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Bahia com Tudo

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A prefeitura de Juiz de Fora informou ter sido notificada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais de que o sequenciamento genético de um paciente internado na Santa Casa de Misericórdia do município teve resultado positivo para a variante indiana do novo coronavírus.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde diz que o paciente está sendo acompanhado e monitorado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica desde a sua chegada ao município, na Zona da Mata mineira.

“Tão logo os primeiros sintomas foram apresentados, foi realizado o teste pela Fundação Ezequiel Dias para detecção da presença do vírus e recolhimento do material biológico para exame de sequenciamento genético”, informa a secretaria.

Segundo a prefeitura, todas as medidas e protocolos de segurança sanitária foram adotados. O paciente foi isolado e encontra-se nas instalações do hospital.

O feriadão de Corpus Christi terá medidas restritivas em Salvador. A partir da próxima quinta-feira (3), todas as praias da capital estarão fechadas, e servidores terão que trabalhar no dia seguinte.

Além disso, a venda de bebidas alcóolicas também estará proibida no feriadão, e o toque de recolher será antecipado para as 20h. Essas medidas serão válidas até o domingo (6) e foram anunciadas pelo prefeito Bruno Reis, durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira (28).

“Está claro e evidente, está confirmado pelos números que sempre depois de datas comemorativas e finais de semanas prolongados com feriados há aumento no número de novos casos. Então, sempre existe essa preocupação. Foi assim com a semana santa, foi assim com o dia das mães, e para evitar que seja assim também com o Corpus Christie nós estamos adotando essas medidas”, afirmou o prefeito.

A cidade amanheceu com 27 pacientes aguardando por regulação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), sendo quatro para vagas de UTI e 23 para leitos clínicos. Outras 92 pessoas foram transferidas nas últimas 24 horas. O número é menor que os 126 (52 na fila e 74 regulados) do início da semana.

A quantidade de óbitos, que no sábado (22) estava em 21 casos por dia, reduziu para 17 ocorrências. O número de novos casos que era de 575/ dia, na semana passada, mudou para 405/ dia, essa semana. O Fator RT, que mede a taxa de transmissão do vírus e que precisa estar abaixo de 1% para estar sob controle, passou de 0,90 para 0,24.

Apesar das reduções, o prefeito afirmou que os números da pandemia estão estáveis, e voltou a pedir que a população colabore porque, caso a curva volte a subir será necessário adotar medidas mais duras, como o fechamento do comércio e a suspensão de cirurgias eletivas. Na quinta-feira, cerca de 29 mil pessoas foram imunizadas na capital. Esse foi o recorde desde que a vacinação começou, em janeiro.

“Estamos lutando para não chegar à terceira onda na cidade. Os números mostram que há uma estabilização. Conseguimos estancar o que estava em crescimento e, agora, esperamos que estabilize e volte a cair. Se isso acontecer, e diante do processo de vacinação da nossa cidade, nós teremos passado pelo que poderia ser uma terceira onda ou o recrudescimento da segunda onda sem ter que adotar medidas mais restritivas”, disse.

Bruno Reis anunciou também que concluiu o processo seletivo para contratação de novos vacinadores. Serão 250 profissionais. Ele acredita que isso vai ajudar a acelerar o processo de imunização e diminuir as filas. A prefeitura estima receber novas vacinas na próxima semana, caso o governo federal consiga cumprir o cronograma. A quantidade de doses e o dia exato da entrega ainda são uma incógnita.

Servidores
Bruno Reis anunciou também que, na sexta-feira (4), não haverá ponto facultativo para os servidores municipais, então, todos devem trabalhar normalmente.Ele também autorizou o aumento de 5% no crédito consignado para os servidores até 31 de dezembro deste ano, e contou que a Câmara Municipal aprovou a antecipação de parte do 13º dos aposentados e pensionistas do município. A antecipação para os aposentados vai representar R$ 8,5 milhões na economia e os pensionistas R$ 2,5 milhões.

Fase amarela
O decreto da fase amarela da reabertura econômica foi renovado. Podem funcionar cinemas, clubes sociais, recreativos e esportivos. Os centros de eventos também podem funcionar, mas apenas para eventos científicos para até 50 pessoas.

Escritórios de advocacia que estavam autorizados podem operar até 19h. Shoppings podem abrir de segunda a domingo, das 10h às 21h. Comércio de rua pode abrir das 10h às 18h.

O ano de 2021 não começou nada bem para quem trabalha com alimentação e alojamento na Bahia, setor que, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), registrou o maior número de desligamentos no primeiro trimestre, com 52 mil pessoas perdendo sues postos. O segundo lugar neste triste ranking é ocupado pelo segmento de transporte, com 48 mil demissões; seguido pelo grupo que reúne as áreas de educação, saúde humana, administração pública e outros, com supressão de 39 mil vagas. No total, o levantamento realizado pelo IBGE aponta que em 31 de marõ último, 1,4 milhão de trabalhadores estavam desempregados na Bahia, uma taxa de 21,3% e que corresponde ao maior patamar de descoupação em 9 anos.

