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Bahia com Tudo

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Um tremor de terra de magnitude preliminar 2.5 mR, foi registrado no município de Dias d'Ávila, recôncavo da Bahia, nesta quinta-feira (15).

De acordo com informações do Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o evento sísmico ocorreu às 2h55 da madrugada.

O LabSis ainda destacou que não recebeu nenhuma informação de que moradores escutaram ou sentiram o tremor.

O laboratório informou ainda que segue monitorando e divulgando toda atividade sísmica que ocorra no estado da Bahia e na região Nordeste do país.

As duas vítimas mortas na explosão da casa de venda de fogos de artifício, que também funcionava como fábrica clandestina em Crisópolis, a cerca de 212 km de Salvador, eram casadas. A filha do casal, uma adolescente de 13 anos, ficou ferida na explosão, ocorrida na quarta (14) e está internada em hospital de Salvador.

O proprietário do estabelecimento, identificado pelo prenome de Paulo, foi preso no mesmo dia. Informações iniciais também apontam que ele faz parte da mesma família, e seria pai de Ebervan Souza Reis, de 49 anos, que morreu no local.

Ebervan e a esposa, Fernanda Santana Batista, 35, ficaram desaparecidos depois do incidente e foram encontrados mortos sob os escombros. A filha do casal, Talia Batista Reis, está internada na ala de queimados do Hospital Geral do Estado (HGE). Não há detalhes do estado de saúde dela.

Além das duas vítimas mortas, outras três pessoas foram resgatadas dos escombros, mas com vida. No total, ao menos 10 pessoas ficaram feridas na explosão.

Prefeito diz que não sabia de fábrica

Moradores de Crisópolis informaram que a família tinha um histórico de produção e venda de fogos de artifícios no município, um negócio que era passado de pai para filho há cerca de 100 anos. No entanto, o prefeito da cidade disse que não sabia que o local funcionava como uma fábrica clandestina.

Nesta quinta, Leandro Dantas disse que a prefeitura sabia apenas que havia uma banca de vendas no centro da município, na Avenida Nelson Santiago. Ele disse ainda que Crisópolis não tem tradição na fabricação de fogos de artifício.

“A gente via uma banquinha [de vendas], sabia que era residência deles. Mas não tinha conhecimento de fábrica de fogos, inclusive no centro da nossa cidade, uma fábrica com essa proporção. Tradição de fazer fogos, eu não sabia. Que ele vendia, colocava banquinha – principalmente na época de festejos juninos – todos sabem disso", disse.

Um inquérito foi aberto pela delegacia da cidade, para investigar a situação. Leandro informou ainda que a prefeitura vai fazer um levantamento de outros locais que também vendam fogos de artifício, para que haja fiscalização.

"Não temos conhecimento de outros locais que vendam fogos de artifício, mas nós vamos levantar e fiscalizar. Apurar para saber quantos têm, porque Crisópolis não tem essa cultura de fabricação de fogos de artifício. Para a gente foi uma surpresa, para mim que estou assumindo agora a gestão", falou.

Novo risco de desabamento

O diretor-superintendente da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), Paulo Sérgio Menezes, que está na cidade de Crisópolis nesta quinta-feira, disse que ainda há risco de desabamentos no local da explosão, por causa dos danos nas estruturas.

“É um trabalho muito difícil, muito cuidadoso, criterioso, porque ainda tem estrutura que corre o risco de desabar. Temos informações de que ainda existe uma quantidade de explosivos nessa laje e então todo o trabalho está redobrado. O Corpo de Bombeiros e os nossos técnicos estão tendo todo um cuidado para que não ocorra um segundo desastre, porque seria muito pior, até pela quantidade de gente que já está trabalhando nessa área", disse.

Ainda segundo Paulo Sérgio, o apoio da Polícia Militar também será importante na região, para evitar que os curiosos se aglomerem no local, aumentando o risco de mais pessoas serem machucadas, caso haja um novo incidente na área.

"É importante, inclusive, acionar a Polícia Militar para que não permita, de forma alguma, o acesso de curiosos e das pessoas aqui da cidade a essa área, que vai estar restrita para as pessoas e os técnicos que estão trabalhando nesse sinistro para corrigir o mais rápido possível e trazer a normalidade de volta para a cidade”, avaliou.

