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Bahia com Tudo

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Está chegando a hora de acertar as contas com o Leão do Imposto de Renda. A Receita Federal informou, ontem, que o período de entrega das declarações será entre 7 de março e 29 de abril. E tem novidades: as principais delas são a possibilidade de se utilizar da declaração pré-preenchida em qualquer plataforma e receber a restituição através do Pix. Para quem tem imposto a recolher, o pagamento de Darf do IR também poderá ser feito por Pix. Este ano, o fisco espera receber 34,1 milhões de documentos em todo o Brasil, sendo 1,3 milhão na Bahia.

A declaração segue obrigatória para quem recebeu acima de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis em 2021, ano base da cobrança. No caso da declaração pré-preenchida, disponível para usuários com conta gov.br nível ouro e prata, a novidade é uma otimização. Antes, só dava para usar esta opção através de desktop.

Facilidade no processo

No caso da declaração pré-preenchida, disponível para usuários com conta gov.br nível ouro e prata - contas validadas por biometria facial da carteira de motorista (CNH), dados bancários (internet banking ou banco credenciado) ou cadastro SIGEPE (servidores públicos) -, a novidade é uma otimização. Antes, só dava para usar esta opção através de desktop.

Uma boa nova para a professora Deija Mendes, 57 anos, que não conta com contador para fazer o processo e costuma se organizar com um grupo de amigas para trocar dicas e não vacilar na hora de declarar.

"É, eu acho bom! Não conhecia essa declaração pré-preenchida, mas parece uma opção interessante, principalmente para quem faz por conta. Então, toda ajuda pra não errar é bem-vinda", fala a professora.

Ivã dos Santos, 49, que é funcionário público, também desconhecia esse modelo disponível através da conta gov.br e vai procurar saber se é uma opção interessante. Sobre a restituição por PIX, ele afirmou que é uma novidade positiva, mas tem ressalvas.

“A possibilidade é válida pra assegurar a volta da restituição para o cidadão. A princípio, não vejo problema. O PIX é uma ferramenta muito útil, mas utilizada para crimes. Minha única preocupação é se golpistas podem usar isso pra prejudicar as pessoas”, pontua.

Já o motorista Carlos Bispo, 61, é só empolgação com o fato de que, a partir de agora com o PIX, dificilmente os valores de restituição deixarão de chegar até ele.

"É bom demais porque não tem como extraviar para outra conta. Inclusive, já vou falar pro meu contador que é pra fazer pelo PIX porque eu vejo como algo mais seguro e prático também", disse.

Especialista aprova

Não é só a Receita Federal que afirma as mudanças como ajustes que vêm para tornar a declaração mais simples. O contador Ivomar Barbosa, que trabalha diretamente com a declaração de imposto para clientes, aprovou as novidades de modo geral e o PIX como opção de restituição.

"A chave PIX tem uma simplicidade de informação. Para quem faz com contador, ao atualizar para essa opção, a possibilidade de divergência e retenção vai diminuir já que se guarda os arquivos de anos anteriores para anos seguintes e dados bancários nem sempre permanecem os mesmos", explica ele, afirmando que o PIX facilita também o seu trabalho.

Sobre a declaração pré-preenchida, o economista Raimundo Sousa entende que se trata de uma opção interessante para o contribuinte, na medida em que facilita a elaboração da declaração e também reduz a possibilidade de erros e omissões de dados. Porém, faz um alerta:

“O contribuinte deve fazer um checklist para se certificar de que todas as informações necessárias tenham sido lançadas e de que os dados informados estejam corretos. [...] As informações só serão lançadas se as fontes fornecerem todas as informações, ou seja, existe a possibilidade de haver divergência de dados ou até a falta deles”, adverte.

Isso se deve ao fato da Receita Federal utilizar dados de três fontes: Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob) e Declaração de Serviços Médicos (DMED).

Estar atento a isso é fundamental para evitar a malha fina. Com inconsistências na declaração, o contribuinte pode estar suscetível a alguns problemas, como exemplifica Raimundo.

“O contribuinte poderá ter a sua restituição suspensa, ter o CPF bloqueado, pagar multa e juros e ter o nome registrado no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (Cadin), além de haver possibilidade de ser aberto um processo por crime tributário”, diz.

Outras mudanças

As alterações para o programa de 2022 não param por aí. Segundo a Receita, há também novas regras nos códigos na ficha de bens e direitos, mudanças na ficha de rendimentos recebidos de maneira acumulada e a obrigação de informar se o dependente mora com o titular ou não.

No caso dos novos códigos, a mudança se dá por conta das complicações que o cidadão vinha tendo para saber qual código deveria utilizar para seu bem e deve agilizar o preenchimento da declaração ao deixar tudo mais nítido em relação a bens.

Já na ficha de rendimentos, área em que aposentados registram precatórios e/ou valores atrasados do INSS, será possível declarar também os juros de ações judiciais referentes a estes processos.

Quem tiver dependentes, agora, além de informar se ele reside ou não com o declarador, vai precisar adicionar na declaração o e- mail e o número celular de cada um citado no documento.

O ataque orquestrado contra o time do Bahia gerou reações do governador Rui Costa, conhecido torcedor do Esquadrão, que o chamou o atentado de "covarde" nas redes sociais.

Na noite desta quinta-feira (24), o ônibus que levava a delegação do Esquadrão foi atingido ao chegar nas proximidades da Arena Fonte Nova. Segundo informações iniciais, três bombas foram lançadas em direção ao veículo.


"Futebol não é campo de guerra, é paixão. Determinei imediata apuração. Jogadores, sejam eles do Bahia, Vitória ou qualquer outro time, são profissionais e merecem respeito", escreveu Rui.

O governador disse também que o crime será investigado e que os autores do atentado devem ser julgados pela Justiça.


Feridos

No momento do atentado, o elenco se dirigia à Fonte Nova para enfrentar o Sampaio Corrêa, em jogo marcado para as 21h30, válido pela primeira rodada da Copa do Nordeste. Em nota, o Bahia lamentou o ataque.


