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Bahia com Tudo

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Ainda é comum escutar que a covid-19 não atinge tanto assim as crianças. Mas, por mais que a maioria esmagadora das quase 27 mil vítimas da doença na Bahia não seja dos pequenos, cada uma dessas mortes representa um impacto em uma família, e, muitas vezes, uma criança que fica sem pai e/ou mãe. Entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro de 2021, ao menos 646 crianças de até seis anos de idade na Bahia ficaram órfãos de um dos pais vítimas da covid-19. O estado ocupa o quinto lugar no ranking nacional de registros absolutos e a 18ª posição se considerados os números a cada 100 mil habitantes (confira a lista completa no final da reportagem).

Das 646 crianças, 21,3% (138) não tinham completado nem ao menos 1 ano. Já 15,6% (101) tinham 1 ano de idade, 16,5% (107) 2 anos de idade, 13,9% (90) 3 anos, 10,2% (66) 4 anos, 11,6% (75) tinham 5 anos e 9,9% (64), 6 anos. Os dados obtidos pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), foram levantados com base no cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos 685 Cartórios de Registro Civil do estado desde 2015, quando as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em toda região baiana.

O levantamento aponta ainda que cinco pais faleceram antes mesmo do nascimento de seus filhos, enquanto três crianças, de até seis anos, perderam pai e mãe vítimas da covid-19. Esse é o caso da pequena Agnes, agora com 11 meses. A bisavó, a avó e a mãe dela morreram no intervalo de uma semana. O pai, que ficou internado por cerca de 40 dias, morreu no dia 18 de abril deste ano.

Agnes então ficou sob os cuidados do casal Maiquele e Kelly, que é irmã do pai biológico de Agnes. A bebê chegou com covid-19 e as duas também foram infectadas, mas todas se recuperaram bem. “Desde a hora em que recebemos a notícia do falecimento do pai, em nenhum momento a gente pensou em ver como ficaria a situação, já aceitamos a missão que Deus estava dando para a gente. Já tínhamos o plano de adotar daqui a uns cinco anos, mas não foi no nosso tempo, foi no tempo de Deus. Agnes é o que vem trazendo a nossa alegria diária diante de toda essa tragédia”, conta Maiquele de Jesus, 26 anos.

Mesmo tão pequena, segundo Maiquele, Agnes sente a falta dos pais. “Nas datas de falecimento a gente vê que ela chora, fica de dengo, eu acredito que ela sente. No dia em que a mãe dela faleceu, ela chorou o dia inteiro. Quando passa, ela volta a ser sorridente. Porque Agnes é muito alegre, não é de ficar chorando e abusando, é uma menina de luz, que traz paz diante das turbulências da vida”, acrescenta.

Com o consentimento do avô materno e da avó paterna, o casal entrou com um processo pela guarda de Agnes, que tinha 4 meses na época. A guarda provisória já foi concedida pelo período de um ano e já foi aberto o pedido da guarda definitiva. “Já estamos desde agora deixando a história dela bem aberta em casa. Revelamos fotos que ficam espalhadas aqui para ela ir crescendo e vendo as imagens dos pais. Quando ela tiver o entendimento, vamos sentar e conversar. Temos uma psicóloga que acompanha a família, isso tudo para que não seja um choque para ela”, afirma Maiquele.

Já Luan*, 5 anos, perdeu a mãe, Luana*, que faleceu de covid-19 em maio, aos 40 anos. Ele ficou sob os cuidados do pai, mas quase o perdeu também. A mãe e o pai do menino foram internados no mesmo dia. Ela faleceu uma semana depois, ele teve alta quase três meses depois.

“Os médicos pediam muito que a família orasse por ele, a gente realmente teve medo de que Luan* ficasse sem a mãe e sem o pai”, diz uma amiga de Luana*.

“Foi muito complicado porque o processo de recuperação do pai é lento, ele ainda não está 100%. Felizmente, ele tem uma rede de apoio muito forte formada por familiares e amigos, mas ela era o porto seguro da família”, diz a amiga.

Ela acrescenta outro fator que aumenta os desafios da família: Luan* é autista. “Isso faz com que ele demande mais cuidados. Vem sendo um desafio e ele é acompanhado por um psicólogo”, explica.

A mãe de Luan* e a amiga se conheceram na faculdade de pedagogia e o plano das duas era comemorar os 13 anos de formadas em julho de 2022, vislumbrando o fim da pandemia.

