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Bahia com Tudo

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A erupção que se iniciou no último domingo (21), no vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, registrou novos abalos sísmicos e abriu uma nova boca eruptiva, que está localizada na cidade de Tacande, em El Paso. De acordo com autoridades locais e informações do Plano Especial de Proteção contra o Risco Vulcânico das Canárias (Pevolca), a nova boca do vulcão apareceu a 900m da boca principal.

Desde o início da erupção, que aconteceu no domingo, seis mil pessoas já foram evacuadas de suas casas. Mas o que mais preocupa as autoridades é a eminente aproximação da parede de lava gerada, que vem avançando cerca de 700m por hora, e em conjunto com a água do mar, que pode causar explosões e gerar emissões de gases nocivos.

A abertura de novas fissuras eruptivas também causa preocupação. Devido a atividade constante do vulcão, a superfície do solo continua a inchar e se deformar. Isso é um sinal de que mais magma está sendo armazenado no subsolo, o que pode ocasionar no rompimento da superfície.

A prefeitura vai decidir esta semana se vai retomar às aulas totalmente presenciais a partir de segunda-feira (27), em Salvador. Atualmente, os estudantes da rede municipal estão no modelo híbrido, ou seja, com aulas presenciais em alguns dias e aulas virtuais em outros. A expectativa é tornar tudo presencial a partir da próxima semana, mas essa decisão dependerá do avançar da vacinação e da pandemia.

O prefeito Bruno Reis comentou sobre o assunto durante a assinatura da ordem de serviço para a requalificação da Lagoa da Timbalada, no bairro do Cabula, nesta terça-feira (21). Ele disse que nos próximos dias vai analisar os números para tomar uma decisão, mas foi otimista.

“A rede privada já voltou de forma presencial, e nosso desejo é ter as condições para poder voltar a partir de segunda-feira com as aulas presenciais na rede pública municipal. Estamos avaliando e ainda esta semana vamos tomar uma decisão”, disse.

Bruno Reis destacou que os números estão em queda em Salvador e no restante da Bahia, disse que a vacinação está avançando e que a situação está sob controle, mas pediu que a população não relaxe as medidas de proteção e prevenção contra a covid-19 para evitar que os números voltem a subir. Em Salvador, a taxa de ocupação dos leitos de UTI e clínicos está em 24%. Na Bahia, está em 28% e 18%, respectivamente.

“Com o avanço da vacinação e as medidas adotadas a cada dia nós vamos ganhando mais força para enfrentar a variante Delta. Até então, [a variante Delta] não tem tido impacto no nosso sistema de saúde, tanto a prefeitura como o governo do estado estão desmobilizando leitos e os índices de ocupação estão caindo. Em setembro, as UPAs estão amanhecendo sem pacientes aguardando por regulação”, disse.

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB) discorda. O coordenador-geral da entidade, Rui Oliveira, disse que a categoria não foi consultada e que pretende se reunir com o prefeito até a sexta-feira (24) para discutir o assunto.

“Precisamos ser ouvidos. Primeiro, a variante Delta é uma realidade em todo o mundo. Segundo, as escolas não podem reduzir o distanciamento de 1,5 metro para 1 metro, porque isso contraria as recomendações de biossegurança. Terceiro, colocar 40 crianças dentro de uma sala de aula é irresponsabilidade”, disse.

As aulas na rede municipal foram retomadas no dia 23 de agosto, mas de forma híbrida. Pais e estudantes estão divididos. Para alguns, as aulas semipresenciais foram um teste de que é possível voltar à rotina de antes da pandemia, seguindo os protocolos. Para outros, ainda é precipitado permitir que 100% dos estudantes frequentem o mesmo espaço. A discussão deve dominar o debate sobre educação nos próximos dias.

Salvador atingiu a marca de 2 milhões de vacinados contra a Covid-19. O feito, alcançado nesta terça-feira (21), leva em conta os que tomaram a primeira dose do imunizante ou a dose única. Os dados são atualizados em tempo real no https://vacinometro.saude.salvador.ba.gov.br/.

Até as 14h de hoje, 2.005.816 soteropolitanos tinham dado início ao processo vacinal. Já os que completaram a vacinação com duas doses ou dose única, são 1.117.675 soteropolitanos.

A terceira dose, ou dose de reforço, que no momento é ofertada a pessoas acima dos 60 anos, cujo fim do ciclo vacinal ocorreu no dia até o último dia 3 de abril, são 17.810. Para tomar o imunizante, o nome dessas pessoas precisa constar no site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Além disso, quem completou o esquema vacinal em casa, através do serviço do Vacina Express, não precisa fazer nova solicitação, uma vez que a administração da terceira dose acontecerá automaticamente.

Vacinação nesta terça (21)
Além do pessoal da dose de reforço, estão sendo vacinados hoje os adolescentes com 13, 14, 15, 16 e 17 anos sem comorbidades, que estiverem com o nome na lista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, que residem em Salvador e com nome na lista da SMS poderão procurar pontos fixos e drives.

