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Bahia com Tudo

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As quatro maiores operadoras de telefonia do Brasil, Oi, Vivo, Tim e Claro, foram acionadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por compartilharem indevidamente dados pessoais de clientes no estado. A ação civil pública foi anunciada pelo órgão na segunda-feira (17).

A promotora Joseane Suzart afirma que informações compartilhadas de modo indevido têm contribuído para fraudes e causado incômodo aos consumidores. Além disso, acarreta em “incessantes e inoportunas” chamadas telefônicas.

O Ministério Público solicitou informações à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que confirmou que as operadoras não agem de acordo com as regras referentes à proteção de dados pessoais. Em seguida, o MP solicitou medida liminar para obrigar operadoras a cumprirem as regras básicas para o tratamento de dados pessoais.

Ainda de acordo com o MP, outras ações devem ser tomadas para evitar as ligações indesejadas. O órgão não detalhou quais serão as medidas, mas acrescentou que as empresas devem observar a maneira como lidam com as informações privadas dos clientes.

O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia (Conexis) disse que as prestadoras de telecomunicações possuem compromisso com os padrões de segurança da informação e privacidade de dados, e monitoram constantemente seus sistemas e requisitos técnicos, operacionais, legais e regulatórios associados à gestão de dados.

A rede de operadoras disse também que, como parte dos procedimentos de segurança das empresas, os setores de telecomunicações, financeiro, de internet, comércio e varejo lançaram, em 2020, uma campanha com dicas e informações à população sobre a importância de se adotar cuidados com a segurança dos dados pessoais.

O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (17) que antecipou a data da chegada do terceiro lote das vacinas pediátricas. Inicialmente os imunizantes da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos estavam previstos para chegar no dia 27, mas a data da chegada foi antecipada para o dia 24 de janeiro.

Esta será a terceira entrega de vacinas pediátricas neste mês. As duas primeiras remessas totalizaram 2,4 milhões de doses e, segundo o ministério, estão em processo de distribuição para os estados e para o Distrito Federal.

O lote mais recente, com 1,2 milhão de doses, chegou no Brasil nesse domingo (16). Após a chegada, as doses são encaminhadas para o centro de distribuição do Ministério da Saúde em Guarulhos (SP) e enviados para os estados, que repassam aos municípios. A expectativa é que esse lote seja distribuído até quarta-feira (19) para as unidades da Federação. A primeira remessa chegou no dia 13 de janeiro.

A previsão da pasta é que o Brasil receba 4,3 milhões de doses em janeiro. O primeiro contrato de aquisição de doses pediátricas junto à farmacêutica Pfizer prevê a entrega de até 20 milhões de doses até março.

A marca é a única que já recebeu autorização para uso de forma emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Subiu para cinco o número de mortos em um acidente na BA-001, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador. O caso foi no domingo (16).

A quinta vítima foi Alecsandro Santana dos Santos, de 43 anos, que estava internado no Hospital do Subúrbio e morreu ontem (17). Uma outra vítima, Tailane Silva Santos, continua na UTI do hospital.

Há ainda uma segunda vítima hospitalizada, Cleiton Santos Costa, de 19 anos, que está no Hospital Geral do Estado (HGE). Os outros quatro feridos não precisaram de atendimento em hospital.

Foram dois acidentes em sequência. As duas primeiras pessoas morreram em um choque entre moto e carro. Enquanto as pessoas tentavam prestar socorro aos feridos, um segundo carro tentou desviar da moto na pista e atingiu um grupo de cerca de 10 pessoas. Outras duas pessoas desse grupo morreram no local. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou socorro levando os feridos para o Hospital Geral de Itaparica. Três das vítimas, que estavam em estado grave, vieram para Salvador em helicóptero do Grupamento Aéreo da PM (Graer).

O caso é investigado pela 24ª Delegacia (Vera Cruz). O delegado Willian Achan disse que que o motorista que atropelou o grupo já foi identificado e vai se apresentar. "Uma coisa foi comprovada: ele fugiu. Agora quanto a situação de ingestão de bebida alcoólica, se ele estava em alguma festa, vamos apurar e ver a parcela de culpa", disse em ele em entrevista à TV Itapoan.

