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Bahia com Tudo

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Homem é morto a tiros no final de linha do IAPI; é a segunda morte em menos de 24hUm homem ainda não identificado foi morto com seis tiros no bairro do IAPI, na manhã desta quarta-feira (30). O crime aconteceu na localidade de Nova Divinéia, no final de linha do bairro.

O homem estava próximo a barracas em uma feira quando foi atingido pelos disparos. "O cara estava parado ali em frente a barraca do coco. Não vi se ele estava só parado ou consumindo, mas chegaram dois caras a pé e atiraram nele que caiu ali mesmo. Depois, saíram andando daqui como se nada tivesse acontecido. Foi por volta das 9h30 isso", relata um comerciante.

Os disparos provocaram correria no local, que estava movimentado. "Não vi o que houve porque estava de costas. Só ouvi os tiros e vi todo mundo correndo. Foram alguns tiros, não consegui contar. O susto foi grande e queria me proteger porque estava bem perto das barracas", diz uma senhora, sem se identificar.

Os moradores do bairro reclamam da violência. O crime aconteceu Rua Conde de Porto Alegre, a principal do bairro e a mesma via onde o motorista de aplicativo foi assassinado na noite dessa terça-feira (29).

"No IAPI, está assim agora. Não tem hora e nem lugar. Pra você ver, na feira e no meio da manhã fizeram isso. Poderia pegar em qualquer um de nós que estava perto. Impossível viver em paz aqui", fala a primeira senhora.

Segundo moradores, o nome é Felipe. Trabalhava com serviços gerais na Creta, uma terceirizada que presta serviço ao Hospital Geral Ernesto Simões.

Um homem foi soterrado após o deslizamento de terra em uma mina de garimpo em Caetité. O resgate do corpo aconteceu nesta terça-feira (29).

Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Guanambi, após o resgate, o corpo foi deixado sob os cuidados do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para identificação e demais procedimentos legais.

Procurada, a Polícia Civil informou que não localizou a ocorrência.

O relatório Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres, desenvolvido pela Organização não governamental - ONG Think Olga, indica que 45% das mulheres brasileiras têm um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos mental no contexto pós pandemia de covid-19. A ansiedade, transtorno mais comum no Brasil, faz parte do dia a dia de 6 em cada 10 mulheres brasileiras. A pesquisa foi realizada com 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, entre 12 e 26 de maio de 2023. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

“O relatório não surpreende porque são dados que já sabíamos que aconteciam, ou seja, as mulheres estão cansadas e sobrecarregadas. Quase metade da população feminina tem algum transtorno mental e com muito pouco acesso a cuidados específicos. A maioria diz que, como ferramentas para conseguir lidar com essa questão, tem a atividade física ou a religião. Tem uma insatisfação com diversas áreas da vida. A questão financeira é a que mais preocupa e a dupla ou tripla jornada é o segundo maior fator de pressão sobre a psique feminina”, disse Maíra Liguori, diretora da Think Olga.

Com a proposta de entender as estruturas que impõem o sofrimento das brasileiras na atualidade, o relatório reúne dados que demonstram desde a sobrecarga de trabalho e insegurança financeira até o esgotamento mental e físico causado pela economia do cuidado, que enquadra todas as atividades relacionadas aos cuidados com a casa e com produção e manutenção da vida.

A situação financeira e a capacidade de conciliar os diferentes aspectos da vida têm as menores notas de satisfação entre as entrevistadas. Em uma classificação de 1 a 10, a vida financeira recebeu a classificação 1.4, já para a capacidade de conciliação das diferentes áreas da vida, a nota ficou em 2.2. A situação financeira apertada atinge 48% das entrevistadas e a insatisfação com a remuneração baixa alcança 32% delas. Cinquenta e nove por cento das mulheres das classes D e E estão insatisfeitas com sua situação financeira. Essa insatisfação atinge 54% das pretas e pardas.