Também nesta terça segue normalmente a vacinação de gestantes e puérperas com 12 anos ou mais, assim como dos jovens de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência permanente previamente cadastradas no portal da Saúde. As Prefeituras-Bairro da cidade estão disponibilizando as doses da vacina exclusivamente para as pessoas com 18 anos ou mais que agendarem o serviço de atualização cadastral do cartão SUS. A medida visa otimizar a imunização dos indivíduos que emitem a 1ª via ou realizam a transferência de domicílio do cartão SUS.

Para os indivíduos que tomaram a 1ª dose em outros municípios, a SMS continua com o fluxo de realizar a solicitação da 2ª dose através do cadastro na Ouvidoria da Saúde. A liberação da imunização dessas pessoas está sendo feito de forma gradativa.

Aquelas que estão na mesma situação citada e que ainda não fizeram o cadastro na ouvidoria devem fazê-lo através do site http://www.saude.salvador.ba.gov.br/fale-com-a-ouvidoria/, informando os seguintes dados: nome completo; CPF; data da 1ª dose e do aprazamento da 2ª dose; nome da vacina; local em que tomou a primeira e telefone de contato. Após esta etapa, aguardar contato da SMS informando dia e local do fechamento do esquema vacinal. Aqueles que já fizeram o cadastro mas ainda não receberam contato da ouvidoria, devem aguardar a comunicação para o agendamento.

A aplicação das 2ª doses também segue nesta terça. Quem for receber a vacina da Oxford ou da Pfizer deve estar aprazado com data de retorno até 13 de outubro. Já quem for receber a dose de reforço de Coronavac deve estar aprazado até o dia 21 de setembro. As equipes volantes também seguirão visitando as Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) para imunizar esse público.

Um rapaz de 19 anos morreu depois que a moto que pilotava foi atingida por um carro em Sento Sé, no norte da Bahia, no domingo (19). Segundo a polícia, a suspeita é que a motorista tenha agido de maneira intencional porque a carona da moto seria amante do seu marido.

A motorista chegou em um bar e flagrou o marido com a outra mulher. Depois disso, se iniciou uma briga entre os três. A jovem que seria a amante decidiu ir embora e pediu que Lucas Freitas da Paixão, que estava próximo, desse uma carona para ela. Os dois não se conheciam, mas mesmo assim ele aceitou ajudá-la.

Depois que a mulher saiu de moto com Lucas, a esposa seguiu os dois de carro e, mais à frente, teria intencionalmente jogado o veículo contra a moto. Ela fugiu depois da batida. O carro dela, um Fiat Strada Working, foi apreendido e encaminhado à delegacia, assim como a motocicleta.

Ferido, lucas morreu no local. A mulher que estava na moto também ficou ferida, mas não há detalhes sobre seu estado de saúde.

A Polícia Civil diz que a delegacia de Sento Sé instaurou inquérito para apurar o caso. A sobrevivente será ouvida na unidade. O depoimento da suspeita também já foi agendado, segundo a polícia.

O prefeito Bruno Reis afirmou nesta terça-feira (21) que os ensaios de verão devem acontecer normalmente a partir do fim do ano, projetando que a população adulta de Salvador já esteja totalmente vacinada até o final de outubro. Questionado sobre a retomada das festas durante um evento na Lagoa da Timbalada, no Cabula, Bruno disse que os eventos servem de "teste" para festas maiores, como o Festival da Virada e o próprio Carnaval.

"Já podem ocorrer eventos até mil pessoas cobrando ingressos. Já vi Jau, Tuca, já vi gente se organizando para isso. A tendência é que se os números continuarem caindo a gente vá ampliando esse público", disse o prefeito.

Ele lembrou que no momento os eventos só podem receber pessoas com as duas doses da vacina já tomadas. "Quando você fala em ter a segunda dose, estamos falando de pessoas acima de 40 anos. À medida que a vacinação for avançando, outras faixas etárias vão entrando nesse público", acrescentou. "A gente espera, principalmente chegando no verão, em dezembro, que já esteja todo mundo vacinado".

Bruno diz que a vacinação de pessoas de 18 anos começou em agosto. Com a antecipação média de um mês para a segunda dose, como vem acontecendo, a expectativa é chegar ao final do ano com todos da população adulta totalmente imunizados. "Estou garantindo isso? Se tiver as vacinas, sim. Como a maioria das doses que o ministério mandou, sempre retivemos, a tendência é que a gente chegue ao final de outubro todo mundo vacinado", afirma.

Não dá para pensar em fazer festas maiores sem recomeçar esses eventos, destaca. "A tendência é que ensaios de verão, em dezembro, janeiro, fevereiro, já possam ocorrer de forma normal. Não da para pensar em Festival da Virada, com 500 mil pessoas, Carnaval, com 2,5 milhões de pessoas, sem ter ensaio antes. Na prática, eles são preparativo para o Carnaval e ocorrem em dimensão muito menor", finaliza.

Os eventos esportivos podem voltar a ser realizados em Salvador. A Prefeitura divulgou os protocolos sanitários para a retomada destas atividades nesta segunda-feira (20), em decreto publicado no Diário Oficial do Município.

