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Por falta de vacina, Juazeiro interrompe aplicação da 1º dose contra covid-19
A Secretaria de Saúde de Juazeiro (Sesau) informou nesta quarta-feira (30) que já aplicou todas as vacinas contra covid-19 recebidas para uso na primeira dose na cidade. Por conta disso, a imunização em primeira dose foi suspensa às 10h30 de hoje.
Agora, o município aguarda a chegada de novas doses para dar continuidade à vacinação contra covid-19.
A secretaria destaca que o vacinômetro, que mostra a quantidade de doses aplicadas, vai sendo atualizado de acordo com o recebimento dos mapas de vacinação dos pontos de vacina. Ele indica que até ontem foram vacinadas 60.594 pessoas na cidade com a primeira dose e 24.860 com a segunda dose.
O governo baiano anunciou que hoje o estado vai receber novas doses para distribuição aos municípios. Serão 228.250 doses da Astrazeneca, que tem previsão de chegada às 13h50, e 36.270 doses da Pfizer, que chegarão às 16h20.
Solenidade marca início das obras do Hospital Aliança Star em Salvador
A solenidade de lançamento da pedra fundamental do Hospital Aliança Star aconteceu nesta terça-feira (29), em Salvador. Gerido pela Rede D'Or e pela Companhia de Participações Aliança da Bahia, o hospital tem previsão de ter obra encerrada no fim de 2023, integrando um complexo de saúde privado de 47 mil m² de área ao lado da estrutura atual do Aliança, na Avenida Juracy Magalhães Júnior. O investimento para a implantação da nova unidade é de R$ 587 milhões e a estimativa é de que 2,8 mil novos profissionais sejam contratados quando estiver em funcionamento.
O prefeito Bruno Reis esteve no evento, que teve ainda presenças do vice-presidente do conselho da Rede D’Or, Heráclito Gomes; do diretor regional da instituição, Rafael Vita; além dos secretários municipal e estadual da Saúde, Leo Prates e Fábio Vilas-Boas, respectivamente, entre outros gestores.
Bruno destacou a importância do hospital na história da cidade. “O Aliança nasceu como um dos principais hospitais do Brasil. Nesses 30 anos, essa unidade se manteve na liderança e há muito tempo esperávamos sua ampliação para que pudesse ocorrer um salto na qualidade dos serviços. Quando houve a celebração da parceria com a Rede D’Or comemoramos, porque sabíamos da capacidade de gestão e dos investimentos que viriam”, avaliou.
Ele acredita que a nova estrutura vai fazer com que Salvador se torne um polo de serviços de saúde. "Vamos consolidar nossa cidade nessa região. Existem outros investimentos privados que, somados aos esforços do grupo D’Or, irão gerar diretamente, nos próximos anos, 7 mil empregos diretos. Teremos a capacidade de atrair milhares de pessoas de todos os cantos do Brasil que virão aqui para buscar atendimento, fazer cirurgias e ter acompanhamento médico”, disse.
A prefeitura trabalha na desburocratização para agilizar processos de licenciamento e também na concessão de incentivos fiscais para atrair empreendimentos desse tipo para Salvador.
Nova unidade
O complexo Aliança Star vai oferecer assistência personalizada, disponibilizando serviço nível premium com corpo médico de alta qualificação. As obras também incluem a modernização do centro cirúrgico atual e ampliação da capacidade operacional.
Com a ampliação, o volume de atendimento médico vai passar de 173 leitos atuais para 369. A emergência também vai passar de 40 mil atendimentos por ano para 120 mil no mesmo período.
A capacidade anual de internações, por sua vez, sairá de 10 mil para 23 mil e o teto de cirurgias por ano duplicará, indo de seis mil para 12 mil após a expansão.
Além do Aliança, a Rede D’Or é responsável pela gestão dos hospitais São Rafael, Cardiopulomar e Centro de Hematologia e Oncologia da Bahia. “Essa companhia entende que tem obrigações junto aos cidadãos, não apenas com clientes de planos privados que nos procura. Na pandemia, já investimos cerca de R$ 320 milhões, auxiliando diversas prefeituras e estados no Brasil afora”, afirmou o vice-presidente do conselho da Rede D’Or, Heráclito Gomes.
