, Imbiruçú, Caraíva e Vera Cruz.

O processo seletivo consiste em uma única etapa, com avaliação de títulos, de caráter eliminatório e classificatório. Para concorrer à vaga é necessário ter graduação em medicina; registro no Conselho Regional de Medicina da Bahia (CRM/BA) em situação regular; ter 18 anos completos; ser brasileiro nato ou naturalizado.

A publicação dos resultados e a homologação será no dia 25 de julho.

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Perda de renda e restrições de circulação por conta da pandemia da covid-19 fizeram com que baianos tirassem as viagens da lista de prioridades em 2021. No ano passado, ninguém viajou em quase nove de cada 10 domicílios baianos, o que representa 85,4% de todas as residências pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A quantidade de pessoas que não viajaram para nenhuma outra cidade aumentou 8,1 pontos percentuais em comparação com 2019.

Assim como ocorreu em todo o país, a falta de dinheiro foi o principal motivo para que os baianos ficassem em casa. A justificativa foi dada por moradores de 31,4% do total de 1,3 milhão de residências onde não houveram viagens. A questão da renda figura em primeiro lugar desde que a pesquisa sobre turismo nacional em domicílios começou a ser feita, em 2019. Na segunda posição, aparece a não necessidade de viajar (31%).


Para o professor de economia Raimundo Sousa, a pandemia não impactou nas viagens somente por conta do receio de contágio da doença, mas também por fatores econômicos. “Existem fatores próximos de nós, como a inflação, que faz com que as pessoas tenham perda do poder aquisitivo. Também tem o desemprego, que vem se agravando desde o início da pandemia e impacta em menores salários”, explica.

Passagens aéreas mais caras por conta dos combustíveis também ajudam a explicar os motivos para que as pessoas tenham viajado menos em 2019. Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses finalizados em maio, os bilhetes registraram alta de 141% em Salvador e Região Metropolitana. Apesar da pesquisa não abranger viagens internacionais, Raimundo Sousa afirma que o real desvalorizado também implica em diminuição do turismo para o exterior.

“O câmbio desvalorizado acaba encarecendo as passagens e os custos de hospedagem, o que acaba influenciando”, diz.

Ainda segundo os resultados da pesquisa, o motivo “outros” para não viajar foi o que mais ganhou importância no estado. A razão saltou de 2% para 20,7% entre 2019 e o ano passado. Para a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros, essa resposta abrange as diversas razões ligadas à pandemia.

“Tanto em 2020 como em 2021, apareceram bastante nas respostas os motivos relacionados à necessidade de isolamento social. Isso não significa que a pessoa esteve doente, mas que estava mantendo o distanciamento social por causa da pandemia”, explica.

Planos interrompidos por conta do coronavírus fizeram com que a estudante Ana Clara Ribeiro, 21, e a família perdessem passagens para a cidade de Ushuaia, na Argentina. Ela lembra que iria viajar com o pai e o irmão em julho de 2019, mas um imprevisto no aeroporto fez com que eles fossem impedidos de embarcar para o destino conhecido como “fim do mundo”.

“Como a viagem é dentro do Mercosul, é preciso estar com a identidade ou passaporte, só que não nos atentamos a isso. O passaporte do meu pai tinha acabado de vencer e ele estava só com a carteira de motorista e, por isso, não conseguimos viajar”, relembra Ana Clara.

De início eles não achavam que sairiam no prejuízo, pois poderiam usar créditos para fazer outra viagem dentro de um ano. Mas aí veio a pandemia. “Resolvemos viajar no meio de 2020 porque queríamos ir na mesma época para ver a neve e fazer a mesma programação. Só que com a pandemia não deu certo. Tentamos entrar em contato com a empresa para tentar um acordo, mas não conseguimos”, conta. No final das contas, a família não viaja a turismo desde 2017 e ainda teve um prejuízo de cerca de R$6 mil.

Receita
Viajar implica em gastos dos mais diversos tipos. De hospedagens à alimentação, passando por transporte e passagens. Mas quem veio para a Bahia no ano passado economizou, se comparado com o que foi gasto pelos turistas em 2020. O recuo de 7,6% representou perda de R$90,1 milhões.

Mesmo assim, os valores que os viajantes gastaram no estado nos dois primeiros anos da pandemia foi o segundo mais alto do país, perdendo apenas para São Paulo. Foram mais de R$2,2 bilhões de reais injetados nos diversos setores que formam o turismo. Entre 2020 e 2021, a cada R$10 gastos com turismo no país, R$1 ficou no estado.

Também durante o período, a Bahia ocupou o terceiro lugar como principal destino dos turistas brasileiros, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Para o secretário de Turismo do estado, Maurício Bacellar, isso indica que o setor está tão aquecido como no pré-pandemia. No entanto, as viagens que tiveram o estado como destino final caíram 33,6% nos últimos dois anos.

“A pesquisa comprova o que temos medido no nosso observatório de dados, que a atividade turística da Bahia hoje é equivalente a 2019, ano anterior à pandemia. Isso prova que o plano de retomada de turismo está alcançando seu objetivo de atrair pessoas”, afirma Maurício Bacellar.

Apesar dos percalços impostos pela disseminação da covid-19 nos últimos dois anos, o vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav-BA), Jorge Pinto, também enxerga com bons olhos a retomada do setor. “Nós continuamos mantendo o terceiro lugar como destino nacional, o que é explicado pela divulgação que foi feita da Bahia como um lugar seguro na questão da saúde”, diz.

Viagens para tratamento de saúde foram impulsionadas na pandemia
A professora Suelly Caldas, 59, levou a sério o isolamento social durante os momentos mais árduos da pandemia. Tomava cuidados ao sair de casa e deixou as viagens de lado por um tempo. Mas, quando menos esperava, o diagnóstico de um nódulo na adrenal exigiu que ela viajasse para São Paulo para se submeter a uma cirurgia robótica de retirada. O caso foi em setembro do ano passado.

“Uma coisa é fazer uma cirurgia em casa e perto da família, a outra é ter que viajar. Ainda tinha a questão da covid-19 e o medo do contágio, mas graças a Deus no final deu tudo certo”, relembra. Felizmente, a cirurgia foi um sucesso e Suelly voltou para casa após ficar 20 dias em recuperação.

Apesar do procedimento que a professora passou não ter sido consequência da pandemia, a pesquisa divulgada pelo IBGE aponta que dentre as viagens para fins pessoais realizadas pelos baianos em 2021, o motivo mais citado foi tratamento ou consulta médica. Viagens desse tipo foram citadas em 35,7% dos domicílios com viagens realizadas, o que representa 269 mil casas.

O número demonstra um aumento de 7,5 pontos percentuais em relação às viagens por conta da saúde feitas em 2019. A supervisora do IBGE, Mariana Viveiros, explica que grande parte dessas locomoções são feitas dentro do próprio estado da Bahia, devido a forma com que o sistema de saúde é organizado por aqui.

“Desde antes da pandemia, as viagens para tratamentos de saúde já eram mais importantes na Bahia do que no Brasil como um todo. O estado possui polos que atraem a população para os tratamentos, o que ficou mais evidente durante a pandemia”, explica. Salvador e Região Metropolitana, Vitória da Conquista e Feira de Santana são alguns dos locais que atraem pessoas nesse sentido, segundo Mariana.

 

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