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Bahia com Tudo

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A quantidade de armas novas registradas na Bahia deu um salto nos últimos quatro anos. Nos três primeiros meses de 2019, foram 400 registros novos de armas de fogo no estado. Neste ano, o número cresceu para 1.363, o que representa um aumento de 240%, segundo dados da Polícia Federal. A escalada se dá em um momento em que o governo federal se mostra favorável ao armamento da população.

Vinícius Neves, 35, tem em sua árvore genealógica amantes de armas de fogo. Por conta da família morar na zona rural, no interior do estado, onde o policiamento é fraco - quando não, nulo -, o advogado se acostumou a ter pessoas armadas ao seu redor. Ele conta que um de seus tios chegou a ser campeão de tiro em uma competição no Espírito Santo.

Quando medidas do governo Bolsonaro passaram a flexibilizar a posse de armas no país, Vinícius, que mora atualmente em Vitória da Conquista, decidiu comprar a sua primeira e, por enquanto, única arma. “Quando teve essa oportunidade que flexibilizou um pouco o acesso, eu decidi ter. Quando eu comprei, achei que fosse ficar muito mais ativo no clube de tiro, mas não foi o que aconteceu, por conta do tempo e do custo”, diz o advogado.

Sua arma é uma pistola G2C - 9mm e foi comprada em 2019 por R$ 4.500. Atualmente, Vinícius Neves frequenta o clube de tiro uma ou duas vezes ao mês. Apesar de nunca ter precisado utilizar a arma, diz que a posse transmite sensação de segurança. O advogado não possui o porte de armas, mas pode andar com a pistola se estiver no trajeto entre sua casa na cidade e a fazenda, a cerca de 160 quilômetros de distância.

“Já passei por dois assaltos e sei como é estar com uma arma apontada para a cara ou colada no peito. Lógico que ter uma arma não evita passar por situações como essas, mas possibilita que eu tenha o direito de reação, se eu for capacitado para isso”, diz Vinícius, que pretende adquirir mais armas em breve.

Pequeno arsenal

Em fevereiro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro assinou quatro decretos que flexibilizaram o uso e a compra de armas de fogo no Brasil. Uma das medidas foi justamente o aumento do número de armas que o cidadão comum pode adquirir, que subiu de quatro para seis. O governo também passou a permitir o porte simultâneo de duas armas.

Para Sandro Cabral, professor de estratégia no setor público no Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa - e na Universidade Federal da Bahia (Ufba); e autor de trabalhos na área de segurança pública, a posse e o porte de armas além de não diminuírem a violência, transferem a responsabilidade de conter o crime para os cidadãos comuns. Esses que, muitas vezes, podem não ter recebido o treinamento correto.

“Imagine você ser vítima de um assalto. É horrível ter o celular roubado, mas se tem alguém armado ali, a chance de alguém reagir é maior e o prejuízo que poderia ser só o celular, pode ser a vida [...] Querer armar a população é uma forma de eximir a polícia da sua responsabilidade de patrulhar e fazer investigações”, afirma Sandro Cabral.

Tradição

O médico cirurgião Wanilton Rios, 52, ganhou sua primeira arma como um presente de seu pai, quando tinha 14 anos. Era uma de pressão. Desde novo acostumado a conviver com armas de fogo em Mairi, onde nasceu, hoje o médico tem porte legal de três armas.

Wanilton vive em Senhor do Bonfim e possui o certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). O médico nunca precisou utilizar as armas para se defender e faz uso delas em clubes de tiro especializados.

“Uma coisa é atirar em uma silhueta metálica em um clube, outra é atirar em um ser humano. São completamente diferentes e eu não sei se todos estariam preparados para isso”, afirma.

Apesar de ser a favor da posse, Wanilton acredita que é preciso ter cautela. “Tem ocorrido um incentivo [do governo], que antes não existia, e eu sou a favor que a pessoa possa ter sua arma se for idônea e tiver tudo legalizado. Mas tem que saber também que o que acontecer com ela [arma] é de sua responsabilidade”, diz.

Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o advogado Ivan Marques explica que em sociedades onde a violência já predomina, o uso de armas não torna a cidade ou país mais seguro. “Experiências feitas no mundo inteiro apontam que a arma de fogo sozinha não costuma ser geradora de violência. Mas em sociedades que já apresentam comportamentos violentos, como é o caso da Bahia e do Brasil todo, isso estimula o uso de armas em conflitos interpessoais. O que acaba gerando mais mortes do que se as armas não estivessem presentes”, diz.

Em janeiro de 2019, no início de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro flexibilizou a posse de armas para moradores de áreas rurais ou de cidade ou estado em que a taxa de homicídios seja superior a 10 para cada 100 mil habitantes. A Bahia possui taxa de 8,8 mortes para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Monitor da Violência, feito pelo G1.

No primeiro ano de flexibilizações para a posse de armas, o estado registrou 5013 homicídios dolosos - o número significa uma queda de 6% em relação ao ano anterior, quando houve 5346 mortes do tipo. Três anos depois, quando adquirir uma arma se tornou mais fácil, o quantitativo saltou para 5532, em 2021, o que representa um aumento de 10% no número de mortes violentas na Bahia. Em 2020 foram 5360 homicídios, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que não específica se os homicídios no estado foram causados por arma de fogo.

Acidentes

Casos que resultam em mortes com disparos acidentais de armas de fogo não são incomuns na Bahia. Na segunda-feira (13), um menino de 12 anos morreu após ser baleado pelo irmão de 8 anos, na zona rural de Remanso. O menino mais novo estava com a espingarda do pai e, ao tentar carregar a arma, acabou disparando.

Quando a polícia chegou ao local, encontrou Wagner Lopes de Almeida morto. O pai dos meninos e dono da arma poderá responder por posse irregular de arma de fogo e omissão de cautela, segundo a Polícia Civil.

Em abril deste ano, um menino de 10 anos também faleceu após ser atingido por um disparo acidental de espingarda no povoado de Santa Maria Eterna, em Belmonte. Pedro Jorge Vale Nascimento estava limpando o quintal de casa com o irmão mais velho.

Pessoas comuns têm mais acesso
De todas as 11 categorias de pessoas que podem ter registro de armas de fogo, a de cidadãos é a que possui a maior quantidade de armas novas, ainda de acordo com dados da Polícia Federal. Do total de 1.363 armas no estado, 1.092 são de pessoas comuns - o equivalente a 80%.

Em seguida, estão as pessoas que possuem armas por conta da função pública que ocupam (164) e empresas de segurança privada (87%). Exceto em 2020, quando houve um número atípico de registros de armas para órgãos públicos, em todos os outros anos, os registros para cidadãos lideram o ranking.

Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, afirma que em alguns momentos o uso de armas de fogo por pessoas comuns pode ter êxito. Como, por exemplo, se alguém invade uma casa e o proprietário percebe antes que seja tarde. Mas, em geral, a diretora acredita que as armas causam mortes desnecessárias.

“A arma não mata ninguém sozinha, obviamente, mas ela catalisa situações que não precisariam do uso de armas, como brigas entre vizinhos e no trânsito. Também temos percebido que tem aumentado o percentual de mulheres mortas em residências por arma de fogo”, afirma Carolina Ricardo. O Instituto Sou da Paz tem a missão de contribuir para a implementação de políticas públicas de segurança eficientes.

Armas legais vão para o crime
As armas de fogos são um bem visado por criminosos em todo o país, tanto pelo seu valor como pela sua função. Por isso, acabam indo facilmente parar no mundo do crime, através da venda direta ilegal ou assaltos.

Um estudo feito pelo Instituto Sou da Paz em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santos, apontou que 30% das armas usadas em crimes que tinham número de série vieram do mercado legal. A análise foi feita com 8.862 armas apreendidas no estado. Da amostra de 1.404 com número de série, 420 estavam registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm).

“O estudo aponta que 73% das armas apreendidas no crime são nacionais, o que derruba aquele mito de que elas vêm só pelas fronteiras do país”, diz Carolina.

Para Ivan Marques, advogado e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estudo mostra que as armas não nascem ilegais, mas que acabam indo parar nas mãos do crime organizado.

