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Bahia com Tudo

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O Poder Judiciário da Bahia anunciou a manutenção, até o dia 18 de junho, do funcionamento das unidades judiciais e administrativas limitado à realização de trabalho interno.

A prorrogação foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico desta segunda-feira (14), por meio de decreto.

O atendimento às partes, advogados, Defensores Públicos e membros do Ministério Público ocorrerá através do Balcão Virtual e da Central de Agendamento.

Uma operação de combate a roubos a bancos foi deflagrada em Salvador e Região Metropolitana na manhã desta terça-feira (15). Cerca de 100 policiais participam da ação. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão.

Participam da “Operação Aerarium”, equipes dos Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e da Coordenação de Operações Especiais (COE), com o apoio de guarnições da Polícia Militar.

O diretor do Draco, delegado José Bezerra, destaca a importância da integração. “Esta operação é uma sequência de uma série de ações da Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar, hoje com o objetivo essencial de coleta de elementos probatórios e prisões”, comentou.

Participam das ações, o Comando de Operações Policiais Militares (COPM), os Comandos de Policiamentos Regionais Atlântico (CPRC-A), Baía de Todos os Santos (CPRC-BTS), Região Metropolitana (CPRC-RMS), e das Companhias Independentes de Policiamento Tático - Atlântico (CIPT-A) e Baia de Todos os Santos e (CIPT-BTS).

Em coletiva na manhã desta segunda-feira (14), o governador Rui Costa afirmou que não vai esperar que pelo menos 75% da população esteja vacinada para retornar com as aulas presenciais na rede estadual de educação. Segundo ele, os principais indicadores para decidir quando as aulas retornarão são o número de ocupação de leitos de UTI e o contigente de casos ativos no estado. Se os dois caírem nos próximos meses, as aulas voltam.

"Eu não vou esperar ter 75% da população vacinada, vamos ter aulas antes. Assim que baixar a taxa de ocupação e o número de contaminados, nós vamos voltar com as aulas, não dá mais pra esperar", declarou.

Perguntado sobre os números que o Governo tem como objetivo para ver como seguro um retorno às aulas presenciais, Rui disse que a meta já está estabelecida.

"A ideia é que, se a gente conseguir voltar para um patamar de 8 ou 10 mil casos ativos e com uma ocupação abaixo dos 80%, tendo números estáveis. Não é um dia com 79% e outro com 80%. Só se a gente conseguir ficar uma semana inteira com os indicadores no patamar desejado, mas os dois números têm que cair juntos", explicou.

Encosta em Praia Grande
As afirmações do governador foram dadas durante um ato da inauguração de contenção de encosta localizada na altura da Rua Amazonas, no bairro de Praia Grande, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A obra foi conduzida pela Conder, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur).

O Brasil começou bem a busca pelo décimo título da Copa América. Na noite deste domingo (13), a seleção canarinha bateu a Venezuela por 3x0, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os gols foram marcados por Marquinhos, Neymar, de pênalti, e Gabigol.

O jogo foi válido pelo Grupo B, que também conta com Colômbia, Equador e Peru. Todos se enfrentarão e somente o último colocado não se classificará para as quartas de final. No Grupo A, estão Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

A competição, é bom lembrar, veio após muitas mudanças e polêmicas. Inicialmente, o torneio seria realizado na Colômbia e na Argentina, mas foi cancelado nos dois países. No primeiro, por protestos. Em solo argentino, por conta do avanço da covid-19. O Brasil, então, foi escolhido como sede, em uma decisão muito criticada por especialistas em saúde pública.

Durante esse período, Rogério Caboclo, presidente da CBF, foi afastado por denúncia de assédio sexual e moral feito por uma funcionária da entidade. No cenário conturbado, foi cogitada a ideia de abandono da Copa América por parte dos jogadores da seleção. Os atletas, porém, decidiram participar da disputa, mesmo contrariados. "Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira", disseram, em manifesto.

O Brasil, que é o atual campeão, volta a entrar em campo na quinta-feira (17), para enfrentar o Peru. A partida será às 21h, no Engenhão, no Rio de Janeiro.

O jogo

O primeiro tempo teve controle brasileiro. Diante de uma Venezuela fechada, com cinco jogadores na primeira linha e meias próximos, a seleção canarinha tentava encontrar espaços. Ficou com a bola na maior parte do tempo e finalizou mais, ainda que sem muitos lances empolgantes.

A pressão brasileira começou aos 7 minutos, com duas oportunidades seguidas de Richarlison, uma delas defendida pelo goleiro Graterol. Aos 10, foi a vez de Militão ficar perto de abrir o placar, e por pouco não conseguia.

Depois de algumas tentativas, o primeiro gol do Brasil saiu aos 22 minutos. Neymar cobrou escanteio e a bola desviou no meio do caminho. Sobrou para Marquinhos, que dominou na pequena área e finalizou de canhota: 1x0.

Três minutos depois, Richarlison balançou as redes de novo, mas o lance foi anulado já que o atacante estava adiantado. Neymar teve uma boa chance aos 29, só que a bola só tirou tinta da trave. O placar permaneceu até o fim do primeiro tempo.

Na volta do intervalo, o Brasil voltou a fazer pressão, buscando o segundo gol. Podia ter ampliado ainda aos 2 minutos, com Richarlison, mas o atacante cabeceou mal, por cima do gol.