As mulheres são as únicas ou principais provedoras em 38% dos lares. Essas mulheres são, em sua maior parte, negras, da classe D e E e com mais de 55 anos de idade. Somente 11% das entrevistadas dizem não contribuir financeiramente para a manutenção de suas famílias.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio realizada em 2022, as mulheres gastam 21,4 horas da semana em tarefas domésticas e do cuidado, os homens usam 11 horas. Já o relatório Esgotadas mostrou que a sobrecarga de trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram a segunda causa de descontentamento mais apontada, atrás apenas de preocupações financeiras. O trabalho de cuidado sobrecarrega principalmente as mulheres de 36 a 55 anos (57% cuidam de alguém) e pretas e pardas (50% cuidam de alguém).

Oitenta e seis por cento das mulheres consideram ter muita carga de responsabilidades. A insatisfação entre mães solo e cuidadoras é muito superior em relação àquelas que não têm esse tipo de responsabilidade. As cuidadoras e mãe solo também são as mais sobrecarregadas com as tarefas domésticas e de cuidado, com 51% das mães e 49% das cuidadoras apontando a situação financeira restrita como o maior impacto na saúde mental. Isso quer dizer que a sobrecarga de cuidado também é um fator de empobrecimento das mulheres ou “feminização da pobreza”, segundo o relatório.

Entre as entrevistadas mais jovens, 26% declararam que os padrões de beleza impostos impactam negativamente na saúde mental. Já o medo de sofrer violência é citado por 16% das entrevistadas.

Para 91% das entrevistadas, a saúde emocional deve ser levada muito a sério e 76% estão buscando prestar atenção à saúde mental, principalmente após a pandemia de covid-19. Só 11% afirmam que não cuidam da sua saúde emocional de nenhuma forma.

“É necessário que comecemos a entender o impacto do trabalho de cuidado e suas consequências, além de partirmos de discussões que desestigmatizem tabus sobre a saúde mental. É essencial incentivar ações do setor privado, da sociedade civil e, principalmente, do setor público para um futuro viável para as mulheres”, afirmou, em nota, Nana Lima, co-diretora da Think Olga.

Seis em cada 10 municípios baianos não têm receita própria e dependem de repasses constitucionais para arcar com as despesas públicas, segundo a União dos Municípios da Bahia (UPB). Destes, 55 estão sofrendo com perdas na arrecadação de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por causa da redução populacional registrada pelo último Censo Demográfico do IBGE.

São cidades com até 20 mil habitantes, que correspondem a mais da metade das 101 afetadas na Bahia [veja lista completa abaixo]. Ainda de acordo com a UPB, a perda total até o momento não foi calculada, mas a previsão é de que no mês de agosto os municípios arrecadem 8% a menos em comparação com o mesmo período do ano passado.

O FPM é um fundo pelo qual a União repassa, a cada dez dias, 22,5% do que arrecada com o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI). A cada mês, portanto, são três transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Na Bahia, os valores são destinados a manutenção de serviços básicos como educação (25%), saúde (15%) e serviço social (3%).

A receita é repassada com base no tamanho da população. Ou seja, quanto menor o número de habitantes, menor o recurso recebido pelo município. No contexto em que a Bahia some tantas cidades dependentes da receita federal, o clima é de preocupação entre os governantes.

“Nos temos 417 municípios aqui na Bahia. Entre eles, aproximadamente 370 vivem exclusivamente das transferências ordinárias e voluntárias do Governo Federal, no caso, o FPM. Então a maioria dos municípios estão passando por uma dificuldade muito grande. Esses recursos não são todos livres, ele tem as porcentagem constitucionais para saúde e educação. Uma coisa puxa a outra. Se diminuem os recursos livres, diminuem automaticamente os recursos para as áreas constitucionais”, afirma o presidente da UPB, prefeito Quinho de Belo Campo.

Entre os municípios baianos com menos de 20 mil habitantes afetados estão: Conceição do Almeida (- 2.248 habitantes), Nova Canaã (- 754 habitantes), Sátiro Dias (- 2.949 habitantes) e Serra Dourada (- 1421 habitantes). As prefeituras das quatro cidades foram procuradas para comentar sobre os efeitos na redução da arrecadação, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Prefeitos vão parar

Com intuito de chamar a atenção do Governo Federal, Tribunal de Contas da União e Congresso Nacional para as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios, os prefeitos vão parar as suas atividades e as operações administrativas das prefeituras na próxima quarta-feira (30). A paralisação foi anunciada pelo presidente da FPM nesta segunda-feira (28).