O goleiro Danilo Fernandes sofreu ferimentos no rosto e precisou ser socorrido por uma ambulância da Fonte Nova. Ele foi encaminhado para um hospital. Segundo apurou a reportagem, o estado dele não é grave. O lateral esquerdo Matheus Bahia foi outro atingido pelos estilhaços, no braço.

Um carro que transitava ao lado do ônibus tricolor, na altura do último viaduto da Av. Bonocô, dirigido por uma mulher, também acabou atingido pela explosão. Ela passa bem. O veículo sofreu danos e ficou sem o vidro traseiro do lado esquerdo.


"O Esporte Clube Bahia informa que uma bomba explodiu dentro do ônibus da equipe na chegada à Fonte Nova e atletas ficaram feridos. O caso mais preocupante é do goleiro Danilo Fernandes, atingido por estilhaços no rosto e já encaminhado a um hospital. Grupo discute se terá jogo", publicou o tricolor nas suas redes sociais.

Logo depois, o técnico Guto Ferreira falou sobre o momento do atentado. Segundo ele, três bombas foram arremessadas contra a delegação. O lateral esquerdo Matheus Bahia sofreu cortes superficiais provocados pelos estilhaços.


"Estilhaçaram os vidros, pegou em alguns atletas nossos. O Matheus [Bahia] foi algo superficial, o Danilo Fernandes, graças a Deus, não foi nada de mais grave, mas esteve a um dedo de perder a visão. O vidro cortou muito próximo do olho dele", disse o treinador.

"Pelo estrondo da bomba, se outra entra pelo espaço da que a primeira provocou, com certeza teríamos uma morte ali dentro. Foram três bombas", completou Guto. O técnico confirmou que o time vai entrar em campo para disputar a partida.

Além de Danilo Fernandes e Matheus Bahia, o atacante Marcelo Cirino é outra ausência na equipe por causa do ocorrido, mas ele não foi atingido.

Em nota, a Arena Fonte Nova repudiou o ocorrido: "A Arena Fonte Nova repudia veementemente o ataque desferido ao ônibus do Esporte Clube Bahia, este fato lamentável e reprovável, ocorreu quando o ônibus passava nas imediações da Estação do Metrô de Brotas, próximo ao viaduto de Pitangueiras. Apesar do fato ter ocorrido fora do local do jogo, a Arena prestou toda a assistência necessária aos feridos com o acionamento dos brigadistas e de ambulância".

Abalado com o estado de saúde de Paulinha Abelha, Clevinho Santos, atual marido da cantora, chegou a perder mais de 10kg em uma semana. A informação foi divulgada pelo ex-companheiro da artista, o cantor Marlus Viana. Paulinha morreu, aos 43 anos, em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico na noite desta quarta-feira (23), em Aracaju, onde estava internada em coma desde o dia 11.

Antes da morte da cantora, Marlus contou para a Quem que entrou em contato com Clevinho e Josefa e que ambos estavam arrasados. "Clevinho é muito meu amigo! Não dá para descrever como ele e a Dona Josefa estão. Eles estão destruídos. Clevinho emagreceu mais de 10 quilos em 7 dias. Ele não come, não dorme direito. Os médicos até pediram para ele dormir", contou.

Segundo o cantor, a mãe de Paulinha também estava com emocional muito abalado. "A mãe dela está cheia de remédios, não consegue raciocinar", relatou à Quem. Ainda de acordo com Marlus, Clevinho tinha fé que a esposa iria melhorar. "Quando a gente não espera uma situação, a pancada é muito forte. Ele não está em condições de falar. Falo com ele, mas ele fica disperso, é como se o cérebro não estivesse trabalhando. Ele está com olheiras, com os olhos de apreensão, fica encostado em um canto, é perturbador", concluiu.

Marlus Viana formou com a cantora a dupla Paulinha & Marlus, até 2014, quando retornaram ao Calcinha Preta.

Morte
O velório da cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, será aberto ao público. Fãs, amigos e familiares poderão se despedir na cerimônia que será montada nesta quinta-feira (24) no Ginásio Constâncio Vieira, em Aracaju. O horário de início, o período que o público em geral terá acesso ao velório e as informações do enterro ainda não foram divulgadas.

A artista deu entrada com insuficiência renal mas foi desenvolvendo um agravamento de lesões neurológicas associadas ao coma - ela estava na escala de Glasgow 3, considerada a mais grave da inconsciência. Em nota, o Hospital Primavera, onde a cantora estava internada, informou que Paulinha faleceu às 19h26, em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico.

No último dia 17, foi divulgado que ela passava por diálise. A família da cantora desejava que ela fosse tratada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, porém, por instabilidade neurológica, Paulinha não estava em condições clínicas seguras para realizar a transferência. Na última terça (22), a equipe médica afirmou que o mais preocupante era a parte neurológica, já que os demais problemas haviam estabilizado.

Os médicos usaram o termo “síndrome tóxico-metabólica” para definir o caso, numa suspeita de que alguma substância estava circulando pelo corpo dela, causando “uma cascata de inflamações ou lesões”. Mas, a equipe não conseguiu afirmar que substância estaria causando o problema. Paulinha Abelha usava medicamentos, todos supervisionados.

 

O presidente russo Vladimir Putin iniciou, na madrugada desta quinta (24), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Explosões e movimentação militar foram registradas em diferentes cidades ucranianas. Putin disse às forças ucranianas que deponham as armas e voltem para casa.

“Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”, ameaçou.

Há relatos de explosões e ataques em Kiev e Kharkiv, onde Centros de comando militar atacados com mísseis, de acordo com a imprensa internacional. O aeroporto da capital foi esvaziado e teve os voos suspensos.

Os militares ucranianos estariam tentando uma reação. O presidente Zelensky pediu calma e instaurou lei marcial.

"Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas da Ucrânia estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve parar Putin. A hora de agir é agora", disse o ministro de Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

Um conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, disse que tropas russas desembarcaram na cidade de Odessa e cruzam a fronteira na cidade de Kharkiv.

De acordo com a CNN Brasil, A Ucrânia informou que pelo menos oito pessoas morreram e nove ficaram feridas.

O comércio varejista baiano, que foi fortemente penalizado pela pandemia do novo coronavírus, não terá vida fácil em 2022. Por conta do elevado nível de endividamento das famílias, a inflação alta, o aumento dos juros para os consumidores e o mercado de trabalho desaquecido, o faturamento do setor deve encerrar o ano com uma retração de pelo menos 1% em relação a 2021. "Vai ser mais um ano difícil para o varejo", disse Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba).

Durante a apresentação do "Cenário e perspectivas econômicas 2022", ontem, na Casa do Comércio, Dietze afirmou que o novo Auxílio Brasil deve injetar este ano cerca de R$ 11,6 bilhões na economia baiana - um adicional da ordem de R$ 7,5 bilhões em relação ao antigo Bolsa Família. Mas o impacto direto destes recursos no consumo de produtos e serviços será parcial. Isto porque uma parte significativa deste valor será direcionada para o pagamento de dívidas e de contas, como de água e de energia elétrica.

"Além disso, as famílias continuam muito endividadas e sentindo a inflação alta, o que acaba impactando diretamente às vendas no comércio", afirmou o economista, acrescentando ainda que a economia como um todo vai conviver com inúmeros desafios este ano. Se não bastasse a crise sanitária, ele apontou ainda o aumento da taxa básica de juros, a Selic - o que acaba encarecendo ainda mais o crédito para o consumidor, afetando, por exemplo, o mercado imobiliário - o desemprego e as eleições de outubro. "O cenário de 2022 é de estagflação, ou seja, crescimento muito fraco com inflação elevada", observou o consultor da Fecomércio.

Em sua fala, Guilherme Dietze também fez um balanço do desempenho do varejo baiano no ano passado. O setor encerrou 2022 com um faturamento de R$ 114,7 bilhões, o que representou um crescimento de 7% em relação ao exercício anterior. A expectativa inicial, no entanto, era de uma alta de pelo menos 9%.
Entre os setores do varejo que mais se destacaram no ano passado estão o de veículos, motos e peças, com crescimento de 48%, e farmácias e perfumarias (10,7%). Em sentido oposto, registraram quedas as lojas de móveis e de decoração (-9,9%) e os supermercados (-6,4%).

"As vendas da última Black Friday e do Natal decepcionaram", assinalou Guilherme Dietze, lembrando ainda que, no ano passado, o pagamento do auxílio emergencial injetou na economia do estado apenas R$ 36 milhões, quase nada em relação aos R$ 25 bilhões de 2020.

Inflação e desemprego

Mas quais os motivos que fizeram com que o varejo baiano avançasse abaixo do esperado no ano passado? O primeiro deles, conta Guilherme Dietze, foi a inflação muita alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, encerrou o ano de 2021 em 10,78% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) , ficando acima da média nacional (10,06%), e sendo a maior inflação para um ano na RMS em 19 anos, desde 2002 (14,12%). "A inflação muito alta corrói a renda. Se a renda do trabalhador não é recomposta, corrigida, no final ele tem menos dinheiro para consumir no comércio", explica o consultor.

Outro motivo é a qualidade do emprego na Bahia. No ano passado houve a recuperação dos postos de trabalho, mas quem conseguiu uma vaga no mercado formal acabou sendo admitido com um salário mais baixo, o que reduziu a massa salarial.

Para se ter uma ideia, a massa de rendimentos no estado somou R$ 8,798 bilhões no terceiro trimestre do ano passado - um dos piores resultados da série histórica iniciada em 2012. Já o rendimento médio do trabalhador baiano, no mesmo período, ficou em R$ 1.535, bem abaixo dos R$ 1.879 do 1º trimestre de 2020, quando teve início a pandemia de covid.

Outro ponto destacado por Guilherme Dietze é o recorde de famílias endividadas em Salvador. Hoje, 672 mil famílias da capital baiana possuem algum tipo de dívida. "A inadimplência seguiu em alta e atingiu o maior nível desde 2012, com 32,6%. Os carnês e cartões de crédito são os vilões do endividamento", afirma o economista, que aponta ainda o crédito mais caro e seletivo como fator que impactou diretamente nas vendas do comércio em 2021.

Investimentos

Já Antonio Everton Chaves Junior, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), disse que este ano será de baixos investimentos, altas taxas de juros e pressão da inflação no país, o que eleva o custo de vida e impacta no consumo. “Isso vai complicar no primeiro momento. Nessa perspectiva, quem atua no comércio vai sair de casa para matar um leão por dia. O ano de 2022 será desafiador para as vendas do comércio", enfatizou o economista.

De acordo ele, a inflação em dois dígitos segue sendo o principal vilão dos trabalhadores brasileiros, com forte impacto no orçamento das famílias, reduzindo o poder de compra e, consequentemente, o consumo. “A inflação tem impactado sobremaneira o orçamento doméstico, o que impede que as famílias comprem mais", diz.

Além da inflação, o economista da CNC afirmou que a Selic continuará subindo - com projeção de fechar 2022 a 12% - e o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,3% este ano, de acordo com projeções do Banco Central. "Com esse relevo, o Brasil configura como o único país com o mais baixo nível de projeção de crescimento entre 42 países", enfatizou Antonio Everton.

Faltam 12 dias para o retorno das aulas presenciais na Universidade Federal da Bahia (Ufba), e o campus de Ondina, que reúne a maior parte dos cursos de graduação e pós da instituição, está com quatro edifícios no breu total. O Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (antigo PAF III), o Instituto de Letras, o Restaurante Universitário (RU) e a Biblioteca Central Reitor Macedo Costa estão sem energia elétrica desde o dia 28 de dezembro do ano passado.

