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Bahia com Tudo

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A polícia deflagrou a terceira fase da Operação Retomada nesta quarta-feira (7) para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão de envolvidos nas mortes do tio e sobrinho Bruno Barros e Yan Barros, no Atakarejo. Nessa terça-feira (6), Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu inquérito policial sobre o caso.

Os envolvidos foram indiciados por homicídio qualificado, omissão de socorro e ocultação de cadáver. Entre os indiciados estão suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas no Nordeste de Amaralina e seguranças do Atakarejo. Além das prisões, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos - um deles, na sede do supermercado, onde foram recolhidos livros de ocorrências administrativas, computadores e aparelhos celulares.

“Essa terceira fase acontece após a chegada de laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), nos quais foram verificados novos integrantes, em razão da análise do circuito de câmeras de segurança do supermercado”, explicou a presidente do inquérito, delegada Zaira Pimentel.

A partir da abertura do inquérito, nasceram novas investigações. “Estou apurando também um crime de tortura, um falso testemunho e um furto. Esse inquérito não só versa sobre o homicídio de tio e sobrinho, mas também sobre outros crimes”, finalizou a delegada.

Já virou rotina para os motoristas em 2021: abrir o jornal e se deparar com a notícia do aumento no preço dos combustíveis. O último reajuste, oitavo deste ano, foi anunciado nessa segunda-feira (5), fazendo o preço da gasolina nas refinarias atingir R$ 2,69, e o do óleo diesel, R$ 2,81, refletindo crescimentos médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 (3,7%) por litro, respectivamente. 

O impacto já é sentido nos postos de Salvador, que chegam a cobrar R$ 6,09 no litro da gasolina comum e R$ 6,19 na aditivada. Neste mesmo período do ano passado, a média da gasolina em Salvador era de R$ 4,14, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O aumento de R$ 2 em um ano provocou mudanças no comportamento dos motoristas baianos. Encher o tanque virou artigo de luxo e já há quem prefira deixar o veículo em casa para usar meios de transporte alternativos e mais baratos.

O assessor de investimentos João Victor Moreira, 28, optou por assumir sozinho, no ano passado, os gastos de um carro que dividia com o pai. O veículo, que era “beberrão”, logo começou a pesar no orçamento do jovem, que viu ali uma oportunidade de transformar o prejuízo em lucro.

Valendo-se da alta no mercado de usados, ele conseguiu vender o veículo e aplicar o dinheiro em um investimento. João passou a andar apenas com aplicativos e quando viajava, alugava um carro. Somando a economia com combustível e todos os outros custos de um carro próprio, como impostos, manutenção e seguro, ele teve um impacto positivo de R$ 400 em sua conta mensalmente.

“No meu planejamento financeiro mensal, eu percebia que o carro representava boa parte de meu faturamento, principalmente porque ele bebia muito. Quando levava em consideração seguro, IPVA, estacionamento, manutenção, eu praticamente trabalhava para manter o carro. Vi que estava sendo um luxo injustificável. Então vendi e me comprometi a ficar 1 mês sem carro pra ver se eu me adaptava, e super me adaptei. Hoje minha receita mensal tem uma folga muito maior. Não fico tão preocupado com o carro depreciando e o capital da venda eu transformei em um ativo, uma vez que está me rendendo juros em aplicações financeiras”, detalha o investidor.

Quem depende lamenta

Enquanto motoristas procuram maneiras de suavizar o impacto no bolso, quem trabalha diretamente com os carros só vê o prejuízo aumentar. É o caso do taxista Sérgio Eduardo, que opta por usar a gasolina ao invés do GNV.

Em 2019, ele gastava em média R$ 1200 por mês com combustível. Em 2021, o valor já chega a R$ 2500, mesmo com uma demanda por corridas reduzida por conta da concorrência com os aplicativos. Sérgio ainda encontra outro problema, a falta de reajuste no taxímetro, congelado há 5 anos.

“Hoje numa corrida de R$ 10, R$ 6 vai para combustível, com R$ 4 de lucro, que no final fica 2 por causa dos outros custos do carro, como manutenção e impostos. Para a gente arrumar um dinheirinho tem que se matar de trabalhar. Esses aumentos estão deixando nossa profissão inviável. O preço está totalmente exagerado, sem controle”, revela o taxista, que já pensou diversas vezes em largar a profissão.

Por que a gasolina aumentou tanto

Desde 2019, a Petrobras passou a adotar no Brasil uma política de preços internacional. Ou seja: ela vende no país o combustível pelo mesmo preço praticado em todo o mundo. Desta forma, a gasolina passa a ter uma volatilidade maior, além de sofrer um impacto direto com o câmbio, visto que ela é vendida em dólar.

Nesta terça-feira (6), o valor do barril de petróleo WIT atingiu seu maior valor em 7 anos, cotado a US$ 76,98. Esta alta somada ao valor do dólar, que ultrapassa R$ 5, são as grandes causadoras do preço elevado nos combustíveis.

“Além disso tudo tem os custos do transporte do combustível e a margem de lucro dos postos e distribuidoras. Também tem o fator fiscal, visto que a Bahia paga um dos maiores ICMS para combustíveis do Brasil. E quem acaba pagando toda essa conta na gasolina, diesel e gás de cozinha, infelizmente, é o consumidor final”, detalha Edísio Freire, especialista em finanças e colunista do CORREIO.

