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Bahia com Tudo

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Alvo de ameaças de morte desde que foi eleita, a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, pediu celeridade nas investigações sobre as intimidações e homicídios que aconteceram na cidade.

Eliana esteve na sede do Minsitério Público nessa segunda-feira (26), acompanhada a vice-prefeita, Ana Cristina Soares Pereira, da deputada estadual, Fabíola Mansur (PSB) e do deputado federal, Bispo Márcio Marinho (Republicanos). Ela foi recebida pela procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti.

Também participaram do encontro o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminal - Caocrim, André Lavigne, e o promotor de Justiça da Comarca de Cachoeira, Rodrigo Rubiale.

Relembre o caso
Depois de se eleger em novembro do ano passado derrotando Fernando Pereira, o Tato (PSD), empresário forte da região que tentava se reeleger pela quarta vez, a atual prefeita vem sendo ameaçada de morte e já teve dois correligionários executados após à sua posse.

A primeira vítima foi Ivan Passos, morto em 17 de novembro, dois dias após a vitória de Eliana. A segunda vítima foi foi Georlando Silva, que era coordenador de obras da prefeitura, morto no mês passado, com 10 tiros. Além disso, a prefeita já recebeu ligações onde ouvia barulhos de tiros do outro lado da linha e foi seguida por homens em uma moto, que fugiram após intervenção da polícia.

De acordo com a gestora, as ameaças e os assassinatos tem o objetivo a renuncia de Eliana do cargo. No entanto, nascida e criada no bairro de Ipitanga, a prefeita filha de Cachoeira mostra confiança para seguir à frente da terra de bravos guerreiros, que deu o primeiro grito de Independência da Bahia e, consequentemente do Brasil. E é por isso, a sua ancestralidade à credencia à luta.

“Eu não vou renunciar. Eu não tenho medo. Junto com os meus ancestrais, aqui também pulsa a veia sindical, e muito forte e não sou covarde. A veia do sindicalista não recua”, disse ela, que já foi líder sindical e vereadora na cidade dois mandados (2009/2016).

Dois suspeitos por ameaças feitas à Eliana Gonzaga foram presos, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Por meio de nota, a SSP disse que “no início deste ano, recebeu a prefeita e de imediato reforçou o patrulhamento com equipes da Polícia Militar, na sua residência, no local de trabalho e também em agendas externas”. “Destaca ainda que, após o encontro, a Polícia Civil deflagrou a Operação Cidade Heroica que culminou nas localizações de dois criminosos apontados como autores das ameaças”.

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (27) dois mandados de busca na Bahia como parte de uma operação para desarticular um grupo criminoso que pratica tráfico de mulheres para exploração sexual. A investigação acontece em vários estados do país.

A PF identificou uma rede de aliciadores que age no Brasil e no exterior, enviando mulheres para cinco outros países. Há indícios inclusive de que menores de idade foram traficadas.

São nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Venâncio Aires (RS), Lauro de Freitas (BA), Santa Cruz (RS) e Rondonópolis (MT). As ordens foram expedidas pela 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba. Todos os mandados de prisão no país já foram cumpridos. O principal alvo da ação foi preso em São Paulo.

Outras ordens de prisão foram incluídas na Difusão Vermelha da Interpol, para deter suspeitos que estão em outos países - EUA, Espanha, Portugal e Austrália.

Investigação
A investigação começou em 2019, após outra operação, que investigava estelionatários que agiam pela internet, clonando cartões. Nesse inquérito, a PF descobriu algumas compras feitas pelos golpistas de passagens aéreas para duas mulheres que foram para o Catar.

Elas foram identificadas como vítimas de exploração sexual. Contaram que sofreram cerceamento de direitos e foram agenciadas em atos de prostituição.

A investigação identificou a rede de aliciadores, que age na exploração de mulheres tanto no Brasil quanto fora do país. "Até o momento, a investigação apurou que os países nos quais houve viagens para fins de exploração sexual são Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália”, diz a PF.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou na manhã desta terça-feira (27) que, apesar de um "pequeno" atraso, a entrega de vacinas contra a covid-19 ao Ministério da Saúde deverá ser retomada no próximo dia 3 de maio. A previsão inicial era que o instituto concluísse o primeiro contrato com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 46 milhões de doses até o fim de abril. Ao todo, restam ser entregues 3,2 milhões de doses.