Aeroporto de Salvador é 3º mais pontual entre os médios, diz relatório
O Aeroporto de Salvador é o terceiro mais pontual na categoria de aeroportos médios, segundo o relatório de maio da Cirium, empresa especializada em dados do setor de aviação.
Durante o mês em questão, o aeroporto alcançou um índice de pontualidade de 97,09% para as decolagens. As aterrisagens registraram 95,43% de pontualidade. O aeroporto teve média de sete minutos de atraso nas partidas, a menor entre os três primeiros colocados. O relatório analisou 2.122 voos, contemplando 24 rotas.
Para Antônio Mendes, diretor de operações, esse reconhecimento é fruto de um compromisso com a pontualidade, que envolve vários atores do setor, como companhias aéreas, o Órgão de Controle do Tráfego Aéreo e as soluções da administração do aeroporto.
“Sempre colocamos a experiência do passageiro em primeiro lugar e isso inclui, além de um aeroporto bonito e bem equipado, a precisão de um serviço bem-feito. O investimento em capacitação, tecnologia e no aperfeiçoamento de processos tem um impacto extremamente positivo, fazendo com que o passageiro queira repetir a experiência de viajar”, afirma Mendes.
O Aeroporto de Salvador faz parte da rede Vinci Airports desde janeiro de 2018.
Fiocruz: estudo sugere que variante delta pode causar mais reinfecções
Uma pesquisa que teve participação de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugere que a variante delta do novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem potencial maior de causar reinfecções e novos quadros de covid-19 em pessoas que haviam se curado da doença. A variante foi detectada pela primeira vez na Índia, mas já está presente em 85 países e causou a primeira morte no Brasil no último fim de semana.
O trabalho foi publicado na revista científica Cell e detalhes foram divulgados ontem (28) pela Agência Fiocruz de Notícias. As conclusões da pesquisa mostram que pessoas previamente infectadas por outras cepas do novo coronavírus têm um soro com anticorpos menos potentes contra a variante delta, que é uma das quatro variantes de preocupação já identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Fiocruz destaca que o aumento do risco é marcante no caso das pessoas que tiveram uma infecção anterior da variante gama, que foi identificada pela primeira vez em Manaus e se tornou a cepa dominante no Brasil. Nesses casos, a capacidade de os anticorpos neutralizarem a variante delta é 11 vezes menor. O mesmo ocorre com a variante beta, que foi descoberta na África do Sul.
A divergência antigênica da variante delta é menor quando comparada à variante alfa, que foi a primeira de preocupação a entrar no radar da OMS, ao surgir no Reino Unido. De acordo com a Fiocruz, cientistas avaliam que "o achado indica que vacinas baseadas na variante alfa podem proteger amplamente contra as variantes atuais, o que pode ser uma informação relevante para a formulação de novos imunizantes".
Apesar de sugerir um escape maior do vírus ao ataque dos anticorpos produzidos em infecções anteriores, a pesquisa revela que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como Pfizer e AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa delta. Essa eficácia, porém, é reduzida com a mutação sofrida pelo vírus na proteína S, que forma a estrutura viral usada para iniciar a invasão da célula do hospedeiro.
A pesquisa constatou que a capacidade de neutralizar a variante delta é 2,5 vezes menor no caso da vacina da Pfizer, e 4,3 vezes menor para a AstraZeneca. Segundo o artigo, esses índices são semelhantes aos que já haviam sido registrados nas variantes alfa e gama. Desse modo, a variante beta continua a ser a única em que há evidência de fuga generalizada da neutralização.
“Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 [que tem três sublinhagens, incluindo a variante delta], embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirma um trecho do artigo traduzido pela Fiocruz.