“É muito raro ver uma arma artesanal fabricada em algum fundo de quintal. A maioria das armas apreendidas pela polícia em crimes são nacionais e vendidas no Brasil. Isso quer dizer que a arma não foi desviada na fábrica, ela foi vendida para alguém que perdeu para o crime”, explica Ivan Marques.

Uma operação policial realizada no Espírito Santo e mencionada no estudo do Instituto Sou da Paz, descobriu que um grupo criminoso recrutava pessoas para se inscrevessem como CACs, terem acesso legal às armas e depois repassá-las. Mas, além de casos como esses, armas também podem parar no crime através de assaltos.

“Ainda que bem intencionado, um cidadão que leva uma arma para casa, corre o risco dessa mesma arma parar na mão de criminosos”, acrescenta o advogado

A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança da Bahia foram procuradas, mas não forneceram dados sobre a quantidade de armas de fogos legais apreendidas em operações policiais no estado.

Como ter acesso às armas de fogo legalmente
Para cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes no país conseguirem ter acesso a arma de fogo, é necessário ter idade mínima de 25 anos; declarar necessidade de possuí-la; comprovar idoneidade (apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais); apresentar documento comprobatório de ocupação e residência além na necessidade de comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica.

Preenchendo os requisitos, é preciso realizar uma solicitação através do GOV.BR e comparecer à unidade da Polícia Federal selecionada para a entrega da documentação necessária.

Quando a arma for enfim adquirida, deve ser registrada em um prazo de até 15 dias. Neste processo é expedida a guia de trânsito, que autoriza o transporte da arma do estabelecimento comercial ao local de guarda.

A reportagem entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública (SSP) em busca de dados sobre o número de homicídios, feminicídios e lesões corporais seguidas de morte ocorridos nos últimos quatro anos no estado, mas até a públicação desta reportagem não houve resposta. A Polícia Federal (PC) também foi procurada para informar os tipos de armas de fogo mais registrados na Bahia no mesmo período, mas não houve retorno.

A dois anos para a abertura da Olimpíada de Paris (França), o Comitê Organizador divulgou nesta segunda-feira (25) o calendário oficial de eventos que ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto de 2024. “Vamos abrir os Jogos para todos”, é o lema da edição dos Jogos de Paris. A mensagem visa chamar a atenção para a equidade de gêneros nos esportes.Comitê Organizador apresenta calendário oficial da Olimpíada de ParisComitê Organizador apresenta calendário oficial da Olimpíada de Paris

Durante os 19 dias de competição serão 329 eventos esportivos. A cerimônia de abertura será no dia 26 de julho, mas dois dias antes já começam as disputas de futebol, handebol, rugby e tiro com arco.

A partir do dia 27 de julho ocorrerão as disputas por medalhas no ciclismo (contrarrelógio feminino e masculino), judô, esgrima, saltos ornamentais, rugby sevens, tiro, natação e skate.

De acordo com o calendário, a final do skate street masculino será no próprio dia 27 de julho, e a do feminino no dia seguinte. Nos Jogos de Tóquio, os brasileiros Kelvin Hoefler e Rayssa Leal faturaram uma prata, cada um, no street. Já a disputa do pódio no estilo park terá início em 7 de agosto.

O torneio de surfe, cujo primeiro campeão foi o potiguar Ítalo Ferreira, em Tóquio, está previsto para o período de 28 de julho a 7 de agosto. As regatas da vela ocorrerão no mesmo período, em Teahupoo, na Polinésia Francesa, a 15 mil quilômetros de Paris. As brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze – ouro duas vezes, na Rio 2016 e em Tóquio 2020 – devem ir em busca do tricampeonato.

Já as disputas do atletismo, serão de 1º a 11 de agosto, no Stade de France e nas ruas da capital francesa. A disputa da final dos 400 metros com barreiras está prevista para o dia 9 de agosto e deve contar com a presença do paulista Alison dos Santos, bronze nos Jogos de Tóquio, e ouro na última terça (19), no Mundial de Atletismo em Eugene, no estado do Oregon (Estados Unidos).