As atividades essenciais como saúde, educação e limpeza urbana seguirão normalmente. Até ontem, 280 prefeituras haviam aderido ao movimento. A lista de nomes não foi divulgada. A expectativa de Quinho é de que 90% dos prefeitos baianos apoiem o grupo. As mobilizações já começam nesta terça-feira (29), com a presença dos gestores em Brasília, e seguem até amanhã, com o início da paralisação.

O objetivo da viagem à capital do país é defender os caminhos para minimizar o impacto da crise. Os prefeitos defendem a liberação de um Auxílio Financeiro aos Municípios (AFM), que a União pode liberar de forma emergencial, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere o aumento de 1,5% no FPM.

Além disso, os gestores querem a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 94/2023, que visa a recomposição de perdas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com um potencial benefício de R$6,8 bilhões para os 5.570 municípios brasileiros em três anos. O movimento municipalista acontece em conjunto com outros estados do Nordeste.

A reportagem entrou em contato com o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados Federais e Senado Federal) para saber um posicionamento dos órgãos sobre a mobilização dos prefeitos baianos, mas os dois sugeriram falar diretamente com os senadores e deputados. O Tribunal de Contas da União também foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

Prefeituras querem reduzir alíquota patronal do INSS

As prefeituras também reivindicam a redução da alíquota patronal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 22,5% para 8%. O Projeto de Lei 334/2023, que desonera a folha salarial de 17 segmentos privados, será votado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29). Segundo o presidente da UPB, Quinho, os prefeitos baianos desejam incluir as prefeituras na lista de contemplados, caso o PL seja aprovado.

Para o grupo municipal, a atual alíquota somada às perdas do FPM inviabiliza a manutenção dos empregos. “Para você terem uma ideia da dimensão disso, os times de futebol, que não têm que prestar assistência social e saúde, pagam até 5% [de alíquota patronal do INSS]. É um gargalo muito grande. Nós vamos fazer uma verdadeira luta no Congresso Nacional. Não tem mais como aceitar que um município pague 22,5% de INSS patronal”, destaca Quinho. Se aprovado, o PL atingirá 370 municípios baianos com até 143 mil habitantes.