Em entrevista à rádio CBN, Covas rebateu as declarações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ontem, durante audiência no Senado, disse haver "dificuldades com a segunda dose". Segundo o diretor do Butantan, a programação foi feita com antecedência e o Ministério da Saúde imediatamente avisado da possibilidade de "qualquer interveniência".

No fim de março, o governo federal passou a orientar que não era mais preciso reservar metade dos lotes da Coronavac para garantir a segunda dose e municípios correm o risco de suspender a campanha vacinal até que as entregas sejam restabelecidas - ou de vacinar pessoas além do período previsto para eficácia máxima do imunizante.

"Alguns Estados fizeram a reserva para a segunda dose, como é o caso de São Paulo, portanto aqui não tem faltado a segunda dose no prazo determinado. Agora, outros não fizeram essa reserva, inclusive por conta da orientação do próprio ministério", afirmou Covas.

O presidente Jair Bolsonaro chegou sem máscara à inauguração de um trecho da duplicação da BR-101, em Feira de Santana, na manhã desta segunda-feira (26). Ele cumprimentou apoiadores e, em seguida, se dirigiu ao palco, onde colocou a máscara de proteção. O uso da máscara em ambientes públicos é obrigatório na Bahia por decreto estadual.

O avião presidencial chegou ao aeroporto de Salvador por volta das 10h. A comissão seguiu de helicóptero até Conceição do Jacuípe e depois foi de carro para Feira. Nesse último trajeto, Bolsonaro ficou com o porta aberta e o corpo para fora do carro, o que é uma infração grave de trânsito, prevista no artigo 235 do Código Brasileiro de Trânsito.

Bolsonaro pediu que os apoiadores que estavam no evento se aproximassem do palco. Neste momento, as pessoas, que usavam camisas verde e amarelo, se aglomeraram na grade de proteção. Muitos gritaram "mito, mito, mito".

"Pedi pra liberar o povo para vir, porque um evento desse sem povo não existe. Vejo uma placa ali que o povo está comigo... É o contrário. Eu quem estou com o povo! Vocês dão o norte sempre", afirmou o presidente, ao subir no palco. "Satisfação estar na Bahia, onde nasceu o Brasil".

Bolsonaro criticou medidas de fechamento de comércio tomadas em vários estados, inclusive na Bahia, para evitar a disseminação do covid-19. "Tá chegando a hora do Brasil dar um novo grito de independência. Não podermos admitir alguns pseudo governadores quererem impor a ditadura no meio de vocês, usando do vírus para subjugá-los. Nós tratamos a questão do vírus com muita responsabilidade, mas sempre disse que além do vírus tínhamos que nos preocupar com o desemprego. Não foi o governo federal que obrigou vocês a ficar em casa, que fechou o comércio, que destruiu milhões de empregos. Podem ter certeza: esse suplício está chegando ao fim. Brevemente voltaremos à normalidade", disse ele.

Durante a visita, o presidente atacou uma repórter do SBT, que o questionou sobre a foto em que ele aparece com uma placa escrito "CPF cancelado" (expressão popularizada para falar sobre mortes de suspeitos de crimes). "Você não tem o que perguntar não? Você é idiota?", respondeu o presidente à jornalista.

Bolsonaro estava acompanhado do ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, pasta responsável pela obra, e do ministro da Cidadania, João Roma. A inauguração é de um trecho de 22 km, ligando Feira a Esplanada. As obras de duplicação do trecho de Feira a Sergipe, que tem 165 km, foram iniciadas ainda em 2014, na época do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Mais de um ano depois, as escolas de Salvador reabrirão as portas para os alunos, no próximo dia 3 de maio. O retorno será feito com rodízio de dias de aulas, na rede municipal, e todos serão obrigados a usar máscara, respeitando um fluxo específico para evitar aglomerações. Os exemplos de outros países, e a divulgação de pesquisas até aqui, mostram como a volta às aulas pode acontecer de uma forma mais segura - indo além dos protocolos oficiais.