“A gente precisa parar de subestimar a pandemia e entender que ela ainda não acabou. O vírus continua matando, mesmo que de forma desacelerada. Mas a mensagem que eu deixo é para a gente acreditar na ciência, porque a vacina vem salvando muitas vidas. Infelizmente, ela chegou tarde no nosso país, não chegou a tempo de salvar minha amiga, que iria se vacinar na semana em que ela morreu”, finaliza a pedagoga.

Órfãos da covid-19 no Brasil

No Brasil, de 16 de março de 2020 a 24 de setembro de 2021, ao menos 12.211 crianças de até 6 anos de idade ficaram órfãs de um dos pais vítimas da covid-19. Segundo os dados levantados pela Arpen-Brasil, 25,6% dessas crianças que perderam um dos pais não tinham completado 1 ano. Já 18,2% tinham 1 ano de idade, 18,2% 2 anos de idade, 14,5% 3 anos, 11,4% 4 anos, 7,8% tinham 5 anos e 2,5%, 6 anos. Os números mostram ainda que 223 pais faleceram antes do nascimento dos filhos, enquanto 64 crianças até a idade de 6 anos perderam pai e mãe.

O presidente da Arpen-Ba, Daniel Sampaio, explica como os dados foram obtidos. “Nós temos um banco de dados tanto para óbito quanto para nascimento. A partir do número elevado de vítimas da covid-19 aqui no Brasil, decidimos fazer uma análise qualitativa desse banco de dados, cruzando algumas informações, para chamar a atenção da população e mostrar que o impacto vai além do número de mortos em si”.

Desde 2015, uma parceria da ARPEN Brasil com a Receita Federal possibilitou que o número de CPF das crianças fosse gerado por ocasião do registro de nascimento. Os cartórios de registro civil foram habilitados a emitir o CPF gratuitamente e, na emissão da certidão de nascimento, o CPF também é gerado, sendo interligado com o CPF dos genitores. “O que fizemos foi cruzar os CPFs dos genitores das crianças com os CPFs de pessoas que tiveram o óbito por covid-19 registrado nesse período de pandemia”, acrescenta Sampaio.

Desde o ano passado, vem se discutindo a possibilidade do Governo Federal prestar um suporte para as crianças que perderam seus pais para a covid-19. Ao final do seus trabalhos, a CPI da covid deve apresentar uma série de propostas a respeito da pandemia e, entre elas, uma pensão de R$ 1 mil para órfãos de vítimas do coronavírus.

A pensão para órfãos seria paga a qualquer a família que tenha ao menos uma criança ou um adolescente cujo genitor tenha morrido em decorrência da infecção por coronavírus e não tenha contribuído para a Previdência Social. O beneficiário receberia R$ 1 mil por mês até completar 18 anos.

Impacto sobre as crianças

A psicóloga e psicanalista Niliane Brito, da clínica Spazio Psi, destaca que cada criança vai sentir o impacto do luto dos pais de uma maneira diferente, então é preciso individualizar o cuidado e prestar atenção aos sinais que ela dá. “O luto para uma criança A não vai ser o mesmo para uma criança B, mesmo que elas tenham a mesma idade e tenham ambas perdido os pais para a covid. Mas é importante que haja uma despedida. Na covid esse ritual fica comprometido por conta do risco de contaminação, mas é fundamental que seja feito, mesmo que de outras formas”, afirma.

Segundo Niliane, a partir da perda, é comum que a criança perca a referência, ficando sem rumo. “Quando ela perde pai e mãe, por mais que vá para os cuidados de outra pessoa da família, vai ser uma nova configuração, com uma rotina modificada radicalmente”, diz. A partir disso, a criança pode desenvolver comportamentos não saudáveis que servem como sinal de alerta para os responsáveis buscarem o acompanhamento de um psicólogo. “O principal deles é a agressividade, com crianças que mordem ou beliscam. Muitas delas, independente da idade, às vezes não sabem externalizar corretamente suas emoções e o corpo acaba falando por elas”, coloca.

A psicóloga alerta ainda que, se o processo de luto não for corretamente vivido, o indivíduo pode desenvolver ansiedade, gatilhos, dificuldade de confiar nas pessoas e outros transtornos emocionais que terão impactos até a vida adulta. “Às vezes uma criança que perdeu o pai ou a mãe para a covid pode passar a se desesperar a qualquer sinal de doença, assim como pode também acreditar que foi abandonada ou desenvolver uma ansiedade muito grande em relação ao seu futuro”, finaliza.