Valor da gasolina na Bahia nos últimos meses

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz um balanço mensal com os preços dos combustíveis em postos da Bahia. No caso da gasolina comum, há dados até maio deste ano. Veja a variação desde março de 2020:

Março de 2020: R$4,46

Abril de 2020: R$4,06

Maio de 2020: R$3,81

Junho de 2020: R$3,96

Julho de 2020: R$4,14

Agosto: R$4,23

Setembro: Não consta

Outubro: R$4,35

Novembro: R$4,40

Dezembro de 2020: R$4,48

Janeiro de 2021: R$4,62

Fevereiro de 2021:  R$4,95

Março de 2021: 5,65

Abril de 2021: 5,40

Maio 2021: 5,76

 

Onde encontrar gasolina mais barata em Salvador *

Posto Zeus, Acupe de Brotas: R$ 5,70

Posto Narandiba, Narandiba: R$ 5,81

Posto Alameda da Barra, Barra: R$ 5,81

Posto do Cristo, Ondina: R$ 5,81

Posto Pelicano, Cabula: R$ 5,83

Posto Ponto Alto, Águas Claras: R$ 5,83

Posto Sul América, Caminho de Areia: R$ 5,85

Posto Trevo, Fazenda Grande do Retiro: R$ 5,85

Posto Novo Horizonte, Paralela: R$ 5,85

Posto São Rafael, São Marcos: R$ 5,85

*Lista feita com base no aplicativo "Preço da Hora", do Governo da Bahia. Os valores são referentes ao dia 6 de julho.

Dicas de como economizar combustível

Aceleração: Controle a emoção e pise devagar no acelerador. Acelere de forma gradual, sem exigir muito do motor. 

Freio: Não deixe para frear o veículo com força já em cima do sinal de trânsito. 

Escolha direito: Antes de realizar a compra. Todos os veículos vêm com uma marca do Inmetro informando o consumo dele. Escolha o mais econômico.

Diminua o peso: Quanto mais pesado o carro, mais combustível ele gasta. Dê uma geral em seu veículo e tire da mala ítens não essenciais para a sua viagem.

Marchas: A troca de marcha faz muita diferença no consumo, por isso não estique as marchas sem necessidade. Um carro a 40 km/h não pode estar em 5ª marcha, ou chegar a 100 km/h em segunda marcha.

Abastecimento: Só abasteça em postos confiáveis e conhecidos. Os carros rendem a mesma coisa que com a gasolina comum e a aditivada - a diferença está apenas na limpeza que a segunda faz no motor.   

Ar-condicionado: Muito se fala que o ar-condicionado aumenta o consumo. No passado realmente isso acontecia, mas os compressores modernos já não exigem tanto esforço do motor. As janelas fechadas melhoram a aerodinâmica e, consequentemente, o consumo cai. 

Revisões: Faça revisões e manutenções preventivas e verifique, em especial, o estado das velas e o funcionamento da injeção eletrônica. O alinhamento das rodas é fundamental para a aerodinâmica do carro. Automóvel alinhado economiza combustível.

Pneus: Pneus murchos ou com a calibragem errada influenciam diretamente no consumo. A calibragem deve ser feita no máximo a cada 15 dias, seguindo as orientações das montadoras para pressão. Os pneus podem ser responsáveis por até 20% do consumo de combustível.

 

Já virou rotina para os motoristas em 2021: abrir o jornal e se deparar com a notícia do aumento no preço dos combustíveis. O último reajuste, oitavo deste ano, foi anunciado nessa segunda-feira (5), fazendo o preço da gasolina nas refinarias atingir R$ 2,69, e o do óleo diesel, R$ 2,81, refletindo crescimentos médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 (3,7%) por litro, respectivamente. 

O impacto já é sentido nos postos de Salvador, que chegam a cobrar R$ 6,09 no litro da gasolina comum e R$ 6,19 na aditivada. Neste mesmo período do ano passado, a média da gasolina em Salvador era de R$ 4,14, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O aumento de R$ 2 em um ano provocou mudanças no comportamento dos motoristas baianos. Encher o tanque virou artigo de luxo e já há quem prefira deixar o veículo em casa para usar meios de transporte alternativos e mais baratos.

O assessor de investimentos João Victor Moreira, 28, optou por assumir sozinho, no ano passado, os gastos de um carro que dividia com o pai. O veículo, que era “beberrão”, logo começou a pesar no orçamento do jovem, que viu ali uma oportunidade de transformar o prejuízo em lucro.

Valendo-se da alta no mercado de usados, ele conseguiu vender o veículo e aplicar o dinheiro em um investimento. João passou a andar apenas com aplicativos e quando viajava, alugava um carro. Somando a economia com combustível e todos os outros custos de um carro próprio, como impostos, manutenção e seguro, ele teve um impacto positivo de R$ 400 em sua conta mensalmente.

“No meu planejamento financeiro mensal, eu percebia que o carro representava boa parte de meu faturamento, principalmente porque ele bebia muito. Quando levava em consideração seguro, IPVA, estacionamento, manutenção, eu praticamente trabalhava para manter o carro. Vi que estava sendo um luxo injustificável. Então vendi e me comprometi a ficar 1 mês sem carro pra ver se eu me adaptava, e super me adaptei. Hoje minha receita mensal tem uma folga muito maior. Não fico tão preocupado com o carro depreciando e o capital da venda eu transformei em um ativo, uma vez que está me rendendo juros em aplicações financeiras”, detalha o investidor.

