Sexta, 01 Novembro 2024 | Login

Tomar um café da manhã reforçado está cada vez mais difícil. Isso porque o leite, item básico dessa refeição, ficou 21,14% mais caro no último ano em Salvador e Região Metropolitana. O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi reforçado por outra pesquisa do Dieese, divulgada nesta quarta-feira (6). A queda na produção, motivada pela entressafra e o aumento dos custos, é apontada como a responsável por esse resultado.

O leite é um item básico em diversas refeições e matéria prima para uma série de derivados, por isso, reajustes no preço desse produto provoca aumentos em cascata. Segundo o IBGE, o queijo teve alta de 31,64% nos últimos 12 meses, a manteiga subiu 20,20%, e iogurtes e bebidas lácteas ficaram 20,49% mais caros.

O comerciante Marciano Brito, 44 anos, tem dois pontos de venda de queijo coalho e está assustado. “É complicado, porque a gente não tem como abrir mão do material e ao mesmo tempo não pode repassar o reajuste para os clientes. Trabalho com isso há 20 anos, uso material de qualidade, tenho meus clientes e fornecedores, então, não dá para trocar de marca. O que eu tenho feito é repassar aos poucos, aumentando R$ 0,50 ou R$ 1. Além do queijo, tem as despesas com palito, pratinhos, para o cliente não sujar a mão com melaço, guardanapo, embalagens e sacolas”, contou.

Produtores de leite afirmam que o aumento nos preços é comum nessa época do ano, por conta do período de entressafra, mas desta vez o reajuste foi afetado por outros problemas. Uma pesquisa realizada pela Embrapa mostrou que fertilizantes e combustível tiveram papel fundamental nessa equação. A ureia no mercado brasileiro passou de R$ 2,3 mil por tonelada, no início do ano passado, para cerca de R$ 6,3 mil em março de 2022. O cloreto de potássio foi de R$2 mil/t para R$6 mil/t.

O frete marítimo e a inflação também tiveram parcela de culpa nessa alta, e todos esses elementos foram somados ao aumento em 51% nas despesas dos produtores para alimentar os animais e adubar pastagens, entre maio do ano passado e agora. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, explicou que esse cenário é preocupante em especial para a Bahia.

“A Federação faz um alerta em relação as dificuldades que a cadeia está passando. A maioria dos produtores de leite na Bahia são pequenos produtores que, muitas vezes, não têm condições de arcar com os aumentos nos custos da produção. Estamos levantando quantos deles abandonaram a atividade, mas sabemos que esse número vem crescendo a cada ano, por isso, precisamos de mais políticas públicas de apoio a cadeia produtiva”, disse.

Ainda assim, a entidade afirma que a produção tem aumentado a cada ano. O estado é o maior produtor de leite do Nordeste, são 1,064 bilhão de litros de leite/ano (2020), e tem o 7º maior rebanho de vacas ordenhadas do Brasil (770 mil cabeças), mas a demanda ainda é maior que a quantidade de leite disponível no mercado.

O litro é comercializado por cerca de R$ 2, porém da produção até a prateleira dos supermercados incide sobre o produto despesas com transporte, tratamento, energia, logística e impostos. Em Salvador, a média de preço do litro do leite tem sido de R$ 8,99. Se olharmos mês a mês, o crescimento acontece desde abril, com a maior alta em maio, de 4,35%. A pesquisa do Dieese sobre a cesta básica mostrou acumulado de 20,40% no leite integral, em um ano.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite), Rafael Teixeira, explicou que as principais regiões produtoras do país estão no chamado período de entressafra.

“Já é esperado que o preço do leite suba nessa época do ano por uma questão de entressafra nacional. Os estados produtores, como Minas Gerais, Goiás e o Sul do país estão na época de seca, onde há menos alimentos disponíveis para os animais e eles produzem menos, ou seja, a demanda é maior que a oferta. Este ano, isso foi atrelado ao aumento nos custos de produção, como combustível e fertilizantes”, disse.

Como a alta dos preços começou mais cedo esse ano, Rafael acredita que eles comecem a baixar mais cedo. A estimativa dos produtores é que isso aconteça em outubro. A dona de casa Maria Virgínia da Silva, 53 anos, está esperando ansiosa por esse momento. Na casa dela, o leite é bebida obrigatória para os dois netos e o filho e a sensação de reajuste é maior que o apontado nas pesquisas.

“Meus netos gostam da mistura com achocolatado e meu filho toma café todos os dias, com leite. Por enquanto, estamos cortando em outros produtos e estou negociando com as crianças para trocar o leite por suco, mas não posso abandonar totalmente porque é importante para o desenvolvimento deles. A sensação que eu tenho é que o aumento foi de 50%. É triste, mas chegamos em um ponto em que não podemos mais beber algo que é o básico da alimentação”, concluiu.