A reportagem tentou contato com o Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (Cress-Ba) para entender o que acontece com uma criança que perde pai e mãe, mas não teve sucesso. A Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Ba) também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.

Crianças até 6 anos que perderam os pais por covid-19 no Brasil:

Rondônia - 244 órfãos no total; 13,44 órfãos a cada 100 mil habitantes
Goiás - 809 órfãos no total; 11,22 órfãos a cada 100 mil habitantes
Mato Grosso - 378 órfãos no total; 10,59 órfãos a cada 100 mil habitantes
Acre - 99 órfãos no total; 10,91 órfãos a cada 100 mil habitantes
Amapá - 73 órfãos no total; 8,31 órfãos a cada 100 mil habitantes
São Paulo - 3.836 órfãos no total; 8,22 órfãos a cada 100 mil habitantes
Sergipe - 168 órfãos no total; 7,18 órfãos a cada 100 mil habitantes
Santa Catarina - 506 órfãos no total; 6,89 órfãos a cada 100 mil habitantes
Paraíba - 267 órfãos no total; 6,57 órfãos a cada 100 mil habitantes
Paraná - 753 órfãos no total; 6,49 órfãos a cada 100 mil habitantes
Distrito Federal - 199 órfãos no total; 6,43 órfãos a cada 100 mil habitantes
Amazonas - 271 órfãos no total; 6,34 órfãos a cada 100 mil habitantes
Espírito Santo - 258 órfãos no total; 6,27 órfãos a cada 100 mil habitantes
Tocantins - 88 órfãos no total; 5,47 órfãos a cada 100 mil habitantes
Roraima - 91 órfãos no total; 5,01 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio Grande do Sul - 567 órfãos no total; 4,94 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio de Janeiro - 774 órfãos no total; 4,43 órfãos a cada 100 mil habitantes
Bahia - 646 órfãos no total; 4,31 órfãos a cada 100 mil habitantes
Mato Grosso do Sul - 121 órfãos no total; 4,26 órfãos a cada 100 mil habitantes
Ceará - 385 órfãos no total; 4,16 órfãos a cada 100 mil habitantes
Pernambuco - 366 órfãos no total; 3,78 órfãos a cada 100 mil habitantes
Pará - 310 órfãos no total; 3,53 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio Grande do Norte - 112 órfãos no total; 3,14 órfãos a cada 100 mil habitantes
Alagoas - 97 órfãos no total; 2,88 órfãos a cada 100 mil habitantes
Minas Gerais - 579 órfãos no total; 2,70 órfãos a cada 100 mil habitantes
Piauí - 72 órfãos no total; 2,18 órfãos a cada 100 mil habitantes
Maranhão - 142 órfãos no total; 1,98 órfãos a cada 100 mil habitantes

Os Números são da ARPEN e a estimativa populacional do IBGE, divulgada em agosto deste ano


**Nomes trocados para preservar a privacidade das fontes

A Prefeitura preparou um pacote de intervenções para conservação e requalificação de espaços públicos, por meio do programa Salvador no Grau. A iniciativa terá investimento de cerca de R$43 milhões e alcançará ruas, avenidas, praças, parques e a orla marítima da cidade. As medidas foram anunciadas pelo prefeito Bruno Reis nesta segunda-feira (18), durante coletiva à imprensa na Praça Lord Cochrane, na Avenida Garibaldi.

A ação envolve a Secretaria de Manutenção (Seman), a Companhia de Desenvolvimento Uma Urbano de Salvador (Desal) e a Superintendência Municipal de Obras Públicas (Sucop). As intervenções vão ocorrer durante 45 dias, nos meses de outubro e novembro, para requalificação dos sistemas de iluminação, ordenamento, manutenção e na reforma dos terminais de Plataforma e da Ribeira.

"Ao longo dos últimos nove meses o trabalho permanente de manutenção da cidade não parou. Foram investidos R$70 milhões no setor, muito por conta das chuvas que ocorrem com intensidade maior entre os meses de abril e agosto. Por causa disso, os buracos nas vias ocorrem com maior frequência. Diversas recomposições que ocorrem devido à necessidade de manutenção", explicou o prefeito.