A expectativa é que o motorista, que não teve nome divulgado, se apresente no mais tardar na sexta-feira.

A partir desta terça-feira (18), as unidades do Ministério Público estadual passam a funcionar em formato híbrido (presencialmente e em teletrabalho) até o dia 31 deste mês. A instituição estava funcionando no formato presencial desde novembro de 2021, mas considerando o boletim epidemiológico sobre a covid-19, publicado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que demonstra o aumento das taxas de pacientes infectados pela covid-19, o procurador-geral de Justiça em exercício, Paulo Marcelo Costa, instituiu o regime hibrido, conforme portaria publicada do Diário Oficial de Justiça nesta terça-feira (18).

A decisão levou em consideração a identificação de uma nova cepa, a ômicron, que tem grande potencial de transmissibilidade, e também um surto de gripe (influenza), causado principalmente pelo vírus H3N2. Segundo o ato, os servidores exercerão as atividades presencialmente em quantitativo diário equivalente a 30% do quadro de pessoal das respectivas unidades, em escala de rodízio, sugerindo-se a alternância em períodos semanais de trabalho, caso o quadro da unidade comporte tal configuração. Todos os atos administrativos e finalísticos, sempre que possível, deverão ser realizadas preferencialmente por videoconferência. Fica mantido o horário do expediente normal em todas as unidades do MP.

O atendimento remoto deverá ocorrer, prioritariamente, ao cidadão, às partes e interessados, bem como a integrantes do sistema de justiça, autoridades e agentes públicos, a exemplo do Poder Judiciário, Advocacia Pública, Defensoria Pública, advogados, peritos, auxiliares da Justiça e autoridades policiais, ressalvado o atendimento presencial aos que demonstrarem a necessidade dessa modalidade de atendimento, preferencialmente mediante prévio agendamento.

Os casos excepcionais em que a jornada de trabalho não possa ser executada em regime de teletrabalho, deverão ser comunicados à Diretoria de Gestão de Pessoas/Coordenação de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho. Dúvidas decorrentes da aplicação do disposto na referida portaria serão objeto de deliberação pela Procuradoria Geral de Justiça, podendo ser ouvido o Grupo de Trabalho instituído pelo Ato de nº 220/2020.

Preocupado com o avanço dos casos de covid-19 no estado, o governador Rui Costa afirmou que pode reduzir ainda mais o número de público em eventos, caso o limite de 3 mil pessoas não seja respeitado. Ele disse ainda que "não quer choradeira" de empresários caso isso aconteça.

"Se persistir esse desrespeito, se as cenas que eu vi do Comércio, da Paralela, continuarem a se repetir, vamos reduzir drasticamente o público em eventos. Basta ver que os dois eventos não estavam respeitando o limite. Visualmente você percebe. Eu tô avisando pra depois não ter a choradeira na imprensa. A minha posição, todos conhecem, que é priorizar a vida", disse.

Ainda segundo Rui, o Corpo de Bombeiros vai fiscalizar, conforme estabelecimento em decreto, os espaços que anunciaram eventos antes e durante as festas. Os locais que não cumprirem as normas vão ser penalizados.

O governador elogiou os estabelecimentos que já estão cobrando o passaporte vacinal dos clientes. "Eu quero agradecer e elogiar os donos de bares e restaurantes que estão pedindo o passaporte vacinal para entrar em seus bares. Ele está cuidando nao só da saúde da população, está cuidando para que o negócio dele não seja interrompido".

Três das nove vítimas de um atropelamento ocorrido no Km 03 da BA-001, na Ilha de Itaparica, no domingo (16), foram transportada em estado grave por uma equipe do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer/PMBA) para hospitais de Salvador. O helicóptero Guardião 01 foi utilizado nos resgates.