Se não saiu ali, veio aos 18 minutos. Danilo recebeu na entrada da área, mas foi derrubado por Cumaná na área, e o árbitro marcou o pênalti. Neymar foi para a cobrança e assinalou o 2x0. Foi o 67º gol do craque do PSG pela seleção brasileira, igualando a marca de Ronaldo.

O camisa 10 por pouco não marcou um golaço aos 37 minutos, quando deu linda arrancada, tabelou com Gabigol, entrou na área e finalizou, mas a bola saiu pela linha de fundo.

Aos 43, o atacante do Flamengo selou o placar. Neymar recebeu de Alex Sandro, limpou Graterol e cruzou na primeira trave, encontrando Gabigol, que escorou de peito para o fundo das redes.


FICHA TÉCNICA

Brasil 3x0 Venezuela - 1ª rodada do Grupo B da Copa América

Brasil: Alisson, Danilo, Eder Militão, Marquinhos e Renan Lodi (Alex Sandro); Casemiro, Fred (Fabinho) e Paquetá (Everton Ribeiro); Gabriel Jesus (Vini Jr.), Richarlison (Gabigol) e Neymar. Técnico: Tite.

Venezuela: Graterol; Alex González (Hernández), La Mantía, Adrian Martinez, Del Pino e Cumaná; Moreno, Casseres (Castillo), Manzano (Celis) e José Martínez; Aristeguieta (Córdova). Técnico: José Peseiro.

Estádio: Mané Garrincha, em Brasília
Gol: Marquinhos, aos 22 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 18 minutos, Gabigol, aos 43 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Renan Lodi e Gabigol, do Brasil; Manzano e Del Pino Mago, da Venezuela;
Arbitragem: Esteban Ostojich, auxiliado por Carlos Barreiro e Martin Soppi (trio do Uruguai).

Desde a chegada dos bancos de células e vírus na semana passada, cientistas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) deram início a uma maratona de cerca de três meses para produzir o primeiro lote nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19. Em ritmo de urgência, o trabalho requer alta precisão para evitar desperdício da matéria-prima, já que apenas 1 mililitro (ml) das células recebidas é o ponto de partida para a produção de 7 milhões de doses de vacinas.

Em entrevista à Agência Brasil, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, explicou cada passo dessa jornada, que considera revolucionária para enfrentar novos e antigos desafios da saúde pública. O "coração" do processo produtivo, explica Krieger, é a utilização do mesmo banco de células e da mesma semente de vírus que os desenvolvedores da vacina usaram, para garantir que se chegue aos mesmos resultados dos testes clínicos que confirmaram a eficácia e a segurança do imunizante.

"Em todo o processo de transferência de tecnologia, a parte mais importante, e que normalmente fica até para o final do processo, é o recebimento desse banco de células e banco de vírus, porque agora a gente tem as condições de iniciar todo o processo de produção a partir de células que já foram analisadas, classificadas, e com que a gente já tem garantias de que terá o produto esperado", diz Krieger. “Já temos aqui todo o coração da tecnologia, o que normalmente aconteceria em 10 anos”.

Os bancos de células e vírus que chegaram à Fiocruz na semana passada garantem a produção de IFA por mais de um ano, segundo o vice-presidente da fundação. O contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca prevê que outros carregamentos vão chegar para alimentar a produção por quatro anos. Essas novas remessas poderão trazer aprimoramentos da vacina que, futuramente, deverão surgir a partir de novos estudos ou mutações do vírus. Bio-Manguinhos também se tornará autossuficiente na produção desses bancos de células ao final desse período, o que vai permitir a produção da vacina contra covid-19 por cerca de 30 anos.

De 1 ml a mil litros
Antes de trabalhar com as células recebidas, os técnicos de Bio-Manguinhos passaram por um treinamento com células semelhantes para ganhar experiência no descongelamento do banco de células, que chegou dos Estados Unidos a uma temperatura de -150 graus Celsius. "Esse material é tão precioso que não podemos correr o risco de ser desperdiçado", explica Krieger, acrescentando que neste momento a fábrica de vacinas da Fiocruz já iniciou o trabalho com as células que produzirão o IFA.

Apesar de essas células poderem ser multiplicadas em laboratório, Krieger explica que elas são preciosas porque a produção de um lote de IFA deve sempre partir de 1 ml de células que sejam geneticamente próximas do banco inicial. Como as células acumulam modificações de geração em geração ao serem replicadas, esse controle garante que o resultado final se mantenha dentro do esperado.

Esse 1 ml inicial começa a ser cultivado em pequenos frascos, que são trocados por outros de maior capacidade conforme seu volume aumenta, até que chegue a um biorreator de mil litros. Nesse biorreator, também chamado de fermentador, as células são alimentadas com nutrientes e oxigênio para que se multipliquem ainda mais e aumentem a densidade desses mil litros. Esse processo do 1 ml aos mil litros é chamado de expansão celular e precisa ser cuidadosamente conduzido por cerca de 40 dias.

É nesse biorreator que as células começam a interagir com os adenovírus de chimpanzé não replicantes, que são usados na vacina. A partir dessa interação, o adenovírus é preparado para atuar como vetor viral, que leva as informações genéticas do SARS-CoV-2 para que nossas células repliquem a proteína S, usada pelo novo coronavírus na invasão celular.

O conteúdo do biorreator precisa passar por uma série de processos após essa interação, como a clarificação e a purificação, já que ocorre um rompimento das células e a produção de partículas que não são necessárias na vacina. Depois de 45 dias, aquele 1 ml que inicia a expansão celular se torna mil litros do concentrado viral, que é conhecido como IFA.