A Seagri foi procurada para informar sobre políticas públicas para o setor, mas ainda não se manifestou.

Confira a variação dos preços nos últimos 12 meses:

Leite e derivados – 21,14%
Leite longa vida – 22,72%
Leite em pós – 12,13%
Queijo – 31,64%
Iogurte e bebidas lácteas – 20,49%
Manteiga – 20,20%
*Fonte: IBGE

Veja o acumulado de um ano dos produtos da cesta básica:

Tomate - 73,21%
Café em pó - 73,03%
Banana - 40,67%
Óleo de soja - 37%
Feijão carioquinha - 34,77%
Açúcar cristal - 34,56%
Farinha de mandioca - 31,60%
Pão francês - 30,32%
Manteiga - 22,06%
Leite integral - 20,40%
Carne bovina de primeira - 3,84%
Arroz agulhinha (-10,61%).
*Fonte: Dieese.

Publicado em Bahia

Um telão de LED desabou na manhã desta quarta-feira (6), durante a inauguração de uma quadra poliesportiva em Mata de São João, e feriu o prefeito João Gualberto (PSDB), o presidente da Câmara Municipal, Neném de Dadinho (União), e outras três pessoas.

O episódio aconteceu na Escola Municipal Padre José Astrogildo Moreira, na sede, no centro da cidade. Em nota, a Prefeitura de Mata de São João relata que o telão desabou devido às fortes correntes de vento.

Segundo a prefeitura, as cinco vítimas tiveram leves escoriações e foram levadas para o Hospital Municipal Eurico Goulart de Freitas. Na unidade, passaram por exames e já foram liberadas. Todos passam bem.

A assessoria da Câmara Municipal de Mata de São João confirma que o vereador teve ferimentos nos cotovelos e levou uma pancada na cabeça. Ele fez uma tomografia no hospital.

Além de João Gualberto e Neném de Dadinho, ficaram feridos o sócio e amigo pessoal do prefeito Humberto Souza, e as secretárias de Administração e Agricultura, Samela Tamene e Adriana Nunes.

O incidente na inauguração acontece no dia do aniversário do prefeito João Gualberto.

A prefeitura também afirma estar apurando todos os fatos e reunindo as informações para tomar as medidas cabíveis contra a empresa responsável pela montagem da estrutura em que estava o telão e fixação do equipamento.

Publicado em Bahia

O Martagão Gesteira será umas das instituições de todo o país beneficiadas com a edição de 2022 do McDia Feliz. A ação nacional apoia projetos de hospitais que atuam na oncologia pediátrica. Para ajudar o Martagão, basta adquirir um tíquete antecipado que poderá ser trocado por um Big Mac no próximo 27 de agosto, o dia D da campanha.

Exclusivamente pediátrico, o Martagão foi responsável, em 2021, por 43% dos tratamentos oncológicos do SUS, na Bahia. Este ano, o montante arrecadado com a venda dos tíquetes no estado ajudará o Hospital a manter o seu Programa de Transplante de Medula Óssea (TMO).

Inaugurada em 2020, a iniciativa já beneficiou 11 crianças que necessitavam do procedimento. Outras sete já estão na fila de espera cadastrada pelo Martagão. Antes, elas precisavam se deslocar para outros estados, afastando-se de casa e do convívio familiar.

Cada TMO, no entanto, custa, em média, R$ 80 mil, sendo R$ 30 mil provenientes do SUS e o restante é obtido por meio de parcerias e doações. A continuidade do programa é motivo de preocupação para os diretores da Instituição.

“Por essa razão, contamos com o apoio dos baianos, das empresas e entidades na aquisição dos tíquetes antecipados. O McDia Feliz é uma das principais campanhas do país e, há sete anos, tem apoiado o Martagão em projetos importantes para o tratamento de pacientes com câncer”, ressalta o presidente do conselho da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (mantenedora do Martagão), Maurício Martins.

Os tíquetes podem ser adquiridos no www.mcdiafeliz.org.br/comprar/43/0/1/, na Loja Martagão (localizada no Hospital), na Loja Martagão do Shopping Paralela ou por meio dos voluntários. Neste ano, o tíquete antecipado será comercializado no valor de R$ 18,00.

Com o slogan, “É bom fazer o bem”, a campanha do Martagão terá, como madrinha, a influenciadora digital Lore Improta. Os baianos podem ajudar também por meio da aquisição dos produtos da campanha, na Loja Martagão. Estão disponíveis camisetas e copos, entre outros itens.

Realizado pelo Instituto Ronald McDonald, o McDia Feliz é uma das principais campanhas de arrecadação do país em prol de crianças e adolescentes. Em todo o país, a ação, que chega em sua 34ª edição, beneficiará mais de 60 projetos de mais de 50 instituições no Brasil.