A causa da falta de luz, que já dura quase dois meses, é um problema em um cabeamento antigo, que alimenta os quatro prédios. “É uma fiação antiga, de muito tempo, quando a universidade não tinha a demanda de hoje. Ela [a fiação] que faz a distribuição dos quatro prédios até o poste na avenida Adhemar de Barros e veio a quebrar”, contou o coordenador administrativo do Instituto de Letras, Hugo Correia.

Os equipamentos do Instituto de Letras que precisam de energia são as luzes, bebedouros, ar condicionado, projetores, micro-ondas, elevador e computadores.

Para resolver o problema, Hugo Correia explica que é preciso comprar um novo cabo, ligando-o novamente ao poste da avenida principal. Porém, a Ufba já tinha um projeto de modernizar a rede elétrica do campus. “Uma série de subestações já foram construídas, apenas aguardando instalação da Coelba. Como a fiação que deu problema é antiga, não adianta consertar um cabo, que daqui a pouco teria que ser desativado, porque seus dias estavam contados. Então, o objetivo é ligar à subestação, que está mais próxima dos prédios, seria mais econômico”, acrescenta.

Correia ainda diz que, se o problema não for resolvido até o início das aulas, a Ufba vai instalar um gerador de energia. No ano passado, a Faculdade de Comunicação também teve um problema de energia em uma das subestações, mas que já foi resolvido.

Cabos novos
Em nota, a Ufba informou que um “problema técnico” na rede da Coelba causou a sobrecarga nos cabos de alimentação de energia do PAF III, Biblioteca Central, Instituto de Letras e Restaurante Universitário, “com dano permanente nos mesmos”.

Em conjunto, a Ufba e a Coelba chegaram à conclusão de que a “alimentação deve deixar de vir diretamente da rede externa da avenida Adhemar de Barros e passar a ser fornecida a partir da CTS 3 - Central de Tensão do campus de Ondina, que faz parte da rede integrada de energia recentemente implantada pela universidade e que já está sob a tutela da Coelba”, diz o texto da nota.

Ainda de acordo com a instituição de ensino, a Superintendência de Meio Ambiente e Manutenção (Sumai) providenciou a compra de novos cabos, demais equipamentos e acessórios, agora em fase de instalação. “Os cabos deverão ser energizados, normalizando o fornecimento de energia aos quatro prédios a partir da próxima semana, antes, portanto, do início do semestre letivo 2022.1”, finaliza o texto.

Desde o início da pandemia, as atividades acadêmicas presenciais nos campi da Ufba foram suspensas, salvo exceções. A instituição não respondeu sobre os valores dos cabos, o ano da fiação elétrica do campus e a quantidade de pessoas que frequenta os prédios atingidos.

Procurada, a Coelba informou que "o fornecimento de energia por parte da distribuidora para a Universidade Federal da Bahia está normal, sem ocorrências". Disse ainda que "reforça que não existem pendências com a Ufba".

Fontes ouvidas pela reportagem informaram que trata-se, de fato, de um problema interno da Ufba. A reportagem fez contato com 20 pessoas da comunidade acadêmica, entre estudantes, professores e funcionários, mas ninguém quis se pronunciar ou sabia detalhes do problema.

Estudantes temem volta às aulas sem RU
Os alunos da Ufba ouvidos pela reportagem não foram oficialmente comunicados da situação no campus de Ondina, mas não acreditam que o problema irá se resolver até 7 de março, no retorno do semestre letivo. “Se o RU não voltar quando voltarem as aulas híbridas, não vou conseguir me alimentar na faculdade, vou ter que me deslocar para outro lugar e vai ficar muito mais cansativo. Espero que haja uma solução, porque as aulas estão na porta”, afirmou o estudante Ruan Amorim, 22. Ele recebe bolsa alimentação e moradia da Ufba.

O único comunicado envolvendo o restaurante, segundo Amorim, foi uma pesquisa de intenção, divulgada também pelas redes sociais. Segundo a publicação, o formulário “subsidiará o planejamento da reabertura do Restaurante Universitário e seus Pontos de Distribuição observando o perfil de intenções e necessidades, bem como os protocolos sanitários para manter estudantes e trabalhadores a salvo do contágio por covid-19 e variantes”.

Sem energia, a estudante de Letras Aline Barreto, 32, não pode nem ter aula, porque todas as matérias são no final da tarde ou à noite. “O campus todo já é muito mal iluminado, principalmente aquela parte do PAF III. É um breu completo e seria impraticável ter aulas ali sem luz, não teria condição”, diz Aline.

A rotina do estudante do Bacharelado de Humanidades (BI), Hebert Souza, 22, também seria inviável. Ele almoça no RU, estuda na biblioteca à tarde e tem aulas no PAF III e PAF IV à noite. “Durante o dia, já tiveram situações de falta de luz em algumas salas específicas, mas como tem luz natural, era tranquilo. Só que para quem faz curso noturno, não teria como”, diz. Ele presenciou uma queda de energia na biblioteca em 2019, que durou cerca de cinco horas.

A transmissão do novo coronavírus desacelerou em Salvador. O fator RT, que mede a velocidade de disseminação do vírus, registrou o menor percentual desde o início da pandemia, 0,15. O número de casos ativos da doença também caiu. A prefeitura está com receio de que o período do carnaval e as festas que vão ocorrer altere esse cenário para pior, por isso, disse que vai fiscalizar aglomerações e pediu a colaboração da população, mas já estuda desmobilizar leitos e unidades de saúde, em março.

Nesta terça-feira (22), não havia fila na regulação para casos de covid e no dia anterior não houve óbitos pela doença na capital. Uma realidade muito distante do mês passado. As imagens de gripários lotados, com pacientes sentindo dores e com febre, muitas vezes deitados em bancos ou na grama enquanto aguardavam por atendimento, ainda estão recentes na memória dos soteropolitanos.

A queda nos números foi anunciada pelo prefeito Bruno Reis (DEM) durante a entrega de uma escola em Valéria, nesta terça-feira. Ele disse estar otimista de que a situação vai melhorar e que novas medidas de flexibilização podem ser tomadas em breve, mas foi cauteloso em outros aspectos.