O programa prevê uma série de ações que ocorrerão nesse período em toda a cidade, com ênfase na orla marítima, parques e praças, vias de base de tráfego, viadutos, iluminação, recuperação de passeios, terminais e sinalização de vias. De acordo com o chefe do Executivo Municipal, o objetivo é preparar a cidade para o final do ano, quando a capital costuma receber um fluxo maior de turistas, além da frequência maior de soteropolitanos nos espaços públicos

"Somente no recapeamento serão investidos R$15 milhões para substituição de asfalto em diversas vias. Vamos fazer esbojamento, que é a correção da ondulação na pista, muito comum em pontos de ônibus, provocados por veículos pesados. Estes locais receberão piso em concreto, para evitar refazer o serviço, optando por uma solução definitiva", completou Bruno Reis.

Demais ações – O programa prevê a recuperação de 105 praças, além de parques, como o dos Ventos, na Boca do Rio. Da mesma forma, os viadutos receberão melhorias, como corrimãos e guarda corpos, proporcionando mais segurança aos pedestres que passam por esses equipamentos. A iniciativa prevê ainda a recuperação de passeios desgastados – os de responsabilidade de particulares caberá ao proprietário. O programa promoverá ainda a sinalização das vias, requalificação das faixas de pedestres e a sinalização vertical e horizontal.

No ordenamento público, será intensificada a fiscalização do comércio informal. Os terminais marítimos receberão intervenções pontuais e a iluminação pública será melhorada, com a substituição de pontos de vapor de sódio por LED.

"Nunca se investiu tanto na manutenção da cidade como estamos fazendo agora. Estamos falando em R$113 milhões durante um ano, para recuperação da cidade. A cada ano teremos que investir mais", finalizou o prefeito.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em parceria com os municípios, fará a testagem de até 180 mil funcionários e estudantes com idade superior a 13 anos da rede pública municipal e estadual, desde que estejam assintomáticos e participando das atividades presenciais. O projeto Partiu! #Testagem nas Escolas tem a duração de três meses e, nesta segunda-feira (18), foi realizada a primeira coleta no Colégio Estadual Eduardo Bahiana, em Salvador, com as presenças da secretária da Saúde do Estado da Bahia, Tereza Paim, do secretário da Saúde de Salvador, Léo Prates, e do superintendente da Secretaria de Educação do Estado, Manoel Calazans.

A medida tem como objetivo identificar, monitorar e isolar casos da Covid-19 na comunidade escolar. De acordo com a titular da pasta estadual da Saúde, “estima-se que essa amostragem aleatória entre os indivíduos assintomáticos cubra até 20% da comunidade escolar. As amostras coletadas nas escolas pelas equipes municipais serão enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA)”, detalha Tereza Paim.

A secretária pontua ainda que os casos sintomáticos serão submetidos ao teste rápido de antígeno. “Mais rápido e com precisão similar ao teste molecular do tipo RT-PCR, que é o padrão ouro na detecção do coronavírus, ele tem como vantagem a detecção da doença em sua fase aguda, além da velocidade para obtenção do resultado, estimada em 20 minutos. A contraprova será obrigatória e utilizará o RT-PCR”, explica Paim.

Na eventualidade de resultados positivos para a Covid-19, os protocolos sanitários serão implementados de forma integrada entre o setor da saúde e educação, a exemplo de medidas de isolamento e monitoramento dos estudantes ou funcionários, bem como o rastreamento e quarentena dos contactantes diretos. “O projeto representa agenda intersetorial positiva, entendida como garantia adicional de que as escolas devem reabrir e permanecer abertas, com segurança para toda a comunidade escolar. Assim vamos mitigar o risco de casos e surtos”, avalia a secretária da Saúde do Estado da Bahia.
A superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, Rivia Barros, ressalta que os insumos necessários para a coleta e análise laboratorial já estão disponíveis para este projeto piloto, que já conta com a adesão de 240 municípios.

Para a diretora da Colégio Estadual Eduardo Bahaiana, Ivani Almeida, a ação traz uma maior tranquilidade para a comunidade escolar, principalmente neste momento de retorno às aulas 100% presenciais. “Com esta iniciativa podemos ter mais segurança na volta às atividades”, afirma a diretora ressaltando o trabalho que vem sendo feito para atender as medidas necessárias de controle da Covid-19.

Para além do rastreamento dos casos assintomáticos, cada escola deve implementar uma estratégia padrão de rastreamento diário a partir de uma lista de sintomas, embasadas nos critérios clínicos. O engajamento das famílias é fundamental, pois devem se comprometer a não levar o estudante para a escola caso se apresente com sintomas gripais, além de procurar atendimento em unidade de saúde. O uso de máscaras, o distanciamento social e a higiene frequente das mãos são as medidas básicas para evitar a disseminação da Covid-19 na comunidade escolar.