“O câncer ainda é a doença que mais mata na faixa etária de 1 a 19 anos no Brasil, com o surgimento de um novo caso a cada hora (dados do Instituto Nacional de Câncer). Por isso, precisamos da união e da solidariedade de todos para que possamos mudar essa realidade e levar esperança para milhares de crianças, adolescentes e suas famílias em todo o Brasil”, destaca Bianca Provedel, Diretora Executiva do Instituto Ronald McDonald. Desde sua primeira edição, mais de R$ 360 milhões já foram arrecadados pelo McDia Feliz.

Publicado em Bahia

A Polícia Federal deflagrou a Operação Exstirpatio, com o objetivo de promover a erradicação de plantio de maconha localizada no município de Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da Bahia. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido nesta terça-feira (14).

Segundo a Polícia Federal, durante as investigações foi constatado que uma fazenda localizada na Comunidade de Itapicuru dos Dourados, na qual já havia sido apreendida grande quantidade de maconha no passado, estava sendo utilizada novamente para o cultivo da droga.


Quatro policiais federais e dez policiais militares participam da operação.

Os investigados responderão pelo crime de tráfico de drogas cuja pena é de reclusão de cinco a quinze anos, e multa segundo o artigo 33, § 1º, incisos II e III da Lei nº 11.343/2006.

Publicado em Polícia

A história entre Bahia e Chapecoense vai ganhar uma nova página. Nesta terça-feira (14), a partir das 19h, as duas equipes se enfrentam na Fonte Nova, pela 13ª rodada da Série B. Em busca da liderança da competição, o tricolor pode se apegar ao histórico recente diante dos catarinenses antes de tentar conquistar mais três pontos.

Depois de um início complicado com três derrotas e dois empates nos cinco primeiros embates com a Chape, o Esquadrão deu a volta por cima e não perde para a equipe catarinense desde 2017.

No segundo turno do Brasileirão daquele ano, o rival surpreendeu e ganhou por 1x0 na Fonte Nova. Desde então, o time baiano ostenta seis jogos de invencibilidade. A campanha conta com três vitórias e três empates. Nos dois últimos encontros, ambos no ano passado, deu Bahia.

O Esquadrão venceu por 2x0 no primeiro turno da Série A, na Arena Condá. Rodriguinho e Gilberto marcaram os gols. No segundo turno, outro triunfo. Gilberto, Raí Nascimento e Luiz Otávio anotaram os gols do 3x0 na Fonte.

Por sinal, do time que venceu a Chapecoense no último jogo, sete jogadores devem estar em campo hoje. Além de Raí e Luiz Otávio, estavam na partida o goleiro Danilo Fernandes, o volante Patrick, o meia Daniel, o atacante Rodallega e o lateral Douglas Borel, que na época entrou durante o segundo tempo.

No retrospecto geral, o histórico é marcado por equilíbrio. Em dez jogos, o Bahia venceu três, a Chapecoense três e quatro terminaram empatados. Agora, o tricolor quer aproveitar o bom momento e a força da torcida para se consolidar no G4.

Publicado em Esportes

O ano era 2009 e o Espírito Santo vivia o ápice da onda de assassinatos. À época, foram registrados 2.034 homicídios, 58 vítimas para cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional, calculada em 27. O que colocava o estado entre as primeiras posições no ranking do Atlas da Violência. Uma década depois, despencou para a 13ª posição, ao reduzir em 47,5% os crimes letais. Enquanto o vizinho do Sudeste caminhava em uma direção, a Bahia pegava o rumo contrário, com alta de 12,6% e cinco anos seguidos como campeão nacional em números absolutos de mortes violentas. A questão não é o quanto, mas porque ambos tomaram rotas inversas no mesmo período.

Para encontrar explicações, é preciso antes passear pela história recente do Espírito Santo no combate à violência. À primeira vista, salta aos olhos a decisão do governo capixaba de não restringir a política para a área de segurança pública. Algo que a Bahia vem fazendo ao longo dos últimos anos, ao concentrar todos os esforços na guerra contra as drogas, opção criticada, de forma quase unânime, por especialistas com expertise no tema.

Como se baseasse o enfrentamento da criminalidade no modelo típico de uma orquestra, os capixabas apostaram de fato na articulação entre secretarias e órgãos do estado, priorizando a implementação de ações e projetos voltados tanto ao combate quanto à prevenção da violência. Sobretudo, com a ampliação do acesso aos serviços públicos básicos e promoção massiva da cidadania em regiões caracterizadas por altos índices de vulnerabilidade social e criminalidade.

No pacote de ações, o Espírito Santo apostou alto em políticas voltadas à juventude, com destaque para a criação de 136 escolas em tempo integral. Nelas, a parcela mais jovem foi privilegiada com reforço escolar, cursos profissionalizantes, apoio à prática de esportes e estímulo às atividades culturais e artísticas. Em movimento simultâneo, investiu na construção de centros para acolher dependentes químicos e auxiliar seus familiares.