As vítimas de 43 anos, 20 e 19 anos faziam parte de um grupo de pessoas que tentava socorrer sobreviventes de um acidente com duas vítimas fatais, durante a colisão entre uma motocicleta e carro de passeio, quando acabaram surpreendidos por um terceiro veículo que perdeu o controle da direção. Mais duas pessoas morreram no local.

Os militares foram acionados pela coordenação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para realizar o transporte de do Hospital Geral de Itaparica para unidades de saúde da capital, devido à complexidade da condição clínica dos pacientes. A equipe realizou três voos, de 10 minutos cada, para concluir os atendimentos.

"Estavam todos em um cenário difícil! A agilidade em socorrer as vítimas com trauma cranioencefálico grave e respiração mecânica foi de suma importância devido a quantidade de vítimas e a complexidade da situação de saúde delas. Elas estavam entre a vida e a morte. Todas foram monitoradas por um médico do Samu, a bordo da aeronave, durante o percurso de 10 minutos até o hospital da capital. O socorro foi rápido", detalhou o capitão Victor Fonseca, chefe adjunto da Comunicação Social do Graer.

Um homem e uma mulher foram encaminhados para o Hospital do Subúrbio. Já a outra vítima do sexo masculinos foi direcionada para o Hospital Geral do Estado (HGE).

Um dia após ser deportado pela Austrália, Novak Djokovic sofreu outra dura derrota fora de quadra. O tenista sérvio agora corre o risco de não poder competir em Roland Garros, o segundo e próximo Grand Slam da temporada, em Paris, porque o governo francês aprovou a adoção do passaporte vacinal para eventos públicos.

A lei foi aprovada no domingo (16) pela Assembleia Nacional da França e, nesta segunda-feira (17), a atual ministra dos Esportes, Roxana Maracineanu, afirmou que não haverá exceção. Assim, já está descartada qualquer "permissão médica especial", como a que o número 1 do mundo havia obtido, ainda que temporariamente, na Austrália.

"O passaporte de vacinação foi adotado. Assim que a lei for promulgada, ele passa a ser obrigatório para entrar em edifícios públicos como estádios, teatros ou salões para todos os espectadores, praticantes e profissionais franceses ou estrangeiros", afirmou Maracineanu em suas redes sociais.

"Muito obrigada ao movimento esportivo pelo trabalho de convencimento junto aos últimos raros membros não vacinados. Trabalharemos juntos para preservar as competições e sermos os embaixadores dessas medidas em nível internacional", acrescentou a ministra.

Em comunicado, o ministério reforçou as palavras de Maracineanu. "Isso se aplica a todos que são espectadores ou esportistas profissionais. Isso vale até novo aviso. Agora, ainda que haja uma preocupação, Roland Garros é em maio. A situação pode mudar até lá e nós esperamos que seja mais favorável. Então, vamos ver Mas claramente não haverá exceção", destacou o órgão público.

Djokovic admitiu que não tomou a vacina contra a covid-19 ao desembarcar na Austrália, na semana passada. Ele tentou entrar no país para disputar o Aberto da Austrália, que começou na noite de domingo, pelo horário de Brasília, com uma "permissão médica especial", obtida com o apoio da Tennis Australia, a federação nacional de tênis, e do governo do Estado de Victoria.

Dois painéis de médicos teriam liberado a permissão porque o sérvio contraiu covid-19 em dezembro. E, segundo as regras iniciais comunicadas pela Tennis Australia aos tenistas, uma infecção recente pelo vírus se enquadraria nas regras de exceção para entrar no país mesmo sem tomar a vacina.

Mas as autoridades da fronteira australiana não aceitaram o argumento. O governo australiano chegou a anunciar publicamente que havia avisado a Tennis Australia, ainda em novembro, de que infecção recente não seria aceito como justificativa para "permissão especial". A confusão gerou dois cancelamentos de visto para Djokovic, duas audiências judiciais e a decisão final de deportação, no domingo.

Logo após a decisão judicial que determinou a saída do tenista do país, o pai de Djokovic, Srdan, ironizou a situação e disse: "Nos vemos em Paris". Naquele momento, a França ainda não havia decidido pelo passaporte vacinal. Com a decisão, o número 1 do mundo poderá voltar a um Grand Slam, caso não queira de vacinar, somente em Wimbledon, em junho.