Quem depende lamenta
Enquanto motoristas procuram maneiras de suavizar o impacto no bolso, quem trabalha diretamente com os carros só vê o prejuízo aumentar. É o caso do taxista Sérgio Eduardo, que opta por usar a gasolina ao invés do GNV.

Posto na Barra, em Salvador (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

Em 2019, ele gastava em média R$ 1200 por mês com combustível. Em 2021, o valor já chega a R$ 2500, mesmo com uma demanda por corridas reduzida por conta da concorrência com os aplicativos. Sérgio ainda encontra outro problema, a falta de reajuste no taxímetro, congelado há 5 anos.

“Hoje numa corrida de R$ 10, R$ 6 vai para combustível, com R$ 4 de lucro, que no final fica 2 por causa dos outros custos do carro, como manutenção e impostos. Para a gente arrumar um dinheirinho tem que se matar de trabalhar. Esses aumentos estão deixando nossa profissão inviável. O preço está totalmente exagerado, sem controle”, revela o taxista, que já pensou diversas vezes em largar a profissão.

Por que a gasolina aumentou tanto
Desde 2019, a Petrobras passou a adotar no Brasil uma política de preços internacional. Ou seja: ela vende no país o combustível pelo mesmo preço praticado em todo o mundo. Desta forma, a gasolina passa a ter uma volatilidade maior, além de sofrer um impacto direto com o câmbio, visto que ela é vendida em dólar.

Nesta terça-feira (6), o valor do barril de petróleo WIT atingiu seu maior valor em 7 anos, cotado a US$ 76,98. Esta alta somada ao valor do dólar, que ultrapassa R$ 5, são as grandes causadoras do preço elevado nos combustíveis.

“Além disso tudo tem os custos do transporte do combustível e a margem de lucro dos postos e distribuidoras. Também tem o fator fiscal, visto que a Bahia paga um dos maiores ICMS para combustíveis do Brasil. E quem acaba pagando toda essa conta na gasolina, diesel e gás de cozinha, infelizmente, é o consumidor final”, detalha Edísio Freire, especialista em finanças e colunista do CORREIO.

Valor da gasolina na Bahia nos últimos meses
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz um balanço mensal com os preços dos combustíveis em postos da Bahia. No caso da gasolina comum, há dados até maio deste ano. Veja a variação desde março de 2020:

  • Março de 2020: R$4,46
  • Abril de 2020: R$4,06
  • Maio de 2020: R$3,81
  • Junho de 2020: R$3,96
  • Julho de 2020: R$4,14
  • Agosto: R$4,23
  • Setembro: Não consta
  • Outubro: R$4,35
  • Novembro: R$4,40
  • Dezembro de 2020: R$4,48
  • Janeiro de 2021: R$4,62
  • Fevereiro de 2021:  R$4,95
  • Março de 2021: 5,65
  • Abril de 2021: 5,40
  • Maio 2021: 5,76

Onde encontrar gasolina mais barata em Salvador *

  1. Posto Zeus, Acupe de Brotas: R$ 5,70
  2. Posto Narandiba, Narandiba: R$ 5,81
  3. Posto Alameda da Barra, Barra: R$ 5,81
  4. Posto do Cristo, Ondina: R$ 5,81
  5. Posto Pelicano, Cabula: R$ 5,83
  6. Posto Ponto Alto, Águas Claras: R$ 5,83
  7. Posto Sul América, Caminho de Areia: R$ 5,85
  8. Posto Trevo, Fazenda Grande do Retiro: R$ 5,85
  9. Posto Novo Horizonte, Paralela: R$ 5,85
  10. Posto São Rafael, São Marcos: R$ 5,85

*Lista feita com base no aplicativo "Preço da Hora", do Governo da Bahia. Os valores são referentes ao dia 6 de julho.

Dicas de como economizar combustível
O colunista do CORREIO Antônio Meira Jr., especialista em carros, separou algumas dicas para ajudar a economizar no combustível. Confira?

Aceleração: Controle a emoção e pise devagar no acelerador. Acelere de forma gradual, sem exigir muito do motor. 

Freio: Não deixe para frear o veículo com força já em cima do sinal de trânsito. 

Escolha direito: Antes de realizar a compra. Todos os veículos vêm com uma marca do Inmetro informando o consumo dele. Escolha o mais econômico.

Diminua o peso: Quanto mais pesado o carro, mais combustível ele gasta. Dê uma geral em seu veículo e tire da mala ítens não essenciais para a sua viagem.

Marchas: A troca de marcha faz muita diferença no consumo, por isso não estique as marchas sem necessidade. Um carro a 40 km/h não pode estar em 5ª marcha, ou chegar a 100 km/h em segunda marcha.

Abastecimento: Só abasteça em postos confiáveis e conhecidos. Os carros rendem a mesma coisa que com a gasolina comum e a aditivada - a diferença está apenas na limpeza que a segunda faz no motor.   

Ar-condicionado: Muito se fala que o ar-condicionado aumenta o consumo. No passado realmente isso acontecia, mas os compressores modernos já não exigem tanto esforço do motor. As janelas fechadas melhoram a aerodinâmica e, consequentemente, o consumo cai. 

Revisões: Faça revisões e manutenções preventivas e verifique, em especial, o estado das velas e o funcionamento da injeção eletrônica. O alinhamento das rodas é fundamental para a aerodinâmica do carro. Automóvel alinhado economiza combustível.