Controle de qualidade
Toda a caminhada para chegar até o IFA é apenas a metade do trajeto, já que o controle de qualidade a que ele é submetido exige mais 45 dias. Os testes realizados nesse momento precisam garantir, entre outros critérios, que não houve contaminação de outros micro-organismos. A verificação mais importante, porém, é a que garante que o adenovírus não é capaz de se replicar, o que é essencial para a segurança da vacina.

“Temos que provar que ali dentro não tem nenhum adenovírus competente para replicação, porque ele poderia ter uma recombinação com o genoma da célula e voltar a ser replicante. Pode acontecer, mas é muito raro”, diz Krieger. “Por isso que demora tanto tempo, porque temos que garantir que não tem nenhuma partícula viral, em bilhões de partículas, que seja replicante”.

Essa questão é tão importante que foi o principal motivo dos questionamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação à vacina Sputnik V, que também tem a plataforma tecnológica de vetor viral. Após nova análise, a Anvisa autorizou a importação da vacina russa com restrições.

Garantidas a não replicação do adenovírus e a pureza do IFA, o insumo está pronto para o processamento final, que é a formulação das doses e seu envase em frascos estéreis, que são lacrados e rotulados. Essa é a parte da produção que a Fiocruz já tem realizado com o IFA importado da China e, entre a fabricação e mais testes de qualidade, ela demora entre 20 dias e um mês.

Bio-Manguinhos estima que mil litros do concentrado viral produzem cerca de 7 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Como o instituto tem dois biorreatores, cada ciclo produz IFA para cerca de 15 milhões de doses.

Devido à urgência da pandemia, Bio-Manguinhos já vai trabalhar na capacidade máxima nos lotes de pré-validação e validação, nos quais a linha de produção é testada e certificada. “O padrão é fazer [os lotes de pré-validação e validação] com um terço do lote comercial, ou entre um terço e 50%. No nosso caso, pela urgência da vacina, pelo conhecimento que a gente já tem e o suporte que estamos recebendo dos nossos parceiros, vamos fazer no tamanho do lote comercial”, explica Krieger.

A Baixa dos Sapateiros, que ao longo dos anos vinha perdendo o posto como uma das principais regiões de comércio de rua e popular de Salvador, amarga dias ainda mais difíceis com a pandemia. De acordo com a Associação dos Lojistas da Baixa dos Sapateiros e Barroquinha (Albasa), das 360 lojas locais, aproximadamente 40% fecharam as portas.

Para o vice-presidente da Albasa, Rui Barbosa, o principal problema começou em 2014, com a reestruturação das linhas de ônibus na cidade. “A Lapa ficou hoje com 107 linhas, além do metrô, e nós ficamos só com 10. É uma deslealdade com a Baixa dos Sapateiros. Aí o cliente não chega”, pontua. A reclamação é comum entre os lojistas, que dizem precisar pegar dois ônibus e o metrô para chegar ao trabalho e, por vezes, ainda caminhar cerca de 1km.

O vice-presidente explica que a pandemia veio para piorar ainda mais o cenário e que, apesar de mais de um ano depois, as coisas ainda não voltaram ao normal. “É como se a gente tivesse saído da UTI para a enfermaria. Tem muita gente com dívidas, devendo impostos. Tem FGTS, INSS, IPTU, ICMS. As contas continuam chegando e não temos nenhum auxílio. É, no máximo, a possibilidade de jogar o problema para frente. Só Deus mesmo na vida do comerciante para suportar uma situação dessas”, ressalta Barbosa.

“Nós esperamos que melhore, já que foi inaugurada a Barroquinha, o Mercado São Miguel e vai ter obra no Aquidabã. São mais de 180 anos de existência. É um comércio importante e tradicional que não pode morrer”, finaliza.

Obstáculos da pandemia

Carol Souza, de 37 anos, montou uma loja de cosméticos há cerca de dois anos na Baixa dos Sapateiros, mas, ainda no começo da pandemia, foi forçada a fechar as portas. “Com as restrições, a gente teve que fechar a loja por quatro meses e aí não aguentei. Era a única loja de cosméticos daqui”, conta.

Mas outro fator que contribuiu para o fechamento foram os assaltos constantes na porta da loja. Segundo os comerciantes, a concentração desse tipo de crime fica nas proximidades do Pelourinho. “Era todo dia e, principalmente, com turistas. Os meninos saíam do beco e levavam as correntinhas. Recentemente eles colocaram a polícia para rondar ali, aí até melhorou, mas não resolveu”, diz Carol.

Com o fim da sua loja de cosméticos, Carol foi trabalhar na loja do marido, a Casa do Bebê, que vende roupas e artigos para bebês. Ela fica na outra extremidade da Baixa dos Sapateiros, que diz ser “mais tranquila”. Por lá, a saída para a crise foram as vendas online. “A gente começou a vender pela internet. Graças a Deus, conseguimos manter todos os funcionários, mas por aqui é exceção isso. Muita gente foi demitida, principalmente aqueles com carteira assinada e contrato”, coloca.

“Aqui em frente você já tem umas cinco lojas fechadas; andando mais um pouco já soma umas 10. Até lá na Barroquinha já tem um monte. Essa loja aqui do lado já tem três anos que ninguém aluga. O movimento não é mais o mesmo há um tempo já. Reformaram a calçada, colocaram um certo policiamento, mas o cliente mesmo não vem. Isso aqui precisa se tornar atrativo, precisa ser divulgado”, acrescenta a gerente.