“Os números estão caindo. Não temos pacientes aguardando vagas na UTI. As UTIs estão com 49% de ocupação. O fator RT é o menor desde o início da pandemia. Tudo isso sinaliza que o que está acontecendo aqui é o que aconteceu em outros lugares do mundo. Com a Ômicron os números cresceram e depois caíram rapidamente. Muitos países relaxaram as medidas. É hora de fazer isso aqui? Ainda não. Temos um grande desafio que é passar pelo período que seria do carnaval para a partir daí se cogitar que medidas de flexibilização podemos adotar para ir retornando à normalidade”, disse.

Apesar das ponderações, o gestor afirmou que já estuda a desmobilização de leitos e de unidades de saúde para 30 de março. Procurada a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que esse processo será gradativo, como foi feito durante a primeira onda da pandemia, e que a quantidade de leitos e as unidades que serão fechadas primeiro ainda está sendo definidas. Para que isso aconteça tudo dependerá dos próximos dias.

Festas
A semana de carnaval está deixando as autoridades preocupadas. O medo é de que as aglomerações impulsionem novamente a transmissão do vírus e que a quantidade de casos ativos, atualmente 9.268 pacientes, e o fator RT voltem a subir. A prefeitura anunciou que fará uma operação especial nos circuitos Barra/ Ondina e no Centro Histórico para evitar que multidões e concentrem nesses espaços.

“Estamos ampliando nosso efetivo para fiscalização e operações durante o período de carnaval, de sexta-feira (25) até terça-feira (1º), com equipes permanentes nos circuitos oficiais e equipes ampliadas para atender outras áreas da cidade com rondas e apurando denúncias”, disse Bruno Reis.

Além das aglomerações de rua existem as festas privadas previstas para acontecer no período do carnaval, algumas delas programadas para durar até quatro dias. As praias estarão liberadas e podem ser outro ponto de tumulto. Parte da população também está temerosa. A promotora de vendas Larissa Barbosa, 34 anos, contou que vai passar o fim de semana com a família, na casa dos avós, no Subúrbio, mas que está receosa.

“O que a gente mais quer é voltar a ter uma vida normal, poder se livrar da máscara, frequentar os lugares sem precisar ficar apresentando cartão de vacina e viver sem o medo de pegar uma doença que pode te matar. Não quero voltar para aquela situação que a gente estava até bem pouco tempo, por isso, vou tentar me proteger e proteger meu filho. A população devia fazer o mesmo”, disse.

No final do ano passado, a cidade enfrentou dois surtos ao mesmo tempo, de covid e de influenza, que forçou o poder público a reabrir os gripários do Pau Miúdo, Pirajá/ Santo Inácio e da ilha de Bom Jesus dos Passos. Mesmo juntos com o gripário dos Barris a demanda estava alta, por isso, quatro Unidades de Saúde da Família de Pirajá, IAPI, Itapuã e Imbuí foram transformadas em Unidades de Pronto Atendimento, e mais leitos foram abertos no Hospital Sagrada Família.

Cenário
Em Salvador, 834.794 pessoas estão com alguma das três doses da vacina contra a covid atrasada. Segundo os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de 182 mil soteropolitanos ainda não compareceram para receber a 2ª dose do imunizante e 91 mil sequer tomaram a 1ª dose.

O número mais alarmante é de atrasados para a 3ª dose, com 18 anos ou mais. São 543.895 pessoas, o que representa a soma da população inteira de Vitória da Conquista e Lauro de Freitas juntas. O operador de telemarketing David Nascimento, 35 anos, está nesse grupo, mas tem uma justificativa.

“Eu poderia ter tomado a 3ª dose, mas demorei. Uma semana depois peguei covid. Estou cumprindo o prazo de intervalo, um mês, para poder voltar a receber a vacina”, disse. Ele garantiu que vai se imunizar.

Estudos comprovaram que o avanço da vacinação ajudou a derrubar os números de internações com casos graves de covid. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto, em Salvador, está em 49% e de leitos clínicos em 47%, nesta terça. O número ainda está acima do registrado em o final de agosto e outubro, quando esse percentual alternava entre 25% e 35%, mas é considerado positivo por estar abaixo de 50%. Já os leitos pediátricos estavam com ocupação de 87% (UTI) e 67% (clínico).

Na Bahia, a UTI adulto está em 55% e a enfermaria em 37%. A taxa de ocupação das acomodações pediátricas está em 82% (UTI) e 62% (enfermaria). A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que foram registrados 3.791 novos casos de covid, nesta terça, com 48 óbitos. Desde que a pandemia começou 28.977 baianos perderam a vida para as complicações provocadas pela covid-19.

Confira os números da vacinação:

Cadastrados não vacinados 1ª dose 5 a 11 anos: 80.300 mil
Cadastrados não vacinados 1ª dose 12 a 17 anos: 11.046 mil
Cadastrados não vacinados 1ª dose 18+: 16.949 mil
Atrasados 2ª dose: 182.604 mil
Atrasados dose REFORÇO (18+): 543.895 mil

A bailarina e influencer Brunna Gonçalves foi a quinta participante eliminada no paredão do Big Brother Brasil 22, na noite desta terça-feira (22). Ela recebeu 76,18% dos votos. Brunna disputava a permanência na casa com Gustavo, que levou 22,24% dos votos, e Paulo André, que ficou com apenas 1,58% - menor porcentagem até o momento.
Brunna foi parar no paredão após indicação do líder Lucas no último domingo (20). Por conta disso, ela não participou da prova bate-volta.

Nesta segunda-feira (21), durante o Jogo da Discórdia, Brunna entregou o colar de "não vence de jeito nenhum" para Lucas. Logo após o jogo, Lucas, que indicou Brunna, chamou a sister para explicar seus motivos e afirmou não ter tido acesso à ela. A dançarina ouviu, mas também rebateu: "O que não me desceu muito bem foi o fato de usar o mesmo argumento que o Gustavo havia usado", disse.