Pneus: Pneus murchos ou com a calibragem errada influenciam diretamente no consumo. A calibragem deve ser feita no máximo a cada 15 dias, seguindo as orientações das montadoras para pressão. Os pneus podem ser responsáveis por até 20% do consumo de combustível.

 

Enquanto há falta de vacinas contra a covid-19 em algumas cidades baianas - a vacinação foi interrompida pela quinta vez em Salvador na terça-feira (6) - há pessoas que tomaram três doses do imunizante. Um estudo conduzido por pesquisadores de matemática de cinco universidades brasileiras, chamado ModCovid19, indicou que 2.038 pessoas tomaram três doses do imunizante na Bahia.

Esse número faz parte de um contingente de pessoas ainda maior que teriam burlado o Plano Nacional de Imunização: 2.902 pessoas tomaram, pelo menos, duas doses na Bahia e, ao todo, três ou mais doses da vacina.

Entram nessa conta - dos 2.902 - também pessoas tomaram só uma dose na Bahia e as outras duas injeções - ou até três - em outro estado. Há ainda outras tomaram cada dose em três estados diferentes, como aponta a planilha disponibilizada pelos pesquisadores.

Em 55 cidades baianas, há registro de indivíduos que tomaram as três doses no mesmo município. Em Ribeira do Amparo e Ouricongas, por exemplo, a situação é mais alarmante: uma pessoa em cada uma das cidades teria tomado quatro doses do imunizante.

A pesquisa também apontou várias inconsistências nos dados da vacinação do novo coronavírus no Brasil. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já está ciente do caso e informa que os infratores serão punidos, também, por crime de estelionato. Em todo o país, foram quase 30 mil pessoas que tomaram três doses da vacina contra a doença que já matou mais de 527 mil brasileiros. A Bahia é o quarto estado com maior número de casos desse tipo, atrás somente de São Paulo (4.870), Paraná (2.689) e Rio Grande do Sul (2.416).

O objetivo do estudo é encontrar incoerências e estudar os números da vacinação no país, a partir da análise dos dados públicos do Governo Federal, o DataSus. Os dados compilados para esta matéria, usados pelos pesquisadores, foram levantados até o dia 24 de junho de 2021.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que “não teve acesso ao estudo para fazer análises”. Contudo, o CORREIO enviou duas vezes o link com todas as informações que seriam veiculadas na reportagem. A Sesab ignorou as solicitações seguintes.

Já a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) respondeu, por meio de nota, que não há casos de pessoas que tomaram três doses na cidade. Porém, não há como saber se a pessoa que foi ao posto de saúde na capital baiana já teria se vacinado com alguma dose em outro município.

“O Ministério da Saúde ainda não disponibilizou acesso à base federal para Salvador. No momento, apenas o gestor federal consegue cruzar as informações recebidas dos Municípios e identificar aqueles que burlaram o processo de vacinação, ou seja, o sistema de dados da capital baiana não consegue identificar se a pessoa habilitada já recebeu a dose do imunizante em outra cidade”, diz a SMS.

A secretaria também informou que solicitou ao Ministério da Saúde o acesso à base federal para garantir mais segurança ao processo de imunização em Salvador, mas ainda não houve liberação. O Ministério da Saúde (MS) foi procurado pelo CORREIO, porém não respondeu à reportagem até o fechamento do texto.

Para o pesquisador Tiago Pereira, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e integrante da ModCovid19, não há falta de experiência do governo brasileiro com o fornecimento de dados sobre vacinação, o que não justificaria possíveis erros.

“Todas as campanhas de vacinação brasileiras trabalharam com dados abertos e públicos, não é coisa nova, já é tradição. É importante que o dado continue aberto e é normal ter essas inconsistências quando se tem uma base de dados desse porte, com mais de 45 milhões de linhas”, explica Pereira.

O professor defende que os dados sejam anônimos, contudo, pontua que isso dificulta saber em qual ente da federação está o erro. “É bom que o dado seja anônimo, mas o problema é que, se anonimizar, você tira a fonte de erro e não sabe qual o causador, se é o Governo Federal, o estado, o município ou o atendedor nos postos de vacina. Não dá para saber de onde ele surgiu”, esclarece.

Pereira afirma que não são somente os dados da vacinação com inconsistências. O número de óbitos, por exemplo, no estado de São Paulo, diverge do das secretarias municipais em 14 mil mortes. “A secretaria estadual fala que pegou os dados com as cidades e as cidades que enviaram os números certos para a secretaria, e que demoraria 72h para os dados ficarem iguais, mas nunca ficam”, observa.

Por isso, ele sugere que quanto mais automatizado o sistema for, melhor para que a análise seja realizada. “Quanto menos pessoas mexem, tornando o sistema o mais automático possível, mais fácil é de identificar de onde veio o erro”, acredita. Ele exemplifica novamente com os dados de óbitos por covid-19 do Governo Federal, em que é preciso que o mesmo indivíduo seja cadastrado seis vezes na base de dados.

Estelionato
O Ministério Público da Bahia já prepara uma nota técnica para orientar a atuação dos promotores de Justiça em relação à aplicação irregular da terceira dose da vacina contra covid-19, através do Grupo de Trabalho para acompanhamento das ações de enfrentamento do coronavírus (GT/Coronavírus).

Ao CORREIO, o MP-BA explicou que há vários tipos de punições para quem se beneficiou da situação. “Quem receber irregularmente uma terceira dose pode responder administrativa, cível e penalmente. As pessoas que se beneficiarem da aplicação e agentes públicos que aplicarem a terceira dose indevida podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa”, alerta o órgão, por meio de nota.