Tantos as disputas de atletismo como da natação (27 de julho a 4 de agosto) ocorrerão a partir das 20h30. As provas de maratona aquática, cujo ouro nos 10 km em Tóquio foi da baiana Ana Marcela Cunha, serão disputadas no Rio Sena, que corta Paris – nas proximidades da Ponte Alexandre III – nos dias 30 a 31 de julho.

As provas individuais da Ginástica Artística começam em 1º de agosto. É grande a expectativa por mais uma participação da brasileira Rebeca Andrade em Paris: a ginasta voltou da última edição em Tóquio com uma prata (individual geral) e um ouro (salto). As finais (feminina e masculina) por aparelhos ocorrerão de 3 a 5 de agosto.

Na última edição em Tóquio, o Brasil conquistou 21 medalhas (sete delas de ouro).

Une invitation lancée au monde entier, à venir vivre ensemble des émotions nouvelles !

Vous êtes à 1'30 min de découvrir le slogan de nos Jeux Olympiques ET Paralympiques #EnRoutePourParis2024 pic.twitter.com/t8Fzn41dgU

— Paris 2024 (@Paris2024) July 25, 2022

Entre os mais de 11 milhões de eleitores aptos para votarem nas eleições de novembro deste ano, a Bahia tem menos de um milhão destes com filiação partidária, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. O estado conta com 966.736 pessoas que integram oficialmente partidos políticos nas eleições deste ano.

O número é maior do que os da eleição de 2018, quando o estado tinha 945.963 filiados, mas é menor do que em 2020, quando 990.003 pessoas estavam filiadas. Uma redução de 23.267.

Os partidos com mais filiados na Bahia, segundo o TSE, são União Brasil e PT. Criado em fevereiro deste ano após fusão dos partidos DEM e PSL, o União tem 86.676 filiados. Já o Partido dos Trabalhadores conta com 86.087 filiados no estado.

MDB com 78.376, PP com 72.597 e PSDB com 58.069 fecham o top cinco dos partidos com mais filiados na Bahia. O PL é o oitavo com 50.384 e o PDT é o nono com 46.156. PTB e Republicanos estão à frente em sexto e sétimo, respectivamente. O PCdoB é o 10º.Entre o grupo de filiados, os homens são maioria com 55% do grupo, contra 45% de mulheres. Eles são 528.798 e elas 437.832. Também são maioria o grupo de solteiros, com 49%. Os casados são 42%, enquanto 5% são divorciados e 4% viúvos.

Os dados do TSE também detalha o grau de instrução entre os filiados. A maior fatia é de pessoas com ensino médio completo. Eles representam 29,24% do grupo. Em seguida, com 21,13% estão as pessoas com ensino fundamental incompleto. Os filiados com nível superior representam 12,44% do grupo, enquanto 3,38% são de analfabetos.

Ainda entre os filiados, o grupo etário mais representado é o de pessoas entre 45 e 59 anos. Eles são mais de 155 mil entre mulheres e mais de 190 mil entre homens. O segundo maior grupo etário na Bahia é entre 35 e 44 anos, com mais de 91 mil mulheres e mais de 110 mil homens.

As estatísticas de filiação partidária na Bahia ainda apontam que dos mais de 900 mil filiados, 601.876 integram bases partidárias há mais de 10 anos. Enquanto 203.581 são filiados entre 5 e 10 nos, e 152.250 são filiados entre 1 e 5 anos. Por fim, 9.029 são filiados há menos de um ano.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou hoje (25) o edital para preencher vagas adicionais de agentes censitários temporários que atuarão no Censo 2022.

A previsão do certame é que os agentes cumpram as demandas pelo período de 5 meses, que poderão ser prorrogados de acordo com as atividades e com os recursos disponíveis pelo IBGE.

As inscrições para a seleção são gratuitas e podem ser efetuadas pelo site do instituto. Para agente censitário municipal, 119 vagas serão preenchidas. Para supervisor, 279 funcionários serão contratados. O IBGE exige, entre outras documentações, comprovante de conclusão do ensino médio e habilidades com planilhas digitais. Os salários vão de R$ 1,7 mil a R$ 2,1 mil, com auxílio transporte e auxílio alimentação. A Carga horária é de 8 horas diárias.