Paredão
O primeiro integrante do paredão desta semana foi Gustavo, que foi indicado por Brunna após ordem do Big Fone. Na noite de indicações, foi a vez de Brunna, sendo indicada pelo líder Lucas.

O apresentador Tadeu Schmidt anunciou uma nova dinâmica de votos para formação do paredão e a casa foi dividida em três grupos. Arthur imunizou Natália com o colar do Anjo.

Os grupos para indicação foram Quarto Lollipop, com Laís, Jade Picon, Larissa, Eliezer, Vinicius, Eslovênia e Brunna Gonçalves; Quarto Grunge, com Paulo André, Arthur Aguiar, Pedro Scooby, Douglas Silva e Gustavo; e Confessionário, com Linn da Quebrada, Jessilane, Natália e Tiago Abravanel.

O Lollipop indicou Jessilane. O Grunge escolheu Eliezer e o grupo do Confessionário indicou Paulo André. Eles, junto com Gustavo que já havia sido emparedado por Brunna ao atender o Big Fone, disputaram a prova bate e volta. Jessilane e Eliezer conseguiram se dar bem na prova e saíram do paredão.

 

Responsável por iniciar a rebelião na Penitenciária Lemos Brito (PLB) no domingo (20), quando cinco detentos morreram e pelo menos 17 ficaram feridos, a facção Tropa do A tem na sua história uma ligação estreita com o extinto grupo Comando da Paz (CP), que há pouco mais de dois anos foi absorvido pelo Comando Vermelho (CV), a segunda maior organização criminosa do Brasil.

É que a Tropa do A, conhecida também como Ordem e Progresso (OP) ou “Tudo 5”, tem como seu fundador Thiago Adílio dos Santos, conhecido como Coruja. Em 2019, ele foi apontado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) como o criminoso mais procurado de Salvador. Na ocasião, foi preso na comunidade de Jardim Caiçara, controlada pela facção CV, na cidade carioca de Cabo Frio, onde vivia numa casa simples para o padrão que ostentava.

Coruja foi cria do CP na região da Liberdade e anos depois ele se tornou uma das lideranças da facção no bairro. No entanto, Coruja quis voar mais alto e reuniu outros integrantes, formando seu próprio bando, a OP, que passou a ser chamada também de Tropa do A.

"Apesar de não ter levado à frente os estudos, ele era muito bom com os negócios, de fazer as coisas multiplicarem e, em pouco tempo, os pontos de drogas dele passaram a ser os mais rentáveis, pois vendia a droga mais barata e dava um prazo maior para pagamento", contou um policial civil que trabalhou muito tempo na 2ª Delegacia (Lapinha), unidade que atende as ocorrências da Liberdade e os bairros do entorno.


A Tropa passou a movimentar milhões por ano e conquistou espaços que antes pertenciam ao CP e ao Bonde do Maluco (BDM), como as áreas do Sieiro, Caixa d’Água, Curuzu, Pero Vaz e Santa Mônica.

Com a prisão de Coruja no Rio de Janeiro em fevereiro de 2019, a Polícia Federal, que participou da operação com a SSP-BA, informou que a Tropa do A movimentava mais de R$ 1 milhão por mês. Além disso, Coruja foi acusado de comandar uma chacina em janeiro de 2013, quando cinco pessoas foram assassinadas no bairro da Caixa d’Água. O traficante acabou solto por uma decisão judicial.

Fundador da Tropa do A, Coruja chegou a ser preso no Rio de Janeiro pela Polícia Federal (Foto: Reprodução)

Mas em agosto de 2020, as 'asas' de Coruja foram cortadas, aparentemente. Na ocasião, circularam nas redes sociais fotos e vídeos de um homem sendo sequestrado e posteriormente assassinado em Cabo Frio, no Rio. O conteúdo compartilhado dizia que a vítima era Coruja, que teria sido pego por homens do CV, a pedido do CP, como condição de se tornar uma célula da organização carioca na Bahia. A expansão da Tropa do A preocupava o CP, que, por sua vez, cortou a relação umbilical.

Apesar de todos os indícios do assassinato de Coruja, a polícia carioca informou que nenhum corpo com as características do traficante foi encontrado em Cabo Frio. "Como até agora não acharam (o corpo), tudo indica que usaram a prática conhecida como 'micro-ondas', onde a vítima é colocada dentro de pneus e em seguida incendiada. Isso é típico das facções do Rio. Depois, eles somem com o que sobrou", disse um policial do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), sem se identificar.

Desde a época do vídeo, não há notícias do criminoso. No entanto, a facção foi conquistando novos adeptos e fazendo enfrentamento às organizações criminosas mais “famosas”.

Repetição
Se o CP, hoje Comando Vermelho, foi responsável pelo desaparecimento de Coruja por conta da perda de território, a Tropa do A repetiu o feito nesse domingo. Temendo o crescimento do número de internos do CV, a facção planejou a execução do líder do CV na Penitenciária Lemos Brito: Daniel Pereira dos Santos, o Cuminho, e de outros nomes fortes do grupo rival, o que deu início à rebelião.

As execuções foram orquestradas por Porquinho, líder da Tropa do A na PLB. "Porquinho e Cuminho passaram a disputar o controle da PLB e a Tropa do A iniciou o ataque ao grupo rival", declarou o comandante do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar, o tenente-coronel Flávio Farias, na manhã de segunda-feira (21).

As armas de fogo usadas na rebelião – até o momento, somente uma pistola foi encontrada na unidade – chegaram às mãos de Porquinho ainda na manhã de domingo. Segundo mulheres dos presos que estavam na porta do Complexo Penitenciário da Mata Escura, pelo menos três armas teriam sido arremessadas no pátio da unidade prisional, prática comum pois não há um muro para separar um matagal no entorno da Avenida Gal Costa e o fundo do complexo.