As novas regras determinam que os eventos esportivos poderão ser realizados de segunda-feira a domingo, sem restrição de horários, exceto para espaços localizados em shopping centers e centros sem acesso independente - estes seguirão o horário de funcionamento dos seus respectivos empreendimentos.

O limite de participantes será de 75% da capacidade total do local, mas não é permitido exceder o limite máximo de pessoas definido na legislação municipal (atualmente, é de mil pessoas). Estão englobados eventos de esportes individuais e coletivos, como corrida, natação e ciclismo.

No decreto, que é assinado pelo gabinete do prefeito, Bruno Reis, não há menção à possibilidade de liberação de torcida nos jogos de futebol. Isso deverá ser avaliado nos próximos dias. De acordo com regras, porém, está vedada a presença de torcida ou qualquer tipo de agrupamento ou público que não seja dos envolvidos com o evento, sendo somente permitido os atletas, participantes e o corpo de colaboradores e organizadores.

Confira abaixo alguns pontos de destaque do protocolo determinado pela Prefeitura:

os eventos deverão ser realizados, preferencialmente, em locais abertos e ventilados, em espaços como ginásios, centros esportivos, campos e quadras, clubes, academias e ambientes específicos para essa finalidade, além da área pública quando da devida autorização;
na chegada ao local de realização do evento, a temperatura dos colaboradores, prestadores de serviço e participantes deve ser aferida, e aqueles com resultado igual ou superior a 37,5°C devem ser orientados a procurarem um serviço de saúde, não sendo autorizados a participar do evento;
os competidores de esportes que demandem contato físico, a exemplo de artes marciais, devem apresentar resultado negativo de teste RT-PCR de detecção da COVID-19, realizado até 2 (dois) dias antes da data do evento, ou comprovação de esquema vacinal com duas doses da vacina contra a COVID-19 ou dose única, mediante apresentação do documento de vacinação fornecido no momento da imunização, ou do Certificado COVID obtido através do aplicativo “CONECT SUS” do Ministério da Saúde, ou ainda da “Carteira de Vacinação Digital” da Prefeitura do Município do Salvador, obtida através do endereço eletrônico “https://cvd.saude.salvador.ba.gov.br”;
os competidores poderão participar do evento apenas no(s) dia(s) em que competem;
cada competidor poderá ser acompanhado por apenas uma pessoa/técnico, que só poderá entrar no local de realização do evento junto do atleta;
o uso de máscara é obrigatório para todas as pessoas durante o período em que estiverem no evento, com exceção dos atletas durante a competição nos momentos de alimentação dos participantes. Os atletas deverão utilizar máscara quando não estiverem competindo;
fica vedada a presença de torcida ou qualquer tipo de agrupamento ou público que não seja dos envolvidos com o evento, sendo somente permitido os atletas, participantes e o corpo de colaboradores e organizadores;
recomenda-se a não realização de cerimônias de premiação ou confraternização;
é obrigatório o uso de identificação pelo praticante ou atleta (camiseta, malha, braçadeiras e similares), de forma a caracterizar a regularidade quanto a sua participação no evento;
os eventos em espaços fechados como ginásios, centros esportivos e afins, todos devem ser orientados a deixar o local após a participação no evento. Com o intuito de manter a capacidade máxima de pessoas no espaço dentro dos limites, a organização deverá orientar que os participantes cheguem no ginásio uma hora a meia antes do horário programado para o início, considerando que estes devem estar prontos para competição/apresentação uma hora antes do horário programado para o início, no caso de as atividades acontecerem antes do horário previamente programado.
deverão ser disponibilizados totens de álcool em gel 70% nos acessos ao evento, na entrada dos sanitários, na área de fornecimento de produtos alimentícios e em pontos de maior circulação de pessoas, onde fica recomendada a disponibilização adicional de locais para higienização de mãos com água e sabão;
deverá ser realizada desinfecção em toda a área antes da realização do evento;

 

Um atirador matou ao menos oito pessoas e deixou outra várias feridas na manhã desta segunda-feira (20) em um campus universitário de Perm, na Rússia. Ele foi preso após o ataque.

"Um estudante que estava em um dos edifícios da universidade abriu fogo contra as pessoas ao seu redor", informou o Comitê de Investigação Russo, responsável pela investigação do caso.

"Em consequência, oito pessoas morreram e várias ficaram feridas", anunciou o comitê, que também disse que o atirador "ficou ferido durante a detenção, ao opor resistência". Não há detalhes sobre o seu estado de saúde.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o autor do ataque caminhando na direção da entrada do prédio e atirando.

Outras imagens mostram estudantes fugindo dos tiros e pulando pelas janelas do primeiro andar de um prédio do campus.

 

Seja pela aposta na tecnologia, pelos bancos enxugando a folha de pagamento ou pela violência de assaltos, o número de agências bancárias vem diminuindo na Bahia. Ao mesmo tempo, vem subindo a quantidade de correspondentes bancários para suprir a demanda. Considerando os últimos cinco anos, o crescimento desses estabelecimentos foi de 40%. Segundo dados do Banco Central, são 873 agências no estado, contra 21.946 correspondentes bancários, ou 22.282 - se contarmos as casas lotéricas. Enquanto isso, em 2021, dos 417 municípios, 183 não têm nenhuma agência, o que representa 43,9%.