Também é a maior taxa registrada no país, empatado com a verificada em Pernambuco e muito acima da média nacional, que ficou em 14,7%. Uma situação que deve afetar tanto o setor privado - com menor consumo das famílias - quanto o público devido à consequente baixa na arrecadação do Estado, segundo economista ouvido.

A PNADC registrou também uma queda na população desalentada no estado, que está 3,4% (7 mil) menor que no fim de 2020 com uma redução de 28 mil pessoas. Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, explica a diferença entre desocupados e desalentados. "A pessoa desocupada necessariamente está procurando trabalho, enquanto o desalentado é a pessoa que não está trabalhando e não está na busca por emprego por conta de uma dificuldade que encontrou no mercado de trabalho. Ou seja, é alguém que procurou, não encontrou e desistiu".

Sem esperança

Esse é justamente o caso de uma fonte que preferiu não se identificar. Com anos de experiência de trabalho em hotelaria, ele ficou desempregado ainda em fevereiro, e até bateu em algumas portas, mas desistiu de procurar já que sua área não vai bem das pernas e lidera o ranking de redução de postos de trabalho. "Foi um baque pra mim. A gente sabia dos problemas que o local estava enfrentando pelo baixo fluxo de hóspedes, mas não me imaginava saindo da empresa. Depois que fui dispensado, tentei outras oportunidades na área, mas com a pandemia ninguém tá contratando e nada apareceu", conta ele, que teve de restringir os gastos em casa por não ter renda até o momento.

Outro que perdeu renda foi Erisson Santos, 23, que trabalhava em shopping. Ele faz parte do grupo que ainda não desistiu de uma oportunidade e segue insistindo por uma vaga de trabalho. "É, eu parei de trabalhar no fim de fevereiro e até olhei em sites e dei uma pesquisada pra ver se achava algo, mas não consegui. Tô na expectativa de encontrar ou ser chamado de volta, quem sabe. Com o trabalho, eu conseguia uma folga nas despesas que hoje não tenho mais, tenho que dar uma segurada nos gastos", diz.

Maria Cabral, 54, é professora e perdeu o emprego em que estava desde 2018. Para ela, a saída do cargo significou fazer alterações no que comprava e limitar os seus gastos. "A gente toma um susto porque não quer ficar desempregada, né? Porém, precisamos dar um jeito para evitar o endividamento. Corta umas coisas aqui, outras ali. Na verdade, precisei abrir mão de coisas normais e ter uma alimentação mais restrita, com a quase ausência de ítens com a elevação do valor de laticínios e carne, por exemplo", relata.

Prejuízo geral

Os problemas que Maria enfrenta para equilibrar as contas em casa são as consequências individuais do desemprego, mas os impactos não param por aí. O economista Edísio Freire, colunista do CORREIO, alerta que a falta de renda de um número tão expressivo de baianos vai prejudicar a todos de alguma forma. "Do ponto de vista econômico, o resultado da falta de emprego é até óbvio. Há uma redução na renda, que faz com que a circulação de dinheiro seja menor, o que derruba as vendas em todos os setores e provoca uma queda na arrecadação do estado", diz. "Não é só um problema individual, é coletivo, todo mundo perde", completa, ressaltando que a verba colhida pela gestão estadual é direcionada para áreas como educação, segurança e saúde.

Poderia ser pior

O economista Guilermo Etkin, coordenador de pesquisas sociais da Superintendência de Estudos Econômicos e Socias daBahia (SEI) disse ao O Que a Bahia Quer Saber, podcast do CORREIO, que esse efeito poderia ser ainda maior se não fosse a medida provisória que concedeu aos empregores a oportunidade de redução ou suspensão da jornada de trabalho, que vigorou por nove meses em 2020. "Contribuiu bastante para amenizar, não temos um dado para identificar a intensidade que isso ocorreu. Se esperava que houvesse uma supressão em postos de trabalho ainda maior. Então, se sentiu o efeito dessas medidas", afirma.

Ele disse ainda que, em 2021, devemos ver os impactos que não vimos no ano passado por conta desta e de outras medidas como a do auxílio emergencial, que voltou para este ano, mas em um volume muito inferior. "Talvez a gente sinta as consequências que não foram sentidas em 2020 com a força desses programas. Em 2021, com o esfriamento dessas medidas, o que se espera em termos de desocupação é ainda um aumento".

Onde posso arrumar um emprego na Bahia? Quem são os desempregados dessa pandemia? O podcast O Que a Bahia Quer Saber, programa semanal com matérias especiais do CORREIO, ouviu especialistas e personagens para responder a estas e outras perguntas. O podcast vai ao ar todas as segundas-feiras, de manhã. Você poderá acessar os episódios aqui mesmo no site do Correio* ou no seu aplicativo favorito de podcasts: Spotify, Deezer, Anchor, Google Podcasts ou Apple Podcasts.

Veja os cinco setores que mais perderam postos de trabalho no primeiro:

1° - 52 mil a menos e queda de 16,5% - Alojamento e alimentação
2° - 48 mil a menos e queda de 16,8% - Transporte, armazenagem e correio
3° - 39 mil a menos e queda de 3,9% - Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais
4° - 34 mil a menos e queda de 10,6% - Serviços domésticos
5° - 31 mil a menos e queda de 8,3% - Construção

Uma moradora de Andradina (SP), de 54 anos, ligou para a Polícia Militar na noite desta quarta-feira (26) pedindo uma pizza. A corporação não faz delivery de alimentícios, mas o atendente entendeu o código da mulher e mandou uma viatura até a casa dela em busca do marido.