“A depender do caso concreto, pode haver também responsabilização criminal, pela prática dos crimes de infração de medida sanitária, de perigo para a vida ou saúde de outrem, de estelionato (no caso do paciente induzir o profissional de saúde a erro), de uso de documento falso, de falsidades ideológica e de material de atestado ou certidão (em caso de cartão de vacinação fraudulento) e também por crime de inserção de dados falsos em sistema ou banco públicos de dados e de informações”, acrescenta o MP.

Pessoa que ‘nasceu’ em 1800 foi vacinada
O ModCovid19 aponta que 750 pessoas na Bahia foram vacinadas com data de nascimento do século XIX. Uma delas é uma mulher de São Miguel das Matas, no Recôncavo baiano, que teria nascido em 1 janeiro de 1800, ou seja, teria 221 anos - mais velha que o imperador Dom Pedro II, se estivesse vivo. Já outra teria nascido em Campo Alegre de Lourdes, no Vale do São Francisco, em 2 de abril de 1893.

Outros erros são indicados. Existem 1.928 baianos, de acordo com o estudo, que teriam o registro da segunda dose antes da primeira. Outras 51.476 pessoas só teriam tomado a segunda dose, pois não há registro da primeira.
Além disso, oito baianos teriam tomado a vacina antes mesmo da vacinação começar, no dia 1º de janeiro de 2021. Esses registros são nas cidades de Piraí do Norte, Presidente Jânio Quadros, Gandu e Nilo Peçanha. No estado, o programa de vacinação contra a covid-19 começou no dia 19 de janeiro.

Outra incoerência na base de dados é que a mesma pessoa aparece duas vezes no cadastro de vacinados. Os registros duplicados têm as informações em todas as colunas iguais, como data de aplicação e lote da vacina, local de vacinação, etc. Isso ocorreu 11.242 vezes na Bahia.

De acordo com a pesquisa, isso aconteceu em maior número com os dados municipais - foram 12.776 baianos com cadastros duplicados enviados pelas secretarias municipais da saúde. Em Salvador, isso teria ocorrido, por exemplo, na Unidade de Saúde da Família (USF) da Federação, em 19 de maio, na USF do Vale do Cambonas, em 20 de maio, e na Unidade Básica de Saúde (UBS) Ramiro de Azevedo, no dia 15 de maio de 2021.

Por fim, alguns identificadores aparecem na base de dados mais de uma vez, porém, com algumas informações diferentes, como sexo e data de nascimento do indivíduo. Como o DataSus é anonimizado, ou seja, não mostra o nome da pessoa, cada vacinado tem um identificador. O identificador repetido, mas com algumas informações que divergem, sugere algumas hipóteses aos pesquisadores.

A primeira é de que o identificador não seja único, isto é, há pessoas diferentes com o mesmo identificador. A segunda suposição é de que há pacientes com dois ou mais registros no Cadastro Nacional de Saúde em que os dados pessoais diferem (sexo, data de nascimento, por exemplo). Uma última alternativa é que a inserção de alguns dados tenha sido manual, porém, isso seria menos provável, considerando o baixo número relativo de inconsistências dessa natureza. Na Bahia, são 135.

Infectologistas alertam para falta de estudos
A fim de esclarecer se a terceira dose da vacina contra covid-19 é mesmo necessária, o CORREIO procurou duas infectologistas. Ambas disseram que ainda não existem estudos concretos sobre o tema. “O ideal é vacinar a maioria da população com as vacinas existentes, porque ainda não está claro nos estudos qual delas deve ser aplicada como terceira dose e quanto tempo depois da segunda. Ainda é muito cedo para esse tipo de conduta”, alerta a infectologista Áurea Paste.

A infectologista Miralba Freire reforça. Para ela, a terceira dose deve ser tomada, mas no futuro, quando acabar a primeira etapa da vacinação. “É possível que haja a necessidade de se tomar a terceira dose, mas é um fato que está sendo estudado, não há um consenso ou conhecimento sobre isso. Algumas vacinas têm potência menor que outras, como qualquer produto, então começa a se testar a terceira dose”, esclarece.

Ela pontua que a indicação de terceira dose não será para todos os públicos. “Há possibilidade de se indicar, mas não quer dizer que será para todo mundo e que será com todas as vacinas. O grande desafio agora é vacinar todos com a primeira e segunda doses. Num segundo momento, a medicina tem mostrado que é preciso o reforço”.

A vacina da gripe, por exemplo, tem reforço anual. Miralba cita que ele deverá ser com um intervalo parecido. “Não adianta ter um reforço com período muito curto, isso não tem sugestão de melhor eficácia”, diz.

Dentre os estudos desenvolvidos, sugere-se a terceira dose da CoronaVac em idosos, em que a eficácia foi menor que a global, de 50,4%. Também é discutido a aplicação da terceira dose de fabricantes diferentes, como Pfizer e AstraZeneca, e AstraZeneca e Moderna, mas ainda não há conclusão sobre qual tomar primeiro nem em qual intervalo.

Um caso raro de uma mãe que teve um bebê mesmo usando o método contraceptivo DIU (dispositivo intrauterino) no Rio foi registrado no último domingo (4) pela fotógrafa Michelle Oliveira.

A informação foi publicada inicialmente pela revista Crescer. De acordo com a publicação, a carioca Paula dos Santos Escudero Alvarez, de 32 anos, teve o seu segundo filho no fim de semana e primeiro, Gabriel, foi concebido mesmo quando ela usava um outro método contraceptivo: a pílula anticoncepcional.