O advogado Domingos Arjones, que representa o criminalista José Luiz de Britto Meira Júnior, disse que o rapaz, suspeito de matar a namorada, tinha uma vida tranquila, sem histórico de episódios de violência, principalmente contra mulheres. “Eu fui colega dele. Estudamos juntos na Universidade Católica e nunca houve nada que pudesse dar a entender que ele estaria envolvido numa situação dessa”, contou.

Segundo Arjones, o tiro disparado foi acidental. “Ele disse que [os dois] estavam tendo uma discussão de casal quando ela teria pegado a arma. Ele foi tentar tirar da mão dela e, no momento da confusão, a arma disparou”, explica o advogado.

O casal namorava há cerca de dois anos. Na briga, ainda segundo o advogado, o rapaz também foi ferido, mas não por arma de fogo. Ele não especificou o tipo de arma que teria lesionado o cliente. José Luiz tem porte de arma e, segundo o advogado, ela está legalizada.

“Ele a levou para o HGE no carro da irmã dele. O pessoal pediu para ele estacionar o carro e, como estava de bermuda e sem documentos, foi para a casa da irmã. A polícia chegou lá no momento em que ele estava tomando banho para ir se apresentar na delegacia”, disse.

Segundo a assessoria do IML, o corpo de Kesia Stefany da Silva Ribeiro foi liberado para o cemitério João Batista, em Feira de Santana.

Crime
De acordo com a Polícia Militar, equipes da 12ª Companhia Independente (Rio Vermelho) foram acionadas depois dos tiros. Ao chegarem ao local, os PMs souberam que o homem suspeito teria colocado a vítima em um carro Ônix vermelho. Ele a levou para o Hospital Geral do Estado (HGE) e fugiu em seguida.

"Na emergência, os policiais militares souberam que a vítima não resistiu aos ferimentos e realizaram buscas na região à procura do indivíduo, mas constataram que ele já não mais se encontrava no local", diz a nota da PM.

Em seguida, policiais da 13ª Companhia Independente localizaram o suspeito escondido na casa de um parente, no bairro da Pituba. O homem foi preso e apresentado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Sangue no elevador
Moradores do condomínio Terrazzo Rio Vermelho relataram à polícia terem ouvido gritos vindos do apartamento onde mora o advogado criminalista José Luiz de Britto Meira Júnior.

Em denúncia feita à polícia, ainda durante a madrugada, moradores contaram ter visualizado um homem arrastando uma mulher desacordada pelos corredores, deixando um rastro de sangue no caminho. Antes disso, houve disparos de arma de fogo no local, ainda conforme relatos de testemunhas feitos pouco antes da 4h.

No início da manhã deste domingo (17), logo após a madrugada do crime, moradores do condomínio Terrazzo Rio Vermelho que saíram para caminhar ou passear com o cachorro disseram ao CORREIO não terem ouvido nenhum barulho de disparo ou gritos com pedidos de socorro.

No Terrazzo, funcionários confirmaram que algo estranho aconteceu durante a madrugada, mas foram orientados a não comentar nada sobre o caso.

Sob anonimato, uma moradora contou que, pela manhã, ainda havia marcas de sangue perto do elevador.

Vai ficar mais caro transitar de carro, moto ou caminhão pela BA-099, rodovia estadual que liga Lauro de Freitas às praias do Litoral Norte baiano até a divisa com Sergipe. O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou no dia 14 a autorização de reajuste para as tarifas básicas no Sistema BA-099, que é gerido pela Concessionária Litoral Norte (CLN). Os novos valores já entram em vigor nessa segunda-feira (18).

Segundo a Agerba (agência que regula o serviço na Bahia), conforme previsão contratual, o reajuste anual considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), e tem como data base o mês de outubro. A variação do índice em 2021 foi de 9,68%. A

Agerba autorizou o reajuste através da Resolução 51/2021, e após arredondamento, as novas tarifas para veículos (automóvel, caminhonete e furgão) serão de R$ 7,90, em dias úteis, e R$ 11,80 aos finais de semana e feriados. Outras categorias de veículos, a exemplo de caminhões, ônibus e motocicletas também passarão por readequação tarifária. Confira a tabela com os os novos valores.

TABELA TARIFÁRIA POR CATEGORIA DE VEÍCULOS  

 CAT. 

