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Em meio a um cenário de polarização e descrença política, Santa Luzia foi a cidade com maior taxa de abstenção em todo o estado. Ao todo, o município possui 9.949 eleitores aptos. Destes, 35,38% (3.520) deixaram de votar contra 64,62% (6.429), que foram às urnas em 2 de outubro, no 1º turno.

Ao sul do estado e localizada a 537 km de Salvador, Santa Luzia lidera a lista de municípios com maior taxa e passa com folga o total estadual. Na Bahia, dos 11.291.528 eleitores aptos, 21,33% (2.408.747) não foram votar, ante 78,67% (8.882.781).

Na sequência do ranking estão os municípios de Boa Nova (34,97%), Presidente Jânio Quadros (34,44%), Potiraguá (34,18%), Maetinga (34,17%), Guajeru (33,61%), Iaçu (32,74%), Rio do Pires (32,73%), Santa Cruz da Vitória (32,50%) e, por fim, Igrapiúna (32,41%).

A taxa de faltantes está atrelada ao tamanho dos municípios. Com poucas oportunidades de emprego no interior, é comum que a população migre para cidades maiores em busca de melhor qualidade de vida e não retorne para votar. As cidades registram média populacional de 10.658 pessoas - conforme cálculo a partir da população estimada pelo IGBE em 2021. A maior delas, Iaçu, possui 23.950 habitantes. A menor, Guajeru, tem 2.386.

O cientista político André Carvalho explica que as regiões com maior abstenção são também as de elevada desigualdade social. “A população mais pobre é marginalizada na política e não vê muitos estímulos para comparecer às urnas. Apesar do peso do voto ser igual para todas as classes, a política prioriza quem é privilegiado economicamente”, argumenta.

Entre as 10 principais, apenas Potiraguá (99º), Maetinga (69º) e Igrapiúna (106º) aparecem acima da posição 200 na classificação de Produto Interno Bruto (PIB) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 417 municípios baianos, 23 registraram índice de faltantes superior a 30%. Na contramão, 12 tiveram faltas menores que 15%. A cidade de Presidente Dutra, no Centro Norte, próxima de Irecê, teve 86,41% de participação municipal e somente 13,59% dos eleitores aptos faltaram. Lafaiete Coutinho, próximo a Jequié, no Centro Sul, aparece com 85,74% de eleitores ativos no primeiro turno e 14,26% faltantes.

Com cavernas, rios e cachoeiras, Santa Luzia se apresenta como atrativo destino turístico no litoral sul. Desmembrada de Canavieiras, agora faz parte da Costa do Cacau, trecho com praias paradisíacas e áreas preservadas de Mata Atlântica.

Apesar das belezas, não é a primeira vez que a cidade lidera o nível de abstenção. Em 2018, estava no topo e com índice ainda maior, de 38,50%. Para o monitor Werley Ribeiro, 27, a recorrência acontece devido à falta de oportunidades na cidade, que faz moradores se mudarem e não retornarem nas eleições. Ele mesmo se mudou para Itabuna em 2020 porque estava desempregado e não votou no primeiro turno de 2022.

“Me mudei para cá [Itabuna] porque tinha oportunidade de emprego. Cheguei a me planejar para ir em 2 de outubro, mas não consegui ir por causa do trabalho. O meu caso é igual ao da maioria das pessoas que faltaram, estão fora da cidade”, afirma.

Localizada na microrregião de Ilhéus-Itabuna, Santa Luzia possui 45,5% de domicílios com esgotamento sanitário adequado e apenas 13,2% de domicílios em vias públicas têm presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio. As informações são do IBGE, com base em coleta feita em 2010. A reportagem do CORREIO solicitou à prefeitura dados atualizados e posicionamento sobre desinteresse sobre o pleito, mas não recebeu retorno.

No município, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o candidato mais votado para a Presidência da República, com 66,61% dos votos. Para o cargo de governador, ACM Neto, do União Brasil, recebeu mais votos (52,66%).