O aumento de 65% no percentual de empréstimos na Bahia já reflete também no número de endividados no estado. Segundo o indicador Serasa de inadimplência do consumidor na Bahia, mais de 4,1 milhões de baianos estavam com dívida em aberto em maio deste ano. No mesmo período de 2021, eram 3,9 milhões, o que representa aumento de 6,5% no número de consumidores inadimplentes. No mesmo período deste ano, o valor das dívidas negativadas superou a faixa de R$ 13 bilhões, alcançando o maior valor em quatro anos. As restrições para quem tem o nome de Serasa são o acesso ao crédito, por conta da redução do score de crédito do consumidor.

A pesquisa é complementada por afirmação da última pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor divulgada pela Fecomércio-BA, cujo levantamento mostra aumento no número de pessoas que não conseguem pagar o crédito que tomaram emprestado. Em junho, a taxa de famílias com contas em atraso chegou a 38,2%, quinta alta consecutiva e patamar mais elevado desde 2013. Atualmente, são 356,5 mil famílias inadimplentes, um aumento de 117 mil em relação ao mesmo período do ano passado.

A professora municipal de Salvador, Sarajane Bispo, 52, precisou contrair alguns empréstimos entre 2019 e 2020 para cuidar da saúde. Com esclerose múltipla, foi necessário pagar consultas caras, remédios, e até tentar um atendimento melhor em São Paulo. Passagens e hospedagens se somaram aos gastos e, no final, a servidora havia contraído cerca de R$ 15 mil no empréstimo consignado.

“Eu tenho renda pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], pelo governo do estado e pela prefeitura de Salvador, então o empréstimo foi distribuído em vários bancos: uma parte no Banco do Brasil, outra no Banco Bradesco, e outra no Banco Pan. Algumas já quitei, mas outras ainda tem parcelas, tem o valor real para quitar. Não foi de vez um valor só, eu pagava e financiava. A coisa foi muito grotesca, hoje eu sei disso, mas na época eu achava que era 'ok'”, conta Sarajane.

A professora conta que chegou um período que começou a perder o controle das dívidas. “De 2019 para 2020, eu refinanciava empréstimo, uma bola de neve. Tem mais ou menos um ano que estou tentando quitar pelo menos esses empréstimos e agora está mais difícil. As pessoas devem respirar e contar até 10 antes de tomar um empréstimo, você acaba pegando um empréstimo e paga outros três”, diz Sarajane, que tem feito cursos de organização de finanças para lidar melhor com o dinheiro.

Em 2019, com a pandemia e o medo da recessão, os governos diminuíram os juros, chegando a oferecer taxas de 2% ano ano. O efeito disso, segundo o consultor da Fecomércio, foi um estímulo ao consumo e uma maior facilidade na concessão de empréstimos. No entanto, a inflação continuou a aumentar e, com ela, os juros das parcelas do empréstimo anteriormente contraído.

“Com esse estímulo a subida de juros ficou muito rápida, deixando esse crédito mais caro para pagar juros, e veio a inflação muito forte. Então as famílias não conseguiram equilibrar as contas e foi virando uma bola de neve”, afirma.

Têm dívidas? Saiba o que fazer:

*Não se desespere - o desespero pode atrair ainda mais dívidas e dificulta a reorganização financeira;

*Faça orçamento doméstico - liste os gastos da família com alimentação energia e tudo o que exige dinheiro. Depois identifique elementos que podem ser cortados ou substituídos por algo mais barato;

*Transferência - Use todo o dinheiro que sobrar a partir dos cortes e substituições para pagar as dívidas;

*Valor integral – É importante lembrar que só deve ser negociado o pagamento integral da dívida. Se o orçamento já está 100% comprometido, não tem como negociar parcelas, pois não vai ter como honrar;

*Renda Extra - Se o salário já estiver 100% comprometido, é necessário buscar alguma atividade que gere renda extra

Fonte: Edval Landulfo, economista, conselheiro do Corecon-Bahia e especialista em educação financeira.