Umas das mulheres disse ainda que Porquinho teria tomado conhecimento da existência de um vídeo em que Cuminho dizia que a PLB "avermelhou", dando a entender que a unidade prisional era controlada pelo CV.

Comando Vermelho
O Comando Vermelho Rogério Lemgruber, mais conhecido como Comando Vermelho e pelas siglas CV e CVRL, é uma das maiores organizações criminosas do Brasil. Foi criada em 1979 no Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro.

Entre os membros da facção, que se tornaram notórios depois de suas prisões ou mortes, estão o líder Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Mineiro da Cidade Alta, Elias Maluco e Fabiano Atanazio (FB). O CV já possui ramificações em outros estados brasileiros como Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, Pará, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Amazonas e algumas partes de Minas Gerais, Piauí, Paraíba, Pernambuco e da Bahia. Nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso, Acre, Ceará e Tocantins, o CV é maioria no sistema penitenciário.

A facção descende da Falange Vermelha criada por Rogério Lemgruber ainda na década de 1970. Uma das primeiras medidas do Comando Vermelho foi a instituição do "caixa comum" da organização criminosa, alimentado pelos proventos arrecadados pelas atividades criminosas isoladas, daqueles que estavam em liberdade, o dízimo. O dinheiro assim arrecadado serviria não só para financiar novas tentativas de fuga, mas igualmente para amenizar as duras condições de vida dos presos, reforçando a autoridade e respeito do Comando Vermelho entre a massa carcerária.

Vítimas
Apesar do então secretário de Administração Penitenciária (Seap) Nestor Duarte ter informado que foram seis óbitos na rebelião de domingo, a própria Seap voltou atrás e divulgou o número de cinco mortos durante a rebelião.

Os mortos foram identificados como Carlos Augusto Santos Silva, de 31 anos, Daniel Pereira dos Santos, o Cuminho, de 36 anos, Gilvan Ferreira Santana, Amilton Portugal dos Santos e Hones Batista da Silva, de 32 anos, que foi preso em novembro de 2011 por assalto no bairro de Engenho Velho da Federação. Ele organizou e comandou uma fuga em massa em dezembro de 2011 no Complexo Policial dos Barris. Na ocasião, fugiram 52 detentos.

Além dos mortos, foram contabilizados, até o momento, 17 feridos, segundo a Seap. Já o Ministério Público da Bahia contabilizou 38 feridos, contando os que tiveram menor gravidade.

O Ministério Público informou ainda que abrirá inquérito civil para apurar as circunstâncias e os fatos da rebelião. O MP informou ainda que solicitou a ocorrência registrada pela penitenciária e também os dados atualizados quanto às mortes e à quantidade de feridos. Essas informações serão consideradas no decorrer do inquérito civil.

Veja abaixo a relação de alguns nomes de feridos já confirmados pela Seap:


1. Willian de Souza Lacerda

2. Adson Santos de Jesus

3. Mateus de Freitas Oliveira

4. Roberto Santos de Oliveira

5. Luciano Gomes Sobrinho

6. Carlos Matheus dos Santos

7. Luís Paulo Mouro da Silva

8. Jackson dos Santos

9. Márcio de Jesus Pereira

10. Oberdan Oliveira de Carvalho

11. Danilo de Jesus Vieira

12. Judison Carvalho Santos

13. Enrique da Silva Oliveira

14. Carlos Antônio Souza dos Santos

Quem fez as edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2021 ou em 2020 e está em busca de uma vaga no ensino superior, mas não tem condições de arcar com a mensalidade de uma faculdade particular, pode encontrar uma oportunidade nos próximos dias. A Bahia é quinto estado com maior número de vagas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), são 17.179 disponibilizadas em instituições privadas. As inscrições estão abertas desde terça-feira (22) no site e ficam disponíveis até sexta-feira (25). A primeira chamada será feita no dia 2 de março.

Com o programa, é possível conseguir dois tipos de bolsas em faculdades particulares. O candidato pode obter a bolsa integral caso comprove renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário-mínimo (R$ 1.818). Para a bolsa parcial, de 50% do valor da mensalidade, a renda mensal por pessoa deve ser de até três mínimos (R$ 3.636).

Além disso, o candidato precisa se encaixar em uma dessas cinco categorias: ter cursado o ensino médio completo em escola pública; ter cursado o ensino médio completo em escola privada com bolsa integral; ter cursado parcialmente o ensino médio em escola da rede pública e parcialmente em particular, como bolsista integral; ser PCD (pessoa com deficiência; ou ser professor da rede pública de ensino no exercício da profissão. É preciso ter tirado ao menos 450 no Enem e não ter zerado a redação.

Neste ano, a oferta de bolsas bateu recorde e são mais de 273 mil para todo o Brasil. Em Salvador, estão sendo ofertadas vagas em 158 cursos, um aumento de 20% em comparação com o segundo semestre do ano passado – quando foram 125. Dentre as graduações disponíveis estão cursos mais procurados e concorridos. Medicina, por exemplo, é ofertada em três faculdades diferentes (UnidomPedro, Uniftc e Unifacs) e possui 12 vagas para ampla concorrência e 36 para cotistas, todas de bolsas integrais. Com o Prouni, o estudante deixa de pagar mensalidades que custam entre R$ 10.110 e R$ 11.611.

Para o curso de Direito, 12 universidades ofertam 139 vagas, entre bolsas parciais e integrais. As mensalidades para este curso são entre R$ 820 e R$ 2.690. Outras graduações disponíveis são Administração, com 185 bolsas integrais e 45 parciais; Arquitetura e Urbanismo, com 11 bolsas integrais e 15 parciais; Engenharia Elétrica, com 30 bolsas integrais e 11 parciais; e Pedagogia, com 135 bolsas integrais e 18 parciais.