De acordo com o Boletim de Ocorrência divulgado pelo Uol, o suspeito, um homem de 57 anos, fugiu assim que viu a viatura se aproximando. A mulher que solicitou a suposta pizza denunciou aos policiais que estaria sofrendo agressões físicas e psicológicas nas mãos do marido.

A mulher foi levada até a delegacia, onde prestou depoimento. Ela informou que o companheiro passou mais de 20 anos preso e, desde que está em liberdade, vinha a agredindo verbalmente, com xingamentos e ofensas.

Já a ligação aconteceu pois a mulher teria recebido ameaças de morte mais cedo naquele dia e que o marido teria dito que se não conseguisse matá-la, mataria os filhos dela.

A ameaça ocorreu, segundo a vítima, porque o suspeito chegou em casa com uma motocicleta. Como ele não tem emprego, ela suspeitou da presença do veículo e o questionou sobre o assunto. Foi neste momento que o marido passou a ameaçá-la.

A PM confirmou que se tratava de uma motocicleta com registro de furto e, por isso, o bem foi recolhido para perícia e depois ser devolvida ao proprietário.

O suspeito segue desaparecido e foi declarado como foragido, já que a Polícia Civil decretou o flagrante após confirmar as agressões contra a esposa e o furto.

A vítima já entrou com pedido de medida protetiva para impedir que o marido volte à residência ou se aproxime dela e dos filhos.

Pedido de 'pizza'
Ao comentar a ligação inusitada para a polícia, a vítima informou que, como não poderia telefonar pedindo socorro, já que o marido poderia ouvir, teve a ideia de sugerir que os dois pedissem uma pizza, com o "truque" de discar o telefone de urgência.

Ao Uol, o Copom explicou que somente foi possível entender o pedido de socorro da mulher porque o atendente estava treinado para casos assim.

"O Copom faz treinamentos periódicos, no mínimo semestrais, e utiliza exemplos do que ocorre em outros locais para orientação do efetivo", explicou o Comando em nota. "Houve uma ocorrência em 2019 que aconteceu idêntico nos EUA e serviu de base para o treinamento", encerrou o comunicado.

A Bahia tem 3 milhões 254 mil 002 imunizados com a primeira dose da vacina contra covid-19, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), divulgados nesta quinta (27).

De acordo com o órgão, até o momento foram distribuídas 3.466.566 primeiras doses para os municípios. Com os números atuais, o percentual de aplicação em relação às primeiras doses disponibilizadas é de 93.9%.

Ainda segundo a Sesab, 1.500.134 pessoas já receberam a segunda dose. Foram distribuídas 1.717.020 segundas doses, com isso, o percentual de aplicação em relação às segundas doses disponibilizadas é de 87.4%.

Números da covid na Bahia

A Bahia registrou 130 mortes e 4.099 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quinta (27). No mesmo período, 3.809 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%). O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 20.856.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que os mais de 100 pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro na Casa estão sendo analisados. "Vamos nos posicionar muito em breve sobre grande parte deles", afirmou. Segundo ele, apesar do momento de dor causado pela pandemia da covid-19, "temos a obrigação de trabalhar uma estrutura para trabalharmos a viabilidade no Brasil apto a se recompor rapidamente no cenário econômico".

Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta manhã de quarta-feira, Lira reforçou o discurso que vem adotando de que a discussão sobre impeachment contra o presidente deve ser com "muita responsabilidade". Segundo ele, não é o presidente da Câmara que estrutura o impeachment, mas a conjuntura política e nacional de um país.

"Quando [o presidente] perde a capacidade política, perde a capacidade de gestão econômica, cria no Brasil uma condição de desemprego absurda, cria uma condição de inflação incontrolável", afirmou o deputado. Lira, então, ponderou que não enxerga essa situação atualmente no País.

Questionado sobre a afirmação que fez de que Bolsonaro estaria em seu "pior momento" e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no "melhor momento", Lira criticou a repercussão na imprensa e denunciou que a fala foi tirada de contexto.

O parlamentar avalia que pesquisas eleitorais são "retratos de momento" e que, diante do atraso da vacinação e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Bolsonaro não atravessa o momento com grande eleitorado. Porém, Lira acredita que é algo passageiro.

Para as eleições de 2022, o deputado diz que "ainda está muito cedo" para especular o pleito, mas avalia que Bolsonaro e Lula "são os mais fortes". No entanto, em um possível embate entre os dois políticos, o parlamentar acredita que "os ventos que sopram no Brasil ainda são o vento de centro-direita".