A Inglaterra não exige o passaporte vacinal, mas o primeiro-ministro Boris Johnson disse ser totalmente a favor do imunizante ao ser questionado sobre o caso Djokovic, na semana passada. "Tudo o que posso dizer sobre o tema Novak Djokovic é que eu acredito na vacinação e entendo ser algo fantástico", afirmou o político.

Um ano depois de começar a vacinação contra a covid-19, o Brasil se aproxima do patamar de 70% da população com as duas doses, enquanto 15% já receberam a dose de reforço e cerca de 75% receberam ao menos a primeira dose, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A campanha coordenada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) já tinha atingido 68% dos brasileiros com as duas doses até a última sexta-feira (14) e dá agora os primeiros passos para proteger crianças de 5 a 11 anos.

A vacinação contra a doença teve sua primeira dose administrada em 17 de janeiro de 2021, na enfermeira Mônica Calazans, em São Paulo. A profissional de saúde recebeu a vacina CoronaVac, produzida no Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Desde então, três em cada quatro brasileiros receberam ao menos a primeira aplicação de um dos quatro imunizantes adquiridos pelo PNI: AstraZeneca, CoronaVac, Janssen e Pfizer.

Pesquisadores da Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Imunizações ouvidos pela Agência Brasil indicam que o resultado da vacinação produziu queda drástica na mortalidade e nas internações causadas pela pandemia, mesmo diante de mutações mais transmissíveis do coronavírus, como a Delta e a Ômicron.

Mudança epidemiológica
Quando o Brasil aplicou a primeira vacina contra covid-19, no início do ano passado, a média móvel de vítimas da doença passava das 900 por dia, e 23 estados tinham mais de 60% dos leitos de pacientes graves da doença ocupados no Sistema Único de Saúde (SUS). Com doses limitadas, a campanha começou focando grupos mais expostos, como os profissionais de saúde, e mais vulneráveis, como os idosos.

Levou até junho para que um quarto dos brasileiros recebesse ao menos a primeira dose, e o país viveu o período mais letal da pandemia no primeiro semestre do ano passado, quando a variante Gama (P.1) lotou centros de terapia intensiva e chegou a provocar picos de mais de 3 mil vítimas por dia. Nos grupos já vacinados, porém, as mortes começaram a cair conforme os esquemas vacinais eram completos, e os pesquisadores chegaram a indicar que a pandemia havia rejuvenescido, já que os idosos imunizados passaram a representar um percentual menor das vítimas.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, reforça que as vacinas reduziram a ocorrência de casos graves e mortes na pandemia, mesmo que a ascensão de variantes mais transmissíveis tenha provocado novas ondas de disseminação do coronavírus. "Não conseguimos ganhar do aparecimento de variantes, principalmente porque não houve uma vacinação em massa no mundo inteiro simultaneamente. Então, em lugares em que havia condições de alta transmissibilidade, surgiram variantes", afirma ela, que acrescenta: "Mas as vacinas se mostraram eficazes contra formas graves e mortes mesmo nesse contexto de variantes. Neste momento, com a Ômicron, a explosão do número de casos não foi acompanhada nem pelos casos de internação nem pela mortalidade. E isso se deve à vacinação. As vacinas cumpriram o papel principal e mais importante: salvar vidas".

Pesquisador da Fiocruz Bahia, o epidemiologista Maurício Barreto concorda e avalia que a velocidade de transmissão da Ômicron trará mais um alerta para quem ainda não tomou a primeira dose ou não concluiu o esquema vacinal.

"Esse pico que estamos começando da Ômicron vai crescer nas próximas semanas e pode atingir número grande de pessoas. Pode haver casos severos entre os vacinados, porque a efetividade da vacina não é de 100%, mas será em uma proporção muito maior entre os não vacinados", prevê o epidemiologista, que vê risco para os sistemas de saúde com demanda grande por internação de não vacinados. "Havendo número razoável de não vacinados, isso pode gerar enorme quantidade de casos severos. A Ômicron está expondo a fragilidade dos não vacinados".