TIPO DE VEÍCULO 

TARIFA
DIAS ÚTEIS 

TARIFA
FERIADOS E FINAIS DE SEMANA 

automóvel, caminhonetes e furgão 

 R$ 7,90  

 R$ 11,80  

caminhão leve, ônibus, caminhão trator e furgão 

 R$ 15,80  

 R$ 23,70  

automóvel c/semi-reboque e caminhonete c/semi-reboque 

 R$ 11,80  

 R$17,70  

caminhão, caminhão trator, caminhão trator c/semi-reboque e ônibus 

R$ 23,70  

R$ 35,50  

automóvel c/ reboque e caminhonete c/ reboque 

 R$15,80  

 R$ 23,70  

caminhão c/ reboque e caminhão trator c/ semi-reboque 

 R$ 31,50  

 R$ 47,30  

caminhão c/ reboque e caminhão trator c/ semi-reboque 

 R$ 39,40  

 R$ 59,10  

caminhão c/ reboque e caminhão trator c/ semi-reboque 

 R$ 47,30  

 R$ 71,00  

motocicleta, motoneta e bicicleta a motor 

 R$   3,90  

 R$ 5,90  

 
 
 
 
 

Ao final do seus trabalhos, a CPI da Covid deve apresentar uma série de propostas a respeito da pandemia. Entre elas, uma pensão de R$ 1 mil para órfãos de vítimas do coronavírus.

A pensão para órfãos seria paga a qualquer a família que tenha ao menos uma criança ou um adolescente cujo genitor tenha morrido em decorrência da infecção por coronavírus e não tenha contribuído para a Previdência Social, segundo o projeto a que o jornal O Globo teve acesso. O beneficiário receberia R$ 1 mil por mês até completar 18 anos.

Outra medida que está em análise é a proibição de operadoras de plano de saúde prescrevam de medicamentos considerados ineficazes. As três matérias foram elaboradas pelo gabinete do senador Rogério Carvalho (PT-SE), a pedido do relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). O parecer final de Renan deve ser lido na próxima terça-feira (19).

A proposta sobre planos de saúde, além de vedar a prescrição de remédios comprovadamente ineficientes, mira nas operadoras que detêm hospitais, como a Prevent Senior, alvo de denúncias. “A formação de rede própria dos planos de saúde apresenta grandes vantagens aos planos e às operadoras, à medida que reduz custos e melhora a administração de recursos. Por outro lado, tem possibilitado aos planos e às operadoras maior controle sobre os tratamentos que são conduzidos pelos médicos”, diz a justificativa do projeto.

A expansão da agricultura irrigada e o crescimento urbano desordenado nas cabeceiras do Rio Paraguaçu, na Bahia, têm sido grandes ameaças à disponibilidade de água limpa e em abundância na região. Erosão das margens, assoreamento dos leitos e poluição das águas são graves consequências desse processo e ameaçam a segurança do abastecimento de milhões de pessoas. Para evitar a falta de água nos 86 municípios baianos alimentados pelo Paraguaçu, o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) decidiu limitar em 50% o uso da água do rio.

Trechos do Rio Paraguaçu e seus afluentes, principalmente na altura do Alto Paraguaçu, estão secos. Isso por conta da falta de chuvas, do uso desregulado da água e da deficiência na gestão de recursos hídricos.

Segundo o presidente do Comitê da Bacia do Rio Paraguaçu, Evilásio Fraga, a preocupação é maior em determinadas regiões do estado. O principal reservatório da Bacia do Paraguaçu é Pedra do Cavalo, que abastece Salvador, RMS e Feira de Santana e não está em situação tão crítica. “Está em níveis normais, ou seja, por enquanto não existe risco de abastecimento de água para essas localidades”, afirma o presidente. Segundo dados do Inema, o nível de Pedra do Cavalo é de 28,19%, o que é considerado alerta. A situação é mais grave no interior do estado.

“Quando vamos para o Sertão da Bahia, em direção à nascente do Paraguaçu, temos o Rio Jacuípe, que está completamente seco porque não teve chuva. A segunda barragem mais importante da Bacia, por exemplo, é a de São José, que tem 1,5% da sua capacidade. A barragem do Apertado, em Mucugê, está com 39% da capacidade, em nível de alerta”, acrescenta.

Eduardo Topázio, diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, reafirma a desigualdade. “Tivemos muitas queixas, principalmente, de prefeituras de cidades que ficam no Alto Paraguaçu, falando de dificuldade de abastecimento. A situação é mais complicada no Semiárido, onde temos a seca constante e também o aumento da população. O Brasil tem a maior população no Semiárido do mundo”, diz.