Sabe a lotérica na esquina de casa? Aquele comércio que recebe boletos no seu bairro e aquela unidade dos Correios onde era possível abrir uma conta? Ou ainda aquela construtora que, além de vender imóveis, também oferece acesso a crédito? Esses estabelecimentos são os chamados correspondentes bancários, que funcionam como pessoas jurídicas contratadas por instituições financeiras para oferecer alguns dos seus serviços aos cidadãos, com intermédio do Banco Central.

A quantidade desses estabelecimentos é 12% maior que no mesmo período do ano passado, quando o estado acumulou 19.842 correspondentes, sendo 19.493 sem contar as da Caixa Econômica. Quando o período considerado aumenta, a porcentagem acompanha. Em setembro de 2016, eram 15.998 correspondentes - ou 15.646, sem as lotéricas, 40% a menos do que o total em operação em 2021. A empresa Logmais, do grupo Prosegur, por exemplo, saltou de 650 substabelecidos que atuavam como correspondentes em 2020 para 800 em 2021.

Para quem mora na capital, fica difícil imaginar um cenário em que não existe um banco em cada esquina. A funcionária pública Susana Santana, 55 anos, enfrenta a realidade de morar numa cidade sem nenhuma agência bancária. O município de Antas, a 320 quilômetros de Salvador, já chegou a contar com três agências e perdeu a última, do Banco do Brasil, há cerca de quatro anos.

“A agência passou por uns cinco roubos, aí fechou e dizia que ia reabrir, mas até agora nada. Hoje, funciona como posto, não tem dinheiro, você só faz transferência, não pode fazer depósito e nem saque”, conta a moradora.

Antas está entre os 183 municípios baianos sem agências bancárias. Os dados informados pelo Banco Central através do Sindicato dos Bancários da Bahia mostram que há uma tendência de desaparecimento desse tipo de estabelecimento. Em 2019, eram 164 municípios sem agências (39,3% do total do estado). Já em 2020, o número subiu para 173, com aumento de mais 10 cidades em 2021. Nos últimos cinco anos, 35 municípios baianos entraram para a lista dos que não têm agência bancária. (Confira aqui a lista de agências e postos de atendimento do país por município)

Dos cerca de 19 mil habitantes de Antas, quem precisa movimentar dinheiro tem que ir até Jeremoabo ou Cícero Dantas, que são cidades vizinhas. Existe um mercadinho no município que funciona como correspondente, mas não supre as necessidades dos moradores. “O dinheiro que entra no mercadinho é pouco, então para sacar depende do dia. E se for um salário ou uma aposentadoria, que tem valor mais alto, só em outra cidade mesmo. Aí eu pago no cartão, faço Pix, mexo pelo celular, mas não é todo mundo que pode e quem sofre mesmo são os comerciantes”, explica Susana.

A proprietária do mercadinho que funciona como correspondente, Evaneide Santos, 46, diz que a parceria com o Banco do Brasil é vantajosa tanto para ela quanto para os moradores da cidade.

"É uma assistência para a população e é bom para mim porque eu mesma uso para sacar dinheiro para mim e os clientes vêm tirar dinheiro e já fazem as compras na minha loja. Tem sido bem atrativo para o comércio, meu ponto foi um dos primeiros e agora já tem uns oito na cidade", ressalta.

Evaneide admite, contudo, que o limite de saque é de R$1,5 mil e que nem sempre o valor está disponível. "A gente não tem tanta venda assim e tem outro fator também: eu não gosto de ficar com muito dinheiro aqui porque acho perigoso. Depois que o mercadinho virou correspondente, já fomos assaltados duas vezes", conta ela.

Impacto na economia
Em Caem, município que fica a 345 quilômetros de Salvador, as reclamações são parecidas. Segundo o prefeito, Arnaldo de Oliveira Filho, mais conhecido como Arnaldinho, a cidade perdeu sua única agência bancária em maio deste ano. A unidade também era do Banco do Brasil e tinha sido instalada há mais de 30 anos.

“Segundo o banco, foi uma política de aumento do uso da tecnologia. Mas, como é que você prioriza a tecnologia em um município pequeno e agrícola, com mais de 3 mil aposentados? Os moradores reclamam bastante. Temos um correspondente bancário aqui, mas com atendimento precário e limite de saque. As pessoas praticamente não usam, vão até Jacobina ou Saúde. A Lotérica é que dá um suporte maior, mas mesmo assim existem coisas que só no banco mesmo”, coloca o gestor.

“O banco movimentava a economia local, o impacto foi grande com o fechamento. O comércio sentiu bastante porque aqui tem um dia de feira, que é bastante movimentado. Quando tinha banco vinha gente da zona rural fazer empréstimos e sacar aposentadoria, salário. Isso movimentava ainda mais a feira. Hoje, o pessoal vai para outras cidades”, completa o prefeito.

O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá, destaca que a instalação de um banco facilita ainda a atração de empreendimentos, a abertura de empresas locais, assim como o acesso a programas do governo federal.