A retomada das aulas é especulada desde meados do ano passado. Entre setembro e outubro, na Bahia, autoridades chegaram a dar a retomada como certa. Mas, com a crescente do número de casos de covid-19 entre os mais jovens e mortes de crianças, houve um recuo. Agora, ficou definido que é o momento para o retorno. A decisão considera, segundo a Prefeitura de Salvador, a queda na taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e da ocupação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

“Nós temos que avançar. Não podemos comprometer mais um ano letivo. Aonde eu vou, as crianças estão pedindo retorno", afirmou o prefeito Bruno Reis, no anúncio da retomada, na última sexta-feira.

A infectologista Verônica Rocha, do Instituto Couto Maia, explica que a retomada pode acontecer com redução de riscos tanto às crianças, quanto para os profissionais de educação. “Hoje, não se tem mais justificativa científica para dizer que a escola é mais perigosa que outro estabelecimento que se esteja aberto. O risco existe em qualquer lugar fora das nossas casas”, contextualiza a médica. “Mas só faria sentido se as escolas fossem o local de maior contágio, isso não é o que a gente observa”, acrescenta.

Segundo o Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileiro de Pediatria, menores de 20 anos respondem por 2,5% das hospitalizações e 0,6% das mortes no Brasil. Em 2021, ainda de acordo com o boletim divulgado pelo Departamento em março, a proporção de letalidade nas crianças e adolescente é menor que no ano de 2020 - era 8,2% no ano passado, e está em 5,8% neste ano.

Ou seja, o risco da retomada das aulas existe, diz a infectologista Verônica Rocha, “desde que não estejamos em lockdown ou possamos ficar em casa”. É preciso, agora, apontar possibilidades de um retorno mais seguro.

Na avaliação dela, há três eixos centrais: os pais devem dar o exemplo aos filhos, usando máscaras adequadas ao tamanho do rosto e mostrando que a situação da pandemia é grave; não se deve associar à retomada das aulas com a flexibilização de festinhas ou aglomerações entre crianças; e o incentivo do senso de coletividade.

“Acredito que mais de uma questão de infraestrutura, e dos protocolos que já conhecemos, é preciso dar o exemplo e reforçar o básico”, explica.

A infectologista sugere que os pais comprem sempre máscaras ajustadas ao rosto das crianças, sem nariz ou boca descobertos, com duas camadas de proteção, enviem sempre na mochila embalagens de álcool em gel e duas máscaras extra - para que haja troca, em caso de uma delas molhar ou sujar. “As regras têm ser das escolas, mas os pais também precisam conversar com os filhos”, completa Verônica.

As escolas públicas retornarão apenas as séries até o ensino fundamental, pois as escolas de ensino médio são de responsabilidade do governo do estado. As particulares podem fazer o retorno completo, em todas as séries. Todas devem respeitar um protocolo que prevê redução das turmas, organização de horários de acesso para evitar aglomerações e identificação de casos suspeitos da covid-19, por exemplo.

Por meio de nota, a Associação dos Professores Licenciados do Brasil na Bahia (APLB) afirmou que os professores só retornarão às escolas após a imunização total dos trabalhadores da Educação. O sindicato afirmou que, sem a vacinação completa, a categoria poderá entrar em greve.

Em outros países, as aulas já foram retomadas, com critérios rigorosos de monitoramento dos alunos. Na França, em setembro do ano passado, as aulas chegaram a ser suspensas depois do retorno. O fechamento ocorreu nas escolas onde o número de casos de covid-19 avançou - segundo o governo francês, isso aconteceu na minoria das escolas. Em locais como a Alemanha, Suécia, França e Reino Unido, que puseram a educação na agenda prioritária, também houve investimento no rastreamento de notificações para isolamento dos alunos.

A Coreia do Sul foi outra que iniciou um rigoroso rastreamento de contatos para estudar a rota de transmissão viral, depois da retomada das aulas. O país concluiu que não houve aumento de casos de infecção pelo coronavírus em crianças. Pesquisas realizadas na Irlanda chegaram a apontar que 41% dos casos de covid-19 em crianças tinham relações a surtos em casa, viagem e outros fatores externos à escola.

Doze cidades do entorno de Salvador decidem manter aulas não presenciais

Prefeitos de 12 cidades entre Região Metropolitana de Salvador e do Recôncavo baiano decidirem, em reunião com o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, não determinar data para o retorno às aulas presenciais nestes municípios.