Apesar de não acreditar em uma "terceira via", Lira enfatiza que quem deve decidir o resultado das eleições é o "eleitor do meio" "Acredito sempre na política como solução dos problemas e que muitas matérias que temos trabalhado muito aqui vai dar uma maior musculatura ao Brasil para o futuro, e vai refletir, não tenho dúvida, na eleição de 22", declarou. Em sua avaliação, o pleito do ano que vem deve ser "polarizado, mas sem extremismos"

Vacinação

Lira reforçou o compromisso da Casa na campanha de imunização contra a covid-19 no País. Segundo ele, "estamos trabalhando incansavelmente, incessantemente, procurando alternativas, apertando quem tem apertar, cobrando quem tem que cobrar". Ele afirma que, nas últimas três semanas, se reportou "umas cinco vezes" com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para ajudar na aceleração da vacinação.

O deputado afirma que, ao invés de o Programa Nacional de Imunização (PNI) ter como foco vacinar pessoas com comorbidades, o ponto deveria "ir descendo pelas idades" para atingir o maior número de vacinados. "Acho que estar descendo pela idade estará atingindo maior número de pessoas e sempre que chegar uma pessoa com comorbidade bem evidente ela teria prioridade".

Segundo ele, ter que comprovar a comorbidade com atestado médico dá brecha para a população mentir sobre o estado de saúde. "A gente tem medo que nesse 'jeitinho brasileiro' os atestados comecem a proliferar de maneira sem tanta veracidade", declarou.

CPI

Lira ainda criticou a instauração da CPI da Covid no Senado. Segundo ele, o 'timing' é inoportuno pois modifica a atenção do Ministério da Saúde, que agora "está focado em resolver demandas da CPI". "O momento é inadequado, não vai produzir, ressalvados os interesses de parcialidade, um relatório justo", avalia. Para ele, a CPI não será "boa pro Brasil se não apresentar soluções".

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que os mais de 100 pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro na Casa estão sendo analisados. "Vamos nos posicionar muito em breve sobre grande parte deles", afirmou. Segundo ele, apesar do momento de dor causado pela pandemia da covid-19, "temos a obrigação de trabalhar uma estrutura para trabalharmos a viabilidade no Brasil apto a se recompor rapidamente no cenário econômico".

Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta manhã de quarta-feira, Lira reforçou o discurso que vem adotando de que a discussão sobre impeachment contra o presidente deve ser com "muita responsabilidade". Segundo ele, não é o presidente da Câmara que estrutura o impeachment, mas a conjuntura política e nacional de um país.

"Quando [o presidente] perde a capacidade política, perde a capacidade de gestão econômica, cria no Brasil uma condição de desemprego absurda, cria uma condição de inflação incontrolável", afirmou o deputado. Lira, então, ponderou que não enxerga essa situação atualmente no País.

Questionado sobre a afirmação que fez de que Bolsonaro estaria em seu "pior momento" e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no "melhor momento", Lira criticou a repercussão na imprensa e denunciou que a fala foi tirada de contexto.

O parlamentar avalia que pesquisas eleitorais são "retratos de momento" e que, diante do atraso da vacinação e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Bolsonaro não atravessa o momento com grande eleitorado. Porém, Lira acredita que é algo passageiro.

Para as eleições de 2022, o deputado diz que "ainda está muito cedo" para especular o pleito, mas avalia que Bolsonaro e Lula "são os mais fortes". No entanto, em um possível embate entre os dois políticos, o parlamentar acredita que "os ventos que sopram no Brasil ainda são o vento de centro-direita".

Apesar de não acreditar em uma "terceira via", Lira enfatiza que quem deve decidir o resultado das eleições é o "eleitor do meio" "Acredito sempre na política como solução dos problemas e que muitas matérias que temos trabalhado muito aqui vai dar uma maior musculatura ao Brasil para o futuro, e vai refletir, não tenho dúvida, na eleição de 22", declarou. Em sua avaliação, o pleito do ano que vem deve ser "polarizado, mas sem extremismos"

Vacinação
Lira reforçou o compromisso da Casa na campanha de imunização contra a covid-19 no País. Segundo ele, "estamos trabalhando incansavelmente, incessantemente, procurando alternativas, apertando quem tem apertar, cobrando quem tem que cobrar". Ele afirma que, nas últimas três semanas, se reportou "umas cinco vezes" com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para ajudar na aceleração da vacinação.

O deputado afirma que, ao invés de o Programa Nacional de Imunização (PNI) ter como foco vacinar pessoas com comorbidades, o ponto deveria "ir descendo pelas idades" para atingir o maior número de vacinados. "Acho que estar descendo pela idade estará atingindo maior número de pessoas e sempre que chegar uma pessoa com comorbidade bem evidente ela teria prioridade".

Segundo ele, ter que comprovar a comorbidade com atestado médico dá brecha para a população mentir sobre o estado de saúde. "A gente tem medo que nesse 'jeitinho brasileiro' os atestados comecem a proliferar de maneira sem tanta veracidade", declarou.

CPI
Lira ainda criticou a instauração da CPI da Covid no Senado. Segundo ele, o 'timing' é inoportuno pois modifica a atenção do Ministério da Saúde, que agora "está focado em resolver demandas da CPI". "O momento é inadequado, não vai produzir, ressalvados os interesses de parcialidade, um relatório justo", avalia. Para ele, a CPI não será "boa pro Brasil se não apresentar soluções".
 