“Quando a agência fecha, ocorre um efeito em cascata no comércio local, que fica enfraquecido sem ter o dinheiro circulando. Quem vai sacar a aposentadoria, bolsa família e salário em outra cidade, faz suas compras por lá mesmo e o município pequeno acaba tendo o comércio enfraquecido. Com isso, é menos emprego e menos renda gerada”, diz.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários na Bahia, Augusto Vasconcelos, o crescimento do número de correspondentes é preocupante. “A ideia do correspondente representa uma precarização da mão de obra porque os trabalhadores que atuam nessas empresas não têm os direitos trabalhistas respeitados, assim como não respeitam a convenção coletiva dos bancários. As empresas também não fornecem segurança adequada, aumentando os riscos de eventuais fraudes. O ideal seria a abertura de novas agências bancárias e a ampliação do acesso ao atendimento à população”, opina.

O CORREIO tentou contato com a Federação Brasileira dos Correspondentes Bancários (Febracon), mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

Cadê a agência que estava aqui?
Ainda de acordo com o Sindicato dos Bancários, a Bahia já acumula um saldo de 53 agências a menos só em 2021, até o mês de agosto. Ao longo de todo o ano de 2020, foram menos 55 agências e, em 2019, 49. Das 53 unidades perdidas em 2021, 30 pertencem ao Banco do Brasil. A instituição anunciou no início deste ano que iria passar por um “plano de reestruturação”, com fechamento de agências. Vale destacar que esse fenômeno não está presente somente na Bahia. O Brasil tinha, em 2018, 20.889 agências. Em 2021, são 17.831.

Uma das explicações pode estar no avanço da tecnologia. Segundo uma pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 2020, 67% das transações bancárias eram feitas por meios digitais, que são responsáveis por 8 em cada 10 pagamentos de contas, e por 9 em cada 10 contratações de crédito. Entre os 21 bancos que participaram do levantamento, 8 responderam que foram abertas 7,6 milhões de contas pelos canais digitais, uma alta de 90% frente a 2019. A pesquisa revelou que as transações com movimentação financeira feitas pelo celular registraram um salto de 64% em 2020.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcelos, a tecnologia é bem vinda, mas desde que bem usada.

“Basta a gente passar na frente das agências bancárias para ver que ainda tem uma parcela muito grande da população, principalmente de idosos e pessoas da zona rural, que ainda dependem do atendimento presencial. Sem contar que esse tipo de atendimento tem alçadas maiores, determinados tipos de serviços dependem do presencial e não são feitos pelo aplicativo. E é necessário oferecer condições adequadas para essa parcela da população”, acrescenta Vasconcelos.

O presidente do sindicato expõe ainda outros fatores para o fechamento das agências. “No caso dos bancos públicos, isso faz parte de uma estratégia de desmonte das empresas, com redução da capacidade de atendimento e diminuição da sua atuação, sobretudo em cidades do interior. No caso dos bancos privados, trata-se de uma concentração ainda maior da atuação dessas empresas nas grandes cidades ou cidades de médio porte”, coloca.

“Além disso, nos últimos anos, houve uma incorporação e fusão de várias empresas do setor. O Bradesco, por exemplo, adquiriu o HSBC e foi adquirindo outros bancos, como o Econômico e o Baneb. Com isso, acaba havendo uma concentração de poucas empresas que dominam boa parte do sistema financeiro. Essa concentração é ruim para o mercado e para o consumidor”, destaca Vasconcelos.

Após seis anos de queda, cresce o número de roubos a bancos na Bahia
Além do avanço da tecnologia e da necessidade dos bancos de enxugar as folhas de pagamento, outro elemento determinante é a violência. Os casos de ataque a banco vêm crescendo, levando muitas agências a decidir fechar as portas. Apesar da redução dos roubos contra bancos por seis anos consecutivos, de 2015 a 2020, a Bahia voltou a apresentar aumento desse tipo de crime em 2021. Do ano passado para cá, os números subiram em 36,3%, se considerado o período entre janeiro e julho. Foram 21 roubos em 2020 e 34 em 2021, sendo 19 no interior, 10 na capital e 5 na Região Metropolitana de Salvador (RMS), segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP).

Segundo o diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado José Bezerra, mais da metade das ocorrências deste ano foram registradas entre abril e maio e o aumento está ligado à pandemia.

“Diversos criminosos ganharam prisão domiciliar ou liberdade temporária. Além disso, muitos ataques aconteciam em agências da Caixa Econômica, na época em que o auxílio emergencial saía, então acreditamos que, no imaginário dos criminosos, o banco teria uma maior quantia em espécie por conta desse benefício”, explica.

Outro fator seria a diminuição da venda de drogas no período da pandemia e, ao mesmo tempo, aumento das apreensões dessas substâncias e também de armamentos. “As quadrilhas acabaram sendo forçadas a buscar a capitalização para cobrir os ‘prejuízos’. Uma das saídas encontradas foram os ataques a banco. E vale destacar que a maioria das ocorrências não foram bem sucedidas, o que pode ter provocado uma repetição do ato criminoso em outra agência”, acrescenta.