Já para a loja de produtos de cama, mesa e banho, A Sergipana, de sete anos de existência, a pandemia teve ainda mais impacto. A proprietária, Rita Maria, de 46 anos, precisou demitir os dois funcionários que tinha. “Agora é só meu marido e meus filhos me ajudando. A gente criou dívidas porque é muita coisa para pagar e pouco cliente para comprar. “Fica cada dia mais difícil e tem muita loja fechando, seja pequena ou grande. A Baixa dos Sapateiros está morrendo aos poucos”, destaca.

Decaindo aos poucos

Luciene Oliveira, de 55 anos, começou a trabalhar na Baixa dos Sapateiros ainda aos 18. “Comecei no Centro Comercial Santa Bárbara, com uma loja de moda masculina. Foi um sucesso aqui até 1996. Depois, foi caindo aos poucos e o movimento foi diminuindo cada vez mais”, conta.

Segundo ela, a piora começou no final dos anos 1990, quando os camelôs passaram a não ser mais bem-vindos no local. “Antes, aqui tinha camelô. Era um pouco de bagunça, mas ajudava muito no movimento. Depois que a prefeitura tirou eles, isso aqui enfraqueceu”, diz Luciene.

Hoje ela tem sua loja de variedades ainda na Baixa dos Sapateiros, a Lu Embalagens, mas isso é motivo de animação. “Eu até troquei de ponto e vim para esse, que fica mais visível, mas a pandemia foi um baque grande, é muita conta para pagar. E olha que não tem funcionário; aqui é meu filho e minha sobrinha comigo me dando suporte. Mas os poucos clientes que chegam ainda pedem desconto. O lucro já é pouco. Aqui na minha eu pego menos de 30% às vezes e já vi especialista dizendo que não é certo”, explica a lojista.

Paulo Silva, de 66 anos, é proprietário da Street Wear, loja de roupas masculinas há 25 anos. Para ele, os anos fizeram muito mal para a Baixa dos Sapateiros e a situação atual é lamentável. “Isso aqui piorou muito nesses anos todos. Nem tinha violência e agora alguns lojistas até se reúnem para bancar uma empresa de segurança particular. O transporte foi o pico da piora. Eu tenho muitos clientes antigos que deixaram de vir. Aí o resultado é loja fechando”, diz ele, que já chegou a ter quatro funcionários e, agora mantém apenas um.

Paulo faz uma avaliação do que vem acontecendo com o local. “Por aqui, a gente tem mesmo clientes de mais idade. Os mais jovens só querem saber dos shoppings, que é cheio de atrativos. Aí o comércio de rua fica em segundo plano”, opina.

Sobre o problema trazido pela Albasa e pelos comerciantes a respeito da insuficiência do transporte público para a Baixa dos Sapateiros, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) disse, em nota, que algumas linhas foram substituídas, mas o serviço não deixou de ser oferecido à população.

Segundo a secretaria, no novo Terminal da Barroquinha, entregue recentemente totalmente requalificado, os usuários contam com 10 linhas e cerca de 50 ônibus por hora, favorecendo bairros como Paripe, Pirajá, Acesso Norte, Pau da Lima, São Marcos, Vale das Pedrinhas, Fazenda Grande, Parque São Cristóvão, entre outros. Além do atendimento de linhas que passam pela Baixa dos Sapateiros, Terminal de Aquidabã, e Campo da Pólvora.

“Também é possível realizar a integração com ônibus ou metrô na estação da Lapa ou no Terminal Acesso Norte, de onde saem ônibus com intervalos de aproximadamente 10 minutos para a região da Baixa dos Sapateiros”, diz a nota.

Quanto ao problema da falta de segurança, em nota, a Polícia Militar informou que, de acordo com o 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM/Centro Histórico), o policiamento na Baixa dos Sapateiros é realizado diuturnamente por guarnições motorizadas e policiamento a pé, que fazem rondas ostensivas preventivas.

"Além do policiamento ordinário, a unidade dispõe de guarnições de motociclistas e da Companhia de Emprego Tático Ostensivo (CETO), que se sobrepõem ao policiamento do setor, de acordo com a mancha criminal. O Batalhão tem intensificado o policiamento, com vistas a coibir ações delituosas de quaisquer naturezas, contando com o reforço e o apoio da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) RONDESP BTS, que realiza constantes ações preventivas e repressivas na localidade", informou a PM.

A PM destacou ainda que o 18º BPM tem um diálogo permanente com gestores da Albasa e está de portas abertas para a comunidade da região. "É importante salientar ainda que o cidadão deve registrar as ocorrências na delegacia, pois a PM trabalha a partir dos dados estatísticos de cada área. Além de ligar para o Disque Denúncia, 3235-0000, para informar dados sobre qualquer crime que aconteça nos bairros", reforça a corporação.

Salvador faz novo mutirão de vacinação neste sábado (12), incluindo agora pessoas a partir de 50 anos. A vacinação de primeira dose será somente etária, suspendendo outras categorias, informou a Secretaria Municipál de Saúde (SMS).

A vacinação acontecerá das 8h às 12h para pessoas que nasceram até 12 de junho de 1970. Das 13h às 16h, será a vez de quem nasceu até 12 de janeiro de 1971.