Peso da abstenção

Quanto ao cenário individual de abstenção, o professor de direito eleitoral e membro da comissão de direito eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB/BA), João Paulo Oliveira, afirma que a descrença política, transporte até o local de votação e espera nas filas durante o primeiro turno são outros fatores que desestimulam o eleitor ao voto.

“O que pode garantir uma maior participação é o apelo dos dois candidatos. Mas uma coisa é certa: os ausentes no primeiro turno podem acabar por decidir a eleição no segundo”, diz.

O cientista político André Carvalho também ressalta que, devido à margem apertada na disputa do segundo turno, “qualquer voto conta” e o público que antes se absteve pode decidir o rumo político do país. A expectativa dos especialistas, no entanto, é que a abstenção aumente do primeiro para o segundo turno, conforme acontece na série histórica. Embora o voto seja obrigatório, Carvalho defende que a abstenção também faz parte da democracia.

Ele cita a disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), em 2014, como cenário similar ao de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “Até na apuração não se tinha certeza de quem levaria. [A situação] se assemelha à disputa de hoje. Ambos os lados têm perspectiva de vitória. [A abstenção] no segundo turno foi 1% a mais”, recorda.

Para Carvalho, nas eleições, o aumento é resultado do estímulo dado no primeiro turno devido à gama de políticos na corrida. O cientista político salienta que, como são centenas de candidatos disputando cargos de deputado estadual, federal, senador, governador e presidente, os eleitores estão mais engajados a se identificar com algum político ou votar em quem já conhecem pessoalmente.

“Na última eleição a abstenção aumentou 1%. É esperado que ocorra [o mesmo agora]. Seria estranho se subisse 5%. Deve ficar na média histórica de 1%”, projeta.

Na Bahia, abstenção no primeiro turno foi maior que em 2018

O número de ausentes no primeiro turno em 2022 foi levemente superior ao da eleição de 2018 na Bahia. Há quatro anos, 2.154.937 (20,74%) milhões de pessoas deixaram de votar no estado, sendo que a Bahia tinha 10.393.170 milhões de pessoas aptas. Em 2022, dos 11.291.528 eleitores aptos, 21,33% (2.408.747) deixaram de comparecer.

Em paralelo, o número de pessoas do estado que reservaram parte de seu tempo ao longo do dia 2 de outubro para ir às urnas e cresceu em termos totais e percentuais nesta eleição em comparação com os dados de 2018. Há quatro anos 8.238.329 foram às urnas e, neste ano, 8.882.781 estiveram presentes no primeiro turno.

Vale lembrar que, devido ao grande número de eleitores e candidatos a votar no primeiro turno, eleitores baianos passaram horas nas filas para finalmente conseguir confirmar o voto. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes comunicou no dia 4 que iria tomar as medidas necessárias para evitar que os eleitores enfrentem filas no segundo turno das eleições.

No dia 17, o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE/BA) deu início ao treinamento dos mesários que atuarão como presidentes das mesas receptoras de votos durante o segundo turno, marcado para o próximo domingo.

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Presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares comentou o resultado da pesquisa AtlasIntel, do grupo A Tarde, divulgada nesta quarta-feira, 26. O levantamento aponta vitória de Jerônimo Rodrigues, candidato do PT ao Governo do Estado, no segundo turno das eleições com 54,5% dos votos válidos, contra 45,5% do candidato do União Brasil, ACM Neto. A diferença para o segundo colocado é de quase 1 milhão de votos.

“Expectativa de vitória é grande, não vou mentir. Mas o foco é no trabalho, no diálogo com as comunidades, com a sociedade baiana. Jerônimo já mostrou que é o mais preparado para governar a Bahia. Mas nosso projeto é um só. Não descansaremos um só segundo na luta por Jerônimo governador e Lula presidente”, destacou o dirigente estadual do PT.

A pesquisa AtlasIntel, o único instituto que acertou o resultado das eleições na Bahia no primeiro turno, ouviu 2 mil pessoas em 309 municípios baianos, de 21 a 25 de outubro, e foi registrada no TSE: BR-05141/ 2022/ BA-03085/ 2022.