Gestores de Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Mata de São João, Dias D’Ávila e Conde, que compõem o Consórcio Metro Recôncavo Norte, e Candeias, Madre de Deus, Santo Amaro, São Sebastião do Passé, Saubara e S. Francisco do Conde, que formam o Consórcio Baía de Todos os Santos, participaram da reunião, que teve a presença da subsecretária de Saúde do Estado, Tereza Paim, secretários municipais de saúde e educação, e de técnicos das duas esferas.

Os gestores dizem que a decisão foi tomada por conta da ausência de uma programação mais efetiva para a vacinação dos trabalhadores da educação, reivindicação feita junto ao Ministério da Saúde.

A vacinação dos profissionais da Educação foi liberada pela Comissão Intergestores Tripartite do Estado da Bahia (CIB), mas os prefeitos entendem que o número de doses enviadas pelo Ministério da Saúde para os municípios ainda é muito pequeno. A maioria dessas cidades ainda imuniza o público prioritário da 1ª fase de vacinação, como profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos e quilombolas.

“Sem uma programação mais efetiva da chegada de vacinas para os trabalhadores da educação, a nossa decisão foi de mantermos a cautela e de cobrar do Governo Federal mais celeridade na aquisição de mais vacinas, para termos mais segurança para os alunos, crianças, jovens e profissionais das escolas. Entendemos que as aulas presenciais contribuem muito para o aprendizado, mas não podemos descuidar da vida dos alunos e trabalhadores”, disse a prefeita Moema Gramacho, que preside o Consórcio Metro Recôncavo Norte.

De acordo com o prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, uma nova reunião deverá ser convocada na próxima semana. “Na reunião faremos uma nova avaliação, desta vez com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho, Conselhos de Educação e Sindicatos das Categorias Profissionais. Enquanto isso, continuaremos com as aulas remotas e com tudo pronto para as aulas híbridas, aguardando o momento seguro para o retorno presencial”.

Dicas para uma volta às aulas mais segura*:

- Use máscara e dê o exemplo para a criança. Seu filho se espelhará nas suas atitudes;
- Mande álcool em gel e duas máscaras extras na mochila;
- Compre máscaras adequadas ao tamanho do rosto da criança;
- Explique o contexto da pandemia para a criança;
- Estimule que ela não fique muito próxima de outros coleguinhas;
- Não confunda reabertura de escolas, com organização de festinhas infantis e outras aglomerações entre crianças;
- Tenha senso de coletividade.

*Verônica Rocha, infectologista do Instituto Couto Maia.

Fonte: Correio24horas

 
 
 
 

Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, escreveu uma carta em que muda de versão sobre a morte do filho e acusa o namorado, o vereador Dr. Jairinho, de ser agressivo e fazer ameaças contra ela, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo. Suspeitos pela morte do filho de quatro anos por espancamento, Monique e Jairinho estão presos no Rio e negam crime. Antes, ela defendia o companheiro.

Durante o inquérito policial, ela havia defendido Jairo de Souza Santos, mais conhecido como Dr. Jairinho. Agora, ela descreve o companheiro como um homem ciumento e agressivo, que chegou a mandar persegui-la e a enforcá-la enquanto dormia. "Lembro de ser acordada no meio da madrugada, sendo enforcada enquanto eu dormia na cama ao lado do meu filho", diz o texto. "No dia seguinte ele pediu desculpas, disse que me amava muito." A polícia, porém, já sinalizou antes não haver indícios de que ela era ameaçada.

Na carta, de 29 páginas, ela também diz que Henry havia relatado agressão do padrasto, mas depois Jairinho alegou que havia sido um mal entendido. O motivo para manter o relacionamento, segundo o texto, era que o vereador conseguia proporcionar uma vida melhor à criança. Sobre o dia da morte, o relato é de que o namorado havia dado remédios para que ela dormisse. Mais tarde, diz ter sido acordada por Jairinho, que falou que o filho tinha dificuldade para respirar. Conforme Monique, a criança estava com a boca aberta, além dos pés e mãos gelados, o que ela atribuiu a um desmaio.