De acordo com o delegado, a média de roubos em 2021 deve diminuir até o final do ano por conta da desarticulação das quadrilhas. “A partir da operação Aerarium, desde abril, foram 44 mandados de busca e apreensão cumpridos, 33 indivíduos identificados, 22 presos e 11 mortos em confronto, além de 39 armas de fogo apreendidas, material explosivo, drogas e mais de 350 mil reais em espécie”, afirma o delegado. A operação foi realizada em conjunto pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento de Polícia Técnica.

Ainda segundo o delegado, os autores de todos os ataques a bancos cometidos em 2021 já foram identificados e a operação continua até a captura de 100% dos indivíduos envolvidos. A polícia incentiva que a população contribua com denúncias e informações através do telefone 181. A denúncia é anônima.

O que dizem os bancos
Procurado pelo CORREIO, o Banco do Nordeste afirmou que não apresentou número significativo de fechamentos e que "a quantidade atual de agências atende às necessidades negociais da instituição". O Bradesco disse que passou por uma etapa de transformação e modernização da rede física com o crescimento da demanda dos clientes pelo atendimento digital, self service ou à distância. O banco informou ainda que algumas agências sofreram redução de tamanho físico e que, em situações específicas, houve processo de fusão de unidades sobrepostas.

O Banco Santander afirmou que está em um momento de "forte expansão na Bahia". Segundo a assessoria, de 2018 até o final deste ano o crescimento esperado do número de agências na Bahia é de 75%. O banco acrescentou ainda que tem 72 agências na Bahia e que, até o final do ano, deve inaugurar mais 7, localizadas nos municípios de Dias Dávila, Conceição do Coite, Campo Formoso, Santo Amaro, Jaguacuara, Jaguarari, e Candeias.

A Caixa Econômica Federal afirmou que duas agências da Bahia (de Camacan e Amélia Rodrigues) estão em processo de reforma para posterior reabertura aos clientes, após ocorrências de eventos criminosos. "A Caixa esclarece que realiza a recuperação das unidades afetadas e que nenhuma unidade foi fechada definitivamente". A nota diz ainda que o banco vai abrir, na Bahia, 7 novas agências nas cidades de Feira de Santana, Porto Seguro, Sento Sé, Mutuípe, Barreiras, Itamaraju e Vitória da Conquista.

O banco Itaú disse que, "apesar da procura cada vez maior pelos canais digitais, a rede de agências físicas do Itaú segue cumprindo papel relevante no atendimento aos clientes, como espaços mais humanizados de relacionamento e consultoria". A nota diz ainda que "dessa forma, o Itaú mantém uma combinação de atributos físicos e digitais que poucas instituições financeiras oferecem, respeitando preferências distintas das pessoas que se relacionam conosco".

O Banco do Brasil afirmou que mantém presença física em todo o país com mais de 50 mil pontos de atendimento, seja através de suas agências e postos de atendimento, através dos correspondentes identificados pela marca “Mais BB”, ou com a rede de Terminais do Banco 24 horas, como alternativa aos clientes que optam pelo atendimento presencial. A assessoria acrescenta que "além da contínua mudança do perfil e do comportamento do consumidor observada há anos, o crescimento das ações de combate à covid-19, desde o início de 2020, também impulsionou o uso de soluções e canais digitais, acelerando de forma exponencial a quantidade de adeptos às soluções de atendimento remoto", diz a nota.

Número de correspondentes bancários na Bahia (Fonte: Banco Central)

2016: 15.998 correspondentes / 15.646 - sem lotéricas
2017: 15.941 correspondentes / 15.586 - sem lotéricas
2018: 17.066 correspondentes / 16.725 - sem lotéricas
2019: 18.660 correspondentes / 18.310 - sem lotéricas
2020: 19.842 correspondentes / 19.493 - sem lotéricas
2021: 22.282 correspondentes / 21.946 - sem lotéricas

Número de municípios sem agências bancárias na Bahia: (Fonte: Banco Central do Brasil com elaboração do Sindicato dos Bancários da Bahia)

2017 - 148 municípios (35,5%)
2018 - 149 municípios (35,7%)
2019 - 164 municípios (39,3%)
2020 - 173 municípios (41,5%)
2021 - 183 municípios (43,9%)

Número de agências bancárias na Bahia: (Fonte: Banco Central do Brasil com elaboração do Sindicato dos Bancários da Bahia)

2018 - 1.030 agências (288 Banco do Brasil, 215 Caixa, 299 Bradesco, 94 Itaú, 53 Santander, 61 Nordeste, 20 Outros)
2019 - 931 agências (261 Banco do Brasil, 214 Caixa, 288 Bradesco, 86 Itaú, 55 Santander, 59 Nordeste, 18 Outros)
2020 - 926 agências (260 Banco do Brasil, 213 Caixa, 242 Bradesco, 79 Itaú, 56 Santander, 59 Nordeste, 17 Outros)
2021 - 873 agências (230 Banco do Brasil, 213 Caixa, 231 Bradesco, 79 Itaú, 44 Santander, 59 Nordeste, 17 Outros)

Necessidade de passar por hemodiálise de quatro horas de duração, três vezes por semana. Dores no corpo causadas pela doença renal e uma alimentação limitada em que até os líquidos que ingere por dia devem somar no máximo 500 ml. Essa é a realidade da aposentada Rosana Perez, 61 anos, que tem Nefrite Lúpica e esperou por um rim por cinco anos em São Paulo e, há dez meses, migrou para a fila pelo órgão na Bahia.