De uma hora para a outra, a servidora pública Viviane Honorato, de 30 anos, viu os R$ 65 mil que tinha juntado evaporarem de sua conta. A moradora de Luziânia, no entorno do Distrito Federal, foi vítima do que está sendo chamado de "Golpe do Pix".

Ao G1, a mulher explica que se cadastrou no serviço de pagamentos bancários há menos de um mês e não imagina como o seu saldo foi parar em apenas R$ 0,58.

“A gente fica apreensiva, não sabe como eles estão fazendo esses golpes, eu estava com planos de comprar uma casa e preciso ser ressarcida”, disse a mulher ao G1.

Viviane só percebeu a falta do dinheiro no dia 18 de maio. Ao olhar o extrato, ela encontrou mais de 13 transações com nomes de pessoas diferentes e desconhecidas, entre transferências e boletos.

A servidora imediatamente ligou para a ouvidoria do banco e tem repetido o ritual uma vez por dia para saber onde foram parar suas economias. A instituição alega que o caso segue sendo analisado.

Em nota, o Banco Pan informou que está em contato com Viviane para prestar todos esclarecimentos necessários e solucionar o caso. A instituição, no entanto, não falou sobre como o golpe foi realizado nem forneceu informações sobre a investigação.

Golpe do Pix cresce em Goiás
Já são diversas as denúncias do "Golpe do Pix" no território goiano. O método de pagamento entrou no gosto dos estelionatários por conta da facilidade de realizar transações.

Somente em Rio Verde, no sudoeste goiano, a Polícia Civil afirma ter registrado sete denúncias de moradores que caíram no golpe entre os dias 11 e 21 de maio. Ao todo, o prejuízo passou de 100 mil.

Ética e seriedade na condução dos negócios, determinação na qualidade dos serviços e velocidade na entrega dos produtos. Foi em cima destes valores que a construtora Andrade Mendonça construiu o seu legado de 44 anos. Agora, a empresa alia a esses preceitos uma condução baseada em inovação e sustentabilidade, trazida por seus novos sócios, os engenheiros Luís Siqueira e André Portela, selando a novidade com uma mudança de marca, que passa a se chamar SIAN Engenharia.

Novos sócios
Natural do Rio de Janeiro, Siqueira atuou em grandes empresas do ramo de construção no sul do país, até se mudar para a Bahia e integrar o time da Andrade Mendonça, hoje SIAN Engenharia, onde trabalha há 32 anos. Referência de profissional no setor, o carioca de coração baiano conquistou inúmeros prêmios ao longo da carreira e se tornou recordista em metros quadrados construídos nos mais diversos e desafiadores segmentos da construção civil.

“Continuar trilhando os mesmos caminhos que sempre percorremos. Éticos, comprometidos, respeitando o mercado e nossos clientes e caminhando sempre em frente”, diz Luís Siqueira.

Já Portela é baiano raiz, nascido em Salvador. O engenheiro, formado pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em Harvard, nos Estados Unidos, percorreu o mundo, atuando profissionalmente em diversos países árabes, no continente africano e nos Estados Unidos, além de vários estados do Brasil. Com forte background na área de desenvolvimento de negócios, realizou empreendimentos de diversas naturezas nos segmentos de infraestrutura, hotelaria e mercado imobiliário.

“A SIAN é um sinal claro de que quando temos determinação, experiência e paixão envolvidos no mesmo projeto, o sucesso é inevitável. Estamos muito focados em melhorar a realidade dos baianos e brasileiros, através da geração de emprego e projetos que melhorem a qualidade de vida”, destaca André Portela.

Parte da história dos baianos
Lugar de origem da construtora, a SIAN Engenharia mantém firme o laço com a Bahia, apesar da expansão da construtora para outras partes do país e do mundo. Com inúmeros prêmios e um VGV (Valor Geral de Vendas) da ordem de R$1,7 bilhão, é considerada uma grande empresa de construção de edifícios complexos no estado. Além disso, na capital baiana, a construtora levantou dois grandes shoppings centers, Salvador Shopping e Salvador Norte Shopping, por onde passam centenas de pessoas todos os dias.

Marcada por inovação e sustentabilidade, a construção do Salvador Shopping foi premiada pelo Internacional Council of Shopping Centers e pelo 10° Congresso Internacional de Shopping Centers e Conferência das Américas. A construtora também liderou as obras de expansão do Shopping Barra, em 2011, e foi responsável pela construção dos supermercados Garibaldi Hiper Bompreço Market Place, em 1984, e Bompreço Pituba, em 2000.

No ramo imobiliário, merece destaque a realização do Leonor Calmon Residencial, localizado no Corredor da Vitória. Com vista para a Baía de Todos os Santos, o empreendimento representa o mercado de alto luxo na cidade. Adelaide Residencial, Le Parc Salvador, Brisas Residencial, Hotel Pestana Lodge, e as Mansões Antônio Andrade, Cleomont Ferrand e Professor Pedro Calmon são outros exemplos de grandes obras imobiliárias realizadas pela
SIAN Engenharia em Salvador.