O estudo foi liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e envolveu 59 pesquisadores do Reino Unido, da China, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e Tailândia. No Brasil, participaram o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).
Nas análises, os pesquisadores investigaram a ação de 113 soros, obtidos a partir de pacientes infectados e imunizados, englobando seis cepas do novo coronavírus: uma linhagem próxima do vírus inicialmente detectado em Wuhan, na China, no começo da pandemia; as variantes de preocupação alfa, beta, gama e delta; e a variante de interesse kapa, que é a mesma da linhagem variante delta.
Com compra alvo da CPI, Covaxin solicita à Anvisa uso emergencial no Brasil
Com processo de compra investigado na CPI da Covid, a Covaxin solicitou o uso emergencial da vacina à Anvisa, nesta terça-feira (29). A solicitação foi feita pela empresa Precisa Comercialização de Medicamentos.
A agência havia autorizado a importação excepcional de doses da vacina, no início do mês, mas não seu uso emergencial. A Anvisa terá 7 ou 30 dias para julgar o pedido de uso emergencial, mas esse prazo ainda não está determinado.
Segundo a agência, as primeiras 24 horas após o recebimento do pedido serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários para avaliação estão disponíveis.
Se houver informações importantes faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório. Só depois disso é que será determinado o prazo para a agência julgar o pedido; essas primeiras 24 horas não são contabilizadas nem no prazo de 7, nem no de 30 dias para avaliação.
Pela norma, o prazo de avaliação é de 7 dias quando houver desenvolvimento clínico da vacina no Brasil ou quando o relatório ou parecer técnico emitido pela autoridade sanitária estrangeira for capaz de comprovar que a vacina atende aos padrões de qualidade, de eficácia e de segurança estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ou pelo Conselho Internacional para Harmonização de Requisitos Técnicos para Registro de Medicamentos de Uso Humano (ICH, na sigla em inglês) e pelo Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica (PIC/S, na sigla em inglês).
Praias de Salvador serão fechadas para o público a partir de sexta (2)
A prefeitura de Salvador vai prorrogar por mais sete dias todas as medidas de enfrentamento à pandemia que estão em vigor. O prefeito Bruno Reis também anunciou nesta segunda-feira (28) que todas as praias de Salvador serão bloqueadas para o público a partir da sexta (2), Dia da Independência do Brasil na Bahia.
“Estou tomando essa decisão, considerando o histórico deste mês e esse último feriadão, para, a partir disso, podermos avançar a passos largos na retomada da normalidade em nossa cidade. Mesmo com os números da pandemia em queda, entendemos que precisamos fazer um esforço a mais nesta semana”, destacou Bruno Reis.
Segundo o prefeito, Salvador tem agora 57% de ocupação dos leitos clínicos exclusivos para tratamento da covid-19 e 70% dos de UTI. Na semana passada, ambos os índices eram de 68% e 76%, respectivamente. Já no segmento pediátrico, 78% dos leitos clínicos estão ocupados, enquanto que, na UTI, esse número é de 70%.
Na rede pública, 36 pacientes foram regulados nas últimas 24h e as UPAs amanheceram o dia com dez pessoas aguardando transferência, acrescentou.
Na rede particular, os leitos para atendimento de pacientes com coronavírus estão assim: o Hospital São Rafael tem 65% de ocupação; o Santa Izabel, 62%; Português, 68%; Cárdio Pulmonar, 70%; Aliança, 62% e Jorge Valente, 64%.
O número de mortes causados pela doença caiu 21% em relação à semana de 7 de junho. O número de casos também teve queda, dessa vez de 40%. A média diária foi de 319 notificações. O fator RT, que indica a transmissão viral entre indivíduos, também apresenta curva de queda: no dia 7 de julho a taxa era de 0,84. No dia 14, o índice ficou em 0,65 (-15%).
'Não tenho como saber tudo que o acontece', diz Bolsonaro sobre Covaxin
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e voltou a sustentar que não existam irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro foi acusado pelo deputado Federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do Parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, é o autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da Pasta, disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.