Municípios mais prejudicados com as perdas nos repasses do FPM

1- Adustina - 14.166

2- Andaraí - 13.406

3- Antas - 14.453

4- Aporá - 16.909

5- Aramari - 9.781

6- Arataca - 8.219

7- Banzaê - 11.869

8- Bom Jesus da Serra - 9.572

9- Bonito - 15.837

10- Brejões - 12.914

11- Brejolândia - 9.114

12- Buerarema - 16.880

13- Caetanos - 13.242

14- Caldeirão Grande - 13.063

15 - Candiba - 13.007

16 - Canudos - 15.906

17- Central - 16.223

18- Conceição do Almeida - 15.401

19- Cotegipe - 13.059

20- Dário Meira - 10.025

21- Heliópolis - 12.301

22- Igrapiúna -13.077

23- Itaguaçu da Bahia - 13.116

24 - Itapebi - 9.779

25 - Jandaíra - 9.112

26- Maiquinique - 9.452

27- Mairi - 16.122

28- Malhada - 15.426

29- Manoel Vitorino - 13.327

30- Mascote - 11.991

31 - Mirangaba - 15.050

32 - Nilo Peçanha - 12.032

33- Nova Canaã - 15.959

34- Novo Triunfo - 10.666

35- Pé de Serra - 13.242

36- Pedro Alexandre - 14.056

37- Pintadas - 9.805

38 - Piripá - 9.158

39 - Piritiba - 17.549

40- Rio do Antônio - 13.098

41 - Rio do Pires - 9.585

42- Santa Terezinha - 9.790

43- São Félix - 10.946

44 - Sátiro Dias - 16.021

45- Sebastião Laranjeiras - 9.373

46- Serra Dourada - 16.691

47- Serrolândia - 13.320

48- Souto Soares - 16.904

49- Tapiramutá - 15.884

50- Ubatã - 18.161

51 - Umburanas - 13.511

52 - Urandi - 15.365

53- Utinga - 16.285

54- Várzea da Roça - 13.043

55- Marcionílio Souza - 9.256

O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) divulgou na noite desta segunda-feira (28) o diagnóstico laboratorial positivo para meningite bacteriana (Neisseria meningitidis) em uma paciente de 24 anos, residente em Alagoinhas, no nordeste da Bahia.

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a paciente está internada no Hospital Regional Dantas Bião (HRDB) em isolamento. Também foram iniciadas pelas equipes de vigilância epidemiológica do Estado e Município a identificação e profilaxia das pessoas que tiveram contato com a mulher.

Entre 1º de janeiro e 8 de agosto de 2023 foram confirmados 251 casos de meningite, sendo 106 bacteriana, 55 viral, 15 por outra etiologia e 75 não especificados. Do total de pacientes confirmados com a doença, 47 vieram à óbito. No mesmo período de 2022 foram confirmados 253 casos de meningite e 48 óbitos.

A doença
A doença é caracterizada pela inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.

A meningite bacteriana pode ser transmitida pelo doente através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. A forma mais eficaz de prevenção são as vacinas e o Sistema Único de Saúde disponibiliza três tipos. São elas:

• Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;

• Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;

• Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

Três envolvidos na chacina que vitimou nove pessoas na colônia JK, em Mata de São João, foram localizados na madrugada desta terça-feira (29), por policiais civis. Dois deles foram mortos em confronto e um foi preso.

Segundo informações da Polícia Civil, eles estavam escondidos em uma área de mata. Na ação, um foi preso em flagrante por homicídio qualificado e outros dois resistiram atiraram contra os policiais. Segundo a polícia, os dois foram baleados, socorridos para o hospital, mas não resistiram.

O quarto envolvido ainda está sendo procurado dentro de uma região de mata", explicou a diretora do Depom, delegada Christhiane Inocência.

Participam da operação policiais do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core).

Com os criminosos foram apreendidos duas pistolas, carregadores, munições, rádios comunicadores e porções de drogas. As oitivas seguem para identificar a motivação do crime. Todo material apreendido será encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT). O custodiado segue preso à disposição do Poder Judiciário.

Após 11 temporadas, o The Voice chegará ao fim. Segundo o portal Notícias da TV, a emissora decidiu cancelar a atração após frustração com o resultado financeiro e de audiência da edição que foi ao ar no ano passado.

A décima segunda temporada, marcada para novembro, está confirmada e será a última do formato na emissora dos Marinho.

Ainda segundo a publicação, no entanto, a Globo cogitou não transferir a temporada de despedida, mas as inscrições foram abertas, e a página segue ativa no Gshow. As gravações devem começar em outubro.

Fátima Bernardes será a apresentadora da edição 12, com exibição prevista para as terças e quintas. A ideia é fazer algo especial para a última temporada, como o fechamento de um ciclo, com surpresas, convidados especiais e homenagens aos momentos mais marcantes da história do reality, que não revelou nenhum sucesso no mundo da música.

O problema é que as cotas comerciais ainda não foram vendidas, e a emissora vai ter que tirar dinheiro do próprio bolso para colocar o programa no ar, diz o portal. O problema das vendas ocorre devido a falta de novidades da atração, o que afugenta o mercado publicitário, que prefere investir suas verbas em produtos mais inovadores.

A agência on-line de viagens 123 Milhas anunciou nesta segunda-feira (28) que iniciou um “plano de reestruturação interna”, com a demissão de alguns funcionários e colaboradores. A empresa não informou quantos profissionais serão dispensados.

Segundo a 123 Milhas, a redução do quadro de funcionários tem como objetivo adequar a companhia a um novo contexto de mercado. “Essa difícil decisão faz parte das medidas para mitigar os efeitos da forte diminuição das vendas. A empresa está trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira”, diz a nota da 123 Milhas.