Barreto vê como positivo o número de 68% da população com duas doses, mas acredita que há espaço para aumentar esse percentual, porque o Brasil tem tradição de ser um país com alto grau de aceitação das vacinas. Além disso, destaca que há diferença grande entre os vacinados com a primeira dose (75%) e com a segunda dose (68%), o que dá margem para avançar entre quem já se dispôs a receber a primeira aplicação.

"De modo geral, é positivo [o percentual de vacinados]. Reflete, de um lado, o desejo da população de ser vacinada, e, do outro, o desenvolvimento de vacinas com efetividade capaz de proteger principalmente contra casos severos da doença", afirma ele, que pondera: "Poderia ser um pouco mais. O Brasil poderia chegar um pouco além".

Estados e municípios
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, na última semana, que o sucesso do enfrentamento da pandemia depende da colaboração de estados e municípios, principalmente com relação ao avanço nas aplicações da segunda dose e da dose de reforço. Queiroga chamou a atenção para a situação de alguns estados, principalmente da Região Norte, onde os níveis de aplicação da vacina estão baixos.

Ele comentou que assiste-se ao aumento do número de casos, mas ressaltou que ainda não há pressão sobre os estados. "Estamos ampliando os testes. Em janeiro, vamos distribuir 28 milhões de testes rápidos". Segundo ele, em fevereiro, devem ser distribuídos 7,8 milhões de testes.

Vacinação no mundo
O percentual de vacinados com a segunda dose no Brasil posiciona o país à frente da maioria dos vizinhos sul-americanos, segundo a plataforma Our World in Data, vinculada à Universidade de Oxford. Apesar disso, Chile (86%), Uruguai (76%), Argentina (73%) e Equador (72%) conseguiram cobertura maior no continente.

Quando são analisados os 30 países mais populosos do mundo, o Brasil fica na nona colocação entre os que conseguiram a maior cobertura com duas doses, lista que é liderada pela Coreia do Sul (84,5%), China (84,2%) e Japão (78,9%). Em seguida, o ranking tem Itália (74,9%), França (74,8%), Alemanha (71,8%), Reino Unido (70%) e Vietnam (69,7%). Os países onde a população teve menos acesso às vacinas foram Quênia, Nigéria, Tanzânia, Etiópia e República Democrática do Congo, onde o percentual não chegou a 10%.

A América do Sul é o continente com a maior média de vacinação no cálculo da platafoma Our World in Data, com 65% da população com as duas doses. A lista indica grandes desigualdades regionais, com Europa (62%), Asia (58%), Oceania (58%), América do Norte (54%) e América do Sul acima da média mundial de 50% de vacinados, e a África com apenas 9,9% da população com duas doses.

Mônica Levi vê o percentual de vacinados no Brasil como alto em relação a países que lidam com movimentos antivacina mais fortes, como Estados Unidos (62%) e Israel (64%). "Eles não conseguem avançar, porque sobraram aqueles que têm resistência enorme à vacinação. A gente vê no Brasil facilidade muito maior, e estamos em situação melhor. Alguns países estão melhores que a gente, mas a resistência à vacinação aqui ainda não é tão grande, mas pode se tornar", diz ela, que vê com preocupação a hesitação à vacinação de crianças. "É uma tristeza para nós, da área médica, ver que questões políticas estejam influenciando as decisões de pais sobre a saúde dos próprios filhos, que possa existir pais que se importem mais em seguir orientações politicas do que as bases da ciência e as conclusões de pessoas que são qualificadas para a tomada de decisões na saúde".

Eventos adversos
A médica afirma que o público está sob bombardeio de informações confusas, que supervalorizam eventos adversos raros previstos na vacinação e ignoram os benefícios que as vacinas já trouxeram desde o início da pandemia.