Tais iniciativas integram o coração do Programa Estado Presente, lançado em 2019 pelo governo capixaba. Mesmo com pouco tempo de nascido, o conjunto de ações reduziu drasticamente os índices de violência e criminalidade. Especialmente, a grande dor de cabeça para as autoridades de lá: os crimes letais intencionais - homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte.

O Espírito Santo não é o único exemplo bem sucedido na batalha do poder público contra o crime. Outros estados também conseguiram derrubar os índices de mortes violentas em um intervalo de dez anos. É o caso de São Paulo (-48,7%), Distrito Federal (-45,6%), Rio de Janeiro (-33,8%) e Mato Grosso do Sul (- 32,3%), de acordo com o mais recente balanço do Atlas da Violência, portal que reúne, organiza e disponibiliza informações sobre a dinâmica da criminalidade no Brasil, sob a coordenação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Semelhança de modelos

Em comum com o Espírito Santo, os outros três estados e o Distrito Federal também jogaram todas as fichas em programas de enfrentamento à violência que foram além do combate ao crime pela polícia. De modo semelhante, focaram na integração entre os mais diversos órgãos da administração estadual e, mais importante, na atuação permanente em comunidades afetadas por altas taxas de assassinatos, através da expansão da oferta de serviços públicos essenciais.

As ações ostensivas e táticas das forças de segurança foram tratadas por esses estados como parte fundamental, mas não como a única arma para frear o crime. Era exatamente o que previa o Pacto pela Vida, programa adotado em 2011 pelo governo baiano, que copiou o modelo implantado com relativo sucesso em Pernambuco. Ao ser lançado, a promessa era esforço máximo para reduzir os crimes contra a vida.

Após 11 anos, a realidade foi bem diferente da que havia sido projetada no início da segunda de quatro gestões consecutivas do PT à frente do governo do estado. Nem o hoje senador Jaques Wagner nem o sucessor, Rui Costa, obtiveram algum resultado positivo contra a violência. Pelo contrário. Em 2006, ano que antecedeu a chegada dos petistas ao poder, a Bahia somou 2.881 assassinatos, com taxa de 23,7 homicídios por 100 mil habitantes, menor que a média nacional de 26.

Porém, os números entraram em trajetória ascendente já em 2007, quando Wagner iniciou o primeiro mandato como governador. Naquele ano, foram 3.659 crimes letais. Desde então, aumentaram exponencialmente, apesar de reduções pontuais. Mesmo assim, nunca deixaram de ocupar as primeiras posições da tabela.

Visão limitada

“O fato de ter um programa por si não vai solucionar o problema se não houver compreensão bastante ampla. É imprescindível entender a fundo o problema. A política de segurança pública no Brasil foi feita quase sempre no imediatismo: colocar mais policiais, mais armas, mais viaturas. Ou seja, os mesmos processos que colocaram o Brasil como um dos países mais violentos, com 10% dos homicídios que ocorrem no mundo. Um desastre”, destacou o secretário estadual de Governo do Espírito Santo, Álvaro Duboc.

“Então, o que foi que fizemos aqui? Mapeamos as regiões tidas como as mais violentas e fomos atrás das condicionantes de vulnerabilidade dos jovens nesses territórios. E a educação tem um papel fundamental nisso”, acrescentou Duboc. De acordo com o secretário, o estado tinha 38 escolas de tempo integral em 2018. “Hoje, temos quase 140, 60% delas em municípios e bairros que apresentam maiores índices de violência”, emendou.

A educação, entretanto, foi parte da estratégia. “Estruturamos também centros de referência para a juventude, a partir de ações e serviços com profissionais de múltiplas áreas, como psicólogos, terapeutas, pedagogos, cujo objetivo é analisar a trajetória de vida dos jovens do passado ao presente e planejar o futuro para eles. Após seis meses nesse processo, todos são encaminhados à fase de capacitação, para que cada um consiga atingir os objetivos traçados. Em seguida, é hora de incluí-los no mercado de trabalho”, assinalou Duboc.