Em uma rede social, a fotógrafa registrou o nascimento do bebê Bernardo. O DIU, que saiu logo depois, foi colocado na mão do neném para a foto (veja acima).

"Nesse fim de semana eu tive a graça de poder contemplar um milagre por meu olhar", escreveu ela.

"O Bom Deus quis que Bernardo nascesse, com 36 semanas de gestação, forte e perfeito - quebrando todos os paradigmas (o que faz jus ao significado de seu nome - forte como um urso)", completou.

A obstetra Beatriz Tupinambá, ainda de acordo com a publicação, disse que a taxa de gravidez com DIU é de apenas 0,6%.

Segundo ela, o mais indicado nesses casos é tentar remover o dispositivo ainda no início da gestação. Neste caso não foi possível, de acordo com a médica, pois o fio não estava visível.

"Nem posso reclamar, eles escolheram a hora. Ambos foram desejados, só anteciparam um pouquinho e vieram na hora que quiseram — mesmo com pílula e DIU", disse à Crescer.

O presidente Jair Bolsonaro definiu que o atual advogado-geral da União, André Mendonça, será indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga de Marco Aurélio Mello. Segundo apurou o Estadão com aliados do governo, Bolsonaro comunicou sua escolha a ministros em reunião na manhã desta terça-feira, 6, no Palácio da Alvorada, da qual Mendonça também participou. O encontro não estava na agenda do presidente O nome ainda deve ser oficializado pelo Palácio do Planalto e a indicação precisa passar pelo aval do Senado.

Com Mendonça, Bolsonaro cumpre a promessa feita à sua base eleitoral de indicar um nome "terrivelmente evangélico" para o cargo. Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, o advogado-geral da União enfrenta resistências no Senado, mas o presidente avalia que esse quadro é reversível.

Na noite desta segunda-feira, 5, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu a promessa de indicar um evangélico para a mais alta instância do Judiciário. "Vou indicar um evangélico agora", disse ele ontem, ao conversar com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. "Quem conseguir se eleger em 22 (2022), no primeiro semestre de 23 (2023) indica mais dois (nomes). Se for uma pessoa que tem o seu padrão de comportamento e de vida, vão ser duas pessoas do padrão de vocês para lá. E vai mudando, pô!", completou. Desde o início de seu mandato, Bolsonaro indicou apenas um ministro para o STF: Kassio Nunes Marques. A promessa feita por ele, ainda no ano passado, era de que a segunda vaga seria para um nome "terrivelmente evangélico".

O presidente conversou com Mendonça nesta segunda, no Palácio do Planalto, e o aconselhou a deflagrar nova ofensiva para se aproximar dos senadores. Cabe ao Senado sabatinar o indicado do presidente para atestar o seu notório saber jurídico e votar em duas sessões, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, a aprovação ou rejeição do indicado ao cargo de ministro do STF.

Logo após a reunião no Planalto, Mendonça colocou a estratégia em prática e foi almoçar no gabinete do senador Wellington Fagundes (PL-MT). Também participam do encontro parlamentares do DEM, PSDB, PL e PSC.

O ministro disse aos senadores que "ficou sabendo" sobre a escolha do seu nome para o Supremo. Ele, porém, evitou confirmar que realmente será indicado à vaga. No almoço no Senado, Mendonça declarou estar fazendo uma "peregrinação".

O governo decidiu que a privatização dos Correios será por meio de um novo modelo, vendendo toda a estatal em leilão único, ou seja, para um único comprador.

As mudanças foram enviadas para a Câmara dos Deputados pelo Ministério da Economia, que prevê que a União se desfaça de 100% do capital da empresa.

Com certame previsto para março, a estatal será vendida a um único comprador caso o Congresso aprove as mudanças.

Conforme informou ao O Globo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, o que se pretende é a venda integral da companhia, no formato de leilão tradicional, “com aberturas de envelopes.

O modelo difere dos planos para a Eletrobras e do que recentemente foi feito na BR Distribuidora (Petrobras). Com informações da Exame.

De acordo com um levantamento feito pela CNN Brasil, sete cidades nordestinas não registraram mortes em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia. Ao todo, 40 municípios em todo o país não contabilizaram óbitos pela doença.

Esse número representa 0,7% do total de 5.570 municípios no Brasil. Desta forma, podemos considerar que mortes pela Covid foram contabilizadas em cerca de 99,3% do território brasileiro.

As sete cidades da região nordeste que não contabilizaram óbitos foram Riachão do Bacamarte, na Paraíba; São Luís do Piauí e Massapê do Piaí, no estado do Piauí; Bodó, Galinhos e Pedra Preta, no Rio Grande do Norte; e Santa Filomena do Maranhão, no estado maranhense.

Ainda baseado no levantamento feito pela CNN, todos os municípios brasileiros já confirmaram pelo menos uma infecção do vírus.

Os outros estados que possuem cidades que ainda não registraram mortes pela doença são: São Paulo (1), Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (5), Santa Catarina (2), Paraná (1), Goiás (2), Mato Grosso (1), Distrito Federal (1) e Tocantins (4).

Atrelado à onda de desinformações sobre a imunização contra a covid-19 e às críticas do próprio governo federal contra alguns fabricantes, o fenômeno dos "sommeliers de vacina", que escolhem qual dose tomar, começa a gerar punições em alguns municípios do País.