Cuidados que evitam endividamento:

Recorrer a empréstimo só em caso de urgência - nunca é o momento de pegar empréstimo ou fazer financiamento, a não ser que seja por uma situação de emergência e a pessoa não tenha de onde tirar recursos;

Calcule os juros e analise a melhor opção - é preciso fazer todos os cálculos das prestações. Por exemplo: se pegou R$ 1.000 e vai ter entre 24% a 50% de juros sobre esse valor. É necessário calcular o valor inicial e final para analisar se vale a pena financiar ou tomar o empréstimo;

Use o crédito conforme sua renda - o cartão de crédito não é extensão da renda. De R$ 10 em R$ 10 vem aquela fatura bomba, que você nunca sabe no final quanto vai pagar. Para quem já tem planejamento, pode utilizar o cartão de crédito principalmente onde não vai ganhar desconto, mas para isso a pessoa precisa de educação financeira, para saber o preço máximo a pagar na parcela;

Parcelamento de compras - no mercado, os produtos já têm juros, então nessa situação é possível comprar no prazo no momento de inflação prejudicial à compra familiar. O ideal é pagar tudo no crédito e dividir no máximo de parcelas possíveis, porque os juros já estão calculados;

Renda alternativa - o ideal é abrir mão do lazer um pouco mais e buscar uma renda alternativa complementar, oferecer serviços naquilo em que se é bom, por exemplo, e utilizar essa renda extra para pagar prestações ou se alimentar melhor. Para pessoas que não têm possibilidade de fazer trabalhos extras, a solução é não buscar novos empréstimos, mas pedir ajuda aos amigos e à família e explicar que não tem condição a curto prazo para honrar a dívida. Além de fazer cursos para mudar de cargo e ter salário melhor através de conhecimento e aperfeiçoamento técnico;

Atenção ao consignado - no caso do servidor público ou pensionista, há uma facilidade de conseguir empréstimo. Mas os servidores devem observar que apesar de ser um crédito com valor muito mais em conta que qualquer outro, acaba sendo um valor ainda alto em relação a outros países do mundo.

Ex-empresário do Iran de Santana Alves, conhecido como Luva de Pedreiro, Allan Jesus pediu R$ 20 milhões ao influenciador para encerrar a disputa jurídica atual. O valor consta em uma troca de e-mails obtida pelo UOL Esporte, que mostra o trecho de uma negociação entre os advogados dos dois lados em busca de um acordo - até agora frustrado.

Atualmente com aproximadamente 30 milhões de seguidores nas redes sociais, Iran tenta formalizar o rompimento com o empresário do qual se tornou sócio sem precisar pagar a multa rescisória de R$ 5,2 milhões. O valor está previsto no contrato firmado em 25 de fevereiro. O processo envolvendo os dois tramita na Justiça do Rio.

O pedido de R$ 20 milhões veio como contraproposta à oferta inicial do lado de Iran. Os advogados do influenciador de 20 anos confirmaram esse valor à reportagem e afirmaram que recusaram a oferta "imediatamente". O caminho que os representantes do jovem querem fazer é livrá-lo da multa, mas mantendo o pagamento do percentual de Allan em trabalhos fechados na gestão do empresário.

Os termos foram rejeitados por Allan, que então sugeriu o pagamento dos R$ 20 milhões como condição para um acordo. Na conversa entre as partes, o advogado do empresário abre a possibilidade de parcelamento desse montante nos próximos meses, considerando recebíveis nos contratos que Luva vier a fechar. O influencer passou a ser representado pela empresa de Falcão, ex-jogador de futsal.

Iran veio a público nas últimas semanas citando promessas não cumpridas, falta de liberdade e alegações de que não tinha noção exata do teor do documento assinado com Allan há cerca de cinco meses. A principal tese dos seus representantes na busca pelo rompimento do acordo sem pagamento a multa é o argumento de que o jovem influenciador, sem assessoria jurídica na época, era incapaz de compreender o contrato.