Ela é uma das 2.227 pessoas que aguardam órgãos para transplante, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O rim é o órgão que tem mais demanda, com 1.282 pessoas na espera. Para doação de córneas, 931 aguardam. Outros órgãos, como pulmão, coração e pâncreas, e tecidos, como ossos e pele, também podem ser doados, mas possuem uma fila menor no estado.

No caso do rim, a demanda é grande não só na Bahia como em todo Brasil. E quem espera precisa lutar para se manter firme em uma situação que Rosana diz que é desanimadora pelo baixo número de pessoas que doam. Ela, no entanto, mantém a esperança para seguir em frente pensando no que terá assim que seu órgão chegar.

"Vou poder viver como uma pessoa normal. Eu sonho em poder comer o que eu quiser, beber água sem medir os milímetros num copo. Parece pouco, besteira, mas não é. É liberdade mesmo. Poder viajar, por exemplo. Hoje, não posso, porque tenho a diálise toda terça, quinta e sábado, e até dias extras se eu não seguir a dieta de alimentação e líquidos à risca. Eu sonho em ser livre", desabafa.

Conta não fecha
Para dar essa liberdade a Rosana e a tantos outros baianos que esperam por órgãos, a quantidade de doadores deveria acompanhar a demanda. Até por isso, existe a Campanha Setembro Verde, que é realizada todos anos para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos em 27 de setembro e fazer com que o número de doadores esteja no mesmo nível do número de quem precisa de transplante.

No entanto, Carolina Melo, coordenadora da Central Estadual de Transplantes da Bahia, afirma que isso não tem acontecido nos últimos anos. "A demanda vem sempre em crescimento, infelizmente. Junto com a expectativa de vida que tem aumentado, a fila tem ido pelo mesmo caminho. O que é um problema, já que as doações, apesar de apresentarem um crescimento, não conseguem acompanhar o número de pessoas que precisam dos órgãos", explica Carolina.

E a pandemia impactou nos registros. Em 2019, 111 pessoas doaram múltiplos órgãos no estado. Em 2020, esse número caiu para 85 e, neste ano, até agosto chegou apenas a 65.

Situação que atrasa a possibilidade de pessoas como Jaqueline Ferreira, 21, que viu sua doença renal evoluir em 2020 e precisou entrar na fila por um rim em maio deste ano. Sem o transplante, ela faz diálise peritoneal, tratamento feito com um filtro que, através de um catéter, realiza a função do rim. Só que esse filtro, que tem dois litros, precisa de trocas constantes.

"Preciso trocar quatro vezes por dia. Preciso sempre estar em casa para fazer, o que é cansativo e me limita. Estou afastada do trabalho porque preciso de lugar adequado para fazer a troca e na empresa que estou, não tem. E, se eu fizer isso em um lugar errado, posso pegar uma infecção, o que é muito arriscado", fala ela, que trabalha como auxiliar administrativo e sonha em poder voltar ao emprego e se ver livre para viajar e sair sem ter que seguir uma rotina exaustiva em casa.

Doação é a chave
Jaqueline se enche de esperança para superar o problema toda vez que seu telefone toca. Isso porque a espera por um rim é definida pela compatibilidade genética e não ordem de inscrição na fila, como acontece no caso das córneas. No caso do fígado, a ordem é definida pela gravidade do paciente.

Outro motivo para a esperança de Jaqueline é o fato de que ter um doador é mais do que meio caminho andado para ter uma vida sem tantas limitações, como explica Ricardo Mattoso, médico nefrologista do Hospital Ana Nery, que ressalta que problemas em procedimentos em transplantes são raros.

"Hoje, o risco de complicações é muito pequeno. Mesmo em caso de rejeição, como pode acontecer no transplante renal, conseguimos tratar a maioria dos casos. No geral, a incidência de problemas nesses procedimentos é muito pequena e o benefício dado pelo transplante para os pacientes é muito superior", garante.

Por isso, Mattoso faz questão de salientar a urgência das pessoas tomarem conhecimento de quanto a doação pode ser definitiva para a vida de quem está na fila. "A gente precisa conscientizar as pessoas porque, a partir do momento que elas passarem a doar, seja para rim, fígado, coração ou outros, o transplante, que é o melhor tratamento, vai oferecer qualidade de vida para mais pessoas que hoje aguardam. E isso só acontece quando conectamos doadores com quem está na fila", pontua.

Carolina Melo declara que os esforços para que as pessoas tomem consciência do valor da doação são prioridade e destaca ainda que é preciso que, ao se tornar um doador, o cidadão precisa saber também que é fundamental informar seus familiares da sua decisão. "A grande maioria das famílias que escutam a pessoa falar, em vida, sobre a vontade dela de ser um doador, respeita isso. Eles têm muito a questão de realizar o último desejo. Então, é essencial conversar sobre isso e deixar claro que vai doar porque eles que vão encaminhar isto", conta a coordenadora, que ressalta que o ato de deixar na identidade a informação que é um doador não serve como autorização desde 2001.