Segundo relatos, o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pela condução das tratativas de compra da vacina.
Em contra-ataque, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do irmão do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."
Eleições
O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".
Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária. "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que se filiarem em referência a questões envolvendo o fundo partidário
O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", disse, se referindo ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.
Bolsonaro descarta uma possível volta ao PSL, pois, segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas "uma minoria lá fazendo besteira. Eu tive que sair de lá, porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador", afirmou.
Vacinas Pfizer e Moderna podem gerar imunidade a longo prazo, indica estudo
Um estudo publicado nesta segunda-feira indica que as vacinas contra a Covid-19 produzidas pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna podem desencadear uma resposta imunológica persistente que garantiria uma proteção a longo prazo contra a doença. A pesquisa realizada com 41 pessoas aponta que, caso a evolução de variantes não mude significativamente, não seria necessário aplicar doses de reforço nas pessoas que receberam esses imunizantes.
— É um bom sinal do quão durável é nossa imunidade com estas vacinas — disse ao jornal New York Times Ali Ellebedy, imunologista da Universidade de Washington em St. Louis, que liderou o estudo publicado na revista Nature.
Para evitar o surgimento de novas variantes, é importante vacinar rapidamente grande parte da população mundial. A vacina da Pfizer tem seu uso emergencial aprovado pela Anvisa, e já é aplicada no Brasil. A Moderna está autorizada para uso por meio do consórcio Covax Facility, da OMS. Como a Anvisa possui um assento na comissão do consórcio, a vacina foi analisada por lá, e também já pode ser usada no país.
De acordo com os pesquisadores, as pessoas que se recuperaram da Covid-19 antes de serem vacinadas com imunizantes que usam a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) também podem não precisar de reforços.
Apesar disso, a conclusão pode não se aplicar a idosos, pessoas com sistema imunológico debilitado e aqueles que tomam medicamentos que suprimem a imunidade.
Boa resposta imune após quatro meses
A equipe analisou os nódulos linfáticos, onde as células imunológicas são treinadas para reconhecer e combater o vírus. Após uma pessoa ser vacinada, uma estrutura especializada chamada centro germinativo se forma nos nódulos. Essa estrutura é uma espécie de escola para as chamadas células de memória B, onde elas se tornam cada vez mais sofisticadas e aprendem a reconhecer um conjunto diversificado de sequências genéticas virais.
Quanto mais amplo for o alcance e quanto mais tempo essas células tiverem para praticar, maior será a probabilidade de serem capazes de impedir as variantes do vírus que possam surgir.
No grupo recrutado, oito pessoas já haviam sido infectadas pelo coronavírus. Os cientistas coletaram amostras de linfonodos de 14 delas várias vezes: três, quatro, cinco, sete e 15 semanas depois da primeira dose, para analisar a evolução da resposta imunológica. A equipe descobriu que 15 semanas após a primeira dose, o centro germinativo ainda estava muito ativo em todos os 14 participantes e que o número de células de memória que reconheceram o coronavírus não diminuiu.
— O fato de que as reações continuaram por quase quatro meses após a vacinação é um sinal muito, muito bom — ressaltou Ellebedy, explicando que é comum que seja registrado um pico de anticorpos uma ou duas semanas após a imunização, que diminuem em seguida.
Deepta Bhattacharya, imunologista da Universidade do Arizona, ressalta que, após uma infecção, o mais comum é que não reste grande proteção depois de quatro ou seis semanas, mas os centros germinativos estimulados pelas vacinas de mRNA persistem meses depois. Ele ressalta que esse é o primeiro estudo sobre a situação da imunidade feito em pessoas.
— Qualquer decisão sobre exigir um reforço seria baseada em uma variante, não na redução da imunidade — disse Bhattacharya.