Internacionalização
Em 2004, a empresa passou a atuar internacionalmente, com um forte direcionamento em estruturação de negócios, aquisição de ativos e execução de obras. A SIAN tem atuado em projetos na África, mundo árabe, Estados Unidos e usará sua experiência para conquistar mais espaço no mercado internacional.

Centro de Convenções de Salvador
Inaugurado em 2020, o Centro de Convenções de Salvador, localizado na orla da Boca do Rio, é outro grande feito da empresa. Foram R$130 milhões investidos pela Prefeitura na implantação do espaço, considerado um dos mais modernos do país, ocupando uma área de 120 mil m², capacidade de 14 mil pessoas em eventos e de 20 mil em shows.

Centro de Convenções de Fortaleza
Localizado na capital cearense, o Centro de Convenções de Fortaleza é o maior centro de eventos da América Latina. Inaugurado em 2012, a obra tem área construída de 76.000,00 m2.

Arena Castelão
Entre tantas obras realizadas pela SIAN Engenharia, a edificação da Arena Castelão, em Fortaleza, integrou momentos inesquecíveis na Copa do Mundo 2014, sediada no Brasil. O estádio, com uma área de 215.702,06 m², foi palco de seis jogos do Mundial e entregue no prazo e orçamento previstos.

Obras de Logística
O primeiro centro de distribuição do Mercado Livre no Nordeste foi implantado em Salvador, por meio da SIAN Engenharia. Em uma área construída de 60mil m², o Condomínio Logístico BRESCO Bahia foi inaugurado em 2020 num processo construtivo inteligente e 100% industrializado.

A variante indiana, nova cepa da covid-19 que cientistas suspeitam ser mais letal e mais transmissível, pode já ter chegado à Bahia. O caso de uma paciente, moradora de Alagoinhas, no nordeste do estado, está sob investigação. Maria do Livramento, 56 anos, faleceu na terça-feira (25) em decorrência de complicações da covid. Como ela veio do Maranhão já com sintomas da doença, no último dia 12, a Vigilância em Saúde do município (Visau) apura se ela morreu pelo vírus mais comum ou pela nova cepa da Índia.

O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro onde a variante foi encontrada, na tripulação de um navio advindo do país asiático. A confirmação de que era a cepa indiana foi feita na última sexta-feira (21). Até a quarta (26), segundo o Ministério da Saúde (MS), existem seis casos confirmados no estado maranhense, e um em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Outros três casos suspeitos são monitorados, em Minas Gerais e no Pará, e aguardam a conclusão de sequenciamento genético. Os casos no Distrito Federal e Ceará foram descartados para a nova variante. Ela também já está presente em mais de 53 países.

Maria ficou internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Alagoinhas, e, depois, foi para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Salvador. A Secretaria de Saúde de Alagoinhas faz o monitoramento com as pessoas da família e com as quais ela teve contato.

O filho mais novo testou positivo e está com sintomas leves, como coriza e falta de paladar. Já a filha testou negativo e o irmão mais velho ainda aguarda resultado. Segundo a família, Maria passou três meses em solo maranhense para visitar os irmãos.

A diretora da Visau de Alagoinhas, Telma Pio, diz que o caso, apesar de não ter sido confirmado que é a variante indiana, preocupa.

“A gente fica em alerta porque ela veio do Maranhão, onde está circulando uma variante nova. Por isso que entramos em ação rapidamente. A equipe da UPA já sabia que ela viria e fez toda a alocação para que ela não tivesse contato com os demais. Vamos manter a família em isolamento e continuar testando, para continuar a investigação”, afirma.

Um outro caso suspeito em Alagoinhas, de um homem, foi descartado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A secretaria de saúde municipal ainda não notificou a Sesab, mas informou a situação para o Núcleo Regional de Saúde da região.

Bahia tem 21 variantes da covid-19
A Bahia tem, ao todo, 21 variantes da covid-19 em circulação, presentes em 89 dos 417 municípios, segundo o último boletim técnico do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen), divulgado em 11 de maio. De setembro de 2020 a 16 de abril de 2021, a equipe do Lacen sequenciou 225 genomas do Sars-CoV-2.

Das 21 variantes, apenas quatro são classificadas como "de preocupação", por serem mais graves e transmitirem o vírus mais rápido: a de Manaus (P1), a do Rio de Janeiro (P2), a do Reino Unido (B.1.1.7) e uma mutação da variante de Manaus (N9). Das 49 amostras sequenciadas em abril, quase metade delas eram da variante de Manaus (49,1%). A da Inglaterra ficou em segundo lugar (8,2%) e a do Rio de Janeiro em terceiro (2%).

Dentre essas 49 amostras de abril, que foram coletadas a partir de pessoas que testaram positivo para covid-19, 33 evoluíram a óbito, sendo 60,6% da variante P1, o que indica um alto grau de letalidade.

Monitoramento
O monitoramento dos casos suspeitos de novas variantes é feito através de uma rede chamada Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs). Em cada capital e estado do Brasil existe um representante, que é notificado e coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Cristiane Cardozo é quem coordena o Cievs de Salvador. Segundo ela, existem na capital baiana três das quatro variantes que mais preocupam – a de Manaus, em maior predominância, Rio de Janeiro e Reino Unido.