O Rio Paraguaçu nasce na Chapada Diamantina, especificamente no município de Barra da Estiva, e deságua na Baía de Todos os Santos, em Salvador. Sua bacia ocupa 10% do território baiano, passando por 86 municípios e somando 150 rios. A bacia do Rio Paraguaçu é responsável pelo abastecimento de 60% da população da Região Metropolitana de Salvador, o que a fez ser conhecida como a “caixa d’água da Bahia”. Cerca de 2 milhões de baianos dependem das águas do Paraguaçu que, assim como outros rios, também passou por um processo de degradação, desmatamento e uso intensivo.

Para evitar problemas de abastecimento, o Inema implementou no último dia 12 a Portaria Nº 24.308, que determina que todos que têm autorização para captar água superficial e subterrânea do Rio Paraguaçu e seus afluentes só poderão captar a partir de agora 50% do volume que captava antes. A medida está prevista por tempo indeterminado e tem exceção somente para uso destinado a consumo humano e animal.

“Se essa medida não fosse adotada, Salvador, RMS e Feira de Santana poderiam ter complicações sérias. 100% de Feira de Santana bebe água a partir de uma transposição do Rio Paraguaçu e 65% de Salvador é abastecida por água do Paraguaçu”, diz o secretário do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHRS), Almacks Luiz Silva.

Eduardo Topázio defende que a prioridade é o abastecimento humano. “Para garantir isso, a gente teve que fazer essa redução, que está prevista em lei, de outros usos menos nobres, para que não haja comprometimento do abastecimento de água em algumas cidades que dependem do Rio Paraguaçu. A atitude é drástica, mas é temporária”, diz Eduardo Topázio. “Nós adotamos 50%, mas nada descarta que, caso a situação se agrave, a gente possa alterar isso de forma mais intensa, talvez até chegando a 100%. Tudo depende das chuvas. Mas já está começando a chover e deve chover ainda mais a partir de novembro, então acreditamos que logo voltaremos ao normal”.

O presidente do Comitê da Bacia do Paraguaçu, Evilásio Fraga, afirma que outras medidas foram testadas, mas não deram resultado, confirmando a necessidade da portaria. “Isso porque a gente tem os usuários de água outorgados, que são legais que têm o direito de uso da água, e tem as pessoas que usam a água sem outorga, ou seja, de maneira clandestina. Esse uso clandestino contribuiu para a secagem dos rios. E a medida do Inema atinge só os outorgados e pode até acabar sendo benéfica para os clandestinos, porque sobra mais água para eles”, coloca.

O diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, Eduardo Topázio, reconhece o problema e diz que na região há um grande volume de outorgados e também não outorgados. “É o maior rio do estado, então atrai muita gente, mas estamos trabalhando nessa fiscalização. A Bahia é do tamanho da França, o Inema fiscaliza o estado inteiro, junto com a ANA se o rio for federal. A gente não é onipresente e onisciente. É comum que a gente chegue num local, identifique e repare uma irregularidade e, no dia seguinte, volte tudo de novo”, justifica.

Evilásio Fraga destaca ainda as consequências econômicas que a portaria pode trazer, já que a limitação atinge a indústria, mineração, agricultura e geração de energia. “A limitação mexe com o funcionamento dos reservatórios e, principalmente, com toda atividade econômica que o estado tem que é desenvolvida a partir do uso da água, como as lavouras irrigadas. Os produtores têm um planejamento de uso, isso tudo estava pronto. Para as lavouras plantadas, uma portaria desta pode significar perda de parte da lavoura, o que significa menos oferta de alimentos, menos emprego e menos renda”, afirma.

Bacia do São Francisco

Segundo Eduardo Topázio, por enquanto, “só foram identificadas demandas de dificuldade de abastecimento na Bacia do Paraguaçu”. Mas a situação de outras bacias, como a do Rio São Francisco, não é confortável.

O secretário do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHRS), Almacks Luiz Silva, diz que “outras bacias podem ser afetadas porque estamos todos no mesmo estado. Se essa crise perdurar, pode ser preciso que medidas semelhantes sejam adotadas em outras bacias”, coloca. E há preocupação: “Nós já estamos segurando as pontas do problema na geração de energia elétrica porque hoje a Bacia do São Francisco está exportando água para o Sul e Sudeste por conta da crise hídrica”, acrescenta.

A barragem de Sobradinho está com 36,8% de seu volume útil. Já o Reservatório da Usina de Luiz Gonzaga, conhecido como Itaparica, está com volume útil de 62,32%. “A previsão é de que Sobradinho possa baixar para os 10% até dezembro. Isso é um alerta para a gente. Não sabemos quando isso seria recuperado”.