Monique alega estar muito abalada com a perda de Henry, mas sinais de frieza dados por ela após a morte - como ida ao salão de beleza e publicações nas redes sociais - causaram surpresa. Em relação à versão anterior, Monique afirma que foi orientada a mentir no depoimento à polícia. Conforme a defesa da suspeita, ela escreveu esta carta entre quinta-feira, 22, e sexta-feira, 23, no hospital penitenciário onde foi internada após o diagnóstico de covid-19.

Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ao menos 2.083 crianças até quatro anos foram mortas por agressão no Brasil, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado. Para cada caso de óbito registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados. Outra preocupação é que esse cenário de violência se agrave na pandemia, com as políticas de isolamento social e o longo período de escolas fechadas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) marcou para esta segunda-feira (26), às 18h, uma reunião extraordinária da diretoria colegiada para avaliar os pedidos de estados e municípios para importação da vacina Sputnik V, usada na imunização contra a covid-19. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.

A reunião de deliberação foi marcada dentro do prazo estipulado pela lei e de acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que determinou a análise da questão dentro do prazo de 30 dias.

Amanhã (27), a Anvisa deve analisar o pedido de uso emergencial da combinação dos medicamentos banlanivimabe e etesevimabe para o tratamento da covid-19. Os remédios são produzidos pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil. O pedido foi protocolado no dia 30 de março.

Na quinta-feira (29), a diretoria colegiada também vai se reunir para a 8ª reunião ordinária, na qual serão discutidas pautas relacionadas às áreas de regulação da agência.

A Bahia registrou 117 mortes e 3.652 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4 %) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta sexta (23). No mesmo período, 3.313 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).

O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 17.804. A taxa de letalidade da doença na Bahia é de 2,03%. Apesar das 117 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta sexta. 113 delas ocorreram em 2021, sendo 96 no mês de abril.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Dos 877.484 casos confirmados desde o início da pandemia, 843.954 já são considerados recuperados, 15.726 encontram-se ativos. Na Bahia, 46.840 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Situação da regulação de Covid-19

Às 12h desta sexta-feira, 77 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 52 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

 

 
 

"Eu tenho certeza que se eu não tivesse a minha pele negra, se eu não tivesse vindo da família que eu venho, de baixa renda, que representa uma categoria de trabalhadores, porque nós somos militantes sindicais, representando a agricultura familiar, isso não estaria acontecendo", disse a prefeita de Cachoeira, cidade do recôncavo da Bahia, Eliana Gonzaga de Jesus (Republicanos), após ter recebido ameaças de morte.

Por causa das ameaças, uma reunião entre a prefeita e o secretário da de Segurança Pública da Bahia (SSP), Ricardo Mandarino, decidiu que a prefeita vai receber escolta policial.

Eliana Gonzaga de Jesus é a primeira mulher negra a ser eleita prefeita de Cachoeira. Ela afirma que não tem inimigos e acredita que as ameaças são causadas por racismo ou motivações políticas.

"Não é normal, não é natural que uma mãe de família deixe sua casa sem nenhum motivo, sem nenhuma justificativa, só a títulos de ameaças sem fundamentação alguma", disse a prefeita.

A prefeita de Cachoeira teve que se mudar de cidade por causa das ameaças que vem recebendo. O carro que ela anda é blindado e a prefeita anda escoltada por policiais e seguranças particulares.

O clima de insegurança começou em Cachoeira em novembro do ano passado, quando um dos apoiadores, que trabalhou na campanha de Eliana de Jesus, foi assassinado com dez tiros, dois dias depois da eleição. Ivan Passos morreu no dia 17 de novembro, próximo à delegacia da cidade.

"A cidade foi inundada com uma conversa de uma suposta lista onde constava diversos nomes de militantes nossos, dizendo que Ivan era o primeiro apenas da lista, onde constava o meu nome, o do meu marido, o do meu filho e de diversos companheiros de luta na nossa trajetória", explicou a prefeita.

Depois desse assassinato, a prefeita começou a receber ameaças e prestou queixa na polícia.

"No dia 2 de dezembro, eu recebei uma ligação. Quando eu atendi, foi uma rajada de metralhadora". afirmou.
Por precaução, pessoas ligadas a Eliana de Jesus se mudaram para outras cidades. Uma delas foi Georlando Silva, que foi candidato a vereador nesta última eleição também pelo partido Republicanos.