Quem tem a segunda dose marcada para sábado e domingo poderá ir para um dos pontos definidos especificamente para isso. Confira os postos que atenderão amanha:

Primeira dose
Atendimento nos drive-thrus situados no Centro de Convenções (Boca do Rio), 5º Centro de Saúde (Barris), FBDC Brotas, Atakadão Atakarejo (Fazenda Coutos), Parque de Exposições (Paralela), Arena Fonte Nova (Nazaré), FBDC Cabula, Faculdade Universo (Avenida ACM), Shopping Bela Vista, Universidade Católica do Salvador – Campus Pituaçu, Universidade Federal da Bahia - Campus Ondina e Vila Militar (Dendezeiros).

Quem não estiver de carro, pode comparecer aos seguintes pontos fixos: USF Santa Luzia (Engenho Velho de Brotas), USF Vila Nova de Pituaçu, USF João Roma Filho (Jardim Nova Esperança), USF Curralinho, 5º Centro de Saúde (Barris), USF Vista Alegre, Universidade Católica (Pituaçu), USF Cajazeiras X, FBDC Brotas, USF Plataforma, USF Colinas de Periperi, USF Eduardo Mamede (Mussurunga), Parque de Exposições (Paralela), USF Vale do Matatu, USF Federação, USF Teotônio Vilela II (Nova Brasília de Valéria), USF Fernando Filgueiras (Cabula VI), USF Pirajá, UBS Ramiro de Azevedo (Campo da Pólvora), USF Resgate, USF Cajazeiras V e Clube dos Oficiais da Polícia Militar (Dendezeiros).

Segunda dose
Os pontos de aplicação da segunda dose da CoronaVac e Oxford funcionarão através de demanda aberta neste sábado (12), no período da manhã, das 8h às 13h. Os pontos são o Barradão, em Canabrava (drive e fixo) e a UBS Nelson Piauhy Dourado, em Águas Claras (fixo).

Balanço
Hoje, o prefeito Bruno Reis falou da chegada de 90 mil doses da vacina da Janssen a Salvador a partir da segunda (14). Elas serão usadas inicialmente para vacinar as cerca de 6 mil pessoas em situação de rua. O restante será usado para vacinação por idade. Essa vacina tem a particularidade de só precisar de uma aplicação única, ao contrário das demais, que são em duas doses.

“Iniciada a vacinação da população de rua, a expectativa é concluir todo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO) até a quarta-feira (16). Iremos chegar ao final do mês com mais de 50% do público-alvo, acima de 18 anos, com a primeira dose aplicada no braço”, disse Bruno. Ele destacou que Salvador cumpriu todas as determinações de prioridade do Ministério da Saúde, da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e das medidas judiciais.

Em sua fala inicial na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Natalia Pasternak adotou um tom crítico ao uso de medicamentos sem a eficácia comprovada para o tratamento precoce da covid-19. A especialista, que foi ao colegiado munida de uma apresentação, apontou erros na defesa da cloroquina contra covid devido à falta de evidências científicas a favor do medicamento e afirmou que o fármaco nunca teve a probabilidade de funcionar contra a doença.

A especialista foi enfática ao defender que a ciência não é uma questão de opinião, mas que a mesma funciona por meio de fatos. Ao comentar sobre a cloroquina, Pasternak afirmou que o medicamento não tem "plausibilidade biológica" para funcionar, tendo sido testado e falhado na tentativa de atribuir imunidade a outras viroses, como zika, dengue e a chikungunya.

Pasternak afirmou que testes pré-clínicos realizados com o medicamento em animais, feitos normalmente em camundongos e macacos, não funcionou. "Não funciona em células do trato respiratório, não funciona em camundongos, não funciona em macacos e também já sabemos que não funciona em humanos", disse, afirmando que foram esgotadas as opções de testes para o medicamento. "A gente só não testou em emas porque elas fugiram", provocou Pasternak em menção a um episódio em que o presidente Jair Bolsonaro foi fotografado correndo atrás do animal com uma caixa do medicamento.

A microbiologista enfatizou que a insistência no medicamento é uma "mentira orquestrada pelo governo federal", afirmando que os estudos apresentados são suficientes para descartar a ideia de uso do medicamento para o tratamento da doença. "Estamos pelo menos seis meses atrasados em relação ao resto do mundo, que já descartou cloroquina", disse.

A "evidência anedótica", afirmou Pasternak, comentando sobre casos em que pessoas tomam o medicamento e apresentam uma melhora, "não são evidências científicas", sendo apenas casos, disse. "O plural de evidências anedóticas não é evidência científica, é só um monte de evidências anedóticas", afirmou. "Não interessa quantas pessoas a gente conhece que usaram cloroquina e se curaram, isso não se transforma em evidência científica, isso precisa ser investigado", afirmou.

Para ilustrar que causa não é efeito, a especialista apresentou um gráfico, baseado em fatos reais, que mostram que existe uma correlação entre o consumo de queijo mussarela nos Estados Unidos e o número de bolsas de estudos concedidas para Engenharia Civil. "Se a gente for olhar a correlação da cloroquina assim, a gente pode concluir que o problema das bolsas de estudo com a graduação é muito fácil de se resolver, é só as pessoas comprarem mais queijo".