"Eu sei lá, nem li, não sabia de nada, não sei, eu não sei muito ler não esse negócio. Sou meio fraco", disse o Cara da Luva, em entrevista à TV Globo.

Allan, por outro lado, alega que seu ex-cliente sabe ler e que fez também a leitura das cláusulas antes da assinatura.

"Iran não poderia ter assinado o contrato sem a orientação de um advogado. Ele não tem capacidade técnica para entender os direitos e deveres estabelecidos pelo contato", disse o advogado Plínio Lemos Jorge, que representa o influenciador.

Contratos milionários: Allan receberia dinheiro na conta da própria empresa
Desde que se uniram, Allan Jesus e Luva de Pedreiro assinaram pelo menos três contratos publicitários que totalizam uma receita de R$ 1,78 milhão, segundo documentos obtidos pelo UOL. O influenciador firmou com Amazon, Pepsi e o TikTok.

Desse montante, R$ 1,52 milhão seria depositado na conta da empresa de Allan, a ASJ Consultoria, da qual Iran não é sócio. O valor designado para a conta conjunta aberta após a formalização da empresa de que a ASJ, Iran e o influencer Victor Mello fazem parte é de R$ 268 mil.

O contrato mais representativo dessa leva negociada por Allan Jesus é o da Amazon. O Luva de Pedreiro é garoto-propaganda do acordo com a Globo/Premiere que levou o futebol à plataforma de streaming. O pagamento é de R$ 1,5 milhão.

Com a Pepsi, o acerto foi de US$ 50 mil (convertidos para R$ 268 mil). Iran participou da divulgação da final da Liga dos Campeões, ao lado da cantora Camila Cabello. É o único contrato cujo destino do dinheiro, segundo o documento, é a conta conjunta entre o influenciador e o empresário. O acordo com a Pepsi ainda levou o influenciador ao Marrocos, em uma viagem pós-briga com Allan e já sob o assessoria da empresa de Falcão. O contrato do TikTok é bem menor, rendeu R$ 20 mil. Allan já tinha dado sua versão para o uso da conta da própria empresa, neste caso:

"Como ainda não tínhamos a empresa, eu precisei emitir nota fiscal e o valor foi depositado na conta da ASJ", explicou ele, em vídeos publicados nas redes sociais, referindo-se ao dinheiro do TikTok e sem citar, no entanto, o valor da Amazon.

Discussão na Justiça terá audiência de conciliação
O UOL também teve acesso ao contrato entre Luva de Pedreiro e Allan Jesus. Em uma das cláusulas, é dito que "não haverá por parte da representante", no caso, Allan, "qualquer tipo de investimento e/ou aporte na carreira ou na divulgação da representada", isto é, Iran. Ao mesmo tempo, há outro trecho do contrato no qual Luva "se compromete a fazer frente a todas as despesas diversas e imediatas que são necessárias para o regular desenvolvimento do projeto, conforme solicitação de Allan".

O empresário, no entanto, diz que investiu cerca de R$ 200 mil desde que iniciou a parceria em fevereiro e adiantou valores a Iran para gastos em geral, como a compra de roupas e celulares.

No processo que tramita na Justiça do Rio, Allan é o réu, já que a iniciativa de romper o contrato é do Luva de Pedreiro. Há uma audiência de conciliação marcada para o dia 26 de julho.

"Para audiência nós esperamos que haja um acordo, para que as partes possam seguir trabalhando em suas carreiras", disse o advogado que representa Iran, Plínio Lemos Jorge.

O outro lado
Desde o dia 20 de junho, o UOL Esporte tenta conversar com o empresário Allan Jesus, mas não obtém respostas. No último dia 11 de julho, ele sinalizou que faria uma ligação à reportagem, porém até a data de publicação desta matéria, não deu sequência ao contato.

No próximo dia 25 de julho, encerra o prazo de 120 dias de vigência da Medida Provisória 1108, também conhecida como “MP do trabalho híbrido”. Caso o texto, que estabeleceu a equiparação de todos os modelos de trabalho remoto – home office, “anywhere office” e teletrabalho – não seja votado pelo Congresso Nacional, há um risco de aumento na judicialização das relações de trabalho no Brasil, alerta o escritório baiano Pessoa&Pessoa Advogados, especializado em Direito do Trabalho.