Investigação
O dono do estabelecimento foi autuado pela posse e fabricação de artefato explosivo sem autorização e está preso à disposição da Justiça. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a perícia no local.

A titular da delegacia de Crisópolis, a delegada Débora Vânia Cruz Ferro, informou que os laudos periciais, depoimentos e demais elementos coletados auxiliarão a explicar o que causou a explosão.

A Bahia registrou 146 mortes e 3.547 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4 %) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quarta (14). No mesmo período, 2.940 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

Apesar das 146 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quarta. Todas elas ocorreram em 2021, sendo 97 no mês de abril.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 16.859, representando uma letalidade de 1.99%. Dos 848.627 casos confirmados desde o início da pandemia, 816.077 já são considerados recuperados, 15.691 encontram-se ativos. Na Bahia, 46.316 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta quarta-feira, 92 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 23 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Um imóvel onde funciona uma venda de fogos de artifício explodiu em Crisópolis, cidade a cerca de 212 Km de Salvador, na tarde desta quarta-feira (14). Conforme o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ivan Paiva, ao menos 10 pessoas ficaram feridas.

Entre as 10 vítimas, está uma adolescente de 13 anos, que foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador.

Segundo a Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), o superintendente do órgão, Paulo Luz, está a caminho do município de Crisópolis, juntamente com o coordenador de reconstrução, Alik Júnior, para avaliar os danos causados pela explosão e auxiliar nas ações de respostas e assistência às vítimas.

De acordo com os Bombeiros, o imóvel estava localizado na Avenida Nelson Santiago, uma das principais da cidade. A explosão atingiu outras três casas ao lado. Duas delas ficaram completamente destruídas e uma ficou em chamas. Não há mais focos de incêndio.

Segundo Ivan Paiva, 10 pessoas ficaram feridas, sendo que duas seguem desaparecidas nos escombros e duas (entre elas uma adolescente de 13 anos) foram transferidas para unidades de saúde em Salvador.

A prefeitura informou que uma parte da energia elétrica da cidade foi desligada para não ocorrer acidentes.

O morador da cidade, Rafael Nascimento, afirmou que o caso aconteceu por volta das 16h30 e em cima da loja tinha uma casa, que era do dono da loja.

Rafael Nascimento também contou que algumas pessoas ficaram feridas após a explosão e os fios de energia elétrica da rua foram atingidos.

Equipes do Samu, Policia Militar, Policia Civil e Bombeiros estão no local.

Depois do anúncio da suspensão dos festejos de São João em Camaçari, mais nove cidades no interior baiano suspenderam as comemorações juninas por causa da pandemia de Covid-19. Os municípios de Senhor do Bonfim, Jaguarari, Itaberaba, Cachoeira, Santo Antonio de Jesus, Ipiaú, Euclides da Cunha, Mata de São João e Amargosa também decidiram cancelar a festa para evitar aglomerações.

Com a taxa de ocupação dos leitos de UTI em alta no estado e a vacinação vagarosa, as prefeituras optaram em não realizar a festa este ano.

Outros municípios ainda avaliam a situação. São eles: Juazeiro, Irecê, Piritiba, Mucugê, Ipirá e Cruz das Almas.

As prefeituras aguardam a involução da doença e analisa o número de contágios nas cidades e o posicionamento do governo do estado para avaliar se também suspendem ou mantêm a realização das celebrações.

Três pessoas suspeitas de participar do estupro de uma menina de 8 anos foram presas nesta quarta-feira (14) em Santo Antônio de Jesus. O caso é investigado pela 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), que fica sediada na cidade.

A mulher e os dois homens presos são parentes da criança - tia e primos. A mãe da menina fez uma denúncia em março que deu origem à investigação policial. A delegada Patrícia Neves Jackes explica que os abusos eram incentivados pela tia da garota. “Ela obrigava a criança a ingerir bebidas alcoólicas e ter relações sexuais com os primos”, diz.

O Conselho Tutelar diz que há indícios também de que a criança era ameaçada de maneira frequente pelos parentes. “Foram mais de dez abusos e eles falavam que ela seria assassinada, caso contasse a alguém”, acrescentou a delegada.