O sucesso dos capixabas é usado como parâmetro nas avaliações sobre o fracasso da Bahia. “A experiência do Espírito Santo tem muito a ver com o Estado presente. É fazer com o que a cidadania alcance pessoas que muitas vezes não tiveram acesso às suas conquistas como cidadãs. Ou seja, o trabalho não foi preconizado somente por ações táticas da polícia, mas por iniciativas voltadas a ampliar a presença do Estado e dirigidas ao público que era normalmente alvo ou responsável pela autoria de homicídios, os jovens. Se a Bahia não virar a chave, se continuar agindo com a lógica da guerra, sempre se matará muita gente”, avaliou professor Luís Lourenço, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Crime e Sociedade (Lassos) da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

“A segurança pública aqui na Bahia não foi tratada de forma prioritária, como já vimos em outros estados que conseguiram baixar seus índices. O que assistimos aqui é uma política de enfrentamento isolada, que foca na dinâmica de guerra. Então, quando uma lógica de segurança pública é a lógica de troca de tiros, armamentos, prisão, a gente não consegue de fato ter resultado eficaz. E isso é sentido de diversas formas pelas pessoas que vivem na cidade”, pontuou a cientista social Luciene Santana, pesquisadora da Rede de Observatórios de Segurança.

Outro lado

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, nos últimos oito meses, estão em queda na Bahia. “Graças ao esforços continuados das forças da segurança, em outubro de 2021 foi computada queda de 10%, seguido por novembro com 15%, dezembro com 13%, janeiro com 21%, fevereiro com 4%, março com 3%, abril com 19% e maio com 13%. Cerca de R$ 1 bilhão está sendo empregado em tecnologia e novas estruturas em diversas cidades do estado. A pasta também tem investido em ampliação de efetivo, por meio de concursos públicos e aquisição de equipamentos”, diz a nota.

Rio e DF apostaram em novas políticas

Embora frequente diariamente o noticiário policial, o Rio de Janeiro conseguiu reduzir em 33,8% os índices de mortes violentas intencionais entre 2009 e 2019, de acordo com o Atlas da Violência. Procurado pela reportagem, o governo fluminense informou que adquiriu 21.571 câmeras operacionais portáteis para as forças de segurança, fiscalização e defesa civil. “Desde o último dia 30, 1.637 policiais militares de nove unidades que atuam no patrulhamento ostensivo começaram a usar as câmeras portáteis em seus uniformes. A aquisição faz parte do programa de transparência do governo do estado”, destacou.

Segundo a mesma nota, no primeiro quadrimestre deste ano, os homicídios dolosos (intencionais) chegaram ao menor patamar em 31 anos, no comparativo com o mesmo período do ano passado. A letalidade violenta recuou 23%, também o menor valor para os quatro meses desde 1991. Ao mesmo tempo, as mortes por intervenção de agente do Estado diminuíram 32%

Disse ainda que a Polícia Militar vem atuando em várias frentes para reduzir de forma consistente os índices de letalidade violenta e policial. “Entre essas ações, estão a criação de uma série de programas preventivos pautados pelo conceito de polícia de proximidade; investimento maciço em treinamento e em equipamentos de proteção individual; e aprimoramento dos protocolos de atuação operacional desenvolvidos conjuntamente com o Poder Judiciário”, conclui.

No Distrito Federal, também palco de redução bastante significativa de mortes violentas (-45,6%), a Secretaria de Segurança Pública disse, por nota, que o programa DF Mais Seguro foi o responsável pela queda dos crimes violentos letais e intencionais (CVLIs) de forma consecutiva, nos últimos anos. “Entre as estratégias do programa, estão o aperfeiçoamento constante dos processos de gestão, com meta, monitoramento e avaliação de resultado, e a atuação cada vez mais integrada entre as forças de segurança, com uso da tecnologia e inteligência”, afirmou.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul – estado que teve um redução de 32,3% - informou que o secretário estadual de Segurança estava em um evento nacional e que, por isso, não teria como responder à reportagem. O órgão garantiu ainda que não havia outro porta-voz do governo sul-mato-grossense. Já o governo de São Paulo não se pronunciou – o estado teve uma diminuição de 48,7% no número de assassinatos em 10 anos, o maior recuo de todo o país.

Pacto pela Vida acumula fracassos

Na tentativa de frear o crescimento da violência no maior estado do Nordeste, o então governador Jaques Wagner (PT) apostou alto no que, segundo ele, seria a grande arma para combater o crime. Surgia assim, em 2011, o programa Pacto pela Vida, à época, o principal programa do governo baiano na área de segurança pública. O objetivo anunciado por Wagner era a promoção da paz social, por meio de medidas que colaborassem com o trabalho policial.

O cardápio incluiria atendimento a usuários de drogas, prevenção ao uso de tóxicos e entorpecentes, atenção a famílias em situação de vulnerabilidade social, reinserção social de jovens, incentivo à prática de esportes e à cultura, capacitação para o mercado de trabalho e parcerias com projetos de organizações não governamentais (ONGs).