O Instituto Butantan entregou nesta sexta-feira (11) ao Ministério da Saúde um lote de 800 mil doses da vacina contra covid-19 CoronaVac. Essa remessa é parte das 5 milhões de doses previstas para serem liberadas ao longo do mês de junho para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O novo lote está sendo produzido a partir dos 3 mil litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) recebidos no último dia 5 de maio. As doses entregues hoje contemplam o segundo contrato firmado com o governo federal para a entrega de 54 milhões de vacinas. O primeiro, de 46 milhões, foi cumprido em meados de maio.

Segundo informações do governo estadual, com as doses de hoje, o Butantan chega às 48 milhões de vacinas fornecidas ao Ministério da Saúde desde 17 de janeiro, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O governo estadual informou ainda que, até o final de junho, o Butantan receberá um novo lote de 6 mil litros de IFA para a produção de mais 10 milhões de doses.

"Até o final de setembro cumpriremos o nosso projeto, nosso programa de entrega de 100 milhões de doses para o Ministério da Saúde. Vamos seguindo na produção ao longo dos próximos dias e estaremos fazendo uma entrega adicional de mais 5 milhões começando pelas 800 mil que estão sendo embarcadas para o Ministério da Saúde", disse o governador de São Paulo, João Doria.

Se o ritmo da vacinação permanecer como está agora, a Bahia só vai conseguir imunizar sua população em 23 de novembro de 2023. Já Salvador, apontada como modelo para outras cidades, como Fortaleza, por exemplo, terminará o esquema vacinal dos seus habitantes em 29 de maio de 2022. Isso, pelo menos, é o que projeta o Painel de Vacinação da Covid-19, sistema criado por cientistas de diversas universidades brasileiras que fazem parte do grupo ModCovid19.

Os pesquisadores criaram um modelo matemático que fornece previsões de quando a vacinação será concluída em cada município brasileiro. O cálculo é feito com base no ritmo de vacinação da segunda dose nos últimos 30 dias em cada cidade. Isso significa que quanto mais doses forem aplicadas, mais rápido vai ser o fim da imunização da população. No entanto, nessa atual realidade de 'vacinação a conta-gotas', devido aos constantes atrasos no envio de doses pelo Ministério da Saúde, as previsões dos cientistas não são nada positivas.

Há duas semanas, por exemplo, a projeção do grupo era bem mais positiva: a Bahia iria terminar a imunização em agosto de 2022 e Salvador em janeiro de 2022. O problema é que, nesses 15 dias, o ritmo de aplicação da segunda dose diminuiu em 50% a nivel estadual (De 16 mil segundas doses por dia para 8 mil) e 33% a nível municipal (De 5,7 mil segundas doses por dia para 3,8 mil), segundo os cientistas.

Quando uma cidade passa a aplicar poucas segundas doses, o ritmo de vacinação despenca e a projeção do fim da imunização é bastante aumentada. Esse é o caso de Porto Seguro, de 150 mil habitantes, localizado no sul da Bahia. Lá, apenas 14 segundas doses estão sendo aplicadas por dia, o que jogou a data final de imunização para 25 de junho de 2036. Essa data estipulada representa o momento em que 80% da população maior com 20 anos daquele território estará vacinada com as duas doses.

Os números assustam, mas o professor Krerley Oliveira, coordenador do estudo e do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), alerta que a previsão não é uma sentença e que ela vai mudar assim que o município aumentar seu ritmo de vacinação.

“Essa data é muito sensível a oferta de vacinas. No momento que você tem doses e insumos, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem estrutura e capacidade de vacinar rapidamente a população. É uma previsão que pode mudar a qualquer momento”, diz.

No caso da Bahia, que tem 14,9 milhões de habitantes, o ritmo de vacinação é de 16 mil segundas doses por dia. Já Salvador, onde moram 2,9 milhões de pessoas, são aplicadas 5,7 mil segundas doses por dia. Das 20 maiores cidades do estado, a capital baiana é a que tem uma melhor previsão de vacinação, seguida por Jequié, Lauro de Freitas, Teixeira de Freitas e Ilhéus. Na outra ponta, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Valença e Itabuna são os que estão em situação mais complicada. Confira a lista completa no final do texto.

Nesse ritmo de vacinação, entre as capitais brasileiras, Salvador tem a sétima melhor previsão de término da vacinação. A cidade perde apenas para Natal, Belo Horizonte, Manaus, Vitória, Porto Alegre e Campo Grande, municípios com menos habitante do que a capital baiana. Campo Grande, inclusive, tem uma população de 900 mil pessoas e é a única que, segundo os cientistas, pode terminar de imunizar a população ainda em 2021, mais especificamente no dia 21 de dezembro.

Já a nível estadual, mesmo sendo o quarto maior estado em população, a Bahia é apenas o 16º com melhor previsão de vacinação, atrás de estados menores como Acre, Mato Grosso e Alagoas, e dos outros três maiores: São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro.

Pelo menos 70% da população tem que estar vacinada, alerta Sbim
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), a vacina para covid-19 é importante para reduzir a mortalidade causada pelo vírus, manter o funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e os serviços essenciais. Mas para que isso faça efeito, considerando a transmissibilidade da doença, é preciso que cerca de 70% da população esteja imunizada. Esse índice, de acordo com os cálculos do Painel de Vacinação da Covid-19, vai demorar para ser atingido.

“O mais importante agora é vacinar as prioridades. Nos preocupa o fato dos idosos não completarem o sistema de vacinação. Tem muitos que não tomaram a segunda dose e outros até a primeira. As vezes tem cidades onde a vacinação tá evoluindo bem, mas não na faixa etária dos que são mesmo mais necessitados”, lamenta Krerley.