Os três presos serão encaminhados ao sistema prisional. A criança está sendo acompanhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

Em julgamento encerrado na tarde desta quarta-feira (14), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão majoritária, referendou liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso para determinar ao Senado Federal a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como objeto investigar eventuais omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de covid-19.

O Mandado de Segurança (MS 37760) que discute o tema foi apresentado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania/SE) e Jorge Kajuru (Cidadania/GO). Ficou vencido na votação o ministro Marco Aurélio, que entende não caber referendo a liminar em mandado de segurança.


De acordo com a decisão, preenchidos os três requisitos para a abertura da comissão - assinatura de um terço dos integrantes da Casa; indicação de fato determinado a ser apurado; e definição de prazo certo para duração - não cabe a possibilidade de omissão ou análise de conveniência política por parte da Presidência da Casa Legislativa.

Para o colegiado, negar o direito à instalação da comissão em caso de cumpridas as exigências fere o direito da minoria parlamentar. A decisão está amparada em diversos precedentes da Suprema Corte nesse sentido. As informações são da assessoria do STF.

 
 
 
 

Depois de serem adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, os preparativos para os Jogos Olímpicos de Tóquio entram em sua reta final faltando apenas 100 dias para a cerimônia de abertura. Devido à covid-19, os japoneses tiveram de fazer várias mudanças no planejamento inicial para evitar a disseminação da doença. As arenas estão prontas, mas a organização não foi concluída e várias perguntas continuam sem respostas.

Após meses de especulação, os organizadores decidiram em março que apenas os torcedores japoneses ou estrangeiros que moram no país terão permissão para assistir in loco aos eventos olímpicos na tentativa de controlar o novo coronavírus. Ainda não está definida a quantidade de torcedores que poderão acompanhar cada competição. Não é intenção das autoridades ter ginásios lotados. A cerimônia de abertura será no dia 23 de julho.

O governo japonês esperava atrair milhares de turistas durante os Jogos. Mas as autoridades concluíram que receber torcedores do exterior não seria possível, principalmente depois da detecção de variantes mais contagiosas do vírus em muitos países, entre eles o Brasil. Esta é a primeira edição dos Jogos em que é proibida a entrada de visitantes estrangeiros.

Os organizadores terão de reembolsar cerca de 600 mil ingressos vendidos ao público do exterior. Pesquisas apontam que boa parte dos japoneses se opõe à realização dos Jogos neste ano. O temor é de que a Olimpíada possa provocar um agravamento da pandemia. A aceitação ao evento melhorou um pouco depois que foi vetada a entrada de estrangeiros.

Ainda não foi anunciada qual medida será tomada em relação aos familiares dos atletas não japoneses. A tendência, no entanto, é de que eles sejam classificados como torcedores de outros países e, assim, também sejam proibidos de entrar no Japão durante os Jogos.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) também decidiu cortar drasticamente o número de credenciais para as comitivas de autoridades convidadas. Assim, as delegações terão de ser enxutas, com menos assessores do que o habitual.

O presidente Jair Bolsonaro foi convidado para participar da cerimônia de abertura, mas, por causa da pandemia, não se sabe ainda se ele estará no Japão em julho.

A questão da vacinação contra a covid-19 é outro ponto que tem gerado controvérsia. O COI está pedindo aos atletas que tomem a vacina contra a covid-19, se possível. Mas os imunizantes não são um requisito para participar da Olimpíada.

Alguns países, como Israel, já admitiram que vão mandar competidores vacinados. Com o andamento da vacinação em muitos países, há a possibilidade de delegações inteiras serem vacinadas até a viagem. Os EUA, por exemplo, estão muito adiantados nesse processo. Mesmo os atletas vacinados terão de seguir os protocolos dos demais competidores durante a estadia em Tóquio.

O Japão começou a dar suas primeiras vacinas contra a covid-19 em fevereiro. As autoridades sanitárias reconhecem que, até a Olimpíada, grande parte da população local ainda não estará imunizada.

O Comitê Olímpico Norte-Coreano, por exemplo, informou que não participará dos Jogos de Tóquio. A Coreia do Norte é o primeiro país a anunciar que não enviará atletas ao Japão por causa da pandemia.