Quem saiu da fila
Quem garante que seus familiares entendam o seu desejo de ser um doador salva muitas vidas como a de Patrícia Santos, 40, que, em 2018, sentiu um mal estar e descobriu que seu fígado tinha parado de funcionar. Ela fez hemodiálise por um ano e sofreu por passar mal com frequência. Quando decidiu entrar na fila, levou 13 dias para achar um doador compatível, o que mudou tudo para ela.

"Tem um ano e nove meses que estou transplantada. Minha vida mudou, ainda tomo medicamentos porque é preciso, mas é tudo muito melhor. Tinha um medo danado porque passava mal e não sabia se ia morrer. Hoje, tenho liberdade, vivo sem medo e voltei a viajar, que é uma coisa que eu amo e não podia fazer antes", comemora ela.

Para a psicóloga Verena Martins, 33, o sentimento é parecido. Aos 19 anos, ela foi diagnosticada com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e teve uma nefrite que foi parando sua função renal. Fez tratamento com remédios, mas, mesmo assim, aos 24 anos, perdeu toda função renal, o que a obrigou a fazer hemodiálise e diálise peritoneal. Ela se inscreveu na fila em São Paulo e, após dois anos, conseguiu um doador compatível, o que a deu uma nova vida, como a própria relata.

"Após o transplante, renasci. Estava adaptada com a vida de diálise mas havia limitações e depois do transplante, é uma vida nova. Voltei a dançar, fazer atividade física, trabalhar e fazer valer esse gesto de amor. Hoje sou mãe, tenho um bebê de 1 mês e sigo a vida agradecendo sempre ao meu doador, que eu não conheço, mas salvou não só a minha vida como permitiu o nascimento de outra", diz a psicóloga, que também é doadora.

Outra que nasceu de novo foi Irlana Gusmão, 29, que, quando tinha 20 anos, descobriu que só um de seus rins funcionava e, depois de fazer tratamento por um tempo, acabou o interrompendo. Por isso, no início de 2019, seus rins pararam. A partir dali, ela fez dois anos e quatro meses de hemodiálise, sem se inscrever na fila pelo transplante. Depois de muita insistência de médicos e da família, ela entrou na fila no começo do ano e saiu em maio.

"Foi o dia que salvou a minha vida. Eu poderia ter falecido, mas não aconteceu. Sou muito grata. Agora, tô bem, me adaptando ao rim e deixando ele se adaptar ao meu corpo. No entanto, já voltei a ter uma alimentação menos restrita, que não se limita só a frutas. Tô caminhando aos poucos, mas já é uma vitória imensa", celebra ela.

Como ser um doador?

Se tornar um doador é simples. É necessário apenas ser maior de 18 anos, ter condições adequadas de saúde e passar por uma avaliação médica. Não há um registro em banco de doadores ou qualquer coisa do tipo para garantir a doação. Quem quiser fazê-la precisa conversar com a sua família e manifestar a sua vontade de doar, pois só os familiares poderão autorizar após o falecimento do doador.

No Brasil, não há como garantir a vontade do doador por documentos ou declarações, mas, quando a família tem conhecimento de que a pessoa quer doar, esse desejo é respeitado.

Quem não pode doar?

Quem tem doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos;
Portadores de doenças infectocontagiosas, como soropositivos ao HIV, hepatites B e C, Doença de Chagas, entre outras;
Pacientes em coma ou que tenham sepse ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (IMOS);

A Bahia liderou a geração de energia eólica e ocupou o segundo lugar na fonte fotovoltaica (solar) em julho. Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e constam no informe executivo de energia eólica e solar de setembro, divulgados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) nessa sexta-feira (17). O Estado tem em operação 205 parques eólicos, que tem 5.260 Megawatt (MW) de capacidade instalada.

“Já na energia solar, (a Bahia) conta com 34 parques fotovoltaicos em operação, com mais de três milhões de módulos em funcionamento e capacidade instalada em mais de 1 mil MW. O potencial de geração de energias limpas da Bahia é incrível pois geramos emprego e renda para o povo e receita aos municípios”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico Nelson Leal. Somados, os empreendimentos nas duas fontes investiram R$ 25,7 bilhões na Bahia e deverão injetar cerca de R$ 30 bilhões em municípios baianos nos próximos anos.

Ainda segundo a secretaria, a fonte eólica gerou mais de 78,8 mil empregos em toda cadeia produtiva e mais de 57,8 mil postos na construção dos parques eólicos que já estão em operação. A previsão é que sejam criados mais 69 mil empregos diretos e indiretos para os parques que estão em implantação ou com obra a ser iniciada.

A energia solar abriu 13 mil empregos diretos na fase de construção dos parques que já estão em operação e estima criar mais 47,4 mil empregos diretos nos projetos em andamento. Em toda cadeia produtiva são promovidos 30 empregos por MW, 43% são empregos diretos durante a fase de construção dos parques.