Para isso, foram criadas as Bases Comunitárias de Segurança (BCS), versões baianas do policiamento comunitário, cuja principal inspiração é a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. “A base comunitária é um modelo fracassado. Tem unidades que têm dois policiais por dia, isso é fato. Tem base que está totalmente sucateada. A primeira (Calabar) tinha 120 homens no efetivo. Hoje, tem 20 no total”, declarou o deputado estadual Soldado Prisco (União Brasil), membro da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

“O governo só investiu em propaganda e a criminalidade tomou conta. A PM na Bahia tem o mesmo efetivo há 25 anos. É feito concurso para repor a perda e não para aumentar. A Polícia Civil é sucateada. Polícia penal é algo inexistente, por que o estado não criou”, emenda o parlamentar, que representa a PM na Assembleia.

Publicado em Polícia

A atividade econômica da Bahia chegou ao quarto trimestre consecutivo de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do estado. É o que apontam os dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) nesta quinta-feira (9). De acordo com a autarquia, a economia cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O número é superior ao dado de crescimento registrado no Brasil (1,7%). Já em relação ao último trimestre de 2021, o avanço foi de 1,3%.

O segundo (+6,7%), o terceiro (5,1%) e o quarto (4,1%) do ano passado também apresentaram crescimento. No 1º trimestre de 2022, o PIB baiano totalizou R$ 93,3 bilhões, sendo que R$ 81,6 bilhões são referentes ao Valor Adicionado (VA) e R$ 11,7 bilhões aos Impostos sobre produtos líquidos de subsídios. No que diz respeito aos grandes setores, a Agropecuária apresentou Valor Adicionado de R$ 6,9 bilhões, a Indústria, R$ 21,3 bilhões, e os Serviços, R$ 53,5 bilhões

João Paulo Caetano, coordenador de contas regionais e finanças públicas aponta que, apesar da comparação ser feita com o primeiro trimestre de 2021, quando o setor econômico sofria bastante com as consequências da pandemia, a alta contínua no PIB é um indicativo favorável.

"A gente está falando de um volume de crescimento lá do primeiro trimestre [de 2021] que não foi muito significativo, mas é claro que, se a gente comparar o quarto trimestre do ano passado e esse primeiro de 2022, precisamos falar de uma recuperação da economia baiana. [...] Temos trimestres consecutivos de crescimento. A despeito de que temos uma baixa comparação com 2021, podemos falar sinceramente que existe uma trajetória de recuperação", afirma.

No que se refere ao setor industrial, a expansão de 4,9% foi determinada pelo desempenho positivo na atividade de Eletricidade e água (+15,6%) – destaque para o crescimento de 47,0% na geração de energia elétrica –, Construção Civil (+3,3%), e Transformação (+3,3%) – com destaque para os segmentos de refino de petróleo e produtos químicos. Já o segmento extrativo foi o único a registrar retração dentro da indústria (-12,3%).

 

Publicado em Economia

Pelo segundo ano consecutivo, os produtores de grãos da Bahia vão ter motivos para comemorar. Depois de atingirem o recorde de 10,5 milhões de toneladas em 2021, os agricultores do estado devem colher 864,6 mil toneladas a mais em 2022, chegando a 11,4 milhões de toneladas produzidas. É isso que aponta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado na quarta-feira (8) pelo IBGE. Um dado que faz a Bahia seguir a Bahia como a sétima maior produção de grãos do país, colhendo 4,3% do total nacional.

Os números do LSPA indicam um crescimento de 8,2% na produção de grãos em terras baianas. Ascensão puxada pelo milho, com 90,8 mil toneladas colhidas a mais (+4,3%), e pela soja, com mais 130,7 mil toneladas (+1,8%). Produtor de milho de Jaguaquara, no sul do estado, Bernardino Santos afirma que a ampliação do recorde está ligada, principalmente, às condições climáticas favoráveis de 2022.

"O clima favorável fez os produtores terem maior produtividade por hectare. As chuvas apareceram e favoreceram a produção. [...] Quando o período é de pouca chuva, fazemos só um plantio por ano. No máximo, dois. Como 2022 está sendo bom de chuva, eu mesmo estou indo pro terceiro", conta o produtor, que até abriu novas áreas para plantio nas suas terras.

No caso do milho, de acordo com o LSPA, houve aumento no rendimento médio, que passou de 4.773 kg/hectare para 4.979 kg/hectare. Com isso, a previsão é de uma safra 15,3% superior à do ano passado. A Secretaria de Agricultura do Estado (Seagri) foi procurada para falar sobre esse crescimento, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

O que explica a alta

O sucesso na produção do milho, da soja e de outros grãos em 2022 não se limita ao fator climático, segundo Luiz Stahlke, gerente de infraestrutura e agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Aumento da demanda e a produção pecuária influenciam na alta. "Temos maior demanda por grãos, principalmente soja e milho, porque fazem parte da ração animal. Frango, boi, porco e tudo que se consome de proteína precisa dessas fontes e, por isso, existe esse crescimento de produção. [...] Além disso, a produtividade tem aumentado pelo clima e os investimentos do produtor no solo e no controle de pragas e doenças", destaca Stahlke.