No mês passado, o Comitê Olímpico Chinês se ofereceu para colocar à disposição vacinas para todos os atletas que forem a Tóquio, e o COI se comprometeu a cobrir os custos. O COI, inclusive, vai pagar por duas doses extras da vacina que poderão ser dadas para a população de cada país, de acordo com suas necessidades.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) admitiu surpresa com o anúncio do COI e garante que sua intenção é respeitar o plano nacional de vacinação no País. O governo do Japão já anunciou que não participará do programa de vacinação patrocinado pelo COI.

Além da pandemia, outro desafio do comitê organizador é usar os Jogos para aumentar a representação feminina na sociedade japonesa. O ex-presidente do órgão Yoshiro Mori renunciou ao cargo em fevereiro após dizer que as mulheres falam demais nas reuniões. A nova presidente, Seiko Hashimoto, assumiu com a meta de aumentar a igualdade de gênero na diretoria executiva e usar o órgão como exemplo nacional.

"O mundo está assistindo e o comitê tem de agir rapidamente em relação à igualdade de gênero, diversidade e inclusão, para que isso leve a uma reforma governamental e social. Vejo como uma oportunidade de mudar o preconceito inconsciente e mudar a mentalidade de toda a nação", disse Seiko Hashimoto.

Vagas

O adiamento levantou vários pontos de interrogação com relação à classificação dos atletas. A Olimpíada vai reunir mais de 11 mil competidores de mais de 200 países. O COB estima que a delegação brasileira deverá ter entre 270 e 300 atletas. No momento, o Brasil tem 200 vagas garantidas. Para efeito de comparação, cerca de 600 atletas dos EUA, a maior potência olímpica do planeta, devem se classificar para os Jogos.

Muitas seletivas foram adiadas ou canceladas em meio à pandemia. A classificação de vários atletas permanece indefinida depois que a Federação Internacional de Natação anunciou a suspensão da Copa do Mundo - Pré-Olímpico de Saltos Ornamentais, o Pré-Olímpico de Nado Artístico e a seletiva de maratona aquática Todos os eventos seriam realizados no Japão e tiveram de ser adiados.

Eventos-teste dos Jogos também têm sido cancelados. Uma competição de polo aquático, por exemplo, não foi realizada porque árbitros não foram autorizados a entrar no Japão.

Cravolândia, pequeno município do Vale do Jiquiriçá, era famosa até antes da pandemia por levar o nome da família Cravo. A cidade foi fundada em 1962 por Mário Cravo, pai do escultor Mário Cravo Junior. Com a covid-19, ‘a terra dos Cravos’ agora também entrou para a história baiana por outro motivo: é a única no estado que não registrou mortes pela infecção provocada pelo novo coronavírus.

“A gente vem lutando dia a dia para permanecer assim. Quando tem um paciente se agravando, não deixamos ficar em casa. Levamos logo para o hospital, damos todo o cuidado, fazemos raio-x, regulamos... Queremos agora acelerar a vacinação. Já aplicamos a primeira dose em todos os idosos e entramos na terceira fase, mas precisamos de mais vacinas”, diz a secretária de Saúde da cidade, Ednalva de Oliveira Mendes.

Segundo os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a cidade de Ibiassucê, no centro-sul do estado, também não registrou mortes por covid-19. Mas, no boletim do próprio município constam dois óbitos pela doença.

Washington Rocha, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e membro do Portal Geocovid-19, diz que é surpreendente a Bahia ter ainda uma cidade sem registro de mortes por covid-19 mais de um ano após o início da pandemia. “Eu esperaria isso acontecer em locais que tem isolamento geográfico, o que não parece ser o caso de Cravolândia”, diz.

Cortado por duas rodovias estaduais, a BA-550 e a BA-120, o município faz divisa com Santa Inês, Ubaíra, Itaquara e Wenceslau Guimarães,cidades que tem muitos casos e mortes por covid-19 registrados.

“Cravolândia tem um perfil peculiar, principalmente quando a gente olha que os municípios ao redor não possuem esse padrão. A cidade não está numa região que tem um vazio e sim uma vizinhança agitada em termos de casos e mortes”, acrescenta Washington.