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A nova rodada da pesquisa AtlasIntel, contratada pelo jornal A TARDE e divulgada nesta quinta-feira (26), apontou que Jerônimo Rodrigues (PT) permanece com uma boa vantagem para ACM Neto (União Brasil) na disputa pelo Governo da Bahia. O petista obteve 54,5% dos votos válidos, quando são excluídos nulos e brancos, contra 45,5% do ex-prefeito de Salvador.

Na última rodada, publicada pelo jornal no dia 23 de outubro, Jerônimo tinha 54,8% dos votos válidos, e ACM Neto, 45,2%.

Considerando os votos totais, o levantamento publicado nesta quinta revelou que Jerônimo pontuou 53,2%, enquanto Neto, 44,4%. Brancos e nulos somaram 1,2% e eleitores que não souberam responder representam 1,3%.

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 309 municípios da Bahia, no período de 21 de outubro a 25 de outubro, com coleta via recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no TSE sob o código BA-03085/2022.

 

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Uma sessão na Câmara Municipal de Feira de Santana foi palco de uma briga entre vereadores, nesta terça-feira (25). A confusão aconteceu enquanto servidores da Saúde do município se manifestavam pelo atraso no pagamento salarial.

Segundo a categoria, não houve pagamento no mês setembro devido a uma votação de suplementação pela Câmara de Vereadores, solicitada pela prefeitura de Feira.

Em resposta a manifestação dos servidores, a Câmara afirmou já ter realizado a aprovação de um orçamento válido até o final do ano, e que não pode ser responsabilizada pela prefeitura pelo atraso no pagamento dos salários, segundo informações da TV Bahia.

No decorrer das discussões, os vereadores Luiz Augusto de Jesus, conhecido como Lulinha (União Brasil) e Pedro Cícero (Cidadania), se desentenderam e protagonizaram uma briga.

Houve troca de socos, tapas e empurrões, cessados apenas quando outras pessoas presentes no plenário conseguiram afastar os dois. Não há confirmação sobre a motivação da briga.

A Câmara dos Vereadores garante que o episódio será apurado, para determinar se os vereadores serão punidos. A reportagem entrou em contato com a prefeitura questionando o atraso no pagamento dos salários dos servidores da Saúde, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.

Não foi possível contatar os vereadores envolvidos na briga.

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O candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que irá percorrer toda a Bahia para aumentar a votação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado e assegurar que o Partido dos Trabalhadores seja vitorioso na esfera nacional e federal neste segundo turno. O petista cumpriu agenda eleitoral nas cidades de Pojuca, São Sebastião do Passé e Simões Filho nesta quarta-feira (19).

"Fizemos uma agenda bastante animada, muito bonita e com muita receptividade das pessoas. É assim que tem sido toda nossa caminhada desde a pré-campanha. A nossa expectativa para este segundo turno é aumentar a minha votação e a de Lula, garantir a vitória do 13 lá e do 13 cá. Aqui tem lado, não tem essa de tanto faz. Nós acreditamos que o Brasil tem jeito, com Lula presidente, e que a Bahia tem lado, que gosta de cuidar de gente, do emprego, da comida no prato, com Jerônimo governador", afirmou o candidato.

O postulante petista ressaltou a força do time que o acompanha nesta disputa, com os senadores Otto Alencar (PSD), Jaques Wagner (PT), Angelo Coronel (PSD), o governador Rui Costa (PT), os mais de 300 prefeitos, inúmeros ex-prefeitos, deputados, vereadores e lideranças políticas. Jerônimo agradeceu a chegada de novos apoios neste segundo turno e garantiu que sua gestão será marcada pelo diálogo, pelo avanço econômico aliado a justiça social e a parceria com os prefeitos.

"A nossa marca será o emprego, o avanço econômico, a dinamização da economia aliado a nossa política de cuidar de gente, a comida no prato dos baianos. Nós teremos uma atuação muito forte ao lado do presidente Lula para atrair investimentos para Bahia e garantir que nosso estado siga avançando. Serei também um grande parceiro dos prefeitos, estaremos trabalhando lado a lado pelo bem do povo baiano", garantiu o candidato.