Para o professor, o trabalho feito pelo grupo pode ser utilizado pelos agentes públicos e cidadãos como um instrumento para analisar o avanço da vacinação no país. Dentro da plataforma, também é possível conferir detalhes sobre doses aplicadas por dia, doses aplicadas com atraso, demanda diária por vacinas, vacinação precoce e abandono da vacinação. Também é possível optar por ver os dados totais do país – no dia do fechamento desta reportagem, por exemplo, a previsão era de que a vacinação fosse completada em 9 de setembro de 2022.

Os dados utilizados pelo grupo foram extraídos do Ministério da Saúde. Antes de começar os cálculos, eles descartam os números inconsistentes, como de vacinados que teriam nascido no século XIX, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e até recebido a vacina antes de 2021. Mesmo com toda a ‘limpeza’ feita, é possível que ainda haja alguma imprecisão causada pela demora na atualização dos dados, por exemplo.

“Tem informações que são enviadas pelo município com atraso e pode ter mudanças que vão ocorrendo ao longo do dia. Nos números de hoje, pode estar faltando dados de ontem ou anteontem. Por isso, não é algo definitivo. Estamos sempre atualizando”, explica.

Brasil vive escassez de vacina
Para os pesquisadores, a pouca quantidade de vacina existente no Brasil é a principal razão para o baixo ritmo de vacinação e, consequentemente, para a previsão pessimista de quando a imunização será encerrada na Bahia. “A gente precisa de mais vacina, precisamos completar a imunização dos prioritários de campanhas para influenciar as pessoas a se vacinarem. Só assim poderemos nos livrar da pandemia e de suas consequências econômicas e sanitárias, como desemprego, mortes e surgimento de variantes”, defende o professor Krerley.

A Sesab concorda com isso e, diante desse cenário, não se arrisca a fazer alguma projeção. “Cabe ao Ministério da Saúde enviar doses em quantitativo suficiente e manter regularidade nas entregas para que seja possível essa programação com assertividade. No momento, não é adequado fazer previsões com base em entregas realizadas a conta-gotas por parte do Governo Federal”, disseram, em nota.

De acordo com o último censo, ocorrido em 2010, a estimativa populacional do estado com 18 anos ou mais é de 11,1 milhões de habitantes. No momento, a Bahia já imunizou 3,8 milhões de pessoas com a primeira dose, o que equivale a 34,1% da população vacinável, e 1,6 milhões com as duas doses, o que representa 14,2%.

Já em Salvador, que começará a vacinar todas as pessoas com 52 anos ou mais a partir dessa quinta-feira (10), o prefeito Bruno Reis disse que pretende imunizar 50% do público alvo ainda no mês de junho com a primeira dose. Atualmente, a cidade está com 42% alcançado de um total de 1,978 milhão de pessoas acima de 18 anos.

Ministério da Saúde argumenta que escassez de vacina é realidade mundial
Em nota, o Ministério da Saúde disse que a escassez de vacinas é uma realidade mundial e ressaltou que a distribuição de doses aos estados é estimada de acordo com as previsões de entrega dos laboratórios. “Existem, ainda, variáveis que não dependem do Ministério, como a aprovação de vacinas pela Anvisa, a velocidade de produção dos fabricantes e a importação dos imunizantes e dos insumos para a sua produção”, afirmaram.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, em maio, um segundo contrato foi assinado para garantir 100 milhões de doses adicionais das vacinas Pfizer/BioNTech para o Brasil, que devem chegar no país entre setembro e dezembro de 2021. O Brasil também aguarda 3 milhões de doses da vacina da Janssen, cujo prazo de validade é 27 de junho, mas que ainda não tem data de chegada em solo nacional.

Com essas doses, a expectativa das autoridades de saúde é que o ritmo de vacinação seja acelerado e, consequentemente, a previsão dos cientistas melhore ao longo de 2021. O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, por exemplo, admitiu em depoimento à CPI da Covid que ainda não há vacina suficiente para imunizar toda população até o fim do ano. Mesmo assim, ele repetiu a promessa de que todos os brasileiros acima de 18 anos serão vacinados ainda em 2021.

A Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), o Instituto Butantan, que produz no Brasil a vacina CoronaVac, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina de Oxford/AstraZeneca, foram procuradas, mas não responderam até o fechamento do texto.

Ministério da Saúde reduz pela 3ª semana seguida chegada de vacinas contra covid-19
O Ministério da Saúde reduziu, pela terceira semana seguida, a previsão de entrega de vacinas contra a covid-19 para o mês de junho. Em 19 de maio, segundo o Estadão, contava-se com 52,2 milhões de vacinas a serem distribuídas em todo território nacional. Nesta semana, a contabilidade está em 37,9 milhões, uma redução de 27%. As estimativas são atualizadas semanalmente.

Desde quando o governo federal começou a fazer previsões das entregas de vacinas, em fevereiro de 2021, os números precisaram ser constantemente atualizados e reduzidos. Inicialmente, em fevereiro eram previstas 12,3 milhões de doses de CoronaVac e AstraZeneca. Foram entregues apenas 6,9 milhões de ampolas.

Nos meses seguintes, o mesmo problema aconteceu. Em março foram entregues apenas 23,6 milhões de vacinas, quando o previsto inicialmente era de 38,8 milhões. Abril e maio não foram diferentes: 59,4 milhões de doses foram distribuídas nesses dois meses, sendo que o que tinha sido planejado era 77,8 milhões de doses.