A decisão da 123 Milhas de suspender a emissão de passagens e a venda de pacotes promocionais com embarques previstos para o período entre setembro e dezembro deste ano deixou clientes à deriva e mergulhou a empresa em uma grave crise, que pode terminar em severas sanções e até mesmo na paralisação temporária de suas atividades.

A medida afetou viagens vinculadas à linha Promo, que corresponde a 7% dos embarques da companhia em 2023. Segundo a 123 Milhas, a suspensão “deve-se à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos”, entre os quais “a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada”.

Fundada em 2017, em Belo Horizonte (MG), a empresa intermedia a compra e a venda de milhas aéreas para os clientes. A empresa compra milhas acumuladas que não são usadas pelos clientes dos programas de milhagem das companhias aéreas e as utilizam para emitir passagens, vendendo pacotes ao consumidor final a preços competitivos.

Em pouco tempo, a 123 Milhas se tornou a maior agência on-line de venda de passagens no Brasil. No início do ano, a 123 Milhas anunciou uma fusão com a concorrente Max Milhas, união que somava R$ 6 bilhões em vendas.

A empresa tem como sócios Ramiro Julio Soares Madureira, Augusto Julio Soares Madureira (administradores) e Cristiane Soares Madureira do Nascimento (que consta como sócia pela empresa Novum Investimentos Participações). Na semana passada, a CPI das Pirâmides Financeiras, da Câmara dos Deputados, aprovou a convocação dos gestores e a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa e de seus sócios.

A chacina que deixou nove mortos em Mata de São João na madrugada desta segunda-feira (28) teria sido motivada por conflito entre traficantes. Na Colônia JK, onde um imóvel foi invadido, vivia um homem identificado 'Preá', que seria integrante da facção Tropa. Ele era o alvo do ataque de homens da grupo criminoso Bonde do Maluco (BDM). No entanto, além dele, outro homem, quatro mulheres e três crianças foram mortas durante a ação.

Uma moradora, que prefere não se identificar, conta que sete das vítimas, todas da mesma família, moravam há pouco tempo nas casas onde foram mortas. As outras duas vítimas eram vizinhas que foram mortas na frente de casa ao sair para ver o que estava acontecendo. "Eles chegaram tem pouco tempo, mas esse Preá era envolvido de outra facção. Como todo mundo ficava no mesmo lugar, vieram pegar um, mataram nove", conta ela, que acordou assustada com os tiros por volta das 3h.

Na região, há uma atuação do BDM e a ação seria uma represália a tentativa da Tropa se estabelecer na zona rural de Mata de São João. Por conta do medo, muitos dos moradores preferiram não falar com a reportagem sobre a motivação do crime e a atuação dos dois grupos criminosos na região.

Ainda no local do crime, nenhuma fonte oficial da Polícia Civil ou da Polícia Militar, que reforça o policiamento na área, conversaram com a imprensa. Diligências já estão sendo realizadas e moradores ouvidos para a investigação do caso.

 

Em um muro da Rua Campo do Ideal, a tinta branca foi usada na tentativa “simbólica” de apagar a mais perigosa aliança do crime organizado feita recentemente na Bahia. É no final de um beco na cidade de Santo Amaro, no Recôncavo, que está escancarada essa parceria, que promete tornar ainda mais sangrentos os conflitos do tráfico de drogas no estado. Afinal, o Terceiro Comando Puro (TCP) é a segunda maior facção do Rio de Janeiro, e, por isso, arquirrival do Comando Vermelho (CV), que já está pulverizado em terras baianas.

Há cerca de quatro meses os santamarenses do bairro do Bonfim acordaram com as paredes de suas casas, muros e estabelecimentos comerciais pichados com a sigla do Bonde do Maluco (BDM) sobre as iniciais do TPC. De acordo com o universo das organizações criminosas, isso significa que a facção local, neste caso o BDM, a maior facção criminosa da Bahia, está “fechada”, que é a mesma coisa de “aliada”, com o TCP.