O petista explicou ainda que irá manter uma política de investimentos em obras de infraestrutura e de grande porte para atuar na geração de emprego, renda e dinamização da economia baiana. Jerônimo garantiu ainda que irá ofertar as melhores condições para o grande empresariado baiano e que irá atuar como um parceiro do pequeno e médio empresário, com facilitação na obtenção de crédito e programas que auxiliem o empreendedorismo.

"Ao lado de Lula, nós iremos combater a fome, o desemprego e a inflação, problemas que voltaram a assombrar o Brasil. O nosso primeiro pilar é o investimento em infraestrutura, eu irei manter o ritmo implementado por Rui. O segundo pilar é a parceria com o presidente Lula. A ponte Salvador-Itaparica, a retomada do Minha Casa, Minha Vida, da indústria naval, das ferrovias Oeste-Leste (FIOL) e Centro-Atlântica (FCA), além do Porto Sul. Por fim, vou lançar um plano de reindustrialização da Bahia para atrair novas indústrias a partir de bases tecnológicas e ambientais. Em diálogo permanente com os empresários, vamos estimular à construção civil, a economia criativa, economia verde, a energia eólica e solar, além do hidrogênio verde”, explicou o postulante ao Palácio de Ondina.

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O Ministério da Defesa informou ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que só vai entregar um relatório com informações sobre seu trabalho de fiscalização do processo eleitoral após o fim do segundo turno. Em resposta à cobrança do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que deu 48 horas para os militares apresentarem relatório de auditoria das urnas eletrônicas, prazo esgotado ontem, as Forças Armadas alegaram que seu trabalho só ficará pronto em até 30 dias após o fim da verificação do resultado do segundo turno.

A Defesa sustenta que divulgar um documento parcial, referente à primeira rodada da disputa, pode resultar em inconsistência. "A emissão de um relatório parcial, baseado em fragmentos de informação, pode resultar-se inconsistente com as conclusões finais do trabalho, razão pela qual não foi emitido", destacaram o coronel Wagner Oliveira da Silva, subchefe da equipe de fiscalização das Forças Armadas, e o contra-almirante Paulo Roberto Saraiva, subchefe de Comando e Controle, no documento enviado a Moraes.

As Forças Armadas só começaram a acompanhar o processo eleitoral a pedido do presidente Jair Bolsonaro, que concorre ao segundo mandato pelo PL. Ontem, Bolsonaro foi questionado sobre o conteúdo da fiscalização dos militares e disse que os jornalistas estavam colocando palavras em sua boca. "As Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Então furada, fake news", respondeu o presidente, no Palácio da Alvorada.

Durante a campanha, porém, Bolsonaro chegou a afirmar que "algo de anormal" teria ocorrido no TSE caso não fosse reeleito no primeiro turno, com 60% dos votos. Lula liderou a votação, com Bolsonaro em segundo lugar. Após o resultado, ao ser perguntado sobre o sistema eleitoral, o presidente disse que iria aguardar o parecer das Forças Armadas. "Vai ser feito um relatório pelo Ministério da Defesa", avisou.

Segundo ofício enviado ao TSE pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, as Forças Armadas vão elaborar um relatório conclusivo "em até 30 dias após o encerramento da etapa 8 do Plano de Trabalho", que se refere à checagem da apuração. O parecer sobre o sistema eletrônico de votação vai incluir documentos, até agora mantidos em sigilo.

Na resposta à Justiça Eleitoral, as Forças Armadas destacaram que as atividades "permanecem em curso". A Defesa negou ter antecipado qualquer relatório de informações sobre essas ações a Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. "Devido à atual inexistência de relatório, não procede a informação de que ocorreu entrega do suposto documento a qualquer candidato", afirmou a Defesa.

O Estadão apurou, porém, que o presidente já tomou conhecimento do andamento das atividades dos militares, que não encontraram nenhuma irregularidade durante o primeiro turno, segundo oficiais do Exército a par dos trabalhos. Um general integrante do Alto Comando da Força Terrestre afirmou, sob condição de anonimato, que o sistema se mostrou "muito consistente".