Arthur Gabriel Oliveira tem 18 anos e mora em Teixeira de Freitas, no sul do estado. O jovem concluiu o ensino médio no ano passado no Colégio Estadual da Polícia Militar Anísio Teixeira, por isso, se enquadra nos critérios do Prouni. Ele conta que pretende cursar alguma engenharia e está em dúvida entre aeronáutica, ambiental ou mecânica. “No caso das áreas ambiental e florestal, são bastante proeminentes na minha região, devido a empresas como a Suzano”, ressalta.

Ansioso para conseguir uma vaga em universidade federal, através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou em instituição privada, pelo Prouni, ele diz que, por questões financeiras, pretende ficar na sua cidade de origem, mas isso pode mudar a depender das portas que vão se abrir com os programas nos próximos dias.

“Muitas áreas me possibilitam trabalhar e estudar, porém a prioridade é que o curso seja feito aqui onde moro, pela estabilidade financeira menos incerta. O Prouni pode ser decisivo para que eu possa começar a cursar um curso superior ainda este ano”, afirma Arthur.

Já o estudante Gabriel Ribeiro, morador de Riachão do Jacuípe, no nordeste da Bahia, não foi aprovado pelo Sisu na chamada regular no curso de Direito, sua primeira opção de curso. Com 21 anos, o jovem acredita que o Prouni pode trazer novas oportunidades para que ele mude de cidade.

“Sempre fui estudante de escola pública e meus pais são lavradores, então consigo me encaixar no perfil de até 100% de bolsa. Estou em busca de uma vida mais tranquila e estável, para mim e para meus pais”, diz Gabriel.

Ele, que já sofreu com transtorno de ansiedade em outros momentos da vida e fez o primeiro Enem em 2017, conta que tem conseguido driblar a tensão pré-resultado: “Tem me deixado bastante ansioso, mas esse ano estou mais calmo do que nos anteriores”

Mudanças no Prouni

A edição do Prouni de 2022 trouxe mudanças importantes para os estudantes que desejam ingressar em faculdades privadas do país. A primeira delas, que passa a valer já neste semestre, é a inclusão de candidatos que fizeram o Enem 2020. Até então só era permitido participar do programa alunos que tivessem feito a última edição do programa. Segundo o MEC, a medida tem objetivo de reduzir a atual ociosidade de bolsas.

Outra mudança anunciada foi a inclusão de estudantes já formados, mas somente os que queiram se inscrever em cursos de licenciatura. Ou seja, aqueles que queiram atuar, em sua própria área, como professor. Uma outra decisão, tomada via Medida Provisória pelo presidente Jair Bolsonaro, permite que alunos que cursaram o ensino médio em colégios particulares e sem bolsa de estudos integral participem do Prouni. Essa medida, no entanto, só passa a valer no segundo semestre de 2022.

Particulares tem uma vaga para cada 10 alunos matriculados

O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior Particular da Bahia (Semesb) e reitor da Unirb, Carlos Joel Pereira, explica como funciona a distribuição das vagas em universidades particulares. O que as instituições fazem é a transformação do imposto que deveria ser pago para o estado em bolsas.

Segundo ele, se uma faculdade possui 100 alunos que pagam R$ 1.000 de mensalidade, 10% do faturamento deveria ser pago como imposto federal, ou seja, R$ 10.000. Então, esse valor corresponde a 10 bolsas que a instituição pode deixar disponível para a União ocupar, ao invés de pagar o tributo diretamente ao Estado.

“Do ponto de vista formal, existe a obrigação de 10% do valor do faturamento ser retribuição tributária. Então, além de uma eficiência do ponto de vista fiscal, porque não precisa ter aquela rotina de boletos, a faculdade entrega de forma direta o tributo à sociedade”, afirma Carlos Joel.

O presidente diz ainda que o Prouni, criado em 2004, é o programa mais interessante já feito no uso do tributo que as empresas pagam. “O programa possibilita que milhares de pessoas que não teriam oportunidade de frequentar o ensino superior, possam ter acesso. Do ponto de vista da distribuição de renda, é um dos programas mais eficientes que temos.” Carlos Joel também destaca que os resultados são bons, porque os estudantes bolsistas trazem mais qualidade acadêmica por serem mais esforçados.

Diferentemente do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o aluno que for cursar o Prouni consegue a bolsa estudantil e não precisa arcar com dívidas futuras, como ocorre no outro programa.

Tecnologia e marketing digital estão em alta nas profissões

Se antigamente finalizar uma graduação em uma instituição de ensino superior era o suficiente para ter garantia de um futuro próspero, hoje em dia não é bem assim. Fabíola Matos, sócia-diretora da Arttha Gestão & RH, afirma que profissões que antes eram consideradas como passaporte para sucesso financeiro podem não estar tão em alta. Para ela, áreas que envolvam tecnologia e marketing oferecem boas oportunidades no mercado de trabalho.

“Na Medicina, os profissionais que se tornam especializados e vão para área de pesquisa e cirurgias, tendem a se destacar. Já no Direito, eu digo que é uma grande lenda. É só olhar a oferta de vagas especializadas contratando advogados com a remuneração inicial de R$ 1.300, porque há uma saturação de mercado”, ressalta.

Sobre as engenharias, Fabíola Matos explica que as que envolvem as especialidades de energias renováveis e petróleo de gás podem oferecer mais oportunidades de emprego. “As relações profissionais mudaram com as redes sociais e isso domina muito seguimentos, temos algumas áreas como marketing digital, especialistas de e-commerce são áreas muito visadas”. Além da área de tecnologia, a diretora também aponta que a área de vendas e finanças também são opções interessantes.

“Também vale a pena destacar que com a lógica do teletrabalho, temos empresas que estão sediadas em outros estados e contratam funcionários que vão trabalhar remotamente”, diz. Segundo Fabíola, o porte da empresa, a localidade e o nível de formação do trabalhador são o que explicam a remuneração ofertada. “Mas uma crença fundamental minha é que a escolha pela grana não é uma escolha que tende a ser feliz”, destaca a diretora. Para ela, os profissionais devem escolher profissões pelo que gostam e não somente pelo retorno financeiro.