Evolução da doença
Por causa do avanço progressivo da covid-19 no estado, no início deste ano a Bahia tinha apenas 20 cidades sem registro de mortes. Um mês depois, em fevereiro, o número já tinha caído para sete. No início de março, eram apenas três: Tanque Novo, Catolândia e Cravolândia. No dia 28, Tanque Novo registrou a primeira morte e, em pouco mais de 15 dias, saltou para quatro óbitos. Catolândia registrou o primeiro óbito na última quinta-feira (8).

Cravolândia registrou o primeiro caso da doença em 07 de abril de 2020 - um comerciante que viajou para Salvador e voltou contaminado -, mas para evitar que o vírus se espalhasse, a secretária Ednalva explica que foi logo adotado isolamento dos contaminados e controle de acesso ao município com quatro barreiras sanitárias.

Duas das barreiras foram fechadas em novembro de 2020. Logo depois, os casos na cidade começaram a aumentar, segundo o professor Washington Rocha. “As ações que eles dizem ter feitos funcionam. Mas é interessante observar que, logo no início de dezembro, após duas barreiras terem sido fechadas, começa a aumentar os casos”, diz.

As outras duas barreiras funcionam até hoje e servem para controlar a entrada de pessoas na sede do município, que tem cerca de 3 mil habitantes, segundo a prefeitura. Cravolândia tem ainda uma extensa zona rural dividida em 14 povoados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 5,4 mil habitantes.

“É uma cidade pequena, aconchegante e tranquila. Não tem violência. Na zona rural as pessoas não viajam muito. Os casos que temos são, geralmente, de pessoas de fora que vão visitar parentes. Se a população não recebesse visita, a gente não precisaria se preocupar. Não é à toa que os casos aumentam após um período de festa. Agora mesmo teve Semana Santa e muita gente de fora veio visitar familiares”, lamenta a secretária.

Aumento de casos
A consequência dessas visitas já pode ser observada nos números do boletim epidemiológico municipal de Cravolândia. Atualmente, a cidade enfrenta seu período de maior alta de casos de covid desde o início da pandemia. Em 29 de março desse ano, o município tinha apenas dois casos ativos e 150 confirmados, no total. Em 15 dias, o número de doentes foi aumentando progressivamente até chegar, nessa segunda-feira (12), em 178 casos confirmados e 22 ativos.

“Que eu me lembre nunca tivemos tantos casos positivos de uma só vez. E para o tamanho da cidade, isso assusta muito, pois a gente conhece quem está contaminado, as vezes são pessoas próximas. Ficamos com medo”, relata a paulista Rose Argolo, que há 15 anos escolheu Cravolândia como sua cidade.

Segundo a secretária de Saúde, esse aumento repentino é também coincidente com o aumento de testagem feito nos profissionais da secretaria de educação da prefeitura. “Desde dezembro estamos testando os profissionais da saúde e há duas semanas fizemos a testagem dos da educação. As pessoas que testam positivo ficam em isolamento e fazemos desinfecção da pasta, o que evita novos contaminados”, explica.

Dos 178 casos confirmados, apenas quatro pessoas precisaram de assistência hospitalar fora do município. “Mas Graças a Deus ninguém teve que ser intubado e já estão curados”, comemora a secretária. Atualmente, apenas uma pessoa está internada no hospital da cidade, mas sem necessitar de suporte de oxigênio. “Temos também um centro covid ambulatorial, com médico, enfermeiro e técnico trabalhando a 40 horas semanais. Eles testam, dão assistência a quem está com sintomas e faz o acompanhamento”, relata.

Cidades com menos casos têm mortes
A situação de Cravolândia chama a atenção quando a cidade é comparada com outras que possuem menos casos registrados de covid-19, como Chorrochó, no norte da Bahia. Lá, são 142 casos de covid-19 confirmados, mas nove mortes registradas, o que significa uma taxa de letalidade de 7,22%, a maior de toda a Bahia. Com mais casos de covid, 178 no total, Cravolândia não tem taxa de letalidade.