O CORREIO esteve em Santo Amaro na quarta-feira (23), um dia após uma grande operação da Polícia Militar na cidade (saiba mais abaixo). O clima ainda era tenso entre os moradores. Pouquíssimos aceitaram falar, mesmo com a garantia da preservação da identidade.

Entre inúmeras tentativas, a reportagem conseguiu falar com um senhor que teve a casa marcada com as inscrições. “Logo após a primeira semana de abril, a gente dormiu e acordou com tudo riscado. A gente ficou sabendo o que realmente se tratava, quando no mesmo dia eles (traficantes) divulgaram um vídeo mostrando as porcarias que fizeram e ainda exibiam armas para pôr medo”, disse. “Todo mundo ficou apavorado de o outro grupo chegar aqui atirando, com raiva, e por isso nos unimos e apagamos a maioria das pichações. Você percebe que a tinta é de muito tempo”, contou ele, passando a mão sobre o local, depois de fazer referência ao CV, que também atua na cidade, mas em menor proporção.

Todas as pichações estão concentradas na localidade conhecida como Ideal, fundo da igreja que leva o nome do bairro. Lá, a reportagem localizou apenas uma inscrição com mais de 50% de preservação, na Rua Campo do Ideal, onde só é possível passar um carro por vez. “Aqui sempre foi um ambiente familiar, onde todo mundo se conhece. Mas depois que essa turma chegou há um tempo e escreveu isso tudo nas paredes, ninguém mais tem paz. Basta escurecer que todo mundo fica em casa e eu nem posso conversar muito com você, porque o pessoal deles fica xeretando, principalmente quando tem alguém de fora”, disse ele, antes de encerrar a conversa.

“Dobradinha”

A aproximação entre o BDM e o TCP se deu através do traficante santamarense conhecido como Cabeça, quando há alguns anos cumpria pena em Bangu 1, no Rio. De volta a Santo Amaro, Cabeça gerencia o tráfico nos bairros de Nova Santo Amaro e Sacramento, uma das principais áreas de atuação do BDM.

Até a chegada da notícia da “dobradinha”, era sabido que o BDM tinha o apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa de São Paulo e a maior do país. A relação entre as duas foi construída com o PCC fornecendo drogas e armas. Porém, não se sabe ao certo se acabou, mas o que é de conhecimento em Santo Amaro, inclusive comentado pelos próprios policiais, é que essa aliança teria sido rompida, por vários motivos.

O primeiro e mais importante seria o fato de o PCC não se estabelecer na Bahia, como fez em Sergipe, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. Desta forma, o BDM vem enfrentando grandes batalhas com o fortalecimento do CV em Salvador e sua expansão para outras cidades.

“Além do agravamento na disputa por territórios, esse Terceiro Comando Puro tem o modo de operação muito mais agressivo, mais do que o PCC. Tudo indica que o PCC tinha objetivos maiores ligados ao tráfico internacional e talvez não tivesse dando a assistência que o BDM necessita”, avaliou o especialista em segurança pública, o coronel Antônio Jorge, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio FIB da Bahia.

O segundo ponto é que já havia o desejo do TCP de se fixar na Bahia, por causa da dimensão territorial, e também pela facção e o BDM terem um mesmo inimigo em comum, o CV. Mas essa perigosa “dobradinha” pode ter outro efeito. O surgimento de mais uma nova organização criminosa. “Tudo vai depender como as peças serão mexidas nesse tabuleiro. Não foi à toa que a Secretaria da Segurança Pública fez recentemente um acordo com a Polícia Federal, criando uma espécie de força-tarefa, pois a tendência é que haja um agravamento neste cenário de disputas”, comentou o coronel Antônio Jorge.

Um vídeo de quando as casas, muros e estabelecimentos comerciais no Ideal foram pichados com as siglas do BDM e TCP voltou a circular nas redes sociais na semana passada. “A gravação é velha. Fizeram isso agora para acabar com uma festa que iam fazer no final de semana”, disse uma moradora, alegando que o evento terminaria na manhã do dia seguinte.