Plano

Como antecipou o Estadão, os militares da ativa montaram plano de trabalho com oito etapas. Eles disseram ao TSE que "a execução avança com o objetivo de propiciar um resultado preciso, confiável e colaborativo (...), compatível com a imensa relevância do tema para a nação brasileira". Os oficias observaram que todas as ações de fiscalização "vêm sendo executadas de acordo com os acessos disponibilizados pela Justiça Eleitoral".

A Defesa teve 48 horas para responder à demanda judicial do partido Rede Sustentabilidade, deferida por Alexandre de Moraes. O prazo se encerrou às 16 horas de ontem. Moraes cobrava o envio de informações sobre a auditoria das urnas. "Determino ao Ministério da Defesa que, no prazo de 48 (quarenta e oito horas) preste as devidas informações, mediante a apresentação de cópia dos documentos existentes sobre eventual auditoria das urnas, com a correspondente fonte do recurso empregado", ordenou o ministro.

O general Paulo Sérgio chegou a se reunir com Moraes antes de enviar a resposta. Os militares se aproveitaram de uma diferença de terminologia e de definição técnica das atividades para manter informações em segredo. Como o presidente do TSE determinou o envio de dados e documentos de "auditoria", em vez de "fiscalização", as Forças Armadas se furtaram à entrega de dados concretos.

O raciocínio dos militares se baseou em interpretação literal dos procedimentos técnicos previstos na resolução 23.673 de 2021, do TSE. O documento dita as regras tanto para auditoria quanto para fiscalização do sistema eletrônico de votação. A norma estabelece que auditoria é um "exame sistemático sobre o funcionamento de softwares, que averigua se estão implementados de acordo com as normas legais, e procedimentos, para aferir suas conformidades". A fiscalização, por sua vez, é descrita como "ato de verificar se algo está ocorrendo como fora previsto, ou seja, em conformidade".

O ministério observou que as normas do TSE, previstas nessa resolução, não estabelecem nenhuma obrigatoriedade de elaboração e divulgação de relatórios sobre todas as etapas acompanhadas pelas entidades fiscalizadoras.

No caso dos militares, eles formaram uma Equipe de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, com 10 oficiais da ativa, oriundos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Segundo a Defesa, os integrantes da equipe são especialistas em gestão e operação de sistemas de tecnologia da informação, engenharia de computação, defesa cibernética, engenharia de telecomunicações e auditoria. A Defesa disse ainda que as despesas de diárias e passagens aéreas para o trabalho de fiscalização vem sendo custeadas com recursos administrativos da pasta, mas não informou valores despendidos.

"As Forças Armadas vêm executando as atividades de fiscalização do sistema eletrônico de votação de acordo com os momentos e mecanismos previstos. Ainda, conclui-se que um relatório conclusivo será encaminhado ao TSE ao término do processo e que as despesas correspondentes se restringem a pagamentos de diárias e passagens, custeadas com os recursos próprios do Ministério da Defesa", conclui o documento.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o debate da TV Bandeirantes na noite deste domingo (16) acompanhado pelo senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR). A jornalistas, os dois disseram ter mais convergências do que divergências. O ex-juiz da Lava Jato deixou o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.

"Tivemos divergências, mas nossas convergências são muito maiores. Temos um projeto de Brasil", afirmou Bolsonaro. De acordo com o chefe do Executivo, Moro poderia falar por ele sobre as declarações do rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate sobre corrupção. "Moro tem conhecimento profundo de como foi corrupção no Brasil", declarou o candidato à reeleição.

Moro afirmou que Lula "não conseguiu responder"" perguntas importantes e mentiu ao dizer que os diretores da Petrobras envolvidos em corrupção não teriam sido indicados pela Presidência da República. O ex-juiz também negou a intenção de integrar o Executivo novamente caso Bolsonaro seja reeleito.