“A gente já vem acompanhando, desde o início, as quatro variantes que entraram no Brasil, que são as mais graves. Em Salvador, temos feito esse monitoramento através dos exames laboratoriais e, quando a gente recebe alguma informação, como foi o caso do passageiro da Índia, tem uma parceira muito próxima com a Anvisa, que já alerta Cievs sobre a situação”, explica Cristiane.

Esse rastreamento acontece em etapas. “Fazemos a coleta para realizar o teste e buscamos entender o trajeto que ele fez, para verificar outras pessoas que tiveram contato com ele. A ideia é fazer a testagem desses contactantes para aumentar o espectro de identificação da variante”, esclarece a coordenadora.

Como a responsável pelo controle nos portos e aeroportos é a Anvisa, é ela que toma o primeiro passo, a partir do preenchimento de questionários na imigração, por exemplo. Ao desembarcar, o passageiro é imediatamente orientado a ficar em isolamento, se vier de zona de risco, e é acompanhado por equipes de vigilância locais.

Não há um protocolo específico para os passageiros que chegam das localidades onde já foi identificada a variante indiana. Eles tampouco são impedidos de circular ou vir para o território baiano.

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) disse somente que determinou às empresas a adoção de medidas de prevenção à disseminação do coronavírus, como disponibilizar álcool em gel e aferir a temperatura dos passageiros. O Aeroporto disse que não faz monitoramento, pois é competência da Anvisa.

Como se forma uma variante?
O pesquisador da Fiocruz Ricardo Khouri, especialista em patologia humana e microbiologia, explica que variantes são comuns e existem centenas delas. As quatro cepas de preocupação podem ser 30 a 50% mais transmissíveis que o vírus normal da covid.

“Pelo processo de replicação do vírus, ele acaba cometendo muitos erros. Nos mamíferos, nosso sistema de replicação passa por uma checagem e tem correções frequentes. Mas o vírus, por ser uma entidade mais primitiva, as enzinas responsáveis pela replicação de ser material genético cometem esses defeitos, o que gera uma diversidade genética muito grande”, detalha Khouri.
A cada vez que o vírus é transmitido, ele se replica, por isso que, quanto maior a taxa de transmissão, maiores as possibilidades de geração de variante. Ainda mais em um contexto de baixo índice de vacinação. “Se tiver uma transmissão descontrolada, como ocorreu em Manaus, favorece que o vírus tenha uma diversidade maior, e, quando ele se insere em um contexto de pessoas infectadas, que já tem os anticorpos, e pessoas em processo de vacinação, a chance de ter variantes mais adaptadas e mais virulentas é maior”, alerta o pesquisador.

Por isso que, além da vacina, é preciso manter as medidas restritivas. “O segredo é controlar ou reduzir essa cadeia de transmissão. Além de tomar todas as medidas farmacológicas, é preciso ter o uso de máscara, de lockdown, de distanciamento social e tentar vacinar o maior número de pessoas no menor tempo possível”, completa Khouri.

Procurada, Anvisa não respondeu até o fechamento da matéria.

Proibição da venda de bebidas alcoólicas, lockdown completo e aumento da fiscalização. Essas são algumas medidas que pequenas cidades baianas adotaram para lidar com a pandemia. Em meio ao cenário de aumento de casos, mortes e internações nos leitos municipais, prefeituras, de cidades como Coronel João Sá, Monte Santo, Pedro Alexandre, Adustina, Iaçu e Ribeira do Pombal impuseram um isolamento rígido.

Em Ribeira do Pombal, a situação é classificada pelos profissionais de saúde como um pré-colapso. O município de cerca de 50 mil habitantes é o quinto da Bahia com o maior número de casos ativos, ou seja, de pessoas atualmente infectadas pela covid-19. No total, são 399, deixando Ribeira do Pombal atrás apenas de Salvador, Feira de Santana, Barreiras e Paulo Afonso, de acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Atuando na rede municipal de saúde da cidade desde o início da pandemia, o médico Carlos Domini chegou a comparar a realidade da cidade com a vivida em Manaus no início do ano.

“Tá um inferno aqui, eu nunca vi um negócio desse não. Se você ver, aqui a situação é de Manaus mesmo”, disse.

Em Ribeira do Pombal, até 150 pessoas são atendidas por dia com sintomas de covid-19. Até a terça-feira, 25, 255 pacientes aguardavam resultado dos testes RT-PCR enviados ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Os nove leitos e cinco respiradores disponíveis na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) voltada para covid estão constantemente ocupados. Há ainda o risco de desabastecimento de medicamentos para intubação, como Propofol, Rocorunio, Dormonid, Fentanil, Heparina e Enoxieparina.

“É uma situação calamitosa. Transferimos oito, 10 pacientes por dia e a UPA toda hora lotando. A sorte é que temos uma usina de oxigênio, se não já teria morrido gente com falta de ar. O estado tem sido parceiro e feito as transferências. Mas nossa preocupação é dos hospitais de Salvador e Feira de Santana não conseguirem mais absorver a demanda, o que vai fazer com que haja mais mortes”, lamenta Domini

Até o momento, 51 pessoas morreram de covid em Ribeira do Pombal, cinco apenas nos últimos sete dias. Visando melhorar a situação, uma unidade de saúde do município passou a atender como gripário e um lockdown completo – com o comércio funcionando apenas por delivery - foi determinado até hoje. Mas, segundo o médico que atende o município, as medidas de isolamento serão prorrogadas pelo menos até a segunda-feira (31). “Depois, acho que vai ter que prorrogar mais alguma coisa. Tem que abrir de forma escalonada”, argumenta.