Produtor de grãos do oeste da Bahia, Paulo Schmidt detalha os investimentos citados pelo gerente da Aiba. De acordo com ele, o aumento consecutivo da produção por aqui é resultado de um processo de investimento. "O produtor baiano vem investindo pesado na produção tanto na parte de tecnologia como nos tratos culturais. Também vem melhorando toda a parte de treinamento de pessoas e isso tudo dá reflexo na produção. [...] O clima vem nos ajudando nos últimos dois anos, a lucratividade vem muito boa, porém os custos de produção estão muito altos", cita Schmidt, alertando que isso pode prejudicar na próxima safra.

Nas primeiras safras do ano, no entanto, esse impacto ainda não apareceu. A Aiba destaca ainda que a situação da produção de grãos até então tem feito bem para a economia do estado e para a geração de emprego. "A gente tem um aumento grande no valor bruto da produção. As culturas da soja, do milho e algodão representaram R$ 28,5 bilhões de valor bruto da produção. Claro que tem o desconto dos custos de produção, mas é o que gira na Bahia. [...] Aumenta também diretamente no emprego e também de forma indireta em prestação de serviço e comércios que dependem da agricultura", pontua Stahlke, afirmando que a Aiba ainda não tem números dessa geração de emprego.

Impacto do combustível

O impacto que não chegou nas primeiras safras do ano deve dar as caras daqui para frente. Os produtores de milho já esperam custos muito maiores para o segundo semestre, segundo Bernardino Santos. "No primeiro semestre, tivemos um lucro 22% maior do que no ano passado. Nós vamos sofrer essa alta do diesel e dos fertilizantes agora no segundo semestre porque parte dos insumos compramos no fim do ano passado. [...] Para o segundo semestre, vamos comprar e vai chegar a grande diferença dos preços de insumos", relata ele, explicando que os insumos são adquiridos sempre seis meses antes de cada safra.

Para Paulo Schmidt, o aumento nos custos é inevitável. Ele fala que o maquinário dobrou de preço e cita insumos que vão influenciar nos custos produtivos. "A gente acredita que vai chegar uma hora que vai precisar equalizar isso tudo. Esse aumento no preço dos produtos não está refletindo em um lucro maior para o produtor porque também há um maior custo. Combustíveis, fungicidas, pesticidas e, principalmente, o fertilizante estão com os preços em alta", afirma Schmidt, ressaltando que a alta é mundial.

A crescente no preço das próximas safras não tem a ver com a margem de lucro dos produtores. Luiz Stahlke faz questão de ressaltar que, apesar de preços maiores, agricultores vão lidar com um lucro bem inferior ao atual. "Todo esse reflexo dos aumentos em insumos é para a safra do segundo semestre, já que as aquisições estão sendo feitas agora. Então, isso vai ser parte dos custos e a margem de lucro vai ser muito menor para o produtor", fala ele, que, apesar do encarecimento, descarta a possibilidade de falta de diesel para os próximos plantios.

Algodão tem queda

O impacto da alta dos insumos será mais forte para os produtores de algodão. Isso porque, em meio a alta dos outros grãos no primeiro semestre, a produção do algodão herbáceo caiu de 1,379 milhão de toneladas para 1.361 milhão.

Para a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o excesso de chuva durante plantio e a falta nos meses de fevereiro, março e abril impactou na expectativa de produtividade e produção. A associação espera uma redução em torno de 10%, com produtividade variando entre 280 e 300 arrobas de algodão por hectare, contra 311 arrobas estimadas anteriormente,

Porém, esta safra ainda dará lucros aos produtores pela mesma razão dos outros grãos: os insumos foram adquiridos quando os preços eram menores. Presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, fala que os insumos foram adquiridos em patamares de preço anteriores à guerra entre Rússia e Ucrânia, e o algodão foi comercializado em valores superiores a US$0,80 por libra-peso, sendo que cerca de 70% da safra 2021/2022 já foi vendida.

Para a segunda parte do anos, contudo, a situação é mais preocupante. “Os preços de fertilizantes chegaram a triplicar. Ainda assim, boa parte das aquisições foi feita em valores anteriores à guerra e acreditamos que mais da metade dos produtos demandados já estão nas propriedades”, afirma Bergamaschi.

 

Publicado em Bahia

O governo do estado anunciou um aumento de 11,85% na tarifa dos ônibus metropolitanos a partir da próxima sexta-feira (10). Segundo publicação no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (8), o reajuste foi de R$ 0,50 no valor da passagem, que passa de R$ 4,30 para R$ 4,80 nos veículos que operam no Anel 1, que atende as cidades de Simões Filho e Lauro de Freitas.