"Eventos adversos aconteceram, alguns graves, mas foram extremamente raros e muito menos frequentes que a ocorrência desses mesmos quadros sendo causados pela própria covid-19. A ponderação do risco-beneficio é extremamente favorável à vacinação. A gente não está negando a existência de eventos adversos graves. Eles existem, mas são extremamente raros. Só que a gente tem que considerar as vidas salvas e os benefícios que a vacinação traz frente ao risco que é incomparavelmente menor".

O epidemiologista da Fiocruz concorda e afirma que as vacinas contra covid-19 usadas no Brasil estão em uso em muitos outros países, o que faz com que diferentes órgãos regulatórios e pesquisadores avaliem os resultados e sua segurança.

"Internacionalmente, já são bilhões de doses. Não são vacinas dadas só no Brasil, mas no mundo inteiro. Então, há muita clareza de que há efeitos adversos, mas que são em uma proporção tão ínfima, que os benefícios os superam e muito. E, sobre isso, há uma concordância dos órgãos regulatórios, sejam brasileiros, americanos, europeus, japoneses, australianos. Milhares de instituições estão monitorando os efeitos dessas vacinas, então, há uma tranquilidade imensa de que a gente tem vacinas seguras".

Para avançar na vacinação, Barreto acredita que é preciso entender por que algumas pessoas não completaram o esquema vacinal e identificar localmente possíveis problemas que podem ter criado dificuldades para que as pessoas retornassem aos postos. O objetivo, reforça ele, deve ser facilitar ao máximo a ida aos locais de vacinação.

Mônica Levi lembra que, em outras vacinas que preveem mais de uma dose, é frequente que a cobertura caia na segunda e terceira aplicação. " A gente já vê isso na vacina da Hepatite B, por exemplo, que também tem três doses. Esse é um comportamento normal que a gente já via, uma dificuldade de fazer vacinas de várias doses e manter a adesão ao esquema completo", diz ela, que ainda acha difícil prever se a vacinação contra covid-19 vai ser encerrada na primeira dose de reforço. "Mais para frente, se vamos ter novas variantes que vão obrigar a fazer vacinas diferentes, ou se a imunidade vai cair mais uma vez depois do reforço, só o tempo vai dizer".

A estreia do Bahia no Campeonato Baiano vai acontecer neste sábado (15), mas o técnico Guto Ferreira mostrou preocupação em relação aos jogadores que estão disponíveis para enfrentar o Bahia de Feira, às 16h, na Arena Cajueiro.

Com o surto de covid-19 no elenco, o treinador explica que atualmente apenas 12 jogadores estão em condições plenas de entrar em campo. São os atletas que iniciaram a preparação para o estadual ainda em dezembro, antes do grupo principal. Por isso, algumas peças do chamado “time de cima” devem ser requisitadas para a estreia.

"No aspecto tático, você deixa de trabalhar a equipe como um todo. Você perde peças importantes. Às vezes, você fica impossibilitado de fazer trabalhos de ajuste, conjunto, de campo aberto, no qual os atletas preparam musculatura. Os trabalhos viáveis são de campo reduzido. Nesse momento, estamos trabalhando com 12 jogadores em condições de ir para o jogo de sábado e mais alguns que voltaram agora das férias. Isso fica muito difícil porque eles não fazem o mesmo trabalho. Se for para o mesmo, correm o risco de lesão", explicou o treinador.

Guto não vai estar na beira do campo na Arena Cajueiro. Como o Bahia vai jogar as três primeiras partidas do Baianão com um time alternativo, o treinador será o auxiliar fixo Bruno Lopes. Porém, português também está isolado por conta da covid. Assim, o auxiliar Vinicius Rovaris será o comandante na estreia.

Além do jogo contra o Bahia de Feira, Guto se preocupa com a preparação dos jogadores para a temporada. Afastados das atividades, os atletas perdem dias preciosos da pré-temporada.

"Impacta demais, né? A questão do Covid-19 acaba por afastar os jogadores. E aí eles vão perdendo treinamento. Quanto mais tempo ficarem preparados...Eles já vêm de uma situação parada que nem ficaram 30 dias parados para poder entrar em boa condição para os campeonatos. Mas com o Covid-19 eles não podem treinar, ficam impossibilitados de trabalhar. O acúmulo deixa de ser de 25, 26 dias, e passa a ser de 40 dias, 37, 38 dias. Isso vai um bom tempo para recolocá-los em boas condições", disse Guto.