Georlando Silva não foi eleito, mas assumiu o cargo de coordenador de obras da prefeitura de Cachoeira. Ele também recebeu ameaças e chegou a postar um vídeo nas redes sociais contando a situação.

No dia 7 de março deste ano, o militante foi assassinado com 19 tiros na cabeça no meio da rua, perto do centro de Cachoeira.

Apesar da situação, Eliana de Jesus diz que vai resistir às ameaças e continuar exercendo o cargo de prefeita.

"Nós temos o sangue de guerreiros, que gritaram o grito da independência aqui em Cachoeira. Nós não vamos envergonhar os nosso ancestrais. Nós temos a honra, o dever e a obrigação de honrar todos os sangues dos nossos antepassados que foram derramados por essa liberdade"

Um homem morreu e outro foi preso durante uma operação realizada em Cachoeira, no dia 19 de março deste ano, pelo Departamento de Polícia do Interior (Depin). A SSP-BA informou que eles são suspeitos de envolvimento nas ameaças feitas à prefeita.

Ainda de acordo com a SSP-BA, o homem que morreu é suspeito de homicídio em Cachoeira e possuía mandado de prisão em aberto. Ele morreu após troca de tiros com os policiais. Com ele, foram apreendidos um revólver e munições.

Já o outro homem foi preso em flagrante em um imóvel no município, também com revólver e munições, além de porções de crack e cocaína. As identidades de ambos suspeitos não foram divulgadas.

Racismo

Em nota, a União dos Municípios da Bahia (UPB), entidade representativa dos gestores municipais, repudiou as ameaças sofridas pela prefeita de Cachoeira. Nesta quarta-feira (21), o presidente da entidade, Zé Cocá, manifestou preocupação com a segurança de Eliane de Jesus e afirmou que situações como essa precisam ser coibidas para garantir a liberdade do voto na Bahia e no Brasil.

A UPB afirmou que acionará à Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre a necessidade de apuração dos fatos e culpados.

A União de Negras e Negros pela Igualdade Racial (UNEGRO), o Bloco Afro Ilê Aiye e o Instituto de Mulheres Negras Luiza Mahin também se manifestaram sobre o caso.

Em nota, as entidades do movimento negro e social manifestaram seu repúdio e extrema preocupação com as ameaças cotidianamente recebidas pela prefeita Eliana de Jesus.

As entidades consideram "um absurdo inaceitável que uma mulher negra democrática e legitimamente eleita, seja mais uma vez alvo da violência de grupos autoritários e violentos que não aceitam a vontade do povo expressa pelo voto. Repudiamos as ameaças de mortes, os ataques racistas e misóginos, conclamamos as autoridades competentes a apurarem e punirem os culpados. Não podemos permitir que o feminicídio político de mulheres negras que vitimou Marielle Franco se torne cotidiano no país”.

A Prefeitura de Salvador anunciou, na noite desta sexta-feira (23), o reajuste na tarifa de ônibus da capital a partir da próxima semana. A partir de segunda-feira (26), a tarifa passa a custar R$ 4,40. O aumento de 20 centavos representa um percentual de reajuste de 4,76%. O último reajuste aconteceu em março de 2020, quando a tarifa passou a custar os atuais R$4,20.

De acordo com a Prefeitura, o reajuste anual é previsto em contrato com as concessionárias que operam o transporte público em Salvador e deveria ter acontecido desde março. No entanto, por conta do processo de intervenção em uma das empresas do sistema, a CSN, e do agravamento da pandemia, o prefeito Bruno Reis decidiu adiar o reajuste tarifário. Ainda segundo a prefeitura, o aumento foi autorizado em função do aumento de insumos básicos para a operacionalização do serviço, em especial o preço do óleo diesel, que teve aumento acima dos 20% nos últimos meses.

“A Prefeitura buscou adiar este reajuste o máximo possível por entender se tratar de um momento delicado para toda a população. Porém esse déficit poderia agravar ainda mais a crise vivida no transporte público, levando inclusive a um colapso do sistema, o que não podemos permitir que aconteça”, disse o secretário de mobilidade, Fabrizzio Müller.

A análise para definição do valor da tarifa foi realizada pela Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal). O cálculo é feito de acordo com as variações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do preço do diesel e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período de 12 meses entre o último reajuste e o mês anterior ao da revisão tarifária.