Apesar de antiga, a gravação viralizou no final de semana dos dias 19 e 20 de agosto e causou temor na cidade. Dias depois, dois suspeitos foram mortos durante a Operação Aila da Polícia Militar em Santo Amaro. Com os criminosos, a polícia apreendeu pistola, revólver, coletes balísticos e R$ 4,8 mil. Os PMs realizavam incursões no bairro da Candolândia, território do BDM / TCP, quando trocaram tiros com dez homens armados.

O comandante da 20ª Companhia Independente (Santo Amaro), major Marcos Davi, nega que o motivo da operação tenha sido o vídeo, justificando que a ação já estava planejada para reprimir a criminalidade na cidade. Questionado sobre a chegada do TCP no município, ele disse não saber. “A gente acompanha a atuação do crime, essa organização que foi citada, não tenho conhecimento da atuação dela aqui na cidade, mas a Secretaria de Segurança Pública vem usando medidas para conter esse avanço do crime aqui no estado”.

Confrontado sobre a existência das siglas, que representam a aliança entre as facções, o comandante disse que “as respostas estão sendo dadas". "Qualquer iniciativa de uma dita organização que tentar ser o estado paralelo será severamente reprimida. O exemplo maior tivemos agora e não vamos parar por aqui”, complementou, fazendo referência ao resultado da operação, que terminou com os dois homens mortos em Candolândia.

Como surgiu o TCP

A facção tem seus primórdios no extinto Terceiro Comando, atuante nas décadas de 1980 e 1990. Alguns líderes do TC naquela época eram os criminosos Zacarias Gonçalves, Zaca Jorge Zambi, Pianinho, Pitoco da Vila Aliança, Robertinho de Lucas, Adilson Balbino, dentre outros.

Em 1998, o Terceiro Comando aliou-se à facção recém-criada Amigos dos Amigos (ADA), ampliando seus domínios. Por volta de 2002, o TCP surgiu a partir de uma dissidência do TC, chegando a coexistir com esta última e o ADA.

Após 11 de setembro de 2002, quando Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, liderou uma revolta no presídio Bangu I, matando alguns rivais, entre eles Uê, um dos líderes da união TC/ADA, Celsinho da Vila Vintém, da facção ADA, que não foi morto durante a rebelião, foi acusado de traição, o que gerou o rompimento definitivo da aliança com o ADA. Assim, os traficantes do quase extinto TC pularam para o TCP e outros para o ADA. Foi nessa cisão que os integrantes da facção decidiram colocar o P de Puro na sigla da facção, realçando que os que continuaram no Terceiro Comando eram criminosos "puros" e "sem mistura".

Após a morte de Robinho no final de 2007, quem se tornou o primeiro homem na hierarquia de Senador Camará, bairro da Zona Oeste carioca, foi o traficante Marcio José Sabino, mais conhecido como Matemático, que assumiu o controle de seus postos de venda de droga até ser morto em uma emboscada em maio de 2012.

Hierarquia

Ao contrário da sua arquirrival, o Comando Vermelho, a facção Terceiro Comando Puro tem uma hierarquia descentralizada. Cada “dono” de comunidade só responde por ela, sem receber interferências de outros líderes da cúpula da facção. O TCP não tem uma hierarquia definida e nem um alto conselho para decisões da facção, e cada dono mantém seu poder na própria comunidade ou naquela comunidade em que ele ajudou a “tomar”.

No cenário de guerra, cada dono cede homens ou armamentos para a empreitada criminosa. No fim, esses donos vão ter suas “fatias” naquela comunidade caso a facção tenha êxito na empreitada.

SSP/BA

O CORREIO procurou a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) para saber como a pasta está lidando com a chegada de mais uma facção de fora na Bahia e o que está fazendo para impedir que outras não façam a mesma coisa. Perguntou também se a SSP-BA já vinha monitorando o TCP e quais as consequências que a organização criminosa pode trazer para o cenário violento do estado. A reportagem questionou ainda se a pasta teve conhecimento que uma das lideranças da facção, conhecida como Genaro, esteve em Ilhéus, no litoral sul do estado, para recrutar baianos para a organização. Até a publicação da reportagem não houve resposta.