Candeias sai na frente e vai vacinar pessoas a partir de 39 anos nesta segunda (28)
Candeias é o município que sai na frente na Região Metropolitana de Salvador (RMS) com a imunização por faixa etária e começará a vacinar pessoas a partir de 39 anos de idade nesta segunda-feira (28/6). A celeridade é possível com a chegada dos novos lotes de imunizantes no município. Desde a quinta-feira (24), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - Sesab, distribuiu as vacinas dos laboratórios Janssen e da Pfizer/BioNTech. De acordo com a Secretaria de Saúde, somente na sexta-feira (25), 1.200 pessoas foram imunizadas com a vacina de dose única da Janssen. A Sesau aguarda agora, os imunizantes para retomada da segunda dose.
A Prefeitura de Candeias, por meio da Sesau, adotou um ritmo organizado e acelerado da aplicação de vacinas, sem atrasos e com atendimento do público num lugar amplo e cômodo, com equipes de vacinação no Ginásio Municipal Poliesportivo Professor José Cardoso, para aplicação de primeira e segunda doses, e na modalidade drive-thru, no Estádio David Caldeira, para primeira dose.
A dona de casa Rita de Cassia, chegou às 8h da manhã no Ginásio de Esportes e disse que considerou o atendimento bom e ágil. "Agora são 9h30, tinha umas 300 pessoas quando cheguei, achei que ia demorar e ficaria mais nervosa, mas fiquei sentada, aguardei um pouco e pronto. Foi tudo rápido. Estou feliz e completamente imunizada", expressou ela, que tomou a dose única.
Além da imunização por idade, a Secretaria Municipal de Saúde já vacinou também os grupos de profissionais da saúde, da educação, da segurança, da limpeza urbana, pacientes em diálise, pessoas com autismo, síndrome de Down, quilombolas, entre outros grupos.
ONU pede fim de impunidade da violência policial contra negros
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (28), que analisou a justiça racial após o assassinato do norte-americano George Floyd em 2020, apela a todas as nações para que ponham fim à "impunidade" das forças de segurança que violam os direitos humanos dos negros. A chefe dos Direitos Humanos da ONU pede, no documento, que todo o mundo colabore para ajudar a acabar com a discriminação, a violência e o racismo sistêmico contra os afrodescendentes e que façam "as pazes".
Desenvolvido após o assassinato de George Floyd por um policial norte-americano em Minneapolis, em maio de 2020, o relatório da ONU diz que a discriminação racial e o uso de força excessiva pela polícia estão enraizados nos Estados Unidos (EUA), na Europa e na América Latina. Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, mostra, com o documento, uma visão mais abrangente dos maus-tratos enfrentados pelos negros ao longo de séculos, principalmente por causa do comércio transatlântico de escravos, e pede uma abordagem "transformadora" para os dias de hoje.
A agência da ONU analisou 190 assassinatos de africanos e afrodescendentes por agentes de autoridade em todo o mundo e concluiu que os policiais "raramente são responsabilizados" por matar pessoas de origem africana, principalmente devido a investigações "deficientes" e à falta de vontade de reconhecer o impacto do racismo estrutural.
Para Bachelet, o racismo estrutural cria barreiras ao acesso das minorias a empregos, à saúde, à habitação, à educação e até à Justiça.
"Estou pedindo a todos os Estados que parem de negar e comecem a desmantelar o racismo, para acabar com a impunidade e construir confiança, para ouvir as vozes dos afrodescendentes e para confrontar legados do passado e compensá-los", escreveu a alta comissária no relatório.
Essas compensações, acrescentou, "não devem ser apenas equiparadas a indenizações financeiras", mas devem incluir a restituição, a reabilitação, o reconhecimento de injustiças, os pedidos de desculpas, a memorialização, as reformas educacionais e "garantias" de que tais práticas não se repetirão.
Além do caso polémico de Floyd, são citados mais seis casos no relatório, como o de Kevin Clarke que morreu após ser detido por policiais em Londres, em 2018. À época, o juiz considerou que Clarke, que já em 2002 tinha sido diagnosticado com esquizofrenia paranoica, concluiu que o uso inadequado de forças pela polícia levou à sua morte.