Prefeituras têm variado no controle desse comportamento, mas a sanção mais popular até agora tem sido a assinatura obrigatória de um termo de responsabilização e a subsequente transferência do indivíduo que recusa vacina para o fim da fila de prioridades

Vejas quais medidas as prefeituras têm tomado para coibir a prática:

São Bernardo do Campo, São Paulo

Em 30 de junho, o prefeito Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo do Campo, afirmou durante transmissão online que o município do ABC paulista também colocaria no "fim da fila" quem escolhesse qual imunizante tomar.

"Se você se recusar a assinar, duas testemunhas que estão trabalhando assinarão dando fé", afirmou Morando. "Ninguém nunca pediu marca de vacina. Por que agora, na maior pandemia da humanidade, as pessoas querem escolher vacina?"

São Caetano do Sul, São Paulo

A medida também foi adotada pela prefeitura de São Caetano do Sul. A partir desta segunda-feira, 5, o município vai enviar para o "fim da fila" quem tentar escolher qual imunizante tomar

Recife, Pernambuco

Em Recife, o prefeito João Campos (PSB) anunciou nas suas redes sociais que quem recusar alguma vacina no município ficará 60 dias "bloqueado" no sistema Conecta de agendamento. "Vacina boa é vacina no braço. É inaceitável atrasar o processo coletivo por querer escolher marca", declarou nesta segunda.

Criciúma, Santa Catarina

Desde a última sexta-feira, o prefeito de Criciúma (SC), Clésio Salvaro (PSDB), também publicou um decreto similar que transfere o "sommelier" para o final da fila e o obriga a assinar um termo de responsabilidade e ciência. "Tem muitas pessoas querendo escolher a vacina, mas todas elas têm sua eficácia", declarou.

Juruaia, Minas Gerais

Desde o 1º dia deste mês, a prefeitura de Juruaia, no interior de Minas, adotou o método, reforçando que todos os imunizantes disponibilizados no município mineiro com menos de 10 mil habitantes foram aprovados pela Anvisa. O objetivo, segundo a nota, é "evitar que a pessoa escolha a marca da vacina que deseja tomar.

Varginha, Minas Gerais

O movimento foi seguido por Varginha, em Minas Gerais, que decidiu vacinar os "sommeliers" apenas quando a imunização de todos os adultos acima dos 18 anos for concluída. No decreto, a prefeitura ainda reforça que é proibida a aplicação de uma segunda dose por fabricante diferente da primeira e que os eventuais casos de uma "terceira dose" serão encaminhados ao Ministério Público e aos órgãos policiais "para as providências criminais que se fizerem necessárias".

Curitiba, Paraná

Já em Curitiba, o vereador Márcio Barros (PSD) protocolou na última sexta um projeto de lei que também visa a punir o "sommelier" com o fim da fila de vacinação ou obrigá-lo a se cadastrar na "xepa". "A preferência por vacina chega a ser um desrespeito aos cidadãos que ainda aguardam sua vez, sem contar que muitas pessoas só recusam a vacina depois de a mesma já ter sido aspirada do frasco, fazendo com que a dose seja inutilizada", afirmou.

Outras cidades

Outros municípios paulistanos, como Rio Preto e Jales, ainda não preveem punição para os "sommeliers", mas já determinam que eles assinem um termo de recusa atestando que as vacinas foram oferecidas dentro do prazo previsto.

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta segunda-feira (5) que apresentou nova denúncia contrra 16 pessoas na Operação Faroeste, que investiga um esquema de vendas de senteças ligadas à grilagem de terras no oeste da Bahia. É a sétima denúncia em consequência da operação, diz o MPF. Entre os denunciados estão cinco desembargadores, uma promotora e o ex-secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa.

Agora, as 16 pessoas são acusadas de crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foram denunciados os desembargadores Maria do Socorro Barreto, Gesivaldo Nascimento Britto e José Olegário Monção Caldas, os juízes de Direito Sérgio Humberto e Marivalda Moutinho, os advogados Márcio Duarte, João Novais, Geciane Maturino dos Santos e Aristóteles Moreira, a promotora Ediene Santos Lousado, além dos delegados Gabriela Macedo e Maurício Barbosa, ex-secretário da SSP.

A denúncia foi encaminhada ao ministro Og Fernandes, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sexta-feira (2). A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo defende no documento que sejam mantidas as prisões preventivas e medidas alternativas à prisão que foram determinadas aos suspeitos.

O MPF pede ainda que eles percam a função pública e os valores que vieram dos crimes - pelo menos R$ 8,7 milhões, que devem ser acrescidos de correções legais. Além disso, foi pedido que os denunciados sejam obrigados a pagar indenização de R$ 10 milhões, por danos morais coletivos, visto que os prejuízos decorrentes dos crimes de corrupção e de lavagem de capitais causam descrédito do mais elevado órgão do Poder Judiciário local perante a sociedade.

Corrupção
A denúncia traz detalhes de um pacto entre os denunciados no julgamento de um recurso administrativo e um processo judicial, com pagamento de propina no primeiro caso de R$ 252,9 mil após decisão de janeiro de 2016 do desembargador José Oleagário. Na decisão, ele manteve inalterada uma portaria da Corregedoria de Justiça do Interior. No segundo caso, o valor foi de R$ 1,3 milhão e envolveu os magistrados Maria do Socorro, Gesivaldo Britto e Sérgio Humberto.