“Se o regime híbrido de trabalho não estiver sustentado em algum aditivo contratual, ainda no período de vigência da Medida Provisória, por meio de acordo coletivo, ele pode ser alvo de impugnação em processo judicial”, alerta a advogada trabalhista Renata Azi, sócia do escritório.

Antes da edição da MP 1108, apenas o teletrabalho (regime híbrido) havia sido regulamentado pela CLT, em 2017, com a reforma trabalhista. A MP, além de dar amparo legal ao home office e ao anywhere office (modelo que permite a realização do trabalho em qualquer lugar escolhido pelo colaborador, incluindo outra cidade, estado ou país), incluiu no trabalho híbrido também aprendizes e estagiários.

Sete entre as 10 melhores instituições de ensino de graduação e pós-graduação são brasileiras, segundo a revista britânica Times Higher Education (THE), que divulga notícias referentes à educação superior. O primeiro lugar ficou por conta da Pontifícia Universidade Católica do Chile, seguida da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com segundo e terceiro lugar, respectivamente.

A lista contempla ainda 17 universidades do Brasil entre as 30 primeiras colocadas. O levantamento desse ano inclui 197 instituições em 13 países da região da América Latina e Caribe. Na edição de 2021 foram listadas 177 instituições. Os países com as instituições mais bem classificadas são o Brasil, com 72 universidades, seguido pelo Chile (30), Colômbia (29), México (26), Equador (13) e Peru (10).

Para classificação das instituições foi levada em consideração a avaliação das seguintes áreas: citações (20%), receita da indústria (2,5%), impacto internacional (7,5%), pesquisa (34%) e ensino (36%). Com base na revista, as brasileiras são as faculdades com melhor desempenho na América Latina, principalmente considerando os fatores ensino e pesquisa.

Confira as 10 melhores instituições de ensino da América Latina

1º Pontifícia Universidade Católica do Chile | Chile

2º- Universidade de São Paulo (USP) | Brasil;

3º- Universidade de Campinas (Unicamp) | Brasil;

4º- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) | Brasil;

5º- Instituto de Tecnologia de Monterrey | México;

6º- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | Brasil;

7º- Universidade do Chile | Chile

8º- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) | Brasil;

9º- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | Brasil;

10º- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) | Brasil;

 

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

Moradores da cidade de São Francisco do Conde, interior da Bahia, ficaram surpresos após, nesta quinta-feira (21), um delegado ser preso e encaminhado para a 21ª Delegacia Territorial.

Trata-se de um homem que se passava por delegado na cidade. Ele já tinha um mandado de prisão em aberto por roubo, expedido pela comarca de Pernambuco. A prisão só ocorreu após denúncias.

De acordo com o delegado Ítallo Bruno Melo, além de se passar por uma autoridade, o homem ainda obrigava os trabalhadores a comprarem drogas para ele na cidade.

“Fomos informados que ele estava se apresentando como autoridade policial e obrigando alguns mototaxistas a comprar drogas para ele. De imediato, o Setor de Investigação (SI) se deslocou ao endereço do investigado e encontramos o homem com uma carteira de delegado dos direitos humanos”, explicou.

O falso delegado seguirá na unidade da 21ª DT à disposição do Poder Judiciário.

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, testou positivo para covid-19 na manhã desta quinta-feira (21). Em comunicado, a Casa Branca informou que o chefe de estado está com sintomas leves.

Biden tem 79 anos e está tomando Paxlovid, um antiviral contra a Covid-19. Ele fará isolamento mas continuará a realizar todas as suas funções normalmente.

"Pelos padrões de qualquer caso positivo na Casa Branca, a unidade médica informará a todos os contatos próximos do presidente ao longo do dia, incluindo todos os membros do Congresso e da imprensa que interagiram com o presidente durante a viagem de ontem. O último teste do presidente para a Covid-19 foi na terça-feira, quando ele havia obtido resultado negativo", diz o comunicado.