Outras cidades estão em situação complicada
Assim como Ribeira do Pombal, Coronel João Sá, no nordeste baiano, optou por medidas mais duras, como a proibição da venda de bebidas alcoólicas, que por lá vai até, pelo menos, a próxima quinta-feira, 3 de junho.

"A gente foi percebendo que as pessoas, no geral, não consomem sozinhas as bebidas. Na zona rural do município, tem muitas aglomerações em bares, por exemplo”, explicou Almy Rozendo, secretário de Comunicação.

Segundo o gestor, nas últimas três semanas, o aumento de casos se deu de forma alarmante no município. “Em um único dia tivemos 70 novos casos confirmados. Antes era só um ou dois, quando tinha. Só ontem mesmo foram 42 novos casos”, lamenta.

Coronel João Sá não possui leitos para internação por covid. “Ficamos dependentes da regulação”, diz o secretário. Até o momento, 18 pessoas morreram da doença na cidade de cerca de 15 mil habitantes e 122 casos ativos.

Já em Pedro Alexandre, ainda no nordeste, desde 29 de abril cresceram as notificações de síndromes gripais, de acordo com a prefeitura. “Os pacientes tiveram piora clinica repentina e queda nos níveis de saturação, por vezes requerendo oxigenoterapia, o que requereu da vigilância em saúde uma mudança do olhar epidemiológico sobre o território de Pedro Alexandre”, disse Lídia Alves, secretária de Saúde.

No total, o município tem 96 casos ativos e quatro óbitos desde o início da pandemia. “Fomos percebendo a necessidade do aumento de medidas restritivas. Adotamos a barreira sanitária para verificação de temperatura e desinfecção de veículos; estendemos a suspenção da feira livre e fechamento do comércio não essencial; e restringimos os transportes intermunicipais com monitoramento dos viajantes com testagem imediata para os sintomáticos e monitoramento por nove dias para assintomáticos até que seja conveniente a testagem oportuna”, afirmou a secretária.

Em Pedro Alexandre, também está proibida a venda de bebidas alcoólicas até 5 de junho. Já Monte Santo, que chegou a ficar em lockdown por cinco dias, a venda de álcool se mantém suspensa até, pelo menos, a próxima segunda-feira (31), inclusive para o comércio no formato delivery. A cidade de 50 mil habitantes, também localizada no nordeste, tem 148 casos ativos e outros 80 suspeitos. No total, são 33 mortes desde o início da pandemia.

Os outros municípios que endureceram o cerco das medidas de isolamento foram Iaçu, no Centro-Norte baiano, que proibiu a abertura de bares e venda de bebidas alcoólicas até a segunda-feira (31), e Adustina, que instituiu 16 dias sem o comércio de álcool no município, válidos a partir de hoje até o dia 12 de junho. Em Adustina são 45 casos ativos, 87 suspeitos e 16 mortes por covid. Já Iaçu tem 119 casos ativos, 49 suspeitos e 25 óbitos.

Proibir venda de álcool não é suficiente, diz especialista
Coordenadora do curso de medicina do campus Eunápolis da Rede UniFTC, a epidemiologista Lucélia Magalhães é crítica das medidas que proíbem a venda de bebidas alcoólicas. “Eu não conheço nenhum estudo que compare o impedimento da venda de bebidas alcoólicas com a diminuição da transmissibilidade de covid e, consequentemente, diminuição de casos e mortes”, argumenta.

Segundo a médica, o princípio teórico que embasa essa medida está no fato de que, quando as pessoas estão bebendo, ficam sem máscara e mais suscetíveis a não cumprirem o isolamento social. Com isso, os perdigotos, ou seja, as gotículas contaminadas de saliva que saem na hora que a pessoa fala, tosse, espirra ou assoa o nariz, são facilmente espalhadas entre as pessoas que estão consumindo a bebida.

“Só que dizer que sem a venda de bebidas não terá festa e, assim, não terá aglomerações não faz sentido, pois impedir a venda não significa impedir o consumo. Depois que a restrição se prolonga, haverá o que a gente chama de mercado negro. As pessoas compram de forma ilegal. Elas vão preferir as bebidas mais baratas, pois o preço vai subir. E quanto mais prolongada a proibição, maior fica o mercado negro”, diz.

Para Lucélia Magalhães, do ponto de vista epidemiológico, é preciso que as cidades pequenas foquem em ações de maior controle e assistência à saúde. “A aglomeração sem proteção é um risco, principalmente em local onde não tem ventilação, e deve ser combatida. Mas também é importante identificar precocemente e de forma massiva os portadores da doença. Em cidade pequena isso pode ser mais fácil. Quem tá contaminado, precisa ser isolado, monitorado, vigiado e receber uma assistência médica individualizada e rápida”, defende.