Já o valor cobrado no Anel 2 terá crescimento de R$ 0,70, passando de R$ 6,10 para R$ 6,80. Os veículos desta categoria atendem aos municípios de Camaçari e Candeias. Por fim, os ônibus do Anel 3 terão um reajuste ainda maior, de R$ 1 no valor da tarifa, que vai de R$ 8,60 para R$ R$ 9,60.

Segundo a publicação da Agerba no diário oficial, o mesmo percentual de reajuste será aplicado às linhas Semiurbanas do Serviço Público de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado da Bahia.

O transporte metropolitano vem enfrentando uma série de problemas nos últimos meses. Recentemente, rodoviários que atuam no sistema fizeram manifestações para cobrar reajuste salarial e também melhorias nas condições de trabalho. Pedem ainda a renovação da frota.

A crise provocada pelo aumento dos custos, em especial com o óleo diesel, provocou o fim da operação de algumas empresas, entre elas a BTM e a VSA. A quebra das duas empresas provocou uma série de prejuízos em municípios da região, como Simões Filho, Candeias e Camaçari, onde a população ficou por um tempo desassistida.

Em Simões Filho, moradores realizaram protestos em fevereiro contra o Governo do Estado por conta da falta de ônibus. Eles alegavam que, após a quebra da VSA, algumas linhas de ônibus deixaram de rodar, o que prejudicou o transporte metropolitano.

Publicado em Bahia

Pela primeira vez, na manhã desta quarta-feira (8), o menino transgênero alvo de ataques em Poções, no sudoeste baiano, foi chamado pelo nome social dele na escola onde estuda. Embora o Ministério da Educação reconheça o uso do nome social para menores de 18 anos, a unidade onde a criança estuda não tinha feito as mudanças até as violências contra o estudante se tornarem públicas.

O garoto e a mãe dele, Janaína Brito, 40 anos, são alvos de ataques transfóbicos há um mês. A casa deles chegou a ser apedrejada por criminosos duas vezes. O ciclo de violência contra mãe e filho, identificado de forma fictícia pela inicial R., foram noticiados no último sábado (4), pelo CORREIO.

A mãe do menino lutava para que ele e outras crianças transgênero da cidade tivessem direito ao uso do nome social nas escolas, o que despertou a ira do conservadorismo local.

"Não existe alegria enquanto todas as crianças não tiverem seus direitos contemplados", afirmou Janaína.

Ela aguarda a votação de um Projeto de Lei (PL), da vereadora Larissa Laranjeira (PCdoB), que garantiria o direito ao nome social em escolas. O projeto seria necessário, segundo a Associação Nacional LGBTI, pois uma determinação federal já indica que as escolas são obrigadas a realizar a troca do nome de batismo pelo nome social quando o requerimento for feito por um responsável legal dos estudantes.

O MEC não respondeu aos questionamentos da reportagem. Já a Secretaria Municipal de Poções afirma que, desde o dia 29 de abril realizou as mudanças nos registros escolares da criança. A versão contraria a realidade enfrentada por R. diariamente - a de negação do direito ao próprio nome.

A mãe dele desconhece a mudança alegada pelo município e defende que não só seu filho seja tratado como merece. Numa reunião escolar na semana passada, uma professora sugeriu que R. era "muito jovem" para ser reconhecido como transgênero.

"Hoje, estamos atuando na formação docente para que os professores compreendem a necessidade do respeito à cidadania e dignidade do adolescente", afirmou a secretaria municipal de Educação, Dirani Fagundes.

A violência contra a criança mobilizou organizações - governamentais e não-governamentais - ao redor do país. Na última terça (7), o Ministério Público da Bahia (MP) realizou uma reunião sobre o caso e a Ordem dos Advogados de Vitória da Conquista entregou um parecer técnico à Prefeitura de Poções à respeito do PL que regulamenta o nome social no âmbito da administração pública em Poções.

Na mira do MP, pastor diz que não incitou ataques

A Primeira Igreja Batista de Poções, se manifestou, por meio de rede social, em defesa do pastor Luciano Novais, que teve o nome associado a um áudio que incitou a comunidade evangélica contra R. e o Projeto de Lei (PL).

Em um dos trechos do áudio, o pastor convoca religiosos a irem até a Câmara Municipal para pressionarem vereadores a não aprovarem o projeto que contempla pessoas transgênero. "Estaremos um monte de evangélicos na Câmara. Para que os vereadores se sintam inibidos a não votar nessa aberração”.

O posicionamento da PIB nega a convocação do pastor aos "irmãos de fé" tenha associação a qualquer motivação de agressão e ataque transfóbico".

"Faz-se necessário ESCLARECER que não SOMOS HOMOFÓBICOS, e jamais consentiríamos com a falta do devido respeito a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais e de gênero", diz a nota.

O MP irá apurar "eventuais condutas ilícitas e criminais cometidas contra" o garoto cometidas pelo pastor.

Publicado em Bahia