Parte desse atraso tem relação com a dificuldade de produção dos imunizantes em solo nacional devido à falta de insumos, principalmente o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Esse produto é importado da China. O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, culpou o governo federal pelo atraso, devido as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em ataque ao país asiático. No mês passado, por exemplo, Bolsonaro sugeriu que a China fazia guerra química com a covid.

Para o mês de julho, a previsão mais atualizada do governo federal é entregar 35 milhões de doses de vacina. Já em agosto e setembro de 2021, serão 141 milhões de ampolas distribuídas em todo o país.

Entenda como são feitas as estimativas dos cientistas de quando a vacinação vai terminar:
1) Pesquisadores coletam os números de vacinação de cada cidade brasileira através do banco de dados do Ministério da Saúde.

2) É feito uma limpeza nos dados, ou seja, há um descarte nos números que são inconsistentes, aqueles que são cadastrados com algum erro no sistema federal. Por exemplo: vacinados que teriam nascido no século XIX, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e até recebido a vacina antes de 2021.

3) Com os dados em mãos, o grupo calcula a velocidade de aplicação das segundas doses nos últimos 30 dias, em cada cidade brasileira. O resultado disso é chamado de “ritmo da vacinação”. Esse é o fator chave do modelo matemático criado pelos cientistas.

4) Com base no ritmo da vacinação, os cientistas desenvolveram um modelo matemático que calcula quando 80% da população com 20 anos ou mais terá tomado as duas doses da vacina contra a covid. A data alcançada é considerada como o fim da vacinação.

5) Periodicamente, com a chegada de novas vacinas, o aumento ou a diminuição do ritmo de vacinação e outros critérios que impactam na aplicação do imunizante, os cálculos são atualizados e a data do fim da vacinação pode aumentar ou diminuir. Quanto maior o ritmo da vacinação, menos tempo o país levará para concluir a imunização da população.

Confira a previsão para o fim da vacinação no Brasil, Bahia e nas 20 maiores cidades do estado:

Brasil:
Previsão do fim da vacinação: 09/06/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 403.717 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 137.796 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 51.846.929 (24,48%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 23.418.325 (11,06%)

Bahia:
Previsão do fim da vacinação: 23/11/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 24.821 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 7.934 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 3.813.754 (25,54%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 1.585.252 (10,62%)

Salvador:
Previsão do fim da vacinação: 29/05/2022
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 7.361 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 3.837 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 866.897 (30,03%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 375.647 (13,01%)

Feira de Santana:
Previsão do fim da vacinação: 12/03/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 1.543 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 218 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 148.404 (23,95%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 64.080 (10,34%)

Vitória da Conquista:
Previsão do fim da vacinação: 20/01/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 244 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 125 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 87.867 (25,76%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 34.073 (9,99%)

Camaçari:
Previsão do fim da vacinação: 31/08/2026
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 324 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 80 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 54.247 (17,83%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 18.647 (6,13%)

Juazeiro:
Previsão do fim da vacinação: 09/01/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 189 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose 79 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 40.917 (18,76%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 18.608 (8,53%)

Itabuna:
Previsão do fim da vacinação: 22/01/2027
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 132 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 54 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 51.941 (24,31%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 22.367 (10,47%)

Lauro de Freitas:
Previsão do fim da vacinação: 21/01/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 499 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 166 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 50.777 (25,18%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 21.288 (10,56%)

Teixeira de Freitas:
Previsão do fim da vacinação: 22/04/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 125 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 113 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 27.548 (15,11%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 11.060 (6,81%)

Ilhéus:
Previsão do fim da vacinação: 11/08/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 165 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 100 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 57.760 (36,12%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 24.319 (15,21%)

Barreiras:
Previsão do fim da vacinação: 11/02/2026
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 154 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 45 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 31.635 (20,15%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 12.580 (8,01%)

Jequié:
Previsão do fim da vacinação: 08/10/2022
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 279 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 146 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 46.603 (29,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 23.647 (15,15%)

Alagoinhas:
Previsão do fim da vacinação: 07/09/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 177 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 63 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 37.542 (24,65%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 13.719 (9,01%)

Porto Seguro:
Previsão do fim da vacinação: 25/06/2035
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 7 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 14 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 26.262 (17,43%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 10.579 (7,02%)

Simões Filho:
Previsão do fim da vacinação: 20/08/2032
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 67 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 18 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 22.886 (16,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 8.854 (6,52%)

Paulo Afonso:
Previsão do fim da vacinação: 05/08/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 247 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 37 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 28.030 (23,65%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 11.513 (9,71%)

Eunápolis:
Previsão do fim da vacinação: 19/04/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 74 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 53 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 20.162 (17,62%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 9.324 (8,15%)

Santo Antonio de Jesus:
Previsão do fim da vacinação: 09/02/2034
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 68 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 11 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 21.543 (21,04%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 10.544 (10,30%)

Valença:
Previsão do fim da vacinação: 14/09/2027
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 93 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 22 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 17.282 (17.77%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 7.538 (7,75%)

Luis Eduardo Magalhães:
Previsão do fim da vacinação: 29/05/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 85 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 39 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 12.201 (13,53%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 4.200 (4,66%)

Candeias:
Previsão do fim da vacinação: 16/09/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 227 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 52 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 16.488 (18,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 6.703 (7,43%)