Depois de romper com a Turner, o Bahia chegou a um acordo e assinou com a Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro em TV fechada. O vínculo será entre 2022 e 2024.

Com o acerto, o Bahia passa a ter contrato com a emissora carioca em todas as plataformas. Agora, o time baiano vai poder ter os jogos exibidos nos canais SporTV. As transmissões vão valer a partir do ano que vem. Na atual temporada, os direitos continuam com a Turner, que televisiona as partidas nos canais TNT.

O Bahia seguiu o mesmo caminho de outras equipes que romperam com a Turner. Na semana passada, Ceará, Fortaleza, Coritiba, Juventude e Santos já haviam acertado com a Globo. Athletico-PR e Palmeiras seguem em negociações.

"Estamos muito satisfeitos de inaugurar essa nova etapa de um projeto consolidado com a Globo, agora tanto com TV aberta quanto TV fechada e pay-per-view. Entendemos que para o Bahia vai ser bom financeiramente e para o nosso torcedor vai ser bem importante para ampliar o acesso e ter mais visibilidade dos jogos do nosso clube. Então, agradecer à Globo pela confiança e reforçar a parceria que temos", disse o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.

De acordo com a Globo, o modelo de contrato oferecido ao Bahia foi o mesmo que a empresa tem com as outras equipes. Assim, a divisão financeira segue a seguinte ordem:

- 40% da verba dividida igualmente entre os clubes

- 30% da verba distribuída de acordo com a colocação no campeonato

- 30% da verba proporcional ao número de jogos transmitidos

No mês passado, a Turner anunciou o fim da transmissão dos jogos da Série A a partir de 2022. A empresa americana usou uma cláusula que permite o rompimento do contrato sem a necessidade de pagamento de multa aos clubes. Assim, as equipes voltam a ter os direitos de transmissão e podem renegociar.

Acontece neste sábado (16), das 8h às 16h, o Dia D da Campanha de Multivacinação em Salvador. No total, serão disponibilizados 108 pontos de imunização espalhados por toda a cidade, onde as crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, 11 meses e 29 dias poderão atualizar a caderneta vacinal. Para reforço à estratégia, a aplicação da vacina contra covid-19 estará suspensa na cidade amanhã.

Iniciada em 1º de outubro, cerca de 6 mil crianças e adolescentes já procuraram os postos de saúde da rede municipal para atualização da caderneta vacinal durante a estratégia. Desse total, cerca de 5,4 mil crianças e adolescentes necessitaram receber a dose de algum imunizante do calendário básico que estava em atraso.

O Dia D é mais uma oportunidade desse público ter acesso aos imunizantes contra Hepatite A e B, Poliomielite, Meningococo tipo C e ACWY, diarreia por rotavírus, Papilomavírus-HPV, pneumonias, febre amarela, varicela, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola e formas graves de tuberculose.

“Estaremos com equipes mobilizadas em toda cidade para oferta das vacinas do calendário básico. Convocamos os pais que levem os filhos de até 14 anos 11 meses e 29 dias aos pontos de imunização para as equipes avaliarem a necessidade de atualização da caderneta vacinal. Nesse período de pandemia, pudemos comprovar mais uma vez a importância da imunização para prevenção dessas patologias”, explica a subcoordenadora de Doenças Imunopreveníveis, Doiane Lemos.

O LinkedIn, da Microsoft, anunciou nesta quinta-feira que fechará a versão de seu site de relacionamento profissional que opera na China, marcando o fim da última grande rede de mídia social norte-americana operando abertamente no país. Em comunicado, o LinkedIn disse que tomou a decisão depois de "enfrentar um ambiente operacional significativamente mais desafiador e maiores requisitos de conformidade na China".

Em março, o regulador da Internet da China ordenou os funcionários do LinkedIn a regulamentarem melhor seu conteúdo e deu-lhes 30 dias para fazê-lo, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Nos últimos meses, o LinkedIn notificou vários ativistas de direitos humanos com foco na China, acadêmicos e jornalistas que seus perfis estavam sendo bloqueados na China, dizendo que continham conteúdo proibido.

O LinkedIn disse que substituirá seu serviço chinês, que restringe parte do conteúdo para atender às demandas do governo local, por um serviço de site de emprego sem recursos de mídia social, como a capacidade de compartilhar opiniões e notícias.