“Não há uma explicação direta que nos ajude a entender porque isso acontece. Temos que relacionar os dados com outros fatores, como indicadores de saúde, população, raça e assim tentar identificar um padrão”, explica o professor Washington Rocha, membro do Portal Geocovid-19

No Brasil, a primeira morte por covid-19 foi registrada no dia 12 de março de 2020, uma mulher de São Paulo. Já na Bahia o primeiro óbito ocorreu em 29 de março: um idosos de Salvador. Em todo o país, são 116 cidades que não registraram mortes, segundo um levantamento feito pelo site G1 com o pesquisador Wesley Costa, da Universidade Federal de Viçosa, atualizado no último domingo (11).

Já na região nordeste há 26 cidades sem mortes espalhadas pelos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba, além da própria Bahia.

Diante da aproximação do inverno, a população precisa se preparar para a circulação do vírus influenza da gripe comum. A imunização é a melhor forma de prevenção contra a doença, que pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir, ao falar ou por meio indireto, após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado.

Além da vacinação contra a influenza, existe, neste ano, a imunização contra a covid-19. A doença é causada por um novo vírus da família coronavírus que há algum tempo vem desencadeando resfriados comuns e síndromes respiratórias graves. Apesar de pertencer ao grupo, o Sars-Cov-2 é um agente infeccioso novo e, por isso, não está entre as doenças prevenidas pela vacinação para gripe comum. O imunizante contra o novo vírus está sendo aplicado em todo país e cada estado segue o seu cronograma próprio de acordo com a disponibilidade dos insumos na região.

Para o infectologista Claudilson Bastos, a vacinação contra influenza deve ser realizada mesmo durante a pandemia, assim como as demais vacinas. “É essencial cuidarmos da saúde em um momento de crise sanitária e a vacina contra a gripe comum é a melhor forma de se proteger. Havendo mais pessoas imunizadas contra a influenza, podemos reduzir internações de quadros graves de infecção respiratória, deixando o sistema de saúde focado no tratamento dos casos de pacientes do Sars-CoV-2”, afirma a especialista, pelo serviço de imunização do Sabin em Salvador. A clínica recebeu as doses das vacinas de influenza quadrivalentes, com proteção contra quatro tipos de vírus (AH1N1 + AH3N2 + B Victoria + B Yamagata) atualizadas.

Como a imunização contra o novo coronavírus está acontecendo através do Ministério da Saúde e a vacinação contra gripe comum acontecendo no setor público e privado de forma paralela, é comum que existam dúvidas sobre as duas. o médico Claudilson Bastos esclarece que a vacina da gripe pode ser tomada simultaneamente com outros imunizantes.

“Quem recebeu a aplicação contra covid-19 e já concluiu o esquema vacinal, deve aguardar pelo menos 14 dias antes de receber qualquer outra imunização. Caso tenha sido usada a proteção contra influenza, também é necessário aguardar 14 dias para iniciar o cronograma contra covid”, explica.

O médico, também, reforça que, caso o paciente esteja entre a primeira e a segunda dose da vacina contra covid, é necessário concluir este esquema de imunização para depois de duas semanas iniciar a proteção contra a influenza. “É importante respeitar a data de aplicação dos imunizantes que necessitam de duas doses. A realização de uma só etapa, não garante produção de anticorpos”, lembra Claudilson Bastos.

Crianças menores de seis meses e pessoas infectadas com doenças febris agudas não devem ser imunizadas. Pacientes que apresentarem infecção pelo novo coronavírus devem aguardar a recuperação e esperar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas para tomarem a vacina contra a gripe comum. Alérgicos ao ovo apresentam um baixo risco de reação com o imunizante da gripe. “A proteção contra a gripe é segura para a maioria dos indivíduos alérgicos, mas são necessárias algumas precauções. Pessoas com história de anafilaxia (confirmadas) a doses anteriores devem tomar a vacina sob observação e aqueles que possuem histórico de alergia a ovo ou derivados e apresentarem apenas urticária, devem ter administrada a vacina influenza sem qualquer cuidado especial”, finaliza o infectologista.

Vale lembrar que a compra do imunizante pode ser realizada pelo e-commerce do Sabin. É possível fazer o agendamento no site da empresa para receber a dose em uma das unidades de imunização ou em domicílio.