Os casos restantes citados incluem um adolescente afro-brasileiro, de 14 anos, morto a tiros numa operação policial antidrogas em São Paulo, em maio de 2020, e um francês de origem maliana, de 24 anos, que morreu sob custódia policial em julho de 2016.
Racismo e discriminação
A agência da ONU para os Direitos Humanos foi incumbida, em junho de 2020, de redigir um relatório aprofundado sobre o racismo sistêmico contra africanos e afrodescendentes. Aproveitando a análise intensa sobre racismo em todo o mundo e o impacto nos afrodescendentes, como nos casos de assassinatos de negros desarmados nos Estados Unidos, o relatório analisou violações dos direitos humanos, respostas dos governos a protestos pacíficos antirracismo e responsabilização e compensação das vítimas.
"Há hoje uma oportunidade importante para alcançar um ponto de inflexão para a igualdade racial e a justiça", diz o relatório, que apela aos países para que acelerem ações a fim de acabar com a injustiça racial, a pôr fim à impunidade nas violações de direitos pela polícia, a garantir que os afrodescendentes e aqueles que falam contra o racismo sejam ouvidos e que os "erros do passado" sejam enfrentados por meio de responsabilização e compensação.
"O racismo e a discriminação racial contra africanos e afrodescendentes estão frequentemente enraizados em políticas e práticas baseadas na degradação do status dos indivíduos na sociedade", acrescenta o relatório.
Segundo a investigação, que vem sendo feita desde o ano passado, o problema prevalece mais em países com legado de escravatura, de comércio transatlântico de africanos escravizados ou de colonialismo, o que resultou na fixação de grandes comunidades de descendentes de africanos.
"O racismo sistêmico precisa de resposta sistêmica. É preciso haver uma abordagem abrangente, em vez de fragmentada, para desmantelar sistemas enraizados durante séculos de discriminação e violência. Precisamos de uma abordagem transformadora que aborde as áreas interconectadas que impulsionam o racismo e levam a tragédias constantes, totalmente evitáveis, como a morte de George Floyd", argumentou Michelle Bachelet.
Famílias "traídas"
Durante a análise dos casos de mortes sob custódia policial em diferentes países, o relatório identificou "semelhanças impressionantes" e padrões - incluindo os obstáculos que as famílias enfrentam para ter acesso à Justiça. O relatório observa que os dados disponíveis mostram "um quadro alarmante de impactos desproporcionais e discriminatórios em todo o sistema sobre os afrodescendentes quando abordados pelas autoridades policiais e com o sistema de Justiça criminal em alguns Estados".
Muitas famílias "sentiram-se continuamente traídas pelo sistema", citam "uma profunda falta de confiança" e, "muitas vezes, recai sobre as vítimas e os familiares lutar pela responsabilização sem o apoio adequado".
"Várias famílias me descreveram a agonia que enfrentaram ao lutar pela verdade, a Justiça e a compensação, e a angustiante presunção de que os seus entes queridos de alguma forma 'mereciam'", disse Bachelet. "É desanimador que o sistema não esteja preparado para os apoiar. Isso tem de mudar".
Investigações, processos, julgamentos e decisões judiciais muitas vezes deixam de considerar o papel que a discriminação racial, os estereótipos e o preconceito institucional podem ter nas mortes sob custódia, acrescenta o relatório.
Com a investigação, o objetivo do relatório é transformar essas abordagens numa resposta mais sistêmica por parte dos governos para lidar com o racismo, e não apenas nos Estados Unidos. Casos semelhantes são denunciados também em cerca de 60 países, incluindo a Bélgica, o Brasil, Reino Unido, Canadá, a Colômbia e França, entre outros.
"Não conseguimos encontrar um único exemplo de um Estado que tenha considerado totalmente o passado ou explicado de forma abrangente os impactos na vida dos afrodescendentes hoje", escreveu Mona Rishmawi, que lidera uma unidade contra a discriminação na ONU. "A nossa mensagem, portanto, é que essa situação é insustentável".