 

Agora já são cinco os ciganos assassinados na Bahia somente no início deste ano. Os crimes aconteceram em um espaço de 72 horas. O caso mais recente aconteceu na noite desta quarta-feira (12), na cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. O comerciante Luciano Ramos de Souza foi morto a tiros quando ainda estava com parentes, em uma roda, participando de um jogo de dominó.

A morte de Luciano aconteceu no bairro do Sacramento. Os criminosos chegaram em um carro. “Ontem [quarta, dia 12], por volta das seis horas da tarde, ele estava brincando de dominó junto com parentes quando uns homens chegaram e um deles disse: ‘afasta, afasta aí, só quero ele’ e atirou no cara. Foram muitos tiros. Ninguém sabe o motivo”, contou um cigano que vive na região.

Ele disse que os bandidos foram audaciosos. “Na roda havia muito homem armado e mesmo assim eles agiram e fugiram. Os parentes ainda atiraram, mas não furaram o carro. Acho que era blindado”, relatou o cigano.

O comerciante foi socorrido pelos próprios parentes e levado para o hospital municipal da cidade, mas não resistiu. Enquanto os médicos tentavam salvá-lo, muitas pessoas se mobilizaram em frente à unidade médica, a maioria era cigana. Não hão informações sobre o sepultamento da vítima.

Luciano trabalhava comprando e vendendo carros. Ele era filho único. “Era um cara que não tinha inimigos, gente boa, trabalhador. A família dele está um desespero só. O pai dele, um velhinho, está arrasado. O filho era a vida dele. Agora é pedir muito força a Deus pra eles aguentarem essa porrada, que é muito grande”, disse o cigano ouvido pela reportagem.

De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado pela 1ª Delegacia Territorial (DT) de Santo Amaro. “Conforme as informações iniciais, os autores estavam em um veículo de cor cinza. A autoria e motivação ainda são indefinidas, bem como a relação com os crimes ocorridos nos municípios de Dias d’ Ávila e Camaçari”, diz nota da PC enviada à reportagem.

Mais mortes
O comerciante Orlando Alves, 59, e a mulher dele, Luciene Alves de Oliveira, 56, foram assassinados com vários tiros por volta das 19h30 de terça-feira (11) na cidade de Dias d’Ávila, Região Metropolitana de Salvador (RMS). O crime foi cometido por um homem que chegou à casa das vítimas em uma moto.

O crime em Dias d'Ávila aconteceu na rua dos Jardins, no bairro de Petrópolis, onde Orlando e Luciene moravam há mais de 20 anos. O bandido chamou Orlando pelo nome. Quando abriu a porta, o comerciante, que trabalhava comprando e vendendo carros e terrenos, foi baleado diversas vezes. A mulher dele, que estava perto, também foi atingida. Segundo alguns ciganos vizinhos das vítimas, na hora, o neto de Orlando, um rapaz de 14 anos, correu para o banheiro, onde permaneceu escondido, conseguindo escapar da mira do atirador.

Já em Camaçari, também na região metropolitana, dois parentes de Orlando foram mortos nas primeiras horas do dia na quarta-feira (12). Era por volta das 07h30, quando Alcides e Nilson Alves, de 76 e 44 anos, pai e filho, foram baleados por criminosos que chegaram em um carro na Rua Cravo, na localidade de Parque Real Serra Verde. Um terceiro cigano, Joel Alves, 45, também foi baleado e socorrido para o Hospital Geral de Camaçari (HGC). Não há informações sobre o estado de saúde dele.

Em nota, a Polícia Civil informou que apura se as mortes estão relacionadas por conta do parentesco entre as vítimas.

No ano passado, oito ciganos de uma mesma família foram mortos em 15 dias. Tudo começou quando o tenente Luciano Libarino Neves e o soldado Robson Brito foram assassinados em Vitória da Conquista no dia 13 de julho.