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A primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, vem à Bahia neste domingo, 16 de outubro. Em Feira de Santana, ela participará do evento ‘Mulheres com Bolsonaro’, a partir das 10h30, no Ária Hall, localizado na Avenida Presidente Dutra, no Centro. A senadora eleita Damares Alves também estará presente.

A viagem, de acordo com informações do Alô Alô Bahia, faz parte da campanha paralela iniciada por Michelle no último domingo (9), em Manaus, em prol da reeleição do marido Jair Bolsonaro.

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De acordo com dados da pesquisa divulgada pelo Instituto Ipespe nesta sexta-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na corrida pelo Palácio do Planalto, com 53% das intenções de votos válidos, contra 47% de Jair Bolsonaro (PL).

Considerando os votos totais no cenário estimulado, o levantamento contratado pela XP Investimentos mostra o petista com 49% e o atual chefe do Executivo com 43%. Brancos, nulos e indecisos somam 8%.

Na pesquisa espontânea, sem apresentar os nomes dos candidatos, Lula tem 46% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 41%. Brancos, nulos e indecisos neste cenário são 12%.

Registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-07942/2022, a pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de outubro, por meio de 2 mil entrevistas por telefone, com eleitores de todas as regiões do país. A margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais com um intervalo de confiança de 95,5%.

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O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nesta quarta-feira (12) em Salvador e realizou uma caminhada num percurso que saiu de Ondina e seguiu até o Farol da Barra. Essa foi a primeira vez que Lula realizou evento na capital baiana após o primeiro turno das eleições. A caminhada estava prevista para começar às 16h30, mas foi por volta das 17h30 que o ex-presidente, o candidato ao governo do estado Jerônimo Rodrigues (PT) e políticos aliados se juntaram ao público, na altura do Morro do Gato.

Da carroceria de uma caminhonete, que realizou o percurso atrás de um trio elétrico, Lula distribuiu acenos, apertos de mão e balançou bandeiras do Brasil e da Bahia. Ao lado dele, além do candidato ao governo estadual, estavam Rui Costa (PT), atual governador, Geraldo Júnior (MDB), candidato a vice-governador, e o senador Otto Alencar (PSD). Em outro automóvel estava o senador Jaques Wagner (PT), acompanhado de outros políticos.

Antes de seguir para a caminhada, Lula e Jerônimo realizaram coletiva de imprensa no Teatro Vila Velha, no Campo Grande. Sem dar espaço para perguntas dos jornalistas, o ex-presidente e o candidato a governador falaram por cerca de 15 minutos. Durante sua fala, Lula agradeceu os votos que recebeu dos baianos no primeiro turno e falou sobre seu projeto de governo para combater a pobreza. Apoiadores também estavam no local.

“Tem muita gente ganhando muito e muitos ganhando pouco. Tem que ter uma inversão, vamos ter que fazer uma política tributária correta”, afirmou o candidato à presidência. Após a coletiva, os políticos seguiram para Ondina.

Idosos, crianças e jovens vestidos predominantemente de vermelho e branco acompanharam a caminhada ao som dos jingles da campanha. Algumas pessoas resolveram fazer o percurso pela areia da praia. Também era possível ver apoiadores das janelas de prédios e restaurantes.

Por volta das 18h30, quando a caminhada chegou ao Farol da Barra, Lula, Jerônimo, Rui e Otto subiram em um trio elétrico que estava estacionado na orla. De lá, o candidato à presidência saudou os baianos e pediu que os apoiadores continuem mobilizados até o segundo turno, no dia 30 de outubro.

O ex-presidente falou sobre o Dia das Crianças e criticou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), em um discurso que durou cerca de 10 minutos.

O fisioterapeuta Anderson Freitas, 35, foi um dos apoiadores que seguiu a caminhada do início até o final do percurso. Assim como ele, outras pessoas aguardavam o ex-presidente desde o início da tarde na região da orla. “Acredito no projeto de Lula porque ele dialoga com o que espero e acredito que seja melhor para o Brasil”, afirmou. Lula vai passar a noite em Salvador e na quinta deve seguir para Sergipe em agenda de campanha.

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