De acordo com a investigação, era o casal Adaílton e Geciane Maturino que organizava o recebimento e pagamento do dinheiro destinado aos envolvidos no esquema. Parte dos pagamentos era fracionada e entregue em espécie, outra parcela era depositada em conta bancária de terceiros. O esquema também envolvia entrega de joias e parte em operações bancárias estruturadas para evitar mecanismos de controle.

Lavagem de dinheiro
O esquema de lavagem de dinheiro foi elaborado pelo casal Maturino, pulverizando pelo menos R$ 1,5 milhão que veio de propinas. Os valores foram pagos por decisões ao longo do trâmite da fase administrativa e judicial em que se buscava legitimar uma grande área de terra no oeste da Bahia a favor do grupo criminoso, que pagava para ter as deciões favoráveis.

"Os magistrados foram responsáveis por produzir decisões judiciais que forçavam os integrantes do grupo contrário ao de Adaílton Maturino a realizar acordos que beneficiavam a organização criminosa", diz o MPF.

Organização criminosa com agentes públicos
Para o MPF, a operação colheu provas que reforçam que havia uma organização criminosa com divisão de tarefas e núcleos de atuações distintas, incluindo o judicial. A denúncia trata também de agentes públicos de órgãos como Tribunal de Justiça, Ministério Público e SSP que agiam para "blinda a estrutura criminosa", diz o MPF.

Entre as provas anexadas na denúncia estão conversas interceptadas com autorização judicial. As investigações mostraram ainda que Maturino fez investidas para se aproximar de autoridades de todos os poderes, diz o MPF. A denúncia tem mais de 300 páginas.

Soltos e presos
Na última quarta-feira (30), as desembargadoras Maria do Socorro Barreto Santiago e Ilona Márcia Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), tiveram prisão revogada por decisão do STJ. Outros três acusados também tiveram a revogação da prisão pelo ministro Og Fernandes: o advogado Márcio Duarte Miranda, o ex-assessor do TJ-BA Antônio Roque Neves, e a empresária Geciane Maturino dos Santos. Geciane, porém, segue presa por conta de outro processo da Faroeste.

O advogado Adailton Maturino dos Santos e o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio permanecem presos, porque o STJ entendeu que eles não cumprem os requisitos para o relaxamento da medida cautelar mais extrema.

Brasil e Peru reeditam, nesta segunda-feira (5), a final da última edição da Copa América. Dessa vez, as duas equipes se encontram novamente em busca de uma vaga na decisão do torneio. O jogo, pela semifinal, será às 20h, no estádio Nilton Santos, conhecido como o Engenhão, no Rio de Janeiro.

Quem avançar encara o vencedor de Argentina x Colômbia, partida que acontece na terça-feira (6), às 22h, no Mané Garrincha. A final está marcada para o sábado (10), às 21h, no Maracanã.

Encarar o Peru tem sido algo recorrente para o Brasil. Este será o sexto confronto entre as duas equipes de 2019 para cá. O mais recente foi no dia 17 de junho, na primeira fase desta Copa América, e a seleção canarinho se deu melhor: aplicou o resultado de 4x0, com gols de Alex Sandro, Neymar, Everton Ribeiro e Richarlison, também no Engenhão.

O Brasil tem um retrospecto favorável contra o adversário. Com Tite, disputou seis partidas contra os peruanos, venceu cinco e perdeu uma (a única, aliás, amistosa). Marcou 18 gols e só sofreu três. No geral, em quase 90 anos do confronto, são 34 vitórias do Brasil, nove empates e somente cinco triunfos peruanos.

A seleção brasileira busca seu décimo título de Copa América. O Peru, por sua vez, conquistou a competição duas vezes.

Para a partida desta segunda-feira (5), a principal dúvida da equipe do técnico Tite é o substituto de Gabriel Jesus, expulso nas quartas de final contra o Chile. Não faltam opções ofensivas, mas a questão tática sofrerá impacto. Isso pois, no último jogo, o camisa 9 foi escalado pelo lado direito do ataque, com Firmino centralizado, Richarlison na esquerda e Neymar com funções mais de armação.

Sem Jesus, é possível que Tite opte pela entrada de Gabriel Barbosa ou Everton Cebolinha no ataque. Ou, ainda, que coloque Lucas Paquetá ou Everton Ribeiro no meio.

Em entrevista no domingo (4), o treinador não quis dar pistas da escalação. "Vamos ter composição com dois articuladores e dois médios. Essa é a ideia. Se ele é de lado, de centro, não vou falar porque é estratégia nossa. O que é mais importante é enaltecer o trabalho dessa equipe toda", falou Tite.

Alex Sandro não vem treinando nos últimos por causa de uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda e deve seguir fora.

Na seleção peruana, Ricardo Gareca também tem dúvidas. O atacante André Carrillo, que atua mais aberto pela direita, levou vermelho na partida com o Paraguai, e não há um jogador com as mesmas características disponível no elenco.

Entre as opções, é provável que Cueva seja deslocado para o setor, e o treinador promova a entrada de Luis Iberico ou Marcos López.

"Vai ser o jogo da vida deles. Semifinal de Copa América, jogo contra o Brasil na nossa casa. Vão buscar fazer um grande jogo, equipe com uma consistência grande, eles também tentam jogar. Temos que estar preparados para tudo: gramado, clima, a equipe deles, se vier jogando, se defendendo mais. Vamos nos preparar para que não sejamos surpreendidos e possamos sair com a